tag:blogger.com,1999:blog-70100882158779790352024-02-20T23:35:15.637-08:00Só uma meninaFeito pra descarregar na net meus pensamentos. Muitos.A menina e os pensamentoshttp://www.blogger.com/profile/07877748646712359687noreply@blogger.comBlogger528125tag:blogger.com,1999:blog-7010088215877979035.post-1709980301087478952019-04-30T17:27:00.001-07:002019-05-01T03:38:38.407-07:00Nostalgia antecipada<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjc8xztS-mde_d-4WyKE9EWWl3UEZMkIlVagu2iZx37Nwop8r9oU1w8iOiBkA53G3zZoCUOmCHf6cKtlSY5FN4XPuDXpcgod7vvfwIuaHOwjFb77KVADWamR0N8Qvw6AmqWcZYdx9ZVHQM/s1600/DSC_0036.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1060" data-original-width="1600" height="211" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjc8xztS-mde_d-4WyKE9EWWl3UEZMkIlVagu2iZx37Nwop8r9oU1w8iOiBkA53G3zZoCUOmCHf6cKtlSY5FN4XPuDXpcgod7vvfwIuaHOwjFb77KVADWamR0N8Qvw6AmqWcZYdx9ZVHQM/s320/DSC_0036.JPG" width="320" /></a></div>
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Hoje entrei na escola do Miguel para buscá-lo no futebol do querido Peninha e cheguei um pouco mais cedo. Fiquei sentada, próxima a secretaria da escola. Olhei pra Deise, secretaria que sempre teve um sorriso gentil pra mim nesses 8 anos em que Miguel está lá e perguntei a ela:</div>
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- Deise, você já se deu conta de que esse é o último ano do Miguel aqui?</div>
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Mais uma vez ela abriu um sorriso e disse:</div>
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<br /></div>
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- Passou rápido né?</div>
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Nossa... Como passou. </div>
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<br /></div>
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Entretanto, ali sentada, olhando para as paredes da escola, os corredores, a quadra, o caminho que leva ao banheiro, para as plantas, senti um aperto muito grande no coração. E me deu vontade de chorar. Meu coração e meus olhos devem ter algum tipo de conexão estranha porque a emoção, seja de felicidade, angustia, enternecimento, gratidão ou tristeza, acaba se transformando em lágrimas que escorrem sem que eu possa controlar. É como se fosse algo involuntário, totalmente fora de gestão. E algumas lágrimas começaram a cair dos meus olhos e eu rapidamente segui em tentativa de ocultá-las para que os que por mim passavam não pensassem que algo de ruim estava acontecendo. Não, era só nostalgia antecipada. Eu estava apenas emocionada. Estava apenas lembrando momentos, episódios, fatos, histórias. Estava apenas lembrando o quanto de aprendizado aquela escola me proporcionou. A mim, ao meu filho, a minha família. </div>
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<br /></div>
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Na minha cabeça me vi chegando com um bebê de 2 anos e 9 meses no colo rumo a uma adaptação. Como meu filho, espertinho, já conseguia me manipular com seu choro e como a professora Cristiane me mostrou que o choro dele não durava nem 30 segundos depois que eu virava as costas e o deixava em prantos. </div>
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Lembrei de como foi quando entrei na sala da Grazieli para dar aula na turminha dele, de como os olhinhos do Miguel me olhavam orgulhosos e felizes por ver a mãe recebendo a atenção de seus amigos. Nunca me esqueci da professora Grazieli, grávida, dizendo que adoraria que seu filho fosse "safo", independente e comunicativo como o meu. </div>
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<br /></div>
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Lembrei de como a Carla ajudou meu filho a caminhar rumo a alfabetização, mais seguro, sem duvidar de si mesmo.</div>
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Lembrei do dia em que deixei Miguel sentadinho da sala de aula da alfabetização, no primeiro dia do ano letivo, numa carteira que parecia maior que ele. Entendi ali que uma fase MUITO importante começava e sai da escola chorando de emoção e medo. Lembrei de como a Liara foi paciente comigo. Perdi a conta de quantas vezes ela me abraçou e disse baixinho: "Calma, tudo vai dar certo. Miguel é um menino incrível. No tempo dele vai acontecer. Até o final do ano ele estará lendo e escrevendo. Não se desespere." E assim foi.</div>
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Lembrei da Monica me falando que Miguel estava tendo problemas para fazer as provas, que se desesperava ao notar que amigos já tinham terminado antes dele, que se comparava, que não queria ficar pra trás e acabava se bloqueando. A sinalização da Monica me mostrou que eu precisava trabalhar isso com meu filho. E fui atrás de ajuda.</div>
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Lembrei da Islaine, sempre amorosa. Uma professora como poucas, daquelas que não tratam alunos como bloco. Ela sabe o jeito que cada um de seus alunos aprende e consegue atingir a todos, olhando o indivíduo e não o todo apenas. </div>
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<br /></div>
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Lembrei do ano difícil que foi o quarto ano, da Jaqueline ensinando, através de suas próprias dificuldades, que na vida nem sempre lidamos com o fácil e que precisamos aprender a passar por adversidades e seguir em frente.</div>
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Vi meu filho em cada festinha do dia das mães, vi a carinha do Miguel feliz com cada nota alta e vi a carinha de tristeza com cada nota baixa. Vi Miguel crescer, socializar, criar amizades, cultivar seus amigos. Vi chorar por conta de alguma injustiça, vi ajudar amigos outras vezes. Testemunhei vitórias e derrotas ali, dentro dessa escola que aprendi a amar com tanta força. E que tanto carinho me deu.</div>
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Esse ano é o último. Já sou grata a professora Andrea e Marcia por serem incríveis. Donas da sala de aula. Dominam a turma como só os professores fantásticos sabem fazer. Que jeito lindo de fechar com chave de ouro! Ano que vem ele irá para uma nova escola, novos desafios e aprendizados. Eu estarei ao lado, sempre. É claro. Como fiz até hoje. E ainda vou chorar emocionada por tantas outras vitórias e derrotas. Mas não pude evitar esse sentimento de fechar um ciclo que se aproxima e o medo que antecede mudanças. Eu vivi todas essas emoções hoje, em segundos. Uma emoção forte e quase não segurei o soluço. </div>
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Miguel chegou, sorriu, disse que fez 2 gols. E achei que tudo tinha passado. Até chegar perto do Getúlio. Ah... O Getúlio... Como viver sem encontrá-lo diariamente?</div>
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<br /></div>
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Nessa hora, em que Getúlio brincou com meu filho como fez TODOS OS DIAS ao longo desses 8 anos, uma lágrima ainda guardada e insistente pulou do meu olho. E eu rapidamente a escondi com a palma da mão. </div>
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É preciso seguir. Ainda não é hora de dizer adeus. Não hoje... Hoje não.</div>
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A menina e os pensamentoshttp://www.blogger.com/profile/07877748646712359687noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7010088215877979035.post-45171389060524669422018-03-27T07:37:00.000-07:002018-03-27T12:54:27.772-07:00Sobre proteção<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjx4JNUPx06P1E1f-HI_gHetF4jOZYvuHBSHIXxGGQVYuMe894YSIraMxDifMlxs6jmNd6rpMd-4ftFpuWt3Aw9-l_lNQh2hGBXvaQBcFUm1TreXGppyY1apA4tIp7pvsJX5PYD5W0CSEk/s1600/Miguel.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="960" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjx4JNUPx06P1E1f-HI_gHetF4jOZYvuHBSHIXxGGQVYuMe894YSIraMxDifMlxs6jmNd6rpMd-4ftFpuWt3Aw9-l_lNQh2hGBXvaQBcFUm1TreXGppyY1apA4tIp7pvsJX5PYD5W0CSEk/s320/Miguel.jpg" width="240" /></a></div>
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Miguel está há 2 dias com a boquinha avermelhada, ressecada, do jeito que fica quando pegamos muito frio ou, no caso dele, irritada pelo cloro da piscina onde tem seus treinos de natação todos os dias. Antes de ir pra escola ontem ele me falou que achava que os colegas iriam "zoar" porque parecia que ele estava usando batom. Com meu jeito direto, disse a ele que isso era uma besteira e que se zoassem, era pra ele não ligar. </div>
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<br /></div>
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Só que quando cheguei pra buscá-lo no treino, a primeira coisa que Miguel me disse foi:</div>
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- Mãe, eu não disse pra você que iriam debochar de mim? Quase todo mundo ficou falando que eu estava usando batom, que eu devia ter pego o seu batom escondido e uns até disseram que eu não precisava mentir, que eu assumisse que gostava de usar batom. Fiquei muito triste, muito mesmo. Senti vontade de chorar porque eu falava que não era batom, que minha boca estava machucada... Mas ninguém queria acreditar. Quer dizer, menos a Ana, a Maria Antonia, o Guilherme, Leo e o Matheus. Esses não me zoaram e me ajudaram, mãe... </div>
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<br /></div>
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É muito ruim saber que o filho passou algum tipo de chateação ou tristeza. Dá vontade de gritar, dá vontade de falar um monte, dá vontade de chorar porque nenhuma mãe suporta ver filho triste. Tentei me recompor e falei:</div>
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<div style="text-align: justify;">
- Poxa, filho, mas que legal que disso tudo você conseguiu ver que tem amigos de verdade! </div>
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Miguel respondeu que isso foi legal da parte dos que ficaram "do seu lado" e que acreditaram que ele não estava usando batom ( como se isso fosse um problema!). Disse até que um dos amigos, o Leo, sabendo que hoje não estaria na escola ao seu lado porque iria viajar, lhe disse:</div>
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- Miguel, amanhã eu não vou estar aqui pra te ajudar... Mas boa sorte, cara!</div>
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Expliquei pra Miguel que crianças são assim mesmo, que ele não deveria levar a sério e, simplesmente, ignorar. E que deveria valorizar o fato de ter visto que tem amigos bacanas perto dele. Aí Miguel me disse:</div>
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<br /></div>
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- Se minha boca não melhorar pra amanhã, eu não vou pra escola. Porque é muito chato assistir aula querendo esconder a boca ou vendo os outros se cutucarem e ficarem apontando pra você e cochichando um do ouvido do outro como se eu estivesse com alguma coisa muito feia ou esquisita. </div>
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<br /></div>
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É óbvio que não vou deixar Miguel se ausentar da escola se ainda estiver com a boquinha machucada. Ele vai e vai enfrentar. Mas o fato é que eu adoraria proteger meu filho do mundo, de tudo e de todos, de qualquer coisa. Queria poder envolvê-lo em meus braços e consolar quando tivesse vontade de chorar, quando caísse ou sentisse alguma dor e estivesse longe de mim, queria que ninguém o magoasse, que ele não se ferisse. Sim, eu queria proteger. Mas a vida não é assim. Ela não permite isso. À noite, antes de dormir falei tudo isso pra ele, que se eu pudesse o protegeria de tudo e faria de tudo pra ele não chorar, não sofrer. Nessa hora, Miguel me abraçou forte e me disse:</div>
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<br /></div>
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- Ah, mãe linda, obrigada... Mas não se sinta triste porque não pode estar comigo o tempo todo. Eu entendo que você quer me proteger porque você me ama muito né? Mas não é culpa sua se não dá pra ser assim, está bem?</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sim, filho... Não é culpa minha... Mas dói tanto... E só quem é mãe é quem sabe dessa maldita dor. </div>
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<br /></div>
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Obrigada por ser meu filho. Obrigada mesmo. </div>
A menina e os pensamentoshttp://www.blogger.com/profile/07877748646712359687noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7010088215877979035.post-6215430540475188392017-09-22T13:05:00.002-07:002017-09-22T13:12:01.904-07:00Paula pelos olhos do Miguel<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKRu5ullgXmi7h6dR4tgwk-B2LvIlkuwOy0vHcpEMOVHnFuOUbIU-uyLoV6USCupjvdxijXvRpHMmevkagjuvvx_EYoADv9_W9ficzoBDVBNDMmghBVsTIo9leVrOHJNLXeYTu10A407c/s1600/FullSizeRender+%25281%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1386" data-original-width="1600" height="277" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKRu5ullgXmi7h6dR4tgwk-B2LvIlkuwOy0vHcpEMOVHnFuOUbIU-uyLoV6USCupjvdxijXvRpHMmevkagjuvvx_EYoADv9_W9ficzoBDVBNDMmghBVsTIo9leVrOHJNLXeYTu10A407c/s320/FullSizeRender+%25281%2529.jpg" width="320" /></a></div>
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Essa semana um dos trabalhos de casa do Miguel foi produzir um texto descrevendo sua mãe. Fiquei curiosa e ele, que sempre me pede ajuda pra montar ideias a respeito do que deve escrever quando o assunto é produção textual, não me solicitou.</div>
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Voltei da academia e fui logo perguntando se já tinha acabado o dever de casa. Pedi pra ver.</div>
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Como toda mãe, acho, fiquei emocionada por ver o texto direitinho. Falta uma vírgula aqui, outra ali, falta acento em alguma palavra, tem errinho em como se escreve uma outra, talvez a organização dos parágrafos pudesse estar melhor, mas... Havia ali no texto algo muito tocante pra mim.</div>
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Miguel não escreveu que sou a melhor mãe do mundo. Miguel não disse que me ama mais que tudo. Miguel não disse se sou morena ou loira, gorda ou magra, alta ou baixa. Não falou da cor dos meus olhos e nem do comprimento dos meus cabelos. Ele foi além.</div>
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Ali, no texto, era eu. Sem nenhuma descrição física, Miguel me descreveu. Descreveu o que há de mais importante em uma pessoa: seus gostos, suas vontades, seus prazeres, suas chatices, seus hábitos. Entendi, naquelas poucas linhas, que meu filho me enxerga. Ele sabe de mim. Ele é capaz de ler nas entrelinhas, sem muito romance, sem muito floreio, meu filho me conhece. Ele repara o quanto choro quando estou lendo um livro triste... Como sou feliz quando estou com meus amigos. Como amo dançar. Sabe como sou correta no meu trabalho, como sou cumpridora de minhas obrigações. Ele repara em mim. Me nota. Ele sabe quem eu sou por dentro. E isso disse muito pro meu coração.... Disse muito sobre nossa intimidade, sobre nosso convívio, disse muito a respeito de como nos posicionamos um pro outro. Disse muito sobre os exemplos que quero dar e, pelo visto, estou dando.</div>
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Como mãe é idiota.... Eu chorei de felicidade ao ler:</div>
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"O nome da minha mãe é Paula, ela é uma pessoa bem responsável. Gosta de dançar e fazer as atividades do trabalho.</div>
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E também ela gosta de sair com os amigos para comer pizza. Minha mãe é bonita, alegre e sorridente. Gosta de ver novela e gosta muito de fruta.</div>
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<br /></div>
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Lê livros interessantes, legais e tristes. Às vezes, minha mãe briga comigo, quando eu faço uma besteira ou algo errado. Mesmo ela brigando comigo, gosto dela."</div>
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<br />A menina e os pensamentoshttp://www.blogger.com/profile/07877748646712359687noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7010088215877979035.post-90905325747218357462017-07-25T11:50:00.001-07:002017-07-25T12:04:31.026-07:00Quando a vida te desnorteia<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSxSUxckC-cbYsG9IVkedYPaGfaMu5iTjfB33WQytlwMhDPyZdVV1Re1aAwakE34Tik5yqbUVJ2YgxK8QJVIK-eFtaxFrDusfvsP2jag8_xJOeL-T1KR2Nq1_5sEQozOiE3A5B-JaBVgo/s1600/IMG_8925+%25281%2529.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="901" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSxSUxckC-cbYsG9IVkedYPaGfaMu5iTjfB33WQytlwMhDPyZdVV1Re1aAwakE34Tik5yqbUVJ2YgxK8QJVIK-eFtaxFrDusfvsP2jag8_xJOeL-T1KR2Nq1_5sEQozOiE3A5B-JaBVgo/s320/IMG_8925+%25281%2529.JPG" width="180" /></a></div>
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Odeio traçar um plano e não cumpri-lo. Detesto ter metas e não atingi-las. Adoro ter o controle. Não gosto de perder. Gosto da minha vida do jeito que está e uma reviravolta não estava programada pra mim, por mim. Definitivamente. Amo ser a mãe do Miguel mas não pensava, nem por um segundo, ser mãe de outra criança. Não pensava, nem sonhando, em ter o segundo filho. Não era um plano, nem uma vontade, já que estava tudo bom demais. Eu não queria repetir a experiência que aceitei viver há 8 anos cheia de medo. Criei Miguel pra ser filho único porque tinha plena consciência de que não daria ao meu filho a oportunidade de ter um irmão (coisa maravilhosa no meu caso por sinal!).</div>
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<br /></div>
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Eu sempre tive pavor de me sentir presa. Sempre tive horror de querer fazer ou viver coisas e não poder e, que me desculpem as mães românticas de plantão, filho faz isso com a gente. Tira nossa liberdade até de ir ao banheiro na hora que se tem vontade, principalmente nos loucos e inesquecíveis - ou seriam traumatizantes? - 2 primeiros anos de vida. Só de pensar em ir ao pediatra pras consultas de acompanhamento todo mês, nos dentinhos nascendo, nas cólicas, nas noites sem dormir, nas fraldas,... Ai, meu Deus... Pensava só: "ainda bem que já passou!!" ou "Deus me livre disso tudo de novo!"</div>
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<br /></div>
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Não me entendam mal, embora eu saiba que é do ser humano julgar: se com a gravidez do Miguel eu achava que estava preparadíssima pra ser mãe e vi que estava redondamente enganada, dessa vez tenho consciência de que não estou NADA preparada pra viver essa experiência de novo. Descobrir de surpresa, aos 46 anos, que engravidei depois de transar UMA ÚNICA VEZ sem camisinha no nono dia do ciclo, foi como se tivessem tirado meu chão. Eu pensando em menopausa por estar atrasada e fui pega totalmente desprevenida, totalmente sem esperar. Meu único motivo pra ter comprado o exame de farmácia depois de 8 dias de menstruação atrasada foi porque comecei a sentir o mesmo enjoo que sentia estando grávida do Guel e achei que já estivesse tão louca que havia começado a fabricar sintomas de gravidez. </div>
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<br /></div>
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Comprado o exame na hora do almoço, fui correndo pra casa. Fiz o xixi e larguei o treco lá na pia. Fiquei conversando com minha irmã muito calmamente porque a certeza de que daria negativo e que eu teria, então, tranquilidade pra cuidar da minha menopausa era imensa. Depois de um tempo, entrei no banheiro, peguei o treco e olhei. Pisquei. Olhei de novo. Letras brilhantes me diziam que eu estava GRAVIDA. Oi????? </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em estado de choque. Não conseguia rir nem chorar. Acho que levei uns 15 minutos pra processar as letras que insistiam em olhar pra mim. O mundo ficou preto e branco e os sons ficaram distantes. Achei que fosse desmaiar. Minha irmã entrou no banheiro. Olhou pro exame. Olhou pra mim e falou: "calma".</div>
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<br /></div>
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Calma??? Como calma??? </div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu perguntava pra ela, abestadamente e com um fiapo de voz: "Como isso foi acontecer? Como eu posso ter ficado grávida?" E ela, sabiamente, me poupou de me dar uma aula de educação sexual, afinal seria realmente muito tosco ensinar pra uma mulher feita de 46 anos, já com um filho de 8, como se fabrica um bebê. Seria muito humilhante dizer que tabelinha NUNCA dá certo. Eu usei o tal do livre arbítrio pra dar chance pro plano de Deus e Ele não deixou passar. </div>
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<br /></div>
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Depois disso vivi momentos terríveis. De verdade. Pensei as piores besteiras - todas as que uma mulher tem todo o direito de pensar nessa hora. E vivi um luto. Chorei copiosamente por 4 dias. Chorava pela morte da minha vida atual, a que eu estava gostando pra caramba de viver. O mundo fugiu de mim e só existia a força insana que me fazia levantar da cama todos os dias pra trabalhar. Não sou mulher de faltar trabalho e essa é a minha sorte. Isso salva a gente muitas vezes, sabe? Se não fosse minha obrigação com as aulas de dança e minha fase de rematrícula do CCAA rolando, eu teria passado 4 dias sem levantar da cama. </div>
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Hugo sentia-se péssimo porque estava feliz e não conseguia me ver sofrendo. Sabendo que não havia muito o que fazer por mim, esperou. </div>
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Marquei minha gineco, que já é uma amiga. Me ajudou a engravidar do Miguel quando tive dificuldade. Pois é. Contando agora parece brincadeira, mas eu tive dificuldade pra engravidar do Miguel. Quem diria... Dra. Carla conversou longamente comigo e passou vários exames. BetaHCG feito, a confirmação. De novo. Era mesmo verdade. Atualmente, 7 semanas. </div>
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Ainda estou apavorada. Tem dias que mais, tem dias que menos. E acredito, firmemente, que o pavor vai passar. Não, não acredito que me apaixonarei pela barriga. Eu não sou do tipo que ama ficar grávida, ama a barriga, ama os peitões, ama engordar e não caber numa calça jeans. Não amei antes, não vou amar agora. Encaro como um caminho necessário, faz parte do processo de gerar uma criança. Também não sou o estilo de mãe que diz "sou apaixonada por meu filho desde que soube que estava dentro de mim". Oops! Sorry! Não. Meu amor pelo Miguel é gigantesco, sem medida, mas foi um crescente desde que nasceu, com a convivência, com cada sorrisinho, cada noite em claro juntos, cada batalha vencida. Por isso, estou me dando esse tempo. </div>
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Sei que esse amor vai me pegar de jeito de novo. Mesmo que tenha sido sem eu querer, sem eu planejar. Mesmo que venha a virar minha vida de cabeça pra baixo mais uma vez. Mas no tempo certo, sem pressa. Não posso e nem tenho condições de me apressar. Ainda é muito difícil pra mim. Aceito apenas a vontade de encarar chegando de mansinho porque adoro um desafio. Aceito o fato de ser uma mulher que tem um homem lindo ao lado e que quer viver essa loucura comigo de novo. Agradeço ter uma família maravilhosa que me enche de força pra seguir. Amigos que me enchem de carinho e que tem MUITA paciência pra me escutar e aguentar (sou uma grávida agressiva, gente...) </div>
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Por hora, e acima de tudo, perdoo minha insanidade, perdoo meu medo, perdoo minha insegurança, perdoo o fato de não imaginar colocar nesse mundo louco outro serzinho, perdoo minha vontade de continuar com a minha vida exatamente do jeito que era. Me perdoo, sim, e não peço o perdão de ninguém, porque, desculpem, não preciso. E, como Zeca Pagodinho, deixo a vida me levar porque a vida está aqui dentro e Deus só pode estar sabendo o que fez. </div>
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A menina e os pensamentoshttp://www.blogger.com/profile/07877748646712359687noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7010088215877979035.post-71580956778956817802017-06-22T18:08:00.001-07:002017-06-22T18:22:46.642-07:00Quem dança seus males espanta!<div style="text-align: justify;">
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<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dxPzx-dDpRLMEw7sTAz_8Phk7m5OF1FKXvHhtgXthnI9z9n0aYuC6MyRiiZvGiTDrGbDCipe-julMWPin_Ndw' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe><br />
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A dança foi uma das muitas coisas maravilhosas que minha irmã trouxe pra minha vida. Minha irmã sempre foi hiperativa e sempre estava pensando em mil brincadeiras agitadas enquanto eu deitava na minha cama grudada com um livro e de lá só levantava pra comer. Ela não parava quieta, eu era a quietude personificada. Então, não é difícil deduzir que todas as muitas atividades nas quais minha mãe me matriculou foram por iniciativa dela. </div>
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Minha irmã decidiu fazer piano. Eu fui atrás. Ela fez um ano e desistiu. Tentou flauta e violão e viu que não dava pra ela. Eu insisti no piano, apaixonada sou até hoje pelo instrumento. Anos de estudo.... Obrigada, Sis!</div>
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Minha irmã decidiu estudar inglês. Lá fui eu atrás dela. No livro 3 do CCAA ela desistiu. Eu me formei professora de inglês e minha vida é o que é graças ao CCAA e ... À minha irmã!</div>
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Minha irmã - a rainha da iniciativa - quis fazer dança. Eu pensei: vou atrás dela. E fui. Ela não desistiu dessa vez e é fácil entender a razão: atividade de agito, movimentação corporal. Isso era com ela mesmo! Seguimos apaixonadas por dançar! A dança pagou minha faculdade particular porque eu tive bolsa por ser do corpo artístico da Gama. Só ganhei. Nunca perdi nada com essa paixão. </div>
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Aí a vida enrola a gente.... Faculdade, namoro, casa, filhos. A vida vira uma "coisa séria" e a paixão é deixada de lado. Quando se tem outras paixões - e eu tinha! - ótimo, mas muitas vezes a paixão fica encostada num cantinho porque precisamos ganhar dinheiro, prover, conquistar, construir. Quem nunca se viu em uma encruzilhada dessas na vida? </div>
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Eu sou louca pelo meu trabalho. Adoro os alunos, gosto de estar com pessoas, minha equipe é um espetáculo. Eu ganho pra fazer o que gosto e por anos a dança não tinha mais espaço na minha vida. Até que, como a maior parte das coisas acontecem pra mim, do nada, sem que eu esperasse, ela veio retornando de pouquinho em pouquinho e eu abracei a oportunidade de fazer algo do qual sentia muita falta. Voltei a dançar. </div>
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Não danço por dinheiro. Não tenho minha turma linda por causa de ganho material. E isso torna as coisas ainda mais apaixonantes pra mim! Minhas aulas são movidas única e exclusivamente pelo amor que tenho por dançar e por gente. Uma vez professora, sempre professora. Meus alunos da "dancinha" (assim chamo minha aula, carinhosamente) são importantes demais pra mim. Estou lá na frente olhando cada um que chega. Sei pelo rosto deles se estão bem ou não. E, mais que isso, sei que durante uma aula de dança somos capazes de esquecer de tudo lá fora. É terapia, é amor, é prazer. Nessa turma de dança, não importa se todos farão certinho, sincronizados. Importa sermos felizes, importa nos melhorarmos, incentivarmos um ao outro. </div>
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Por isso, hoje, quando recebi uma festa tão linda de aniversário, totalmente de surpresa, já que a data de meu nascimento é dia 14/06, só me ocorreu agradecer. E é isso que quero fazer aqui de novo. Agradecer a cada um que se mobilizou pra me proporcionar esse momento lindo. Mais que os presentes maravilhosos que ganhei, me encanta vocês terem planejado tudo, gasto um tempo da vida de vocês pensando em mim. Me emociona terem organizado a decoração, a mesa cheia de coisas gostosas. Aquece minha alma saber que chegaram às 6 da manhã pra que quando eu abrisse a porta da sala estivesse tudo pronto pra mim. Esquenta o coração saber que vocês acharam que eu valia o esforço.</div>
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O carinho que recebo de vocês é enorme. E não tenham dúvidas: eu sinto. Em cada aula, em cada risada, em cada pedido de nova coreografia. Tenho plena consciência do que recebo de vocês. O amor que circula em nossa sala de aula enche nossos dias de luz, fornece energia pra aguentar todas as chatices que a vida de todo mundo tem de vez em quando. </div>
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Quero que tenham a certeza de que sou muito feliz quando estou com vocês, mesmo quando o ar condicionado da sala não funciona! Mesmo quando o cabo da caixa de som faz barulho. Mesmo que eu viva rouca porque a sala vive lotada e preciso de um microfone que a academia não tem. Enfim, quero que saibam que se eu tivesse tudo isso: ar condicionado bombando toda aula, microfone pra poupar minha voz e caixa de som de última geração, mas não tivesse vocês, não teria a menor graça!</div>
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Obrigada! De novo. Sempre!</div>
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A menina e os pensamentoshttp://www.blogger.com/profile/07877748646712359687noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7010088215877979035.post-89308253533961822942017-06-09T13:54:00.002-07:002017-06-10T06:03:46.980-07:00Amor cotidiano<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWu_HVO8lUlKKyaVW3i-oLEncaB_MU5XQQC2_yveOkmgj9fpn8ee_a-V3cz82Vs2ZyKJ5RuWq8JsU2yeqy7pgDhg1WojXDhiSX9biwwX8JkajMFreXYmIUrB2bAHkp8-j7Pby19VA1Zeg/s1600/cotidiano.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1190" data-original-width="1242" height="306" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWu_HVO8lUlKKyaVW3i-oLEncaB_MU5XQQC2_yveOkmgj9fpn8ee_a-V3cz82Vs2ZyKJ5RuWq8JsU2yeqy7pgDhg1WojXDhiSX9biwwX8JkajMFreXYmIUrB2bAHkp8-j7Pby19VA1Zeg/s320/cotidiano.jpg" width="320" /></a></div>
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Recebi essa mensagem do Namorado e, além de ter ficado feliz, fiquei pensando em cada gesto pequenininho que serve de adubo pros amores que vivemos. A gente não se dá conta, mas certas atenções, certos detalhes, são tão bonitos, são tão importantes... São eles que servem de cimento, de base, pra um relacionamento durar. </div>
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Nenhum relacionamento é o mar de rosas que insistem em mostrar nas redes sociais. Claro, ninguém quer ver briga ou postar desavenças, mas todos nós sabemos, por mais que queiramos acreditar só no que convém, que a vida a dois tem seus dias difíceis. Há diferenças, tem a TPM, irritação, há rotina, mesmice. Há o desgaste, a falta de paciência.</div>
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Meu relacionamento com o Namorado não é diferente de nenhum outro. Temos nossas chatices, uns dias meio atravessados, períodos em que estamos mais distantes um do outro, períodos em que estamos apaixonados. Muito apaixonados. E isso é muito legal em relações longas: poder se reinventar, mudar e ver-se apaixonando pela mesma pessoa várias vezes. </div>
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Passei muito tempo da minha vida acreditando em paixões, em amores de novela, daqueles que tiram o sono e fazem você não conseguir fazer nada, a não ser pensar no objeto de seu amor. Quebrei a cara solenemente diversas vezes até entender que o amor, muitas vezes, vem manso, sorrateiro, tomando conta de tudo bem de pouquinho em pouquinho. Esse amor que chega devagar é visto como um amor menor. É mais ou menos assim: se houvesse uma classificação para os tipos de amor, esse seria o menos valorizado. Por outro lado, o mais valorizado, sem dúvida, seria o retratado em novelas, filmes: o amor arrebatador, aquele que você olha pra pessoa e PÁ, cai no chão com a pancada. Só que amor é amor, independente das circunstâncias e as pessoas deveriam ter mais consciência disso. Se tivessem, talvez se permitissem viver outras histórias, talvez se permitissem enxergar pessoas que não enxergam por estarem presas à padrões que estabeleceram pra si mesmas. Talvez deixassem esse amor lento invadir a vida delas e ... ficar. </div>
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Conheci o Namorado em um posto de gasolina, antes de uma saída, apresentados por uma amiga em comum. Depois, fui apresentada a ele mais umas duas vezes por essa mesma amiga porque eu nunca lembrava quem ele era quando voltávamos a nos encontrar. Óbvio que, por isso, ele me considerava a mais esnobe, entojada e indelicada das mulheres. Tanto que na terceira vez em fomos apresentados, ele me disse:</div>
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- Estou cansado de ser apresentado a você. Veja se não me esquece porque não vai ter outra vez. </div>
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Bastou. Não esqueci mais. A partir daí foram várias saídas como amigos, muito papo, muita risada, muita cumplicidade. Até que um dia - e não me pergunte qual foi esse dia porque não saberia dizer - percebi que o Namorado deveria ser meu. E eu dele. Percebi que éramos felizes juntos. Não me apaixonei porque olhei pra ele e vi isso instantaneamente. Não me apaixonei porque o achei irresistível. Não me apaixonei porque ele era bem sucedido ou tinha uma família legal. Não foi nada grandioso, nada estupendo, o que me fez gostar dele. Mas foi um monte de coisinhas.... Um monte de coisinhas miúdas que formaram uma montanha enorme de bem querer, de delicadezas, de um sentimento leve, leve. Foi um telefonema no meio do meu dia pra escutar minha voz. Foi uma conversa na qual percebi que ele realmente me escutava ou se importava com minha opinião sobre algum assunto. Foram várias situações em que notei que ele era um cara seguro e que gostava de me ver brilhar. Foi lembrar do que eu gosto de comer e trazer pra mim. Foi rir junto comigo de alguma idiotice que falei, sem fazer com que me sentisse burra. Tudo isso fez nosso amor comum ser um amor sólido, duradouro. Único. Nosso. Lindo.</div>
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Não vivemos numa montanha russa de emoções, não vivemos em loucura. Não temos brigas enormes e não temos celebrações bombásticas para selar paz depois dessas brigas. Alguns dirão que é um relacionamento morno. Eu diria que vivenciamos um amor delicioso, calmo, lindo e feliz. Vivemos uma relação saudável de muita parceria, respeito e muita, muita confiança. Longe de sermos perfeitos, somos duas pessoas que se encaixaram. E isso aconteceu um pouquinho a cada dia desses 13 anos de convivência. Eu sei que nenhum relacionamento tem garantias de durar pra sempre. Eu sei que não dá pra prever nada na vida. Mas sei que se tivesse que apostar em algum "tipo de amor" (se isso existisse!) eu não pensaria duas vezes: eu apostaria no nosso. </div>
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Eu aposto em nós dois, Namorado! </div>
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A menina e os pensamentoshttp://www.blogger.com/profile/07877748646712359687noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7010088215877979035.post-2443436448541105962017-05-10T13:10:00.000-07:002017-05-10T13:19:13.650-07:008 anos<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyXu0peQIdqt1vnAzzO9xsOlCtST5feeDt_zc95_1y6CVsCyuVGgcG7U75ds7jO48Tx_FDo4TANYoT6H6mp486FJ6G3R8c_0orluKdqnpQRCfLOYkY8PesjuJxIaW21UUevxdsN93ErKU/s1600/Guel+1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyXu0peQIdqt1vnAzzO9xsOlCtST5feeDt_zc95_1y6CVsCyuVGgcG7U75ds7jO48Tx_FDo4TANYoT6H6mp486FJ6G3R8c_0orluKdqnpQRCfLOYkY8PesjuJxIaW21UUevxdsN93ErKU/s320/Guel+1.jpg" width="214" /></a></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXwgwd2EiziqhgNEnwwSGDey5l-Y_p90IGQSP4eJVTdImoUMHMAC4Yy-jHzsWHCwdzpGtRp_7lDPfTz3dj6bRnJeV4Stn6rh0BInzqx1MATc5TPYq8mTKBqJ7a0HixM-hcfZi83JArtFs/s1600/guel+3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXwgwd2EiziqhgNEnwwSGDey5l-Y_p90IGQSP4eJVTdImoUMHMAC4Yy-jHzsWHCwdzpGtRp_7lDPfTz3dj6bRnJeV4Stn6rh0BInzqx1MATc5TPYq8mTKBqJ7a0HixM-hcfZi83JArtFs/s320/guel+3.jpg" width="214" /></a></div>
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Miguel, tanto pra te dizer e ao mesmo tempo nada diferente do que falo pra você todos os dias. Nosso relacionamento é íntimo, é forte, é de entrega total. Eu me entrego pra você como nunca antes a ninguém. E você se entrega a mim lindamente. </div>
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<br /></div>
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Relacionamentos são construídos feito uma casa, filho. Uma boa base e, depois, tijolinho por tijolinho vamos formando uma residência resistente, firme e bonita. Nosso amor é assim também: vai aumentando todo dia, vai ficando ainda mais forte e vamos construindo uma intimidade e confiança muito gostoso de se ver. Confiança não vem do dia pra noite. Dá trabalho, é conquistada no dia-a-dia, em nossas batalhas diárias. </div>
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<br /></div>
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Não sei se é porque você é meu único filho (tenho impressão que não é por isso), mas não perco nada da gente. Não adio nada, não protelo nada. Tudo com relação a você pra mim é urgência, é prioridade, é topo. Absorvo tudo o que aprendo com você e tomo desse amor todo dia, como se fosse um poção que vai me garantir um dia feliz. Há oito anos minha vida tem mais graça, tem mais cor, tem mais loucura, tem mais intensidade. Há 8 anos tenho mais preocupação, tenho mais vontade de ser mais bacana. Há 8 anos acordo pensando em você e é você meu último pensamento antes de dormir. Há 8 anos morro de medo de que algo lhe aconteça, morro de medo de que você seja arrancado de mim e de ter que lidar com essa dor. Há 8 anos lido com sua mão na minha quando a gente anda na rua. Há 8 anos a melhor música é o som da sua gargalhada e dos barulhinhos que você faz brincando com seu inseparável tubarão, braço de dinossauro e machadinha verde. E eu não me canso de você. Nunca.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Pra quem está de fora, posso parecer uma mãe que mima o filho. Talvez eu seja criticada por isso. Talvez digam que eu viva demais pra você. Talvez tenham razão, mas o fato é que eu não quero ser diferente. Sim, mimo você. Dou tudo o que posso. Sempre. Além de jogos e bonecos, dou meu tempo, minha paz, meu colo, meu amor. E, ao contrário do que dizem os psicólogos de plantão, vejo você crescendo um menino educado, sensível, atento às necessidades dos que o cercam, carinhoso demais, bonito. Um menino que não me questiona quando digo que não posso comprar alguma coisa pra você porque tem a certeza de que será a primeira coisa que farei quando puder dar a você o que pede. Ao contrário do que os especialistas alardeiam, vou dormir na sua cama com você quando você diz que está com saudade de dormir comigo e levo você pra viajar comigo e com o papai mesmo quando me dizem que o casal precisa de momentos a sós. Sabe porque não ligo a mínima pro que dizem, filho? Porque não vai demorar muito você vai preferir sair com seus amigos a sair com seus pais, vai preferir dormir na cama com sua namorada e não vai mais querer conversar comigo no escurinho do quarto antes de pegar no sono. Você terá seus interesses e esses podem não ser iguais aos meus e... tudo bem! É pra isso que estou educando você, filho. Pra você voar. Então, não vou apressar esse tempo em que você não vai precisar mais tanto de mim. Ele vai chegar no momento certo e enquanto não chega eu aproveito TUDO. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Outro dia, depois de chegar em casa cansada e vindo do mercado onde comprei várias coisas que você gosta de comer, você me disse que queria comer bolo. E não tinha bolo em casa. Ofereci um desses bolinhos prontos e você me disse que não era esse o bolinho que queria, você queria bolo fresquinho, do forno. Respirei fundo, pensei no banho que já pensava em tomar e na sua vontade não satisfeita. Calcei meus sapatos de novo e peguei a chave do carro. Falei pra você que iria sair pra comprar o bolo que você queria. Você disse que vinha comigo. Fomos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Estacionei o carro e saimos caminhando de mãos dadas. Você me disse:</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Nossa, mãe, você é a melhor mãe do mundo. Já tinha vindo do trabalho e mesmo assim saiu de novo só pra comprar o bolo que eu quero... Obrigada!</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu falei pra ele:</div>
<div style="text-align: justify;">
- Filho, você merece. Mas sabe de uma coisa? Um dia, quando eu era da sua idade, falei pra minha mãe que queria comer um biscoito que não tinha na minha casa. Minha mãe também estava cansada, mas ela se vestiu e saiu pra comprar o biscoito que eu queria comer. Ela fez por mim o que estou fazendo por você. Feliz. E eu estou feliz de poder fazer isso por você. E, tenho certeza, um dia você fará o mesmo por seu filho. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Você olhou pra mim e nada falou, assentiu com a cabeça e sorriu. </div>
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<br /></div>
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Miguel, você é um menino especial pra mim. Sempre será. Saiba que não é especial pro mundo todo, aprenda que sempre haverá alguém mais inteligente, mais bonito, mais corajoso. Entenda que não é o centro do universo. Entretanto, nunca esqueça que você é único, que não existe ninguém que seja igual a você. Suas qualidades são inúmeras, seu carisma é incrível, mas sua maior qualidade é sua persistência, sua garra. Não desista do que quer. Não se entregue fácil. A vida é dura mas você é forte, filho. Eu estarei com você, sempre a seu lado. De longe ou de perto. Eu fui escolhida pra ser sua mãe, você me aceitou como sua companheira nessa jornada e eu vou fazer de tudo pra cumprir bem meu papel. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Você é um filho maravilhoso. Uma alegria, uma luz. É meu bebê. Minha vida. Meu preto. Meu rei. Meu Guel. Te amo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Parabéns, filho!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mamãe.</div>
A menina e os pensamentoshttp://www.blogger.com/profile/07877748646712359687noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7010088215877979035.post-58264761248431237072017-03-23T12:05:00.006-07:002017-03-23T13:12:49.191-07:00Obrigada, Sheila!<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsgHZOOEtVnPLvhSSduOVUth_7Fe4uzfQdxalNzjwX9TrAzxWZPiYSyKT1kjYcqDIzth7SjqskqjRVkZ5HPMY6zzp2r5gDWKBZy7NaAJDuRSqMc6KXRAWOMD-itn6uU1bgNNCIYYPnA68/s1600/Sheila.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsgHZOOEtVnPLvhSSduOVUth_7Fe4uzfQdxalNzjwX9TrAzxWZPiYSyKT1kjYcqDIzth7SjqskqjRVkZ5HPMY6zzp2r5gDWKBZy7NaAJDuRSqMc6KXRAWOMD-itn6uU1bgNNCIYYPnA68/s320/Sheila.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sheila, </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
quando o Miguel tentou fazer natação pela primeira vez, com 3 anos, foi um fracasso. A professora não tinha jeito com ele, ele não se sentiu à vontade com a professora do clube e, por fim, acabei deixando pra lá porque Miguel estava ficando mais apavorado que motivado pra entrar na piscina. De qualquer forma, o episódio serviu para que eu observasse seu trabalho com outras crianças, enquanto tentava fazer Miguel entrar na piscina. E eu gostei do que vi. Guardei a imagem de você dando aula e pensei que com você, quem sabe, meu filho pudesse ter mais vontade de entrar na piscina. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Passado 1 ano, Miguel já com 4, conversando com minha irmã que já conhecia seu trabalho, surgiu a ideia de Miguel fazer aulas particulares com você. Assim, acertamos os dias e os horários e você conheceu um menino ainda medroso, desconfiado e sem muita vontade de fazer natação. Um menino reclamão e que só queria brincar com você. Perdi a conta das inúmeras vezes que ele interrompia a aula dizendo que queria fazer xixi, só pra sair da piscina. Você nunca perdeu a paciência, você sempre encontrou um jeito de trazê-lo de volta, você sacou, quase imediatamente, que pegaria o Miguel no lado lúdico, que ensinaria meu filho a nadar através de brincadeiras. Outra coisa importante: entendeu que Miguel não é menino cheio de frescuras e sempre conversou com ele de igual pra igual. E, brincadeira vai, brincadeira vem, vi meu filho dando suas primeiras braçadas. Vi Miguel atravessar a piscina nadando, vi você deixar que ele ganhasse de você nas competições que fazia com ele e vi também a hora em que você já não conseguia mais ganhar de seu aluno. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Encantada, porque nunca aprendi a nadar, notei que ele tinha talento nas piscinas, havia puxado ao pai que foi excelente nadador e campeão, inclusive, de vários campeonatos estaduais e brasileiros. Orgulhosa do nosso peixinho, vi que ele era um garoto corajoso que entrava na piscina até no inverno e encarava junto com você a piscina de água fria ao ar livre. O clube vazio, só eu sentada assistindo e vocês dois dentro da água. Eu ia chegando perto da piscina e todos os funcionários já nos diziam: chegou o garoto mais corajoso do clube! E Miguel seguia em direção a piscina todo vaidoso. Ao término da aula, saia tremendo de frio algumas vezes, mas sempre vitorioso. Não reclamava mais, nem pedia pra ir ao banheiro. O progresso foi nítido. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Por tudo isso, Sheila, é que quero que saiba o quanto sou grata a você. Muito. Você não ensinou meu filho apenas a nadar. Você deu a ele coragem pra participar de competições, aumentou sua auto-estima absurdamente, fez com que ele soubesse que pode ganhar se houver dedicação e que ele tem talento. Você mostrou em todas as aulas o quanto acreditava no potencial dele nas piscinas. Mostrou que nem sempre se ganha, mas sempre se deve dar o melhor. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Muito obrigada por ter tratado o Miguel de um jeito único, talvez o único que fosse despertar nele a vontade de ficar na piscina com você. Obrigada por ter dado a confiança necessária pro Miguel fazer o teste pra entrar na equipe de natação do VASCO. Ele conseguiu e devemos isso a você! Você sempre estará guardadinha no nosso coração, eternizada na história da vida do Miguel. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Obrigada por ser essa professora maravilhosa... Você é assim porque ama o que faz! Obrigada por ter recebido um bebê inseguro de 4 anos e estar observando seu menino de quase 8 nadar pra longe de você. Longe dos olhos, mas sempre pertinho do seu coração. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Com amor, </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Paula </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
A menina e os pensamentoshttp://www.blogger.com/profile/07877748646712359687noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7010088215877979035.post-58639331029177801452016-12-24T06:15:00.000-08:002017-03-23T11:28:15.335-07:00Papai NoelLi um artigo outro dia com uma ótima sugestão para contar pra crianças que estejam desconfiando da existência de Papai Noel. Achei muito apropriado pra mim porque Miguel vem me perguntando a respeito. Então, vou deixar aqui registrado a cartinha que escrevi pra ele em nome do Papai Noel porque o presente que ele queria ganhar não chegou. Acho que vai dar certo....<br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "french script mt"; font-size: large; line-height: 107%;"><i><b>Miguel,
quero lhe pedir desculpas porque esse ano eu me enrolei muito com a compra dos
presentes de Natal. Cada vez existem mais crianças no mundo e muitas não tem
nada, sabe? Mas eu não desisto de ajudar e de tentar fazer com que o Natal seja
um dia mais feliz. Eu esqueci de trazer seu brinquedo (Lego Dimensions) da
Finlândia – onde fica a minha casa – e quero que me perdoe por isso. Deixei uma
lembrança e quero que você saiba que seu presente vai ser enviado pelos
correios. Assim que eu chegar em minha casa para descansar de todo esse
trabalho, vou enviar seu presente. <o:p></o:p></b></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "french script mt"; font-size: large; line-height: 107%;"><i><b>Você
foi um menino ótimo durante o ano todo! Merece ganhar o que pediu, sim. É muito
carinhoso com suas avós, respeitador com seus professores e colegas e uma
alegria na vida de seus pais. Além disso, está lutando para ter boas notas,
vencendo seus medos. Eu vejo seu esforço e dedicação.<o:p></o:p></b></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "french script mt"; font-size: large; line-height: 107%;"><i><b>Quero
conversar com você também sobre outro assunto... Você cresceu muito no último
ano, está mais alto, mais responsável. Mas tem uma coisa que nem todo mundo consegue
ver, mas eu vejo: seu coração está maior também. Eu posso perceber o tamanho do
seu coração bondoso quando não deixa sua avó caminhar sozinha pelo shopping, quando
tentar ajudar alguém, quando chora emocionado com um filme, quando quer
proteger sua mãe na rua e quando tem sempre um sorriso no rosto para todos que
chegam perto de você. <o:p></o:p></b></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "french script mt"; font-size: large; line-height: 107%;"><i><b>Na
verdade, Miguel, seu coração cresceu tanto que estou certo de que você está
pronto para se tornar um Papai Noel. <span style="background: white;">Você
provavelmente notou que a maioria dos Papais Noeis que você vê são pessoas</span><span style="background: white;"> </span><span style="background: white;">vestidas como ele. Alguns de seus amigos já devem
ter lhe contato que Papai Noel não existe. Muitas crianças pensam isso porque
elas ainda não estão preparadas para ser um Papai Noel. Mas você está.<o:p></o:p></span></b></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b><span style="font-size: large;"><em><span style="background: white; font-family: "french script mt"; line-height: 107%;">Papai
Noel é qualquer pessoa que queira ajudar, qualquer pessoa que faça o bem, que
divida o que tem com outra pessoa. </span></em><em style="text-indent: 47.2px;"><span style="background: white; font-family: "french script mt"; line-height: 31.3867px;">Pode ser um copo de água, um prato de comida, um carinho, um sorriso. </span></em><em style="text-indent: 35.4pt;"><span style="background: white; font-family: "french script mt"; line-height: 107%;">Todos podemos ser Papai Noel, é só querer. Muitos demoram mais tempo para ficar prontos, alguns nunca ficam prontos e preferem acreditar que Papai Noel não existe. </span></em></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<em><span style="background: white; font-family: "french script mt"; font-size: large; line-height: 107%;"><b>Eu
reparei que você está pronto! Não precisa mais tanto de mim porque de hoje em
diante será também um Papai Noel. Tive certeza disso quando você esteve com sua
mãe naquela festa, ajudando aquelas crianças que não tem brinquedos e coisas
gostosas para comer em suas casas. Você deu picolé para elas, brincou, sorriu,
teve paciência e ajudou a entregar os presentes. Vi que você está pronto quando
conversou com a Katia querendo saber de seus problemas e tentando encontrar uma
solução. Sem dúvida, você está preparado para ser um Papai Noel, assim como seu
pai e sua mãe também são. <o:p></o:p></b></span></em></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<em><span style="background: white; font-family: "french script mt"; font-size: large; line-height: 107%;"><b>Por
isso, a partir de hoje, você sabe que eu existo. E que tenho muitos amigos que
também são Papai Noel espalhados pelo mundo inteiro. Você também é Papai Noel e
tem uma missão secreta que não deve contar a ninguém, somente para seu pai e
sua mãe. Todas as vezes que você encontrar alguém precisando de alguma coisa e
notar que você pode ajudar, ajude. Essa é a tarefa do Papai Noel. Você não pode
fazer mais que suas possibilidades, mas pode contar com a ajuda de seu pai e
sua mãe para ajudar quem você quiser e achar que precisa de ajuda, está bem?
Continue assim e eu continuarei a lhe trazer seu presente todo final de ano.
Você merece! Boa sorte com seu novo trabalho como Papai Noel! E lembre-se
sempre: fazer o bem e dar amor só traz ainda mais bondade e amor para nossa
vida.<o:p></o:p></b></span></em></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<em><span style="background: white; font-family: "french script mt"; font-size: large; line-height: 107%;"><b>Lembre-se:
tenha paciência porque logo, logo seu presente chegará!<o:p></o:p></b></span></em></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<em><span style="background: white; font-family: "french script mt"; font-size: large; line-height: 107%;"><b>Com amor,<o:p></o:p></b></span></em></div>
<span style="font-size: large;"><i><b><br /></b></i>
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<em><span style="background: white; font-family: "french script mt"; font-size: large; line-height: 107%;"><b>Papai Noel. </b></span></em><span style="font-family: "french script mt"; font-size: 22.0pt; line-height: 107%;"><o:p></o:p></span></div>
A menina e os pensamentoshttp://www.blogger.com/profile/07877748646712359687noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-7010088215877979035.post-23609930292832693702016-05-10T06:48:00.000-07:002016-05-10T06:48:16.614-07:007 anos<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZ2BTPWKqPGo9E06DudBdfF6mX6_BfD2oPnXH2I3LBT41k3rAWclXExY5GK3HrcMjbrOSWJMkATYFA_0q2A8xkq3Qdm72utBoB8WdZLuOHQIZPrXuxuR1xity2wa7LQe56wpfAZJYtODM/s1600/DSC_0210.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="211" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZ2BTPWKqPGo9E06DudBdfF6mX6_BfD2oPnXH2I3LBT41k3rAWclXExY5GK3HrcMjbrOSWJMkATYFA_0q2A8xkq3Qdm72utBoB8WdZLuOHQIZPrXuxuR1xity2wa7LQe56wpfAZJYtODM/s320/DSC_0210.JPG" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBGt3Vr3teSpUO0Kv6N2uhwhYgnIiQ4PdweTAhJJnUylI82-aucb-zzDYDopDwIMwV_pNVM6Jilc2JmTsw6q995PaKiGQz2Nm5KFTwxwthy8512pYtFC4YW5gu2z2mYoUFjIiUlrxcT6o/s1600/DSC_0159.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBGt3Vr3teSpUO0Kv6N2uhwhYgnIiQ4PdweTAhJJnUylI82-aucb-zzDYDopDwIMwV_pNVM6Jilc2JmTsw6q995PaKiGQz2Nm5KFTwxwthy8512pYtFC4YW5gu2z2mYoUFjIiUlrxcT6o/s320/DSC_0159.JPG" width="211" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Miguel, hoje é seu sétimo aniversário. Não consigo evitar me emocionar nesse dia tão importante pra mim. Na verdade, um dividor de águas na minha vida porque seu nascimento separou a Paula de antes do Miguel da Paula de depois do Miguel. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Então vou falar de mim, das mudanças que sua presença em minha vida operou. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Você virou tudo de cabeça pra baixo e confesso que quase enlouqueci. Foram 3 anos sem dormir uma noite inteira porque você sempre foi bom de boca e acordava pra mamar. Eu não tinha mais tempo pra mim, eu só tinha olhos pra você e sentia falta da minha vida livre e descompromissada de antes de você. Tudo parecia muito pesado, a rotina extenuante. Eu que sempre devorei livros, passei quase dois anos inteiros sem ler nada. Pra algumas mulheres é fácil, filho. Pra mim, foi bem complicado. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas a mágica da maternidade começou a atuar na minha existência. De pouquinho em pouquinho, me descobri uma mulher diferente, com meu coração e olhos ligados em você. Cheia de interesses diversos dos seus, mas com um amor capaz de me fazer abrir mão de muita coisa pra estar perto de você e pra ver você feliz. Hoje sou uma Paula muito chorona, uma Paula cada vez mais ciente de minhas limitações e com muita vontade de superá-las porque você existe. Eu quero ser melhor pra poder deixar você livre, quero ser melhor pra poder deixar você voar sabendo que seu ninho sempre estará guardado no quentinho do meu colo. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ontem, quando você cismou que queria comer sonho e eu dei um jeito de achar o tal do sonho pra você, feliz por ver você feliz se lambuzando de doce de leite, lhe disse:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Essa sua mãe sempre dá um jeitinho de fazer você feliz, né, Guel?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Muito pé no chão, muito maduro, me deu aula na resposta, como está virando costume:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Sim, mãe. Mas, olha, nem sempre você consegue.... Mas eu sei que você sempre tenta me fazer feliz. Você sempre se esforça, você nunca desiste, mãe... </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Filho, uma vez desejei que você soubesse que não sou a mulher maravilha, que sou humana e cheia de falhas. E você me mostrou que aos 7 anos já entendeu isso. Sou somente uma mulher que se tornou mãe ao seu lado e que se esforça arduamente em cada minuto do seu dia pra acertar. E é verdade, Miguel... Nem sempre consigo. Que maravilha saber que você sabe que eu tento, sempre e muito, com todas as minhas forças, fazer você feliz. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Obrigada por esses 7 anos ao meu lado. Te amo mais que tudo. Você é minha vida, meu presente.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Feliz aniversário!!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mamãe</div>
A menina e os pensamentoshttp://www.blogger.com/profile/07877748646712359687noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7010088215877979035.post-68000943983338467292016-05-07T08:01:00.001-07:002016-05-07T08:13:44.676-07:00O mais importante<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/odHKKjPXt1A/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/odHKKjPXt1A?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Essa nossa última viagem de férias foi uma grata surpresa. Recebemos tantos presentes do universo, foram tantos momentos felizes, divertidos e encantadores que fica difícil escolher um. Uma sequência de dias lindos que incluíram ver neve caindo e baleias pulando no mar da costa do Oregon enquanto tomávamos café da manhã. E o inesperado é sempre tão mágico, tão delicioso. Não dá pra esquecer.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No último dia de viagem estávamos jantando e foi inevitável que a conversa girasse em torno de tudo o que tínhamos tido a oportunidade de viver, de conhecer, de aprender durante nossas férias. Na conversa, houve um momento em que me lembrei desse video aí do post. Nele, pergunta-se a vários pais quem eles escolheriam para jantar se pudessem escolher qualquer pessoa, viva ou morta, para viverem esse momento de partilharem uma refeição. A mesma pergunta foi feita para os fihos desses adultos minutos depois. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Lembrei do video porque em dado momento cada um de nós começou a pontuar seu momento preferido ou lugar preferido da viagem. Namorado disse que seu momento preferido foi ter conhecido a fábrica da Boeing em Seattle. Berenice disse que amou o Crater Lake National Park (que é mesmo de tirar o fôlego de qualquer um!) e eu disse que amei ser surpreendida pela baleia saltitante em sua rota de retorno depois do inverno em nosso café da manhã em Yachats. Aí chegou o momento do Miguel dizer o que mais havia gostado em toda a viagem. E aí meu bebê, aquele que outro dia ficava no meu colinho o dia inteiro, usando fraldinhas, dormindo em seu berço, falou assim:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Nossa... Eu gostei de tudo, sabe, mãe? Nossa viagem foi linda. Mas o que eu mais gostei mesmo foi de ter passado todos esses dias juntinho com a minha família!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu, Namorado e Berê trocamos olhares emocionados. Todos preplexos com a pureza da resposta e sua grandiosidade. Eu chorei. A lágrima pulou do meu olho sem eu querer. E eu quero, de novo e de novo e de novo, agradecer a Deus por ter um filho como o Miguel. Alguém que me faz lembrar o que realmente é importante na vida. Como eu amo esse menino....</div>
A menina e os pensamentoshttp://www.blogger.com/profile/07877748646712359687noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7010088215877979035.post-56199925153549097642016-05-05T13:46:00.001-07:002016-05-05T14:12:13.970-07:00Intimidade<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWtmXbMnsMnmYegpsTq3xbjDl6xMimAcb_Dam3sdZLwydfZFn-jkpFjfjhTGYaEisEEesqApaBpyM-I1pa4rNFBAEoD0qJAiMJIWuaT77y0udlqnKZQFOVChHPc_dXfYZLHz6PwLX_pIs/s1600/FullSizeRender+%252820%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWtmXbMnsMnmYegpsTq3xbjDl6xMimAcb_Dam3sdZLwydfZFn-jkpFjfjhTGYaEisEEesqApaBpyM-I1pa4rNFBAEoD0qJAiMJIWuaT77y0udlqnKZQFOVChHPc_dXfYZLHz6PwLX_pIs/s320/FullSizeRender+%252820%2529.jpg" width="195" /></a></div>
<br />
<br />
Intimidade é algo construído dia-a-dia. Não é algo que se adquire de uma hora pra outra. Desconfio muito de relacionamentos que parecem íntimos de repente, do nada. Na minha cabeça, é difícil eu conhecer alguém hoje e amanhã ser a melhor amiga de infância. Na minha casa convivia com meu pai muito mais tempo que com minha mãe (meu pai passava mais tempo em casa que minha mãe), mas tinha muito mais intimidade com minha mãe que com meu pai. Minha mãe estava disponível pra me escutar, meu pai representava o imprevisível, era o que eu não conhecia e isso me dava medo. A bebida interferiu muito na nossa relação uma vez que qualquer pessoa torna-se duas se bebe: uma quando está sóbria e outra quando está sob efeito do álcool. Eu ficava um pouco perdida, meio sem saber como agir e isso só mudou quando eu já era bem adulta, com maior compreensão. Conforme fui perdendo a revolta pelo tempo perdido, mais fácil foi perdoar e seguir em frente. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Desde que Miguel nasceu, tenho em minha cabeça esse objetivo: de que meu filho tenha confiança em mim, que a gente possa ter intimidade pra me contar suas dificuldades, suas faltas, suas vitórias, seus medos, seus anseios. E como sei que intimidade se constrói todo dia um pouquinho, nas pequenas atitudes, nas coisas bobas do nosso cotidiano, fui procurando estar dispoível pra ele, ao alcance de sua mão, mesmo longe fisicamente, por vezes, mas presente na qualidade do nosso tempo. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu quero conhecer meu filho e me surpreendo e me chateio com tudo o que vou aprendendo sobre ele. Ele não veio ao mundo pra satisfazer minhas expectativas, não veio ao meu encontro pra mostrar pro mundo o quão boa mãe eu sou. Ele veio pra ser ele e eu repito isso como um mantra para que possa aprender e respeitar. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sempre procuro saber do dia do meu filho. O que aconteceu na escola, o que o fez feliz, o que o fez dar risada e sei, só de olhar pra ele, se viveu algum momento de tensão, insatisfação. Se brigou com algum amigo, se está com raiva por alguma razão. Na maior parte das vezes, quando não quer falar na hora que eu pergunto, sei que mais tarde ele virá me contar o que houve, no tempo dele. Todos os dias antes de dormir rezamos e conversamos. A conversa gira em torno das coisas bobas do dia, o que vamos fazer no final de semana, o que gostaríamos que acontecesse. E é no escurinho do quarto que nos abrimos mais. Ele fala muito dele mesmo porque eu pergunto muito o que ele pensa disso e daquilo. Sobre a escola, assunto recorrente em nossas conversas, pergunto sempre se tem ficado de boquinha fechada (ele conversa muito e é agitado), se tem se atrasado pra fazer as atividades propostas pela professora (com tanta conversa, algumas vezes se atrasa pra copiar as atividades), se conseguiu ir pro recreio (às vezes ele perde o recreio pra colocar suas tarefas em dia), enfim, busco saber dele e dou conselhos. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Essa semana, depois dessa nossa conversa que acaba quando já estou com os olhos fechando de tanto sono (não raro ele ainda quer continuar a conversa quando já nem aguento mais abrir minha boca), fui dizer boa noite e ele falou:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Não, mãe... Peraí... Quero saber umas coisas de você. Posso perguntar? </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Respondi que sim e esperei. Miguel começou:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- E no seu trabalho, mãe? Como foi o seu dia? Os alunos estão indo pra escola? Tem alguém que está faltando muito? Você teve que conversar com muitos pais hoje? Você fez todas as suas atividades ou tem alguma atrasada? Você conversou com seus amigos do trabalho?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nossa... Fiquei rindo por dentro e fui respondendo cada uma daquelas perguntas muito impressionada por meu filho saber tanta coisa do meu local de trabalho. As perguntas que me fez são muito pertinentes ao meu dia-a-dia, ele escuta minhas conversas com o Namorado e sabe muita coisa sobre o meu dia. E também sabe transferir as preocupações que mostro ter com sua escola para o meu trabalho. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu achei tão lindo ele demonstrar essa preocupação, querer saber de mim, do meu dia, da minha rotina. Senti uma parceria bonita crescendo, fazendo parte do nosso relacionamento. Senti um carinho verdadeiro, uma entrega. Ele se importa comigo, tanto quanto me importo com ele. E isso é tão bom de sentir, principalmente no relacionamento mãe e filhos. Estamos tão acostumadas a nos doar sem esperar NADA em troca que ficamos surpresas quando vemos que o filho se importa com a gente. Talvez porque pra mãe o mais importante é ver o filho feliz, não estamos acostumadas a pensar em retorno quando tratamos desse tipo de relacionamento. Por isso que dizem por aí que é o único amor incondicional. E é a mais pura verdade. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu e Miguel estamos construindo nosso relacionamento um pouquinho a cada dia. E é muito bonito de ver que sinto estar indo pro caminho certo nesse sentido. Estamos ficando íntimos, de pouquinho em pouquinho. Miguel me devolve, em suas atitudes, muito, muito amor. E ele nem sonha o quanto sou feliz só por ele existir em minha vida... </div>
<br />
<br />A menina e os pensamentoshttp://www.blogger.com/profile/07877748646712359687noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7010088215877979035.post-10198233814549423532016-03-21T12:28:00.000-07:002016-03-21T12:38:03.876-07:00Coelho da Páscoa<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_cdDDDvYEuKCKvUAK7Zoicn64Krn5egk11NxqULPDHo-Vc2jsX9eceYlEUzM-PnGFet8nvqMrwdOWwgukEBnE1Zhz_B7gX2eE5v-0DZUPQgIzqySqNqcm3HsUOYHNahkC8_kKqVkm4pY/s1600/cute-bunny-brings-easter-egg.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_cdDDDvYEuKCKvUAK7Zoicn64Krn5egk11NxqULPDHo-Vc2jsX9eceYlEUzM-PnGFet8nvqMrwdOWwgukEBnE1Zhz_B7gX2eE5v-0DZUPQgIzqySqNqcm3HsUOYHNahkC8_kKqVkm4pY/s320/cute-bunny-brings-easter-egg.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
Quando pequena, minha mãe sempre escondeu os ovos de Páscoa dizendo que o coelho os havia trazido. Nunca fiz isso com o Miguel. Sempre comprei o ovo de chocolate pra dar a ele, a família toda sempre o presenteou com ovos de Páscoa, mas realmente nunca fiz a brincadeira de domingo de Páscoa com ele. Esse meu jeito muito prático de ser, muitas vezes atrapalha. Eu faço o estilo "a vida nua e crua" e deixo a desejar no que diz respeito à fantasias. Até porque tenho preguiça dessas coisas, sabe? Fazer pegadinhas de coelho com adesivos pela casa ou com talco, fazer o rastro do coelho pra levar até os ovos de chocolate, deixar pistas pela casa... aff... Canso só de pensar. Podem me julgar, mas não tenho o menor saco pra essas coisas. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Esse ano, com o preço do ovo de Páscoa nas alturas, fui conversar com meu filho e lhe disse:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Filhote, esse ano a mamãe não vai comprar ovo de Páscoa pra ninguém, estão muito caros. Além disso, a gente tem sempre chocolate em casa e não vale a pena gastar esse dinheiro só pra comer chocolate em forma de ovo. Seria uma bobagem. Tudo bem, Miguel?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Aí, meu filho que me escutava atentamente, manda essa pérola, muito sério:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Tá bom, mãe. Também... Esse coelho da Páscoa NUNCA me trouxe um ovo mesmo... Se nem ele me trouxe ovo, eu não vou ficar chateado se você não me der.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Fiquei olhando pra cara dele, sem ter o que dizer. Me dei conta, naquele instante, que o fato de eu nunca ter escondido os ovos de Páscoa pela casa na intenção de fazer meu filho acreditar que tinham sido trazidos pelo coelho, não fez Miguel não acreditar no tal coelho, apenas fez com que ele acreditasse que o coelho, sabe-se lá por que motivo, nunca esteve lá em casa, nunca lembrou de trazer o ovo dele. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Decidi que esse ano serei "uma mãe melhor" e que vou esconder o ovo "trazido pelo coelho". Conversando com o Miguel, disse que tinha passado um email para o coelho da Páscoa - tempos modernos! - pra conferir se ele sabia exatamente onde ficava nossa casa. E que o coelho disse que estava com o endereço errado por todos esses anos, mas que dessa vez acharia nossa casa, com toda certeza. Aí, Miguel me perguntou:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Mãe, por onde será que o coelho vai entrar na nossa casa?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Respondi:</div>
<div style="text-align: justify;">
- O Coelho da Páscoa sempre acha um jeito, eles são muito rápidos e espertos. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Miguel continuou:</div>
<div style="text-align: justify;">
- Mas, mãe, você pode passar outro email pro coelho pra gente pedir outra coisa pra ele?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Meu Deus, pensei, o que mais esse garoto vai querer que o tal do coelho faça? Entretanto, mediante a culpa de ter deixado meu filho sem a fantasia lúdica do ovo de Páscoa trazido pelo coelhinho por todos esses anos, disse ao Miguel que tudo bem, poderia passar outro email e perguntei o que ele queria que eu escrevesse pro coelho. Miguel respondeu:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Mãe, será que você pode pedir pro coelho esconder meu ovo em um lugar bem fácil de encontrar? Fala pra ele, mãe, que eu sou um menino preguiçoso pra ficar procurando muito tempo...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Resumo da ópera: eu sou a mãe perfeita pro meu filho. Eu com preguiça de esconder os ovos, ele com preguiça de procurá-los. Deus é ou não é maravilhoso?</div>
<br />
<br />
<br />
<br />A menina e os pensamentoshttp://www.blogger.com/profile/07877748646712359687noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7010088215877979035.post-46666536584797090742016-03-15T12:46:00.002-07:002016-03-15T13:15:59.286-07:00Aniversário de CCAA<div style="text-align: justify;">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhHjJilYvlNXXLgJ8mOybXuuJtOi4QVqP6QpB2uT4mqGZssmlmHEgrGN4FlkKT3vNRrP9OlR0U3WS8vfH9GnEiDClfHcqdrHj6lVWP2Dw_bmHka2LajnrwEYuWPvyTXzSt8sGtSMFEjG8s/s1600/ccaa--itaparica.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="210" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhHjJilYvlNXXLgJ8mOybXuuJtOi4QVqP6QpB2uT4mqGZssmlmHEgrGN4FlkKT3vNRrP9OlR0U3WS8vfH9GnEiDClfHcqdrHj6lVWP2Dw_bmHka2LajnrwEYuWPvyTXzSt8sGtSMFEjG8s/s320/ccaa--itaparica.png" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
Entrei no CCAA com 13 anos. Nem pensava em estudar inglês fora da escola, onde tinha sérios problemas pra entender o verbo TO BE. Minha irmã surgiu com a ideia em casa e minha mãe nos matriculou. Desde a primeira aula, achei o máximo. Entendia tudo o que passei anos achando dificílimo. Nunca pensei que essa escola marcaria tanto a minha vida. Tive professores maravilhosos (Edna, Mansur, Soraya Farage) e, mesmo já cansada por tantos anos de estudo, devo a eles a alegria de ir pras aulas durante 6 anos e meio. Nunca imaginei que o CCAA não mais sairia da minha vida. Lá se vão 32 anos. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quando terminei o curso, sentia que ainda não era a hora de ficar longe do idioma pelo qual me apaixonei. Resolvi fazer o Teacher´s Course. No meio do caminho, senti um fogo aquecendo meu coração. Fazia faculdade de Relações Públicas, mas só pensava em dar aulas. Por isso, quando em 13 de março recebi o telefonema me oferecendo uma turminha que começaria no dia seguinte, eu exultava de felicidade. Depois, soube que a tal turminha era em Niterói e fiquei meio murcha. Tinha 21 anos, filhinha de mamãe, não tinha a menor ideia de como chegar em Niterói, mesmo assim aceitei. Telefonei pra minha mãe e contei a novidade dizendo que achava que não tinha feito muito bem em aceitar, afinal de contas, nem sabia como chegaria no CCAA de Niterói. Minha mãe, sempre sábia, disse o que eu precisava ouvir:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Filha, não interessa se você não sabe. Se não sabe, aprende! Você começa com uma turminha longe de casa, amanhã estará com outras mais perto. O importante é começar. Vai aceitar, sim!!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Lógico que aceitei. O CCAA de Niterói foi um local de muito aprendizado pra mim. Não só dentro da sala de aula, onde cada vez me sentia mais feliz, mas porque lá conheci pessoas que me incentivaram e ensinaram muito. Meu primeiro diretor, o Mauro, sempre foi muito bacana e educado, sempre teve um jeito tranquilo de colocar suas críticas, sempre buscando o crescimento de quem estava a seu redor. No CCAA de Niterói fiz amigos pra vida toda. Dei risadas deliciosas, chorei, vivi momentos que ficarão pra sempre. Tive outros diretores nos muitos CCAAs onde tive o prazer de trabalhar, Ana Lucia, de Ramos, Marisa, de São Cristóvão, Marcia, aqui da Ilha. Sempre serei grata pelo tanto que aprendi com essas pessoas. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O CCAA sempre acreditou em mim. As pessoas do departamento de ensino, do departamento de coordenação, sempre viram em mim algo que eu não enxergava na época. Sempre vivi a vida sem pensar tanto no futuro, sem muito planejamento de carreira. Eu estava feliz e pronto. Por causa de uma das coordenadoras, a Jane, sou diretora hoje. Ela foi quem me chamou e disse que eu seria excelente diretora quando isso nem de longe passava pela minha cabeça. Devo muito ao antigo diretor de RH, o Nielson. Depois de 6 meses no progama trainee cobrindo a licença maternidade da querida Valnice, o cara simplesmente me chamou pra dizer que eu assumiria a unidade da Ilha do Governador, unidade muito maior que Del Castilho, onde eu estava. Quando sai da sala dele com essa notícia, achei que não fosse conseguir chegar até meu carro. Minhas pernas tremiam com o peso da confiança absurda depositada em mim e que eu sempre fiz questão de honrar. E no CCAA Ilha estou até hoje. São 18 anos aqui.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Olhando pra esses 23 anos como funcionária do CCAA, sinto uma enorme vontade de agradecer. Aos meus professores de TC: Thomaz, Eliana Borges e Eloisa Cardoso. A todos do Departamento de Ensino da época em que eu estava dando aulas por tantos aprendizados a cada aula minha assistida, a cada treinamento e em cada conversa: Deise, Lobato, Rosangela Ferreira, Leticia...<br />
<br />
Preciso agradecer ao pessoal do antigo DECOR por cada vez que vinham fazer uma auditoria, com eles aprendi muito. Madalena, Elaine, Jane, Sandra... A Sandra me deu o maior esporro que tomei na vida. Um esporro classudo, sem levantar a voz, sem se alterar, dentro da minha sala, essa mesma sala onde estou agora escrevendo esse texto. Porta fechada, me "descascou". Devo muito a ela por conta dessa bronca. Quando a lavagem de roupa suja acabou, prometi que NUNCA MAIS cometeria os mesmos erros. E cumpri. Cometo erros, sim, nunca os mesmos. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sou tão grata a essas pessoas que não tenho como colocar em palavras. Só posso dizer que devo a todos eles pela profissional que sou hoje, devo também aos professores meus colegas e aos diretores meus colegas com quem trabalhei e com quem trabalho até hoje e de quem "roubei" tudo o que achava bacana em cada um deles. Agradeço aos professores e secretários que fazem parte do meu time, com quem aprendo diariamente. E agradeço a todos os que foram meus alunos porque com eles aprendi demais, com certeza mais que ensinei.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No último domingo, dia 13 de março, fiz aniversário de empresa. Aqui estou contribuindo e dando meu sangue há 23 anos. Nunca trabalhei em outro lugar. Sempre fui muito feliz aqui. O CCAA é a minha casa. Tão minha casa quanto a casa onde durmo todas as noites. Tenho um amor enorme por esse lugar, um respeito absurdo. Tudo o que tenho e que conquistei, o fiz enquanto estava aqui dentro. O CCAA é uma parte importante da minha vida, aqui sou extremamente satisfeita. Por isso é que quando meu filho me perguntou hoje de manhã porque é que eu trabalho, fiz questão de lhe dizer:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Porque eu amo meu trabalho, filho! Eu sou feliz trabalhando no CCAA! </div>
A menina e os pensamentoshttp://www.blogger.com/profile/07877748646712359687noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7010088215877979035.post-1487679738905083672016-03-07T13:12:00.000-08:002016-03-07T13:28:57.383-08:00O que tem valor pra você?<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsxDNeM6OwotcMAj3gsh-mAS4YIO8OwaJ_acBO0i2bUHzgXQPSA2KxFM2xkKrB25bNbVdILaq8oS7dEUtzAs43qi3mHlRZzfhtspSwoaGWo7KqhEbhFRqBA4oH7d781mEdKOH4wSc6aMk/s1600/FullSizeRender+%252819%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="306" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsxDNeM6OwotcMAj3gsh-mAS4YIO8OwaJ_acBO0i2bUHzgXQPSA2KxFM2xkKrB25bNbVdILaq8oS7dEUtzAs43qi3mHlRZzfhtspSwoaGWo7KqhEbhFRqBA4oH7d781mEdKOH4wSc6aMk/s320/FullSizeRender+%252819%2529.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Dia desses eu estava nas redes sociais e me deparei com essa frase aí de cima. Nada poderia ser mais distante de mim. Não porque não dê valor a tudo que é difícil de conseguir ou conquistar, mas porque não consigo compreender achar que SÓ o que é difícil vale a pena ou tem valor. Na minha vida muitas coisas muito valiosas vieram com facilidade.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Vamos pensar. Será que aquela viagem que você planejou por um ano inteiro ou mais, pra qual você economizou cada centavo e fez várias horas extras no trabalho se privando, muitas vezes, de saídas e mais horas de sono vai ser mais legal que aquela de última hora, pra qual você é convidada assim, sem esperar, e mete as caras e vai? </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Será que aquela pessoa que você considera maravilhosa e que amaria que fosse seu companheiro, por quem você fica nutrindo uma paixão platônica por meses e que, finalmente, resolve lhe chamar pra sair ou aceitar um convite seu vai ser um parceiro melhor que aquela pessoa que surgiu do nada, quase sem querer, sem sentir, fácil, fácil? </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Será que aquela oportunidade na empresa, a promoção com a qual você tanto sonha e pra qual você vem se preparando há tempos, será mais gratificante que aquela promoção que chega pra você de surpresa?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu acho que não, sinceramente. Não estou dizendo aqui que não devemos sonhar, nos preparar pra uma oportunidade, buscar caminhos, estudar. Acho que precisamos estar prontos pra entrar quando a porta que queremos que se abra pra nós finalmente se abrir. Mas valorizar só o que é difícil, só o que chega após um longo caminho percorrido, após uma estrada cheia de obstáculos, depois de muito esforço, é deixar de lado tantas coisas maravilhosas que se apresentam na vida da gente e que muitas vezes não vemos porque estamos preocupados demais olhando o que está ou o que parece estar tão longe. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O dar ou não dar valor a alguma coisa ou alguém está muito mais em nós que no objeto de desejo. Nós é que atribuímos valor a tudo que nos cerca. E esse valor é relativo. Difere de pessoa pra pessoa. Mas quando aprendemos a dar valor ao que está perto de nós, ao possível, ganhamos a consciência de que sonhar é muito bacana mas que a realização de um sonho não terá mais valor que aquele presente que recebi sem pedir ou lutar por ele. Eu agarrei todas as oportunidades que apareceram pra mim e muitas delas cairam no meu colo, sem muito esforço da minha parte. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Veja bem, para ocupar o cargo de direção que tenho hoje, fui praticamente inscrita por uma terceira pessoa que disse que eu TINHA que participar porque eu tinha todo perfil de administradora quando nem pensava nisso, estava muito feliz com minha vida dentro da sala de aula, obrigada. Participei do processo seletivo sem tanta gana, porque dava muito valor ao que tinha já e... Pronto. Fui selecionada. O cargo caiu no meu colo e eu não poderia dar mais valor a ele. Sou extremamente feliz e não fico querendo pular de galho em galho porque me sinto satisfeita aqui. Não acho que se eu tivesse participado de 5 processos seletivos, na ânsia de um cargo administrativo e depois de tempos, finalmente, ter conseguido eu daria mais valor que dou ao papel que ocupo dentro da empresa. Uns me chamam de acomodada, eu me chamo de satisfeita. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Enquanto eu insistia em procurar o cara que eu achava que tinha o perfil pra ser meu companheiro, meu amigo, meu namorado, em caras que claramente não tinham nada a ver comigo, enquanto buscava alguém que quisesse dividir a vida comigo em pessoas distantes, inalcansáveis pra mim naquele momento de vida, continuava sozinha. Um belo dia resolvi olhar pra quem estava ali pertinho, ao alcance da minha mão, querendo estar comigo e... PUM! Era o cara certo! Enquanto eu olhava para o que parecia tão difícil e que supostamente teria um gosto todo especial de conquistar, perdia a beleza do viver um "amor tranquilo, com sabor de fruta mordida". </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Hoje valorizo muito tudo o que tenho. Minha vida, minha casa, meus amigos, minha família, meu amor. Valorizo o vestido que pude comprar e nem ligo se achei um vestido lindo totalmente fora do meu bolso. Esse eu deixo pra lá. Não me interessa. Querer ler um livro que não tenho, me arrumar, pegar o carro e ir ao shopping pra comprá-lo não faz o livro ser mais bacana que ganhá-lo, do nada, de presente de um amigo. Você pode não acreditar em mim, mas esse é o valor que dou às minhas conquistas e aos presentes que recebo da vida.<br />
<br />
Já reparou quando você pergunta pra alguém onde vai passar as férias e a pessoa vai pra algum lugar próximo, ela fala: "Vou ali pra Cabo Frio mesmo..." Quase se desculpando por não falar um "lugar melhor" ou mais excitante, sei lá. E daí como muitas pessoas conhecem Cabo Frio, raras as pessoas falam: "Nossa, mas as praias de lá são maravilhosas, areia fininha e branca... Aproveite ao máximo aquelas belezas!!" Entretanto, quando a pessoa vai pra um lugar distante, badalado, considerado bacana, tipo Ibiza, por exemplo, logo se seguem os comentários: "Uau! Arrasou! Tá rica! Chiquérrima! Aproveite muito. Divirta-se!"<br />
<br />
Se não posso viajar pro Caribe, de verdade, serei feliz em Maceió. Porque todos esses lugares tem valor se você os valorizar. O dia em que eu visitar Paris não será mais feliz que o dia em que visitei Gramado. Eu sou feliz quando estou em Arraial do Cabo e valorizo muito estar deitada na minha cama, dentro do meu quarto. Não acho que viajar pra Europa tenha mais valor que conhecer Machu Pichu. E não acho que comprar uma bolsa Chanel me dê mais prazer que comprar uma Arezzo. E se não posso comprar nada, aquela bolsa que está distante de mim, na vitrine, não faz as bolsas que tenho em casa valerem menos. Eu luto pelo que quero mas não acho que só o que chega pra mim com esforço vale a pena. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Pode ser que você ache muito simplórias essas minhas comparações, mas pra mim viver é simples. A gente é que complica querendo que "as melhores coisas sejam as mais difíceis". Acho que não é isso, não. Vai por mim. </div>
A menina e os pensamentoshttp://www.blogger.com/profile/07877748646712359687noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7010088215877979035.post-62949953891499019082016-02-29T10:32:00.000-08:002016-02-29T13:57:05.312-08:00Nude<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj76tadiNi1GZlHFdHCxXjoKfghWVpe3l1X8oPufBUIsuD7kKTTcbccc3lR1d6M7QfET9VPrmQNUWCKxh32IawKKY7RRV9tmIcohOuwS_0O4sd0vteTR4crO-xXdcE3CQINFTurWmCTcE8/s1600/IMG_2338.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj76tadiNi1GZlHFdHCxXjoKfghWVpe3l1X8oPufBUIsuD7kKTTcbccc3lR1d6M7QfET9VPrmQNUWCKxh32IawKKY7RRV9tmIcohOuwS_0O4sd0vteTR4crO-xXdcE3CQINFTurWmCTcE8/s320/IMG_2338.JPG" width="240" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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Quinta-feira passada resolvi dar uma de Juliana Paes na novela Totalmente Demais: fui pra manicure com o firme propósito de pintar a unha em algum tom de nude, exatamente como a personagem usa na novela. Acho muito lindo e chique e estava com vontade de ficar rica e elegante com minhas unhas nude. Saí do salão me achando a própria riqueza, lacrando na classe.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas sabe o que acontece com quem nasceu pra ser colorida e resolve ser nude? Mais ou menos assim:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quinta-feira - Nossa, amei essa cor!!! Estou muito classuda! Apaixonada!!</div>
<div style="text-align: justify;">
Sexta-feira - É... Minhas unhas até que estão bonitinhas assim, discretas...</div>
<div style="text-align: justify;">
Sábado - Essa história de nude é meio sem graça, né não??</div>
<div style="text-align: justify;">
Domingo - Não aguento mais essas unhas sem cor. Quero vermelho, azul marinho, vinho, marrom!!! Que chaticeeeeeeeee!!!!!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Agora meu estágio é: compasso de espera até chegar o dia de fazer as unhas novamente e colorir minha mão. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Gosto de cor, de vida, de luz. Sei que o nude tem seu valor, mas não combina comigo. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Melhor eu abraçar o fato de não saber rir socialmente (rio alto, gargalhadas sonoras e cometo ainda o pecado de jogar a cabeça pra trás de tanto rir ou bater com a mão na mesa se estiver perto de uma), também não sei falar baixo... Sou espontânea, minha cara diz muito, até mais que eu gostaria muitas vezes. Não sou blasé, discreta, sem sal. Então, pra quem não sabe ficar em cima do muro, o nude não é a cor mais indicada. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não me sinto fria e nem me sinto quente. Estou morninha com essas unhas discretas e ricas. Não sou eu, definitivamente. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Moral da história: melhor a gente não tentar ser uma pessoa que não é. Dentro da nossa pele é o melhor lugar pra estar, quando a gente aprende a se aceitar. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E pra resumir: estou doida por um esmalte vermelho!</div>
A menina e os pensamentoshttp://www.blogger.com/profile/07877748646712359687noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7010088215877979035.post-53330039265493604462016-02-26T11:47:00.000-08:002016-02-26T11:49:59.245-08:00Mudei<div style="text-align: justify;">
Coisa boa da vida é ter amigos. E melhor ainda é ter amigos do peito, desses que são capazes de lhe falar as verdades "na lata", mesmo que doa. Detesto o que chamo de "amigo foca": aquele que só bate palma pra tudo o que você faz ou pretende fazer, sempre rindo e achando bonito, falando, na maior parte das vezes da boca pra fora, palavras de incentivo. Eu gosto de amigo que se posiciona como eu: avalia uma situação, pontua o que é positivo e levanta as questões negativas para que o amigo possa se preparar, porque já passei da fase de achar que só existem flores na caminhada e acho que amigo que é amigo mesmo gosta de chamar o outro pra realidade da vida, mesmo que não seja o que o amigo quer escutar. Quem se preocupa com o outro não fica só rindo e batendo palma pra tudo. Embora eu saiba que muitas vezes sou mal interpretada por não ser "amiga foca", gosto de me cercar de gente que se preocupa comigo e que me ajude a colocar os pés no chão quando estou louca demais. Bem... Eu tenho amigos assim e gosto que seja desse jeito. Dispenso amigo pra me dar tapinha nas costas e concordar com tudo o que faço e penso.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Essa semana, alguns desses amigos me chamaram a atenção pra uma coisa que vem acontecendo. Disseram que achavam que eu preciso fazer algo a respeito porque sou uma Paula mais mãe que mulher hoje em dia. Eu era uma Paula antes de ser mãe. Cheia de ideias de independência e de preservação do meu relacionamento com o Namorado. Consegui colocar em prática muito do que penso ser importantíssimo para o casal durante bastante tempo: consegui viajar com o Namorado algumas vezes deixando o Miguel com minha irmã, deixava o Miguel com minha sogra pra ir ao cinema quase todo final de semana, Miguel nunca dormiu na minha cama. E tudo corria muito bem até meu bebê ter uns 4 anos, acho. Escrevo "<i>acho</i>" porque não sei exatamente onde as coisas começaram a mudar. Fazendo uma reflexão após a conversa com esses amigos, cheguei a conclusão que a mudança começou a acontecer depois que Miguel ficou mais antenado com o mundo ao redor, mais articulado, querendo estar com a gente, seus pais. </div>
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<br /></div>
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Miguel é uma criança que não pensa duas vezes antes de deixar a gente pra trás se for pra sair com algum amigo ou viajar com a madrinha ou avó sem a nossa presença. É um garoto independente e acho ótimo que não dependa emocionalmente de nós, que não precise que estejamos ao seu lado para que seja feliz. O problema está em mim. Vou exemplificar. Sempre achei que viajaria sem o Miguel uma vez por ano, nem que fosse por poucos dias. Só que quando faço isso agora, sinto culpa. Porque ele não é mais um bebezinho sem noção de tempo. Ele já entende e gosta de viajar. Outro dia, conversando com ele sobre uma possível viagem, perguntei se gostaria de ficar em casa com a avó ou se preferiria ficar na casa de seu Dido e Dida enquanto nós passaríamos uns dias fora. Ele disse: prefiro viajar com vocês! Outro exemplo: sinto falta de ir ao cinema sozinha com o Namorado, mas quando vou ao cinema e ele se mostra animado pra ir, tenho dificuldade pra dizer a ele que será um momento só meu e do pai, que ele ficará com a avó. E nessa onda meu relacionamento com o Namorado vem sofrendo um pouco... E fico sem saber se adoto uma postura mais radical e morro de culpa ou se respiro fundo e vivo essa fase da vida do meu filho porque ela vai passar, e vai passar em um piscar de olhos. </div>
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<br /></div>
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Sei que meus amigos se preocupam comigo e querem o melhor pra mim. Sei que não posso esquecer que sou mulher, a Namorada do Namorado. Não sou só mãe e sempre preguei isso, sempre defendi essa importância. Mas concordo com meus amigos de que meu discurso está distante da prática, do meu dia-a-dia. O que acontece e que talvez seja difícil de entender é que estou feliz. Sou feliz com a presença do Miguel nos meus passeios, e sou feliz quando ele não está ao meu lado porque está em outra programação por sua própria escolha. </div>
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<br /></div>
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Não sei se estou certa ou errada, só sei que penso que logo meu filho vai preferir a companhia de seus amigos a minha. Eu vejo isso acontecendo ao redor, com os filhos mais velhos de amigos. Miguel terá seus próprios interesses, vai viajar para outros lados, terá suas festinhas, seus encontros. Sei que escolherá os filmes que vai assistir e com quem. E eu sei também que estarei sempre esperando sua volta. E eu quero viver tudo. Eu quero saborear cada momento. Não, não quero perder a Paula que namora, que ama o marido, que gosta de andar por aí de mãos dadas com o Namorado. Mas quero viver esse meu filho. Quero assistir de perto seu crescimento. E se a gente for contar, temos tão pouco tempo. Principalmente quando se é uma mãe que trabalha fora do lar. </div>
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<br /></div>
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Quando olho pra vida da minha irmã, que sempre se doou tanto em prol das filhas, sempre trabalhou muito pra poder proporcionar o melhor pras meninas, sempre abdicou de tantas saídas a sós com o marido por elas, vejo que ela nunca cobrou das meninas nada em troca. Hoje, elas tem 12 e 16 anos, têm seus próprios interesses, suas festinhas, seus programas, vejo minha irmã voltando a namorar o marido, indo muito ao cinema, jantando juntos. As meninas estão aí, felizes. Adoram viajar em família, continuam gostando de desfrutar da presença de seus pais, mas tem sua própria agenda social o que permite que minha irmã volte a ser mais mulher. Eu fico olhando e vejo que só tenho feito o que meu coração manda. Aproveito muito os momentos em que o Miguel não está em casa, os momentos - poucos - em que estou só com o Namorado, e aproveito muito a companhia do Guel. Aproveito seu cheiro, seu abraço, sua presença. A vida é curta. E eu não quero abrir mão enquanto meu filho quiser estar comigo. </div>
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<br /></div>
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Amigas que me amam e que se mostram preocupadas, sou eternamente grata por estarem ao meu lado. Vou procurar o equilibrio, juro. Mas, entendam: quando eu decidi ser mãe eu sabia que seria uma decisão que mudaria toda a minha vida, que mudaria, simplesmente, tudo. Por mais que eu tivesse planos de manter várias coisas como antes, todos eles foram por água abaixo. Só que está tudo bem, eu estou feliz assim. Eu e Hugo passaremos por tudo isso juntos, tenho fé. Vamos olhar pra trás, olhando o Miguel crescido e vamos ter a certeza de termos feito um bom trabalho. Por ora, vou estar com ele enquanto ele quiser estar comigo. Sempre. Estou assumindo publicamente que mudei. Mudei, sim. Não consigo ir contra meu coração bobo. Simplesmente, não consigo agir diferente. </div>
A menina e os pensamentoshttp://www.blogger.com/profile/07877748646712359687noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7010088215877979035.post-78218954809538996202016-02-18T09:29:00.001-08:002016-02-19T08:25:24.507-08:00Tal mãe, tal filho...<div style="text-align: justify;">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixKeljhUByH_7XunZYeb3mzcH-FEcNR7iV-xow2slxDobn_azXpPUo12fNuZn4e1qPNakHGt2oJUaqU7hGwSShJQXFJbXxlRWTiFWuCaYiq23_G-bnWMZYVdLLjiThhFTtPnVdB4w4xow/s1600/FullSizeRender+%252818%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixKeljhUByH_7XunZYeb3mzcH-FEcNR7iV-xow2slxDobn_azXpPUo12fNuZn4e1qPNakHGt2oJUaqU7hGwSShJQXFJbXxlRWTiFWuCaYiq23_G-bnWMZYVdLLjiThhFTtPnVdB4w4xow/s320/FullSizeRender+%252818%2529.jpg" width="286" /></a></div>
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Que o Miguel adora uma bagunça e que fala pelos cotovelos todo mundo sabe. As professoras, desde o Jardim I (acreditem!), já relatam essa facilidade do meu filho <i>em se comunicar</i>, digamos assim. Estamos na primeira semana de aulas na escola - a semana antes do Carnaval nem conta, né? - e a professora, quando fui buscá-lo na escola, já falou:</div>
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<br /></div>
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- Olha, esse bonitinho fala pra caramba!</div>
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<br /></div>
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Ok, nenhuma novidade. Eu já sabia disso.</div>
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<br /></div>
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Essa semana recomeçaram também as aulas do CCAA e no primeiro dia de aula o novo professor da turminha, já disse:</div>
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<br /></div>
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- Nossa, Paula! Como seu filho fala!</div>
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<br /></div>
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É, nenhuma novidade. De novo. Mas achei melhor conversar com Miguel antes que as coisas se compliquem. Comentei com o Namorado e ele foi logo dizendo:</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Isso é coisa da sua família, você sabe né? Lembra da Eduarda (<i>filha mais velha da minha irmã</i>)? Quando eu conheci você, ela tinha 4 anos. Lembra que eu a chamava de "burro falante" por causa do filme SHREK? Ela não parava de falar! Depois veio a Rafaela (<i>filha mais nova da minha irmã</i>) ... A mesma coisa! A garota me deixava atordoado com o tanto de histórias que sempre tinha pra contar! O genética terrível essa de vocês! E agora, temos o Miguel, Paula. Já reparou que eu chego do trabalho e mal tenho tempo de dizer boa noite? Ou perguntar como foi o dia? O garoto já sai me metralhando e se eu não pedir pra ficar um pouquinho em silêncio, acho que ele é capaz de falar madrugada adentro! Chega a me dar um desespero!</div>
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<br /></div>
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Depois dessa, falar mais o quê? Namorado tem razão mesmo. E, pra ele que é bem mais fechado e calado que eu, deve ser desesperador lidar com tanta <i>falação</i>.</div>
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<br /></div>
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Então, à noite, na hora em que estávamos deitados juntinhos, antes de dormir, puxei o assunto com o Miguel. </div>
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<br /></div>
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- Filho, eu sei que conversar com os amigos é muito bom.</div>
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<br /></div>
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Miguel ficou me olhando com cara de "iiiiihhhhhh, lá vem ela!" Mas ficou caladinho aguardando o que viria a seguir. Continuei:</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Só que tem hora certa pra gente conversar com os amigos. Não pode ser toda a hora. Na escola, por exemplo, você não pode ficar falando durante a aula. É hora de prestar atenção ao que a professora está dizendo, ao que ela está explicando. Além disso, não é educado ficar conversando enquanto a professora explica as coisas. Você deve conversar na hora do recreio ou antes de entrar na sala de aula, enquanto está esperando sua professora para levar você e seus amigos pra aula. No CCAA, a mesma coisa! É preciso ficar calado na hora que seu professor Edmar for contar a historinha da lição, tem que ficar de boquinha fechada, com atenção para falar na hora em que o professor pedir, <i>tá</i> bom?</div>
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<br /></div>
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Fiquei falando esse tempo todo, explicando tudo pra ele e ele olhou pra mim e respondeu com um simples e breve:</div>
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<br /></div>
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- Tá bom. </div>
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<br /></div>
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Na hora do menino falar, dialogar comigo, não quer. Mas quer falar durante as aulas. Ok. Entendi perfeitamente que Miguel não estava a fim de ficar rendendo a questão. Ele sabe a mãe que tem... Assunto encerrado, fomos dormir. </div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Hoje cedo, quando acordei pra ir pra academia, Miguel me viu acordando e levantou atrás de mim. Perguntou onde eu estava indo e respondi. Disse que queria ir comigo pra aula de ginástica, "pra ficar mais um tempinho juntinho". Me arrumei, arrumei meu filho e lá fomos nós. Ele ficou quietinho sentado em um colchonete a aula toda, não atrapalhou nada. (Mãe orgulhosa!)</div>
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<br /></div>
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Quando estávamos já no carro, voltando pra casa, Miguel puxou conversa:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Mãe, ontem você me falou que não posso conversar na aula da escola e do CCAA. Mas eu já sei porque eu sou assim, porque eu falo muito... </div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- É , filho? Por quê? </div>
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<br /></div>
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Miguel se aproximou do banco do motorista do carro e com seu dedinho indicador me deu 3 cutucadas e falou:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Puxei a você, mãe! Você fala pra caramba também! Falou muito na sua aula de ginástica! </div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ainda pensei em mandar o famoso e antigo "faça o que eu digo e não faça o que eu faço" que escutei tantas vezes, mas achei que não tinha nada a ver com o tipo de educação que venho dando ao meu filho. Acredito que o exemplo seja sempre o melhor modo de educar. Por fim, meio desbundada, falei só que uma aula de ginástica é muito diferente das outras aulas e deixei morrer o assunto. Mas na verdade, na verdade mesmo, Miguel tem toda a razão. Eu falo muito e ele é igual a mim. </div>
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<br /></div>
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Durma com um barulho desses, Senhora Paula!</div>
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<br />A menina e os pensamentoshttp://www.blogger.com/profile/07877748646712359687noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7010088215877979035.post-85361713290516779732016-02-17T11:09:00.001-08:002016-02-17T13:14:44.853-08:00O Fantasma da Ópera<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/igDngqzBIH4/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/igDngqzBIH4?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
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A primeira vez que fui a Nova Iorque eu tinha 22 anos e fui com minha mãe. Era a primeira vez que minha mãe viajava para os EUA e minha segunda já que eu tinha ido a Orlando quando fiz 15 anos. </div>
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<br /></div>
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Naquela época as coisas eram mais complicadas, antes do mundo globalizado, da internet. As meninas com uma condição melhor podiam escolher uma festa ou uma viagem a Disney e eu, lógico, nunca tive a menor dúvida e escolhi viajar. Minha mãe sempre trabalhou muito mesmo, sempre pensando em nos proporcionar o melhor que podia. O preço de uma festa de 4, 5 horas de duração, assim como hoje, é muito maior que 15 dias de viagem. Só que a experiência de uma viagem, a bagagem cultural que a ida a outro país lhe proporciona, não tem como comparar com a realização de uma festa. E eu adoro uma festa! Só que pensando racionalmente, se não se pode ter tudo, em minha opinião, a viagem é sempre a mais acertada escolha. </div>
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<br /></div>
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Naquele ano em que viajamos juntas, não tínhamos dinheiro pra gastar à vontade. Eu sabia disso, que não daria pra gente comprar e fazer tudo o que quisesse. Só que eu queria MUITO assistir ao Fantasma da Ópera na Broadway. Muito, muito mesmo. Pra piorar a situação, dentro do avião, indo pra NY em um dos canais de música disponíveis estava tocando toda a trilha sonora do espetáculo e eu ouvi a viagem inteira. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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Em um dos dias em que lá estivemos, como minha mãe sabia que eu queria muito, passamos pelo teatro para ver o custo dos ingressos pra nós. Havia vários preços e um que parecia razoável perto do preço dos outros lugares melhores, mas que também achamos caro, custava 60 dólares. Portanto, teríamos que gastar 120 dólares para nós duas. Seria puxado. Se hoje não seria mole, imagina naquela época! Só que minha mãe na mesma hora falou pra mim:</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Filha, essa é uma oportunidade maravilhosa pra você assistir ao espetáculo que tanto deseja. Quando você estará aqui novamente? Existem coisas que não se pode deixar pra depois. Você fala inglês, eu não. Você vai aproveitar muito mais que eu... Vá você. Eu venho, trago você, dou uma volta e depois, no horário de saída do show, estarei aqui na porta lhe esperando. Já dizia sua avó: "Mais vale um gosto que três vinténs!"</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Minha mãe não sabe o quanto foi especial eu ter ido a esse show. E, principalmente, minha mãe não sabe como foi lindo o gesto de abrir mão para que eu pudesse ir. O Fantasma da Ópera é inacreditável e independente de falar inglês ou não, ela teria amado. Qualquer um amaria! Arte encanta além de idiomas porque é uma linguagem universal. Alí naquele teatro lindo e enorme, vendo os artistas representando e cantando as músicas que eu conhecia de cor, eu me senti amada demais. Aquele ingresso de 60 dólares estava tão cheio de carinho, tão cheio de amor... Um amor de mãe que eu nem sonhava em entender ou alcançar a magnitude naquela época. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Hoje eu sei o que é esse amor, eu sei do que uma mãe é capaz pra não ver um filho sofrer ou pra satisfazê-lo de alguma forma. Uma mãe abre mão de tudo por um filho, felicidade de mãe é ver filho feliz. Por isso, todas as vezes que escuto qualquer música da trilha sonora do Fantasma da Ópera, sinto-me invadida de um amor absurdo, e todas as sensações que tive sentada naquele teatro naquela noite de tantos anos atrás voltam. E a melhor de todas essas sensações que me invadem é o de ser plenamente amada por minha mãe. Eu tive e tenho uma mãe maravilhosa. E tudo o que peço é que eu seja assim pro Miguel. Eu tenho um exemplo de mãe, espero ter aprendido com a melhor. </div>
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<br /></div>
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Obrigada, mãe, pelo ingresso de 60 dólares. E por esse amor sem medida e sem preço que recebo desde o dia em que nasci. Te amo. </div>
<br />A menina e os pensamentoshttp://www.blogger.com/profile/07877748646712359687noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7010088215877979035.post-70666088738407364732016-02-03T11:50:00.003-08:002016-02-03T15:21:57.708-08:00Carta para Taninha<div style="text-align: justify;">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPVS4Ta33zsiUk6jI4Vw4LHvCZlt2fJ-36H3zXfZubAK97bsvyKnvhTpFRfp2rieRih27An_QIsBW4t-NUq_tLlkqdY31nZcOftNC6EHCbMqbayW3xvms3P7lk5NyvwDH1d0g9nq3SrYQ/s1600/DSC_0151.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPVS4Ta33zsiUk6jI4Vw4LHvCZlt2fJ-36H3zXfZubAK97bsvyKnvhTpFRfp2rieRih27An_QIsBW4t-NUq_tLlkqdY31nZcOftNC6EHCbMqbayW3xvms3P7lk5NyvwDH1d0g9nq3SrYQ/s320/DSC_0151.JPG" width="214" /></a></div>
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKSm-Jl-9bdXcWx1gghLjOrXuK41Rab6XiKlIZzwR_wrqYSn1YWhz7q6pO98e4W6sY5tC-Fd6F3qoksain4zwSxicmaXzJf8bfhXudQGaHL-n_e1fcEo8vXZp4ZttZmaY4I2MoFwRDvT8/s1600/Miguel+1+ano+073.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="214" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKSm-Jl-9bdXcWx1gghLjOrXuK41Rab6XiKlIZzwR_wrqYSn1YWhz7q6pO98e4W6sY5tC-Fd6F3qoksain4zwSxicmaXzJf8bfhXudQGaHL-n_e1fcEo8vXZp4ZttZmaY4I2MoFwRDvT8/s320/Miguel+1+ano+073.jpg" width="320" /></a></div>
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Eu estava esperando meu luto passar pra conseguir escrever pra você. Eu não conseguiria escrever antes de hoje, porque ainda é muito dolorido lembrar que você foi embora. Sexta e sábado eu parecia um bicho estranho com olhos inchados de tanto chorar. Domingo comecei a me recompor, porque a vida segue adiante e eu não posso ficar dando lugar pra tristeza que sua falta faz tomar conta de mim. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Na sexta-feira, seu último dia de trabalho lá em casa, eu não consegui chegar a tempo de te abraçar bem forte e me despedir. Sei que nos falamos ao telefone depois, no sábado também. Mas não parece o suficiente. Quem olha de fora pode até pensar que sou doida. Deixa pra lá. Não ligo já que muitos pensam isso mesmo. Não raro quando conto o motivo de tantas lágrimas ou da minha cara inchada dizendo que você foi embora depois de 12 anos, as pessoas falam: "Você vai arranjar outra pessoa bacana pra trabalhar na sua casa. Calma. Não se preocupe." Só que "arranjar outra pessoa pra trabalhar na minha casa" não significa nada. Achar que se trata só disso a minha tristeza, seria resumir muito equivocadamente tudo o que vivemos ao longo desses 12 deliciosos anos. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Taninha, eu queria dizer pras pessoas que tenho certeza de que vou achar outra pessoa pra trabalhar lá em casa. Aliás, como você sabe - porque até nos ajudou com isso - a Katia já está lá e, se Deus quiser, dará tudo certo. Eu queria dizer pras pessoas que as lágrimas que insistem em pular dos meus olhos não tem nada a ver com quem trabalha ou deixa de trabalhar lá em casa. Minhas lágrimas tem a ver com amor, respeito, tem a ver com gratidão, alegria por ter tido você em nossas vidas. Minhas lágrimas tem a ver com saudade. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Como resumir nossa história ao fato de ter ou não alguém trabalhando lá em casa? Eu sei. Tem gente que não se envolve, tem gente que não permite que o relacionamento empregador/empregado extrapole as barreiras que a formalidade dessa relação imprime. Muitos preferem ficar só na superfície, alguns tem medo de se envolver mesmo, outros não acham que vale a pena. Só que não é o meu caso e nem o da nossa família, não é, Taninha? A gente se envolve, a gente mergulha na vida de quem cruza nosso caminho e se apega. Como viver a vida sem se apegar? Sem amar? Como viver a vida cheia de barreiras, de muros de proteção? A gente não aprendeu a ser assim, não aprendemos a "nos resguardar", diriam alguns. A gente mergulha nas relacões e vive com a mesma intensidade a beleza de um relacionamento e o sofrimento de uma separação. Você é uma filha pra minha mãe. Você é família pra nós. Você é mãe não só do Breno e da Eduarda, como também do Miguel, Duda e Rafa. Como não chorar pela distância física que haverá, inevitavelmente, daqui por diante? </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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Você é uma mulher muito lutadora, que veio da Bahia e conquistou muito aqui na cidade maravilhosa. Seu marido tinha carro, você comprou sua casa própria, tinha todo o conforto possível que eletrodomésticos e móveis podem oferecer. Se ajudamos você a conquistar tudo isso foi porque você sempre mereceu. Nós vivemos uma relação de troca por 12 anos. Era via de mão dupla, como qualquer relacionamento sadio deve ser. Você gargalhou com a gente e chorou também. Histórias suas estão impregnadas nas paredes da casa onde você ficou por 12 anos. Uma casa que você conhece tanto e tão bem que se fosse por conhecimento talvez ela fosse mais sua que nossa. Histórias nossas estão trancadas em seu coração hoje. Você leva um pouquinho da gente com você, onde quer que vá.</div>
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<br /></div>
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Seu cuidado com minha mãe - a mulher mais reclamona do mundo e também a com o coração mais gigante - não se paga. Seu carinho e paciência, primeiro com as filhas da Sis e depois com também seu bebê, Miguel, não dá pra mensurar. Muitas vezes, quando eu chegava em casa à noite era chamada de "Tania" pelo Miguel. E quer saber? Eu respondia sem corrigí-lo porque sabia que o carinho com o qual meu filho me chamava de "Tania" era o mesmo se tivesse me chamado de "mamãe". Aposto que várias vezes Miguel a chamou de "mãe". Sem nenhum ciúme, lhe falo isso. Sempre fiquei muito feliz por ter alguém em casa por quem meu filho tinha verdadeiro amor. Isso é um alento pra uma mãe que sai de casa, você sabe disso. Era como se um anjo ficasse tomando conta dele. </div>
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<br /></div>
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Por tudo o que vivemos é que lhe digo que talvez ninguém entenda esse amor que nos une. De verdade, nem tento explicar porque certas pequenezas humanas não acrescentam nada a ninguém. Tem coisas que é melhor só sentir mesmo. Por isso é que, mesmo tendo conseguido lhe agradecer por tudo e pelo tanto que você fez por nós, eu acho que ainda falta eu dizer alguma coisa. E eu resolvi escrever pra poder lhe dizer isso. </div>
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<br /></div>
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Sabe, Taninha, quando a gente diz pra uma pessoa que acabou de conhecer "<i>prazer em conhecê-lo"</i>? Pois é, pense na profundidade dessa frase que muitas vezes dizemos automaticamente, sem pensar muito nela, apenas respeitando uma convenção social. Pra quantas pessoas dizemos essa frase sem sentirmos real prazer? Agora mesmo, se você tiver que me dizer duas ou três pessoas para as quais você poderia encher o peito e falar do prazer que foi ter essas pessoas em sua vida, por tudo o que viveram juntos. Quem seriam essas pessoas? </div>
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<br /></div>
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Acredito que poucas, se levarmos não apenas uma ou outra situação isolada em consideração. Quero que pense na beleza que é ter alguém em sua vida por anos e ver que todos esses anos de convivência foram uma dádiva, uma presente dos céus. Então, por pensar nessa nossa história de 12 anos, por pensar no momento em que a estrada por onde a vida da sua família andava cruzou com a estrada onde andava a minha família, por pensar que somos hoje uma família só, é que lhe digo com toda sinceridade que há no meu coração chorão e bobo:</div>
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<br /></div>
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- Taninha, QUE PRAZER IMENSO, ABSURDO, DESMEDIDO, FOI CONHECER VOCÊ! </div>
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<br /></div>
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Mil vezes obrigada por tudo! Obrigada por existir! Fique com Deus. Seja feliz. E volte quando quiser. Sua família carioca estará sempre a lhe esperar. </div>
A menina e os pensamentoshttp://www.blogger.com/profile/07877748646712359687noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7010088215877979035.post-68330318678554785972016-01-25T13:02:00.002-08:002016-01-25T13:02:36.308-08:00O Portal do Bebês<div style="text-align: justify;">
Domingo é sempre um dia feliz quando se trabalha fora e tem filhos. Aquela preguiça das manhãs de domingo, aquela vontade de ficar até mais tarde na cama ainda mais depois que seu filho acorda e pula pra perto de você. Miguel adora dizer que veio pra minha cama pra gente ficar agarradinho e eu adoro dizer que vou cobrí-lo de beijos durante muito, muito tempo até a gente ficar sem respirar. É uma delícia. </div>
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<br /></div>
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Ontem, domingo, eu e Miguel estávamos de chamego na minha cama. Eu disse a ele o que sempre falo muito frequentemente. Mãe é coisa repetitiva mesmo. Mãe professora então... Deve ser um inferno. </div>
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<br /></div>
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- Filho, você sabe que se Deus colocasse um milhão de meninos na minha frente, altos, baixinhos, gordinhos e magrelos, negros, loirinhos, de olhos azuis, verdes, pretos e castanhos, sérios e risonhos, pra eu escolher quem seria o meu filho, quem eu escolheria? </div>
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<br /></div>
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Miguel ri, já sabendo a resposta:</div>
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<br /></div>
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- Eu escolheria o menino mais engraçado, mais carinhoso, com os olhinhos puxados, com uma bochecha bem gostosa e uma bundinha deliciosa pra apertar!!! Eu escolheria você!! Sempre você!!</div>
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<br /></div>
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A gente cai na gargalhada e ri como se fosse a primeira vez que ele escutou isso. </div>
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<br /></div>
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Só que nesse domingo Miguel resolveu me contar uma história. </div>
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<br /></div>
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"Mãe, você sabe que lá no céu, quando eu ainda não era seu filho, tinha a terra dos bebês. Eu ficava em um lugar cheio de crianças pequenas e eu tinha muitos amigos. Aí, um dia, as pessoas que tomavam conta da gente, chamaram algumas crianças, eu e mais alguns. Levaram a gente pra um portal. Era o portal dos bebês. E aí, chamavam de um por um pra conversar e mostrar como se fosse uma tela, parecendo uma fotografia, dos pais da gente. Foi aí que eu vi você pela primeira vez. E Deus me falou que você ia ser minha mãe e que o papai ia ser o meu pai. E eu fiquei muito feliz. Eu te achei uma mãe linda... Depois ele me levou pela mão e eu dormi e fui parar na sua barriga!"</div>
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<br /></div>
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Fiquei impressionada com a história do meu filho. Quem acredita em outras vidas sabe que a vinda de um filho ou filha envolve uma escolha. Uma aceitação da parte dos pais, o merecimento de viver uma experiência que nos levará a algum desenvolvimento espiritual e também a aceitação do filho em receber aqueles pais em sua vida terrena. Por isso, achei curioso meu filho falar de um portal, de estar com outras crianças, de ser levado por alguém pra conhecer seus pais antes da concepção. Enfim, pode ser tudo fruto da imaginação do Miguel, mas pode não ser. De qualquer jeito, eu me sinto verdadeiramente muito feliz e honrada por ter sido escolhida pra ser mãe dele. Sinto-me presenteada com a presença desse menino em minha vida. </div>
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<br /></div>
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Ao final da história, continuávamos nos abraçando e rolando na cama, cansados de tanto rir e de tantos beijos. E aí no rádio começou a tocar uma música (A Thousand Years), " <i>I have died everyday waiting for you, darling, don´t be afraid ... I have loved you for a thousand years, I´ll love you for a thousand more....</i>" E nesse momento, como se entendesse a música, Miguel olhou sério pra mim, ficou em pé em cima da cama e me convidou:</div>
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- Dança comigo, mãe? </div>
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<br /></div>
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E eu, surpresa com o convite, me ajoelhei em frente a ele, também em cima da cama, e disse:</div>
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<br /></div>
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- Claro, filho! Vamos dançar...</div>
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<br /></div>
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Dançamos até o final da música caladinhos. Abraçados. Em meus pensamentos, muita gratidão. Em meus pensamentos, enquanto sentia o cheirinho gostoso que só o filho da gente tem, só um pedido: que meu filho seja feliz. </div>
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<br /></div>
A menina e os pensamentoshttp://www.blogger.com/profile/07877748646712359687noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7010088215877979035.post-60847989643351103602016-01-19T12:04:00.001-08:002016-01-19T14:09:34.116-08:00O que o meu filho pode ver<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjr6OTmIi9LIc4d-qWLyvm5XyKrcXV0xNIxP-NlbWKOngtfhLPw1JoJXBVFN9oX3TV8MUFbVk4fksOa13LHw5c_aYif5GU5H-F2U5iznj2IwRSwsWBmNT_z8V66ovDOQcd5LlsKDhyZhKg/s1600/DSC_0330.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="211" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjr6OTmIi9LIc4d-qWLyvm5XyKrcXV0xNIxP-NlbWKOngtfhLPw1JoJXBVFN9oX3TV8MUFbVk4fksOa13LHw5c_aYif5GU5H-F2U5iznj2IwRSwsWBmNT_z8V66ovDOQcd5LlsKDhyZhKg/s320/DSC_0330.JPG" width="320" /></a></div>
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9Z29GEx0jd8A5Ql3mlXxlM36WhGJgdGftm1AyCrmXan7YW3ZQ6zj9k-Qf0Jrp_Q0Z-AKz4g3lGAiBb53SFA8WxSeEwhJMNqgLv-nLUiC6Iz9dk9BVgsnhasPnsoiRM7OmTVoOr2fZNkY/s1600/DSC_0376.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="211" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9Z29GEx0jd8A5Ql3mlXxlM36WhGJgdGftm1AyCrmXan7YW3ZQ6zj9k-Qf0Jrp_Q0Z-AKz4g3lGAiBb53SFA8WxSeEwhJMNqgLv-nLUiC6Iz9dk9BVgsnhasPnsoiRM7OmTVoOr2fZNkY/s320/DSC_0376.JPG" width="320" /></a></div>
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Uma conversa boba, dessas pra passar o tempo, pode, às vezes, virar motivo pra séria reflexão. E essas coisas acontecem do nada, sem a gente esperar. Hoje aconteceu de novo comigo. O tema era um passeio de dois rapazes no shopping, só que caminhavam de mãos dadas. Daí já dá pra imaginar que cada um pensa de um jeito e a conversa fica normalmente acalorada com as pessoas querendo defender seu ponto de vista. Pra mim, fica uma sensação besta de perda de tempo. </div>
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<br /></div>
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Não entendo qual o problema de duas pessoas que se amam caminharem de mãos dadas. Não entendo qual o motivo de tanto questionamento oriundo de uma cena tão simples. O que pra mim é normal, uma das formas de carinho mais bonitas e simbólicas entre duas pessoas que se gostam - as mãos dadas, pra outros é ofensa ou, simplesmente, algo que deve-se evitar observar quando tratamos de duas pessoas do mesmo sexo. E aí o problema maior, segundo alguns: o X da questão é que crianças frequentam shoppings e podem ver tal cena. Adultos já estão formados e crianças estão em formação, dizem. </div>
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<br /></div>
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E?, penso eu. E o discurso continua:</div>
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<br /></div>
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Uma criança não está com sua opinião, opção sexual formada e ver com frequencia essa cena pode influenciar suas escolhas.</div>
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<br /></div>
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Olha, sinceramente, isso pra mim não tem a menor importância ou fundamento e fico com preguiça de argumentar. Eu que nunca me canso de falar, tenho me sentido preguiçosa porque quando falo, espero ser ouvida. E quando escuto, penso no que estão me dizendo, VERDADEIRAMENTE. Não escuto o que me dizem apenas como forma de passar o tempo e ter minha vez de falar mais de volta. Como nem todos são como eu, fico com preguiça de gastar minha saliva à toa. Mas não consigo evitar meus pensamentos. Esses meus pensamentos são loucos, eles não param. E, muitas vezes, o que eu gostaria de dizer acaba ficando engasgado na minha garganta. Como sou geminiana e preciso falar, escrevo aqui.</div>
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<br /></div>
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Entendam, esse é só o meu modo de ver as coisas. Não sei se estou certa ou errada. Não sei mesmo. Mas o que bate forte em mim é que vivemos em um mundo muito doido, cheio de incoerências e vejo muita coisa torta em mim e nos outros. Só que existe uma coisa que move minha existência e isso se chama AMOR. O amor é mais forte que tudo e quando o temos, tudo o mais deixa de ser tão importante. Atitudes geradas por amor e pelo amor só rendem coisas boas. E aí é que não vejo como duas pessoas que caminham de mãos dadas em um shopping podem ser influência negativa pra uma criança. Não vejo como mesmo.</div>
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<br /></div>
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O que meu filho pode ver, então? O que seria bacana pra sua formação? Há tantas coisas tão corriqueiras acontecendo a todo instante que eu não gostaria que meu filho presenciasse... Eu sei exatamente o que meu filho não pode ver. Ou não deveria. </div>
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<br /></div>
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Eu não gosto quando meu filho vê alguém no carro da frente abrindo a janela e jogando uma lata de refrigerante. Não acho legal meu filho ver a senhora da frente receber um panfleto na rua e jogar o mesmo no chão. Não acho interessante a gente ligar a TV e meu filho ver ladrão derrubando cadeirante pra levar sua bolsa. Não queria que meu filho visse que existe gente que trata outros como se fossem invisíveis, como se não tivessem importância, dependendo da classe social. Não acho bom meu filho ir a um restaurante e observar que a família da mesa ao lado não fala entre si porque mãe, pai e filho estão com as caras grudadas em seus celulares. Não acho bacana meu filho testemunhar um pai batendo em seu filho ou filha. Acho péssimo quando estamos em uma festinha e meu filho presencia dois garotos aos socos, rolando no chão. Ou quando estamos em uma fila que alguém não respeita. Acharia péssimo que meu filho assistisse em casa seu pai e eu brigando, usando palavrões ou trocando ofensas. Acharia horrível que meu filho crescesse sem afeto, carinho, diálogo, limites. Enfim, a falta de amor, momentânea, circunstancial ou por opção, só influencia negativamente o crescimento da minha ou qualquer criança. Daí que não vejo como duas pessoas caminhando de mãos dadas poderiam influenciar negativamente meu filho. Mesmo pensando criteriosamente nas frases que escutei, mesmo refletindo bastante, não vejo como. Não consigo porque acredito no amor e amor nunca será uma influência ruim pra ninguém. </div>
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O medo das pessoas com esse discurso é exatamente qual? Sim, eu sei. Que seus filhos tornem-se gays. Eles tem medo que uma criança como o Miguel, com seis anos de idade, ao se deparar com um casal formado por duas pessoas do mesmo sexo tenha sua decisão a respeito de sua vida sexual influenciada. Ser ou não gay? É o ponto crucial pra elas. Sinceridade? Não me preocupo com isso. Eu gostaria apenas que se o Miguel se apaixonasse por um rapaz que ele pudesse andar de mãos dadas com ele por aí. Que ele não sofresse preconceitos. Que ele pudesse amar e ser amado como eu e o Namorado, como você e seu parceiro(a) podem... Gostaria que as pessoas se preocupassem com a falta de amor e não com a presença dele, onde quer que fosse. Eu gostaria que meu filho pudesse ver mais amor pelo mundo. Por onde quer que ande. Por onde quer que escolha estar. Então, se eu tivesse o poder de escolher o que o meu filho pode ver, eu escolheria que ele só visse amor por aí. Hoje e sempre.</div>
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<br />A menina e os pensamentoshttp://www.blogger.com/profile/07877748646712359687noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7010088215877979035.post-51454115031457878392016-01-18T12:44:00.000-08:002016-01-18T12:45:38.268-08:00Quem é Bianca???<div style="text-align: justify;">
Nessa última viagem que fizemos, agendamos com antecedência um atendimento na loja da Apple pra usar o Apple Care do telefone da minha afilhada. No dia e horário marcados estávamos lá para sermos atendidos. Prontamente, fomos encaminhados até a mesa onde um outro atendendente falaria conosco e ficamos esperando ali. </div>
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<br /></div>
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Na nossa frente, havia um casal com um carrinho de bebê. O filho deles devia ter uns 2 anos. O clima não estava bom, dava pra sentir no ar, eles pouco conversavam. Só que a esposa insistiu em fazer algumas perguntas pro marido e numa dessas respostas o cara soltou o nome "Bianca". Logo pudemos entender que não se tratava do nome da esposa já que imediatamente o tom de voz da moça subiu pra questionar repetidamente: "Quem é Bianca????" O cara disse que não tinha falado esse nome - mas tinha, sim! - e a esposa continuava a questionar enquanto o marido nem olhava pra cara dela, ainda mexendo no celular. Aí, a esposa rapidamente tirou o celular da mão do cara e começou a fuxicar. Aí, minha gente, lascou-se. Foi uma coisa feia de se ver. E eu e Hugo não sabíamos mais onde nos enfiar pra dar um pouco de privacidade para os dois, mas a gente não podia sair dali porque era o lugar onde tínhamos que esperar o atendente. Enfim, a mulher achou emails trocados com a tal de Bianca, achou mensagens, conversas no whatsaap, encontros marcados. </div>
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<br /></div>
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Ela se descabelava, exigia explicações, estava vermelha, nervosa, decepcionada. O filhinho sentindo a vibração pesada que se apossou da família dele, começou a chorar (as crianças sentem essas coisas rapidinho!)... E o marido? Cara, o marido não mexia um músculo se quer da face. No jeito que estava, continuou. Olhando para um ponto fixo em algum lugar que eu não sei qual era, não dava a menor atenção à mulher descompensada. Não falava um "acalme-se, por favor", não falava um "vamos conversar quando chegarmos ao hotel", enfim, nada. Impassível. Não parecia estar preocupado, não parecia sentir pena da situação em que havia se colocado. O filho puxava a barra de sua camiseta e ele não dava a menor bola. A esposa, naquele momento não conseguia ouvir os apelos da criança, muito concentrada em sua própria indignação e incredulidade. </div>
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<br /></div>
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Aí ela fez o que foi o pior. Pior pra ela mesma. De cabeça quente, largou o celular do cara na mesa depois de ter dito que havia enviado tudo pro celular dela, pegou sua bolsa, disse que não queria mais saber dele e disse que ia embora. Pegou o filho no colo e foi. </div>
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<br /></div>
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Pensei cá com meus botões, como ela vai embora? Esse cara deve estar com a chave do carro. E mesmo que não esteja com a chave do carro, ela vai pra onde? Vai ter que ir para o mesmo lugar onde estão dormindo o marido e o filho, eles pareciam estar em uma viagem de férias. Esse rompante dela não vai dar certo, pensei.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E não deu. Quando nosso atendimento estava terminando, ela entra na loja. Caminha em nossa direção. Cabeça baixa, costas curvadas. Deixou o filho no carrinho deitadinho e quase adormecendo, sentou-se ao lado do marido e nada falou. Ele, por sua vez, não tomou conhecimento de sua presença a seu lado, nem olhou pra cara dela como se já soubesse que a volta dela fosse acontecer. E eu fiquei muito angustiada. </div>
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<br /></div>
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Fiquei triste por ver o desprezo que aquele homem sentia por sua esposa. Ele não se abalou com a dor estampada na cara dela. Ele não se comoveu com os pedidos do filho para que o acarinhasse. Ele não tentou ir atrás dela, fazê-la ficar para que, pelo menos, conversassem depois. A postura dele dizia que se ela quisesse ir, que fosse. Ele não se importava. E fiquei mais triste ainda quando a esposa voltou depois de ter dito que estava tudo acabado e que ia embora. Naquele momento eu senti muita pena. Porque é muito ruim tomar atitudes em um rompante e depois se arrepender e, pior que se arrepender, se arrepender e ter que engolir o orgulho que ainda resta. Ela se humilhou ainda mais. Ela voltou pra "pedir penico" pro cara, porque não se sentiu preparada pra dizer adeus àquele homem, não teve coragem pra se mandar seja lá pra onde fosse. </div>
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<br /></div>
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Será que o amava demais, mais que a ela mesma? Será que ficou pensando no conforto do filho? Será que ainda tinha esperança de que ele fosse lhe contar alguma história ridícula ou qualquer coisa na qual ela fosse acreditar? Voltou pra implorar que ele olhasse pra ela? Que lhe dirigisse alguma palavra? </div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Olha, me senti mal por ela. Por aquela família. E me perguntava como aquele homem, companheiro daquela mulher, poderia não se importar com o desespero dela. Eu sei que pode ser que a vida deles fosse um inferno e que a tal da "Bianca" tenha entrado na vida dele porque o relacionamento não estava legal e tal, mas foi feio não tentar amenizar a dor da esposa. Acho que era hora de jogar pro alto o atendimento da loja e sair com ela dali imediatamente para tentar conversar e contar tudo o que estava acontecendo de verdade. Não estou condenando o cara, não. A gente não sabe tudo dessa história louca, sabemos apenas o que eu presenciei, mas eu queria muito que ele tivesse agido diferente, que fosse mais cuidadoso com aquela mulher, que não a tratasse como fez, como algo descartável, feito lixo. Ele devia uma explicação a ela, afinal a existência da Bianca foi indiscutível. E, além de tudo, ela é mãe do filho dele. A ligação entre eles será pra toda vida. </div>
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<br /></div>
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Saí daquela loja com o coração apertado, pedindo a Deus que se um dia uma "Bianca" dessas entrar na vida do Namorado, que ele converse comigo, que me conte antes de trocar meu nome. Que a conversa aconteça antes de ele me olhar com desprezo, que ele se importe comigo como se deve se importar com alguém com quem dividiu a vida por tantos anos e que, além disso, é a mãe do filho dele, nosso maior presente. Que ele tenha por mim consideração. Ninguém está livre de se apaixonar por Biancas, Marias e Renatas, mas que haja dignidade, é o que peço. Pra mim e pra todas as mulheres. </div>
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<br /></div>
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<br /></div>
A menina e os pensamentoshttp://www.blogger.com/profile/07877748646712359687noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7010088215877979035.post-81671014867226891072015-12-02T11:08:00.001-08:002015-12-02T11:08:47.766-08:00O mundo está do avesso<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/ZKvrMrkVO28/0.jpg" src="https://www.youtube.com/embed/ZKvrMrkVO28?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu sei que é até besteira, com tanta coisa mais importante acontecendo no mundo, eu parar por alguns minutos pra escrever sobre isso, mas do mesmo modo que o ser humano surpreende a gente com tantas atitudes bacanas, cheias de amor e preocupação com o próximo, o ser humano também nos decepciona com atitudes de preconceito e futilidade. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Bom, eu amo moda, adoro acompanhar as tendências, gosto de saber o que cai bem em mim, no meu tipo de corpo, cores, tecido, caimento. A roupa que usamos não é tudo, mas não dá pra negar que passa uma mensagem sobre nós. Enfim, é um assunto que desperta me interesse e do qual não me canso. Muitos acham idiotice prestar atenção à isso, mas dou valor ao estudo e trabalho sério que muitos profissionais desempenham até a roupa chegar até às lojas e, depois, ao nosso guarda-roupas. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E eis que ontem eu me deparo com o video da campanha de Natal da marca de calçados femininos AREZZO. Vi que a pessoa escolhida pra estrear a campanha foi a Anitta. Achei bem fofo o video, a música escolhida, as cores. As sandálias mostradas no video não são o tipo de sandália que gosto pra mim, mas combinou com o todo. Ok. Quando já ia mudar pra outra página e ver outra coisa, meus olhos bateram em alguns comentários feitos abaixo da publicação:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
"Arezzo com Anitta é o fim. Péssimo gosto."</div>
<div style="text-align: justify;">
"Em tempos de crise, não deu pra contratar <i>algo</i> melhor"</div>
<div style="text-align: justify;">
"Arezzo acabou de assinar atestado de brega com esse clipe"</div>
<div style="text-align: justify;">
"Desvalorizou a marca."</div>
<div style="text-align: justify;">
"Arezzo caiu no meu conceito"</div>
<div style="text-align: justify;">
"Acabou com a imagem da empresa, corram meninas.. .Ainda temos a Carmen Steffens."</div>
<div style="text-align: justify;">
"O que essa cidadã tem a ver com a marca que sempre inspirou elegância, exclusividade e a segurança de uma mulher bem sucedida? Se for pra virar <i>povão</i>, bom saber que mudo de marca. Decepcionada."</div>
<div style="text-align: justify;">
"A marca ficou com cara de pobre"</div>
<div style="text-align: justify;">
"Depois de Juliana Paes, Giovana Antonelli e Fernanda Lima... Anitta. É o fim da picada."</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Fiquei uns bons minutos olhando incrédula para os comentários. Não é que morra de amores pela Anitta, não iria a um show dela, mas tenho essa música nova na minha playlist (hahaha) e posso me acabar de dançar suas músicas em qualquer festinha, sim! A garota está aí, ganhando seu dinheiro honestamente. Se a gente não gosta das roupas pequenas que ela usa ou do jeito como dança, é outra história. É apenas a sua opinião. Mas o que faz Juliana Paes ser melhor pra qualquer marca que Anitta? Em um dos comentários a pessoa fala em "ser bem sucedida". O que é ser bem sucedida? Anitta não está feliz fazendo o que gosta? Assim como Juliana Paes, por exemplo? Outro comentário fala de "exclusividade". Jura que isso é importante? Pra quem? Quem foi que disse que Anitta não pode ser elegante? Será por que ela canta músicas populares? Será por que ela já disse que não liga pra marcas e que usa o que gostar independente se é Chanel ou Riachuelo? Achei tanto preconceito, uma babaquice sem fim. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu e uma amiga do trabalho, a Larissa, brincamos sempre que o mundo só pode estar do avesso e ninguém avisou nada pra gente. Quer dizer que agora na hora de comprar o meu sapato eu não tenho só que observar se os sapatos em questão me agradam visualmente, se calçam bem meu pé feio com joanete, se ficam confortáveis, se posso pagar por eles e se valem o valor que estão pedindo. Agora eu tenho que me preocupar se a garota propaganda é alguém que inspira elegância e riqueza? Ah, me poupem! Desculpe a falsa de modéstia, mas eu posso estar usando shortinho e sandália rasteira e terei a mesma elegância se estivesse usando salto e vestido longo. Sabe por quê?</div>
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Eu me importo com meu semelhante. Eu trato a todos como eu gostaria de ser tratada. Eu tenho sempre um sorriso guardado pra dar pra alguém que esteja precisando de um. Eu dou bom dia pra pessoas que não conheço e que cruzam comigo na rua pela manhã. Eu sei dizer "por favor", "obrigada" e "me desculpe". Eu sei respeitar quem pensa diferente de mim. Eu sei dar valor a pequenos gestos. Eu acho que ser bem sucedido na vida não é, necessariamente, ter um pote cheio de dinheiro. Ser bem sucedido é fazer o que se ama e é viver bem, fazendo o bem. Eu ouço os problemas das pessoas e sei me colocar no lugar delas. Isso pra mim é elegância. Isso pra mim é saber viver e não importa onde você comprou seu sapato. Se você não sabe viver, será deselegante até com um Laboutin nos pés. </div>
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Anitta, arrebentou na propaganda. Tá bonita. Tá bacana. </div>
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O mundo está do avesso e esqueceram de me avisar. É isso. Só pode ser. </div>
A menina e os pensamentoshttp://www.blogger.com/profile/07877748646712359687noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7010088215877979035.post-16698560391104258592015-11-28T10:57:00.001-08:002015-11-28T18:36:18.108-08:00Missão Cumprida, Liara!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTloxbnkDVJ8BxYP2AF4RR6dRTYCiBDw_WPhwXHYimFw8g7nRJLjwobtV4Ro7eTGWGibcJW12tbKhK6MbPrB-6PNORrxE77RqlJpN-Y0V7wc34YalW2fVfChwy42AcykJgVSaZc8iQLxw/s1600/DSC_1269.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTloxbnkDVJ8BxYP2AF4RR6dRTYCiBDw_WPhwXHYimFw8g7nRJLjwobtV4Ro7eTGWGibcJW12tbKhK6MbPrB-6PNORrxE77RqlJpN-Y0V7wc34YalW2fVfChwy42AcykJgVSaZc8iQLxw/s320/DSC_1269.JPG" width="213" /></a></div>
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No início desse ano eu sabia que teria pela frente um ano difícil pra mim. Ano de alfabetização do Miguel. Eu teria que lidar com minha ansiedade, com minhas expectativas, teria que equilibrar a vontade de ver meu filho progredir e a vontade de respeitar o seu tempo. Teria que entender que seria importante não me importar com o progresso de vizinhos, que se A já aprendeu a fazer isso ou aquilo, pouco importa porque o mais importante pra mim é como o Miguel está. Enfim, em fevereiro rezei muito pra que eu tivesse orientação e calma.</div>
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Fui atendida. Talvez não tenha tido a calma que achei que deveria ter em muitos momentos. Talvez tenha pressionado meu filho um pouco além do que pretendia. Mas tive ajuda pra respirar fundo quando achei que as coisas não dariam certo, tive amparo quando chorei achando que tinha feito escolhas erradas pro meu filho (Será que essa escola que eu tanto amo é a mais certa pra ele? Será que esse método de alfabetização vai funcionar com o meu filho? Será que não seria melhor um método mais tradicional? Será? Será?). </div>
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A ajuda veio de vários lugares diferentes, de várias pessoas diferentes. O Namorado, sempre disposto a me escutar e a me resgatar de momentos de desespero quando achei que a coisa não ia dar certo. Minha mãe, por sempre me lembrar que essencial é ter calma. Minha irmã, por ser tão sincera e agressiva em suas convicções e, em sua agressividade, sempre me dizer se estou no meio de algum ataque de insanidade. Minha sogra, por me lembrar que Miguel é muito inteligente e que tudo se desenvolveria em seu tempo. Itallo, o <i>Dido</i> do Miguel, por cada abraço de confiança e amor dado no meu filho.Todos os meus amigos, por escutarem minhas histórias. E uma ajuda mais que especial e mais que bemvinda: a ajuda do anjo que Deus colocou pra alfabetizar meu filho e seus amigos. Uma ajuda chamada Liara. </div>
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Eu realmente acredito que ser professor é pra poucos e bons. Ser professor não é profissão que se escolha, ser professor é chamado divino. E ser alfabetizador vai um pouco além. É como ser um herói. Sabe aquele herói dos filmes que aparece quando a pessoa está vivendo em um mundo escuro e sem muitas possibilidades e pega na mão dessa pessoa, a levanta - muitas vezes a carrega no colo - conduzindo-a pra um mundo colorido, cheio de luz, caminhos variados a serem escolhidos, estradas com um sem fim de flores e frutas? Esse herói é o professor da alfabetização. Que trabalho lindo, que vocação especial ... Quase magia. Deus colocou Liara pra ser essa heroína na minha vida, do Miguel e de todas as crianças da turma 18. Total admiração por essa mulher.</div>
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E não foi só isso. Liara sempre me escutou. Liara sempre esteve disposta a ouvir minhas dúvidas, meus medos. Muitas vezes cheguei na escola preocupada, despejei tudo em cima dela e saí de lá mais leve porque Liara acreditava no progresso do Miguel mais que eu mesma. Eu sei que alguns podem achar loucura eu dizer isso: que a professora acreditava mais no meu filho que eu. Mas é que tenho pavor de ser dessas mães iludidas, dessas que não sabem o filho que têm, dessas que batem do peito pra dizer "meu filho não mente", "meu filho não faz isso ou aquilo". Eu olho pro Miguel com um olhar crítico, procurando enxergar meu filho do jeito que ele é, sem as vendas que o amor muitas vezes coloca em nossos olhos. E a Liara nunca se desesperou ou se contaminou com minha desesperança. Ao contrário, sempre me ouviu e encorajou a continuar ao lado dele, incentivando de todas as maneiras possíveis. É óbvio que nunca nem passou pela minha cabeça desistir, porque se tem algo que procuro ensinar ao meu menino é a ser perseverante na busca de seus objetivos. E também porque sou mãe e mãe tem amor inesgotável, mãe nunca desiste de um filho. Mas nunca terei como agradecer a força e apoio que sempre recebi dessa professora quase mágica que Deus colocou no caminho do Miguel.</div>
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Eu amo meu filho do jeito que ele é. Sabendo que é adorável, charmoso, sedutor, alegre, engraçado, carinhoso, espirituoso, sagaz, sensível com uma inteligência emocional que poucas vezes reconheci em alguém, protetor. Amo meu filho sabendo também que não é santo, sabendo que gosta de conversar e de fazer bagunça, sabendo que faz o dever de casa com pressa, doido pra começar a pegar seus bonecos e ir brincar. Não, meu filho não lê o jornal aos domingos. Nem em dia nenhum. Na verdade, ele não quer nem saber disso. Apesar de eu comprar 500 gibis pro Miguel ficar sentadinho no quarto dele lendo, ele finge que ficou imensamente feliz quando dou as revistinhas de presente pra ele, lê duas páginas só pra me agradar e larga os gibis em algum canto. E ficariam nesse canto pra sempre caso eu não as colocasse dentro do armário. Enquanto o tão famoso "clic" da leitura pra alguns se deu logo no início do ano, outros em maio, junho, outros em agosto ou setembro, o despertar verdadeiro pra leitura, aquela hora em que notei que ele lia todas as placas e outdoors que encontrava por seu caminho, se deu agora em novembro. E quer saber? Liara é que estava certa. Ela sempre esteve certa. Que diferença isso faz pra vida do meu filho? Que diferença faz se ele aprendeu a ler com 4, 5, ou 6 anos? No que isso vai influenciar sua vida? No que isso vai fazer com que ele seja mais feliz daqui 20 anos? O importante é que ele lê! Miguel desvenda o mundo agora! </div>
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Preciso confessar que aprender a ler não modificou meu filho brincalhão e malandrinho. Ele continua a não se interessar pelas revistinhas que compro e nem tanto pelos livrinhos de leitura da escola. Afinal de contas, ele continua sendo o mesmo Miguel de sempre. O meu Miguel. E o meu Miguel quer ler o que está escrito nos videogames dele. Ele quer ler tudo o que está escrito nos aviões onde viaja por aí. Ele quer ler o que está escrito nas legendas dos filmes inadequados pra sua idade. Ele quer pesquisar na internet e ler quando aquele filme de seu herói favorito vai ser lançado. Ele quer ler a letra da música que gosta de cantar. Hoje, Miguel é alfabetizado. Mais que isso, Miguel é um garoto letrado. Um menino que começa a ter senso crítico, questionador, com mente inquieta. E isso pra mim é ouro. </div>
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Liara, eu nunca saberia como lhe agradecer. Nada que eu lhe compre fará jus a seu feito. Nada que eu diga poderá significar minha gratidão. A imagem que ficará pra sempre gravada na minha alma e no meu coração é a que eu vivi hoje, quando você se dirigiu a mim com uma genuína alegria, com esse seu jeito animado e sempre cheia de vida, sorriso aberto, olhou dentro dos meus olhos, abriu os braços e me abraçou dizendo: "Viu, Paula? Nós conseguimos!! Nós conseguimos!!" </div>
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Sim, Liara! E tenha a certeza que eu não teria conseguido sem você. Deus abençoe sua vida. E que você nunca se canse de realizar essa sua mágica porque muitas outras crianças com "um jeitinho Miguel de ser" ainda precisarão do apoio de suas mãos de super herói pra conduzí-las nessa viagem que é o 1º ano. Muito obrigada de todo o meu coração. </div>
A menina e os pensamentoshttp://www.blogger.com/profile/07877748646712359687noreply@blogger.com0