domingo, 31 de outubro de 2010

Naples











Muita gente aqui no Brasil adora criticar americano. Tenho amigos que dizem que não dão um tostão pra conhecer a Disney e enriquecer o Mickey Mouse, outros por ideologia política criticam muito o "american way of life". Sim, acho que eles, muitas vezes, agem como se fossem o centro do universo, tem problemas como muitos países, mas enxergo muitas qualidades e sempre sou muito bem tratada todas as vezes em que lá estou. Os caras são a maior potência do mundo e tem méritos. Admiro isso e não estou aqui pra ser apenas o advogado do diabo e ficar fazendo discurso barato de aula de história com professor que curte ficar levantando polêmica furada entre os alunos.

Estou falando tudo isso porque eu e o namorado todas as vezes em que viajamos e temos que pegar voo de conexão em terras americanas, acabamos aproveitando pra ficar uns dias e conhecer algum lugar que ainda não conhecíamos. Dessa vez, já que teríamos que voltar via Miami, resolvemos conhecer Naples, do outro lado da Flórida. Um lado que não é muito explorado por brasileiros.

Bem, eu gostei muito de lá. Não é lugar pra solteiros, porque é uma calmaria danada e às 22h está todo mundo entocado em suas casinhas fofas. É um lugar tranquilo com muitos idosos, casais e famílias. Foi ótimo passar um tempo lá. Tem praias bonitas - as águas não são tão azuis como em Clearwater e St. Peterburg - mas são calmas e deliciosas pra ficar lá com um livrinho e o barulho do mar.

Depois de uns dias em Naples, como ninguém é de ferro, fiquei em Miami pra fazer umas comprinhas, principalmente pro Hugo e pro Miguel. O namorado praticamente nunca compra roupa e aproveito quando viajo pra comprar coisas pra ele. Mulher é diferente, está sempre comprando roupa. Assim, acabo gastando mais mesmo com maquiagem.

E, então, com a mala cheia de presentes pro meu bebê e o coração cheio de saudade, voltamos pra nossa casa e pra nossa vida. E eu adoro voltar pra minha vida. Toda vez que tiro férias tenho a sensação, não só por poder viajar com quem eu amo e pra algum lugar que escolhi, de que minha vida é muito boa. E eu adoro voltar pra minha rotina, pro meu trabalho, pros meus amigos e pra minha família.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Despertar

Hoje, como sempre, acordei às 6 e meia da manhã com o despertador pra ir malhar e acordei com uma vontade louca de poder ajudar o meu filho a se tornar um cara bacana. Sabe aquelas vontades que martelam a cabeça o dia inteiro, como a de comer chocolate ou falar com uma amiga? Pois é.

Acordei querendo muito ser uma mãe que possa ajudar o Miguel a ser um cara do bem. Desses que não fazem xixi na rua. Desses que não jogam a culpa de suas besteiras nas costas de um coleguinha da escola. Gostaria que assumisse suas burradas e que, vendo que errou, não tivesse orgulho idiota de pedir desculpas. Hoje eu desejei muito, logo de manhã, que ele nunca acredite que qualquer divergência se resolva com socos e pontapés, que ele nunca acredite em violência. Mas que saiba que a palavra tem um poder enorme e que conversar é sempre o melhor caminho.

Gostaria muito que meu filho não hesitasse em perguntar se não soubesse alguma coisa e que tivesse muita vontade de aprender. Que, como Kardec disse, "nunca aceite nada sem o crivo da razão", que questionasse para buscar respostas, as suas respostas. Acordei com essa vontade de ver meu filho sabendo que a toda ação corresponde uma reação e que ele precisa arcar com as consequências de suas atitudes. Queria ver meu filho gentil, amigo dos amigos. Um garoto que, se tropeçar na escola, corra atrás do prejuízo e que não culpe seus professores, escola ou companhias.

E, se não for pedir demais, queria que ele não fosse o tipo de cara que pede o telefone de uma garota pra qual ele não tem a mais remota intenção de ligar. Ou o tipo que transa com uma menina e nem olha pra cara dela no dia seguinte, que tivesse um mínimo de consideração e que soubesse que um telefonema no dia seguinte pode não ter importância nenhuma pra ele, mas faz uma diferença enorme no dia da menina. E que ele nunca me pedisse pra mentir ao telefone pra nenhuma namorada porque já saberia, por conhecer a mãe que Deus lhe deu, que eu não faria isso.

Vontade de ver meu filho grato pela oportunidade que a vida está lhe dando, de crescimento espiritual e de aprendizado. Vontade de ver meu filho grande, em todos os sentidos, um homem de bem.

domingo, 24 de outubro de 2010

Punta Cana







Bem, antes de ir pra Florida, ficamos uns dias em Punta Cana. Se você falar aqui no Brasil de La Romana ninguém vai ter ouvido falar, não sabem nem onde fica. Entretanto, Punta Cana a galera conhece da fama de boas praias e dias de sol. Quem não foi, quer ir e só eu conheço três casais que se casaram recentemente e que escolheram o local pra passar sua lua-de-mel.
Bem, Punta Cana é isso mesmo. Um lugar pra quem gosta de descanso e de praia. Como já disse anteriormente, a Republica Dominicana não tem muito a ser feito e vive de cana de açúcar e, é claro, turismo. Em se tratando de praias, as de La Romana são ainda melhores, então quando chegamos em Punta Cana ficamos com a impressão de que o ponto alto da viagem já tinha acontecido.
Como o ritmo do local é o tal do merengue, de tanto ouvir - a música toca o tempo todo - já quis aprender a dançar e no hotel não faltam instrutores pra ensinar. Confesso que, no final, já estava doida pra ouvir um rock´n´roll... O ritmo caribenho já estava me deixando louca. Ouvir o mesmo tipo de som por uma semana direto é um pouco chatinho, mesmo que estejamos relaxados e de férias. Ou será que eu é que sou enjoada?
Bem, pra ir pra essas bandas, escolher um bom resort é fundamental. Como não tem nada por perto e não há muitos passeios a serem feitos, o que vale é aproveitar a praia - as de todos os resorts são excelentes - e sossegar aproveitando a estrutura dos resorts. Foi isso o que fizemos e aproveitei pra não fazer nada e ler. Um delícia da qual já estou começando a sentir saudade...

sábado, 23 de outubro de 2010

É assim mesmo

Hoje, no trabalho, estava conversando com duas alunas, mãe e filha, que conheço há anos e são dessas pessoas que a gente convive pouco, duas vezes por semana durante muito tempo mas que a gente vê no olho que são gente boa. Não tem isso? Pessoas que a gente reconhece no olhar o que há no coração? Pois é. Elas são assim.

Estávamos conversando sobre, adivinha... Filhos! Parece que eu só sei falar disso ultimamente... Mas, apesar de eu ter outros assuntos, esse ainda será o principal da minha vida, acredito eu, por uns bons anos. Ou será pra sempre? Daí, a Mena - mãe da Bárbara - me disse que a gente deve levar nossa vida mesmo, sair e se divertir com o marido sempre que possível, porque os filhos não hesitarão em fazer isso com a gente. Quer dizer, vão crescer e não vão pensar duas vezes antes de nos dizer: "tchau, mãe. Vou pra festinha na casa de fulano." Eles viverão a vida deles. E, graças a Deus, se for assim. Que bom ter filhos com uma vida social, com objetivos próprios.

Como sempre, refletindo sobre tudo que cai no meu ouvido, penso que ser mãe é uma viagem pra dentro de você mesma. Quantas emoções são vividas como se fosse uma fratura exposta, é algo tão forte que parece que não tem como fugir. É mesmo preciso viver tudo isso e aprender, na marra se esse for o único jeito, a lidar com todos esses sentimentos. É um relacionamento que pede uma dedicação enorme e que a gente sabe, no fim, que o reconhecimento de um trabalho bem feito, é ter filhos do mundo, e não vivendo na barra da saia da gente.

Pois é... Tudo isso são minhas projeções para um futuro que, até há uma hora atrás, eu pensava estar ainda distante. Eu, conversando comigo mesma e jogando meus pensamentos pro astral, ainda me perguntava se seria assim mesmo... Mas não é que meu filho, com 1 ano e 5 meses, já comprova que a Mena está certíssima? Não pensava que a vida me daria a resposta pra essa dúvida tão rapidamente.

Hoje a tarde fui a uma festinha com o Miguel. Chegamos em casa mais ou menos às 18h. Miguel dormiu por 30 minutos e acordou como quem quer dormir mais e aí já viu a chatice, né? Minha irmã veio até aqui em casa pra deixar sua filha mais velha comigo porque ela não queria ir pra festinha infantil a que eles iriam com a filha menor. Quando o Miguel viu que minha irmã, meu cunhado e a prima menor estavam indo pra porta pra ir pra tal festinha, o garoto saiu em disparada e agarrou nas pernas do meu cunhado, que o pegou no colo. Ficou no colo dele e apontava pra rua - Miguel fala pouquíssimas palavras, ou melhor, quase nada. Falei pra ele vir pro meu colo porque eles estavam de saída e o Miguel se agarrou ainda mais ao padrinho. Resultado: quando o padrinho, já morrendo de pena do Miguel com aquela carinha de gato de botas do Shrek, disse que levaria ele pra festinha também, o menino foi pra dentro do quarto e sentou no chão esperando que eu calçasse o tênis. Arrumei sua bolsinha, sua roupa e você pensa que ele olhou pra trás pra me dizer tchau? Ha ha ha!!! Foi feliz da vida, a chatice passou em um segundo e lá foi ele, contente que só pra mais uma festinha.

É, a Mena é que está certa mesmo. Ele não vai pensar duas vezes antes de sair pra se divertir e me deixar sozinha em casa. Mesmo que eu trabalhe a semana toda e que ele fique na creche o dia inteiro. Mesmo que eu passe férias de 15 dias longe dele e tenha reservado esse sábado pra ele. Nesse sábado ele preferiu ir pra festinha. Sem mim. E foi.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Amor

Sábado passado fui a um casamento e esse é o tipo de cerimônia que adoro, além da festa sempre ser muito cheia de energia e felicidade. Gosto de chegar para ver todo o ritual, a igreja enchendo, a expectativa, a entrada de todos e, finalmente, da noiva. As noivas são sempre tão lindas!!!! É que felicidade embeleza, né? E eu nunca fui a nenhum casamento onde a noiva estive casando obrigada ou coisa assim, portanto, sempre acho as noivas muito lindas, com aquela luz brilhante que só a felicidade dá.

Acho importantíssimo a escolha do celebrante, seja padre, pastor, juiz, ancião, whatever. Quando o celebrante sabe da estória dos noivos e é inteligente, diz coisas bacanas e propícias então... Nossa!! Aí é choro na certa, me emociono mesmo.

Sábado passado, em dado momento da cerimônia, o padre falou que os noivos estavam conhecendo o maior amor do mundo: o amor de um homem por uma mulher e vice-versa. Tudo bem. Acho mesmo que o amor entre um casal é um amor lindo. Penso no meu relacionamento com o namorado e vejo o quanto somos amigos, companheiros, dedicados um ao outro, amantes. Amar e ser amado é um milagre, sempre digo. Ainda mais nos dias de hoje. Sou muito grata a Deus por ter permitido que eu vivesse esse grande amor. E agradeço, mais ainda, por ele ter chegado quando eu já estava mais madura, mais pronta mesmo. Eu e ele já tínhamos traído e sido traídos, já tínhamos sofrido e feito sofrer e estávamos querendo muito construir um relacionamento bacana, baseado em muita verdade. Quando somos mais velhos, somos mais tolerantes, mais experientes e essa experiência de vida faz relevar o que é pra ser relevado e se importar com coisas que são realmente importantes. Ok. É um amor maravilhoso mesmo o de um casal. Mais não é, nem de longe, o maior amor do mundo.

O Hugo, na mesma hora em que ouviu a frase e esse monte de pensamentos disparava em minha cabeça louca, olhou pra mim e disse: " Ele está falando isso porque não é pai..." E Hugo está certo. O amor de pai, de mãe, é um amor diferente não por ser maior ou menor. É o que bate mais forte no coração simplesmente porque é "incondicional". E essa palavrinha faz TODA a diferença.

Amo o Miguel tanto e tanto que dá vontade de chorar. Amo meu filho, mesmo quando ele me desespera, me desagrada, me dá trabalho. Amo meu filho quando tenho que levantar da cama de madrugada caindo de sono, quando preparo o leite e ele faz malcriação porque quer suco, amo meu filho mesmo quando fico zangada por ele ter dado um tapa na colher cheia de comida antes de chegar a boca, quando estou dando banho nele e ele me molha inteira assim como amava também quando estava prontinha e perfumada pra sair e, do nada, levava uma golfada bem azeda e tinha que tomar outro banho e trocar de roupa. Ai... Eu amo tanto, é tanto amor, que aperta o coração, como se nele não houvesse mais lugar pra nada.

Com namorado, marido, amigo, não é assim. Amamos e queremos ser amados. Existem pactos, acordos, para que relacionamentos deem certo. Com filhos existe o trabalho de educar, a responsabilidade e a culpa se as coisas não correm do jeito que esperávamos ou não satisfazem nossa expectativa, mas nada arranca esse amor imenso do peito. Há mães que colocam seus filhos pra fora de casa porque são agredidas por eles, mas continuam amando. Há mães de bandidos que sabem da condição errada dos filhos e desaprovam, mas continuam amando. Há mães de filhos totalmente sem juízo, alguns cruéis, mas continuam amando. E é esse, pra mim, o maior amor do mundo, o amor dos pais por seus filhos.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Agradar a todos

Ainda me pergunto porque sinto, depois de tanto tempo de terapia, o fato de não agradar a todos, por mais que tente. Isso se evidencia muito no trabalho e penso que Deus deve ter me colocado em posição de chefia justamente para que eu pudesse trabalhar melhor isso dentro de mim.

Sempre que tenho que tomar uma decisão, por mais boba que seja, penso em fazer o melhor para o conjunto. Tento mesmo agradar a todos, mesmo sabendo que não vou conseguir. Ninguém consegue, nem Ele, Jesus Cristo, conseguiu, porque euzinha haveria de conseguir? Mas a verdade é que eu tento. E a verdade é que eu ainda sofro quando não consigo...

Sei que, talvez, o melhor seria ligar o "dane-se" e fazer o que tenho que fazer, sem gastar tempo e energia pensando em caminhos para conciliar os gostos e agradar a maioria. Só eu sei os malabarismos para conciliar os interesses. E, em muitos momentos, é um processo muito solitário esse de ter o poder de tomar decisões. Por mais que pergunte a um ou a outro, a decisão final é sua e a responsabilidade dessa decisão também.

Então, depois de tanto tempo tomando decisões, escolhendo por um grupo e por mim também, me vejo enfrentando os meus medos de não agradar. De novo. E o que dói mais não é saber que não conseguirei ser unanimidade, seria até pretensão. O que me dói é que eu realmente tento fazer o melhor. Sempre.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Mestres

Hoje é um dia muito importante pra mim. É o dia dos mestres. Dia da profissão que escolhi. E é o dia também em que meu pai desencarnou, há 11 anos.

Nesse dia sou muito grata a Deus por todos os mestres que colocou em meu caminho. Por todos os amigos mestres com quem tenho a felicidade de trabalhar. E pelo meu pai que foi meu primeiro mestre.

Desde pequena eu queria ser professora. "Professora" sempre foi a resposta todas as vezes em que os mais velhos me perguntavam o que eu queria ser quando crescesse. Minha mãe muito tentou demover-me da idéia, inutilmente. E acho que essa profissão é muito mágica... Dentro da sala de aula, os problemas particulares desaparecem. O professor é possuidor de uma característica muito bonita que é o tirar o foco do seu umbigo pra olhar para o umbigo dos outros. Pelo menos enquanto a aula durar. Dentro da sala de aula, entramos como mestres mas, em tantos momentos, viramos alunos. E isso é, simplesmente, lindo!! Um aluno, com seus questionamentos, dúvidas, transforma-se em estímulo para que busquemos mais conhecimento.

O professor encontra forças não sei de onde para explicar de mil maneiras diferentes o mesmo assunto, buscando incansavelmente o entendimento. Muitas vezes esse professor em casa não tem paciência com seu filho. Já vi isso acontecer. E já aconteceu comigo quando minha mãe resolveu estudar inglês. Eu perdia muito a paciência com ela, tadinha. Mas com meus alunos jamais. Explico mil vezes se necessário porque é a tal da mágica que existe em sala de aula...

Já pensou nos professores de alfabetização? Que maravilha deve ser guiar uma criança nessa aventura de aprender a ler e escrever? Que responsabilidade enorme e, de repente, lá está aquele serzinho de 5, 6 aninhos, vendo um mundo inteiro se alargar absurdamente diante dos olhinhos curiosos que começam a olhar letrinhas e palavras e ver muito além que rabiscos.

Sou feliz por ser professora.

Sou feliz também por ter tido um pai maravilhoso do qual tenho muito orgulho de lembrar, mesmo que o dia de hoje traga um pouquinho de aperto no coração. Aproveito sempre pra elevar meu pensamento e mandar muitos beijos pra ele porque sei, assim como acredito na mágica existente em sala de aula, que ele receberá todos os esses meus beijos cheios de saudade e muito, muito amor. Um dia a gente se encontra.

Feliz dia do mestre!

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Mãe em tempo integral

Quero deixar registrado aqui o quanto admiro essas mulheres corajosas que decidem ser mãe em tempo integral. Penso nisso todas as vezes em que tem um feriadão como esse que passou essa semana e me vejo tendo que passar o dia inteiro com o Miguel, botando minha cabeça pra pensar em alguma atividade pra gastar a energia do moleque antes que ele acabe com a minha.

Sábado e segunda-feira o Hugo trabalhou o dia inteiro e eu fiquei sozinha com meu bebê. Isso significa sem ajuda de qualquer tipo, e, tenho que dizer, continuo achando a coisa mais punk da face da terra. Miguel está na fase não só de mexer em tudo, mas de não aceitar mais quando digo não. Ele insiste, disfarça e volta lá, e, para minha surpresa, sabe aquelas crianças de shopping que se jogam no chão e batem perninha e a gente pensa: "que horror!" ? Miguel vem apresentando essa tendência. Já algumas vezes quando disse não milhões de vezes e ele viu que não levaria a melhor, se jogou no sofá, no chão do quarto, enfim... Faz um drama. Eu fico calada, apenas olhando com o meu silêncio e minha cara de reprovação porque com maluco não se discute. Graças a deus, tenho obtido bons resultados com essa técnica. Ele sempre pára com o fricote. Deve cair em si da cena ridícula que está armando e deixa o chilique de lado.

Mas o fato é que agora não me sinto apenas cansada fisicamente. Mentalmente, no final de um dia, estou um caco e a idéia de chegar segunda-feira ou qualquer que seja o dia de trabalho deixa de ser um problema, vem até acompanhada de certo alívio. É por isso que fico pensando nessas mulheres que abandonam seus empregos e decidem se dedicar em tempo integral a essas delícias loucas e cansativas. Simplesmente admiro e tenho a certeza de que não é pra mim. Não tenho essa vocação e preciso admitir.

No sábado, quando o Hugo chegou do trabalho e nós jantamos, eu ainda não tinha tomado banho. Depois da louça lavada, penso em , até que enfim, me enfiar no banheiro e ter 15 minutos de sossego. Não é que o danadinho entrou no banheiro comigo e ainda por cima começou a abrir os meus armários?? Não aguentei. Parecia uma estérica - ou será que sou estérica mesmo?? - gritando: "Hugo, pelo amor de Deus, eu quero, eu preciso, de 15 minutos sozinha pra tomar banho!! Tire esse menino daqui antes que eu o mate!" Hugo, rapidamente - porque não é bobo nem nada e conhece a mulher que tem - tirou o Miguel do banheiro e me deixou acalmar minha mente debaixo do chuveiro. Ah.. Que banho bom! 15 minutos de solidão e voltei a ser feliz... Pra começar tudo de novo.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

La Romana






















Finalmente, no finalzinho desse feriadão, encontrei um espaço pra escrever. Como tinha dito antes, La Romana não é dos destinos mais procurados pelos brasileiros. De fato, não encontrei com nenhum por lá, havia muitos europeus. Franceses então...

Achei as praias maravilhosas, águas bem calminhas, dessas que a gente podia colocar aquelas bóias tipo colchão e ficar na água tomando seu drink feliz da vida. Logo no primeiro dia estranhei ter visto dentro do Resort umas duas mulheres tomando sol de peito de fora. No dia seguinte, na praia, não havia apenas duas, mas a grande maioria das mulheres, novas ou idosas, praticavam topless. Era peito de todo jeito, grandes, pequenos, bonitos e feios, caídos e siliconados. Enfim, sem constrangimento nem para as mulheres e nem para seus maridos que se comportavam como se nada demais estivesse acontecendo. Na verdade, nada demais estava acontecendo mesmo. Faz parte da cultura deles. Eu é que estava achando tudo muito curioso.

Em um dos dias, visitamos Altos de Chavon. É uma cópia de uma vila mediterrânea com vários restaurantes, lojas e museus. Do alto se tem uma vista linda, onde passa o rio Chavón. É muito bonito e adorei ter conhecido. As primeiras duas fotos, de baixo pra cima, desse post foram tiradas lá.

Fomos também conhecer a Ilha Saona, onde foi filmado o filme "A Lagoa Azul". É um passeio que dura o dia inteiro, mas vale a pena. Passamos um dia muito agradável por lá apesar de eu não ser muito chegada a passeios de barco, sou enjoada... Mas fazer o quê? Pra chegar à Ilha não há outro meio. Na ida, levamos 1 hora e meia, na volta, como voltamos de lancha, foi rapidinho: meia hora.

No mais, antes de ir pra Punta Cana, aproveitamos pra curtir a praia do resort e o hotel em si. Até porquê, tanto La Romana quanto Punta Cana não tem nada a oferecer além de resorts muito bem estruturados e praias lindas. O bom mesmo é escolher um bom resort e ficar por lá, sem pensar em nada... Assistindo ao pôr do sol, caminhando na praia. E pra quê querer mais?

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Trilha Sonora

Hoje pretendo escrever sobre o segundo lugar que visitamos em nossas férias, La Romana. Mas, pra adiantar, resolvi postar a nossa trilha sonora dessa parte da viagem... É que essa música nos perseguiu por lá. E eu fiquei apaixonada.


Se íamos jantar, lá estava o grupo cantando essa música. Quando visitamos Altos de Chavon, havia três rapazes que tocavam e cantavam em troca de uns pesos. Imagina qual a música que tocaram quando chegamos perto? Bachata Rosa, de novo! À noite, quando sentados para assistir um showzinho no hotel mesmo, qual foi a música de abertura? Bachata Rosa.


Então, vou colocá-la aqui. Ouvir essa música será sempre como sentir o vento batendo no meu rosto, escutar o barulho do mar de águas claras e olhar para os meus pés descalços enterrados na areia. Férias... Aí segue o link:

http://www.youtube.com/watch?v=Hct_iDOt4D0&feature=related

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Viajar sem o bebê

Quando lembro como estava nervosa e apreensiva antes da viagem de férias, nem acredito que tenha aproveitado tanto os 15 dias longe da minha delícia. Acho que vivi o sofrimento da separação antes de ir. No dia da viagem não consegui comer nada e chorei muito, o dia inteiro. Meu coração estava apertadinho, do tamanho de uma azeitona preta. Mas, depois que cheguei lá, fui relaxando aos poucos e fiquei muito bem. Bem mesmo.

Com o namorado foi diferente. Como ele segurou a minha onda de sofrimento antes da viagem, acho de durante as férias acabou sentindo mais que eu. A todo instante falava no Miguel e dizia que estava com saudades. É claro que eu também senti saudades, mas acho que me preparei melhor que ele para passar esses dias sem o bebê.

Hoje vejo que a decisão de viajarmos foi mais que acertada. Nosso relacionamento, que estava precisando mesmo de um tempo só pra gente, ficou ainda melhor. Andar pela praia de mãos dadas, comer sem preocupação e sexo sem correria tem muito valor. Principalmente depois da maternidade.

E o Miguel, por sua vez, passou muito bem sem nossa presença, obrigada. Foi à festinhas com a minha irmã, dançou muito, passeou com as primas. Na creche, a tia disse que ele se comportou da mesma maneira. Na segunda semana, apenas, minha irmã disse que ele, de vez em quando, falava "mamã".

Quando chegamos e fomos buscá-lo na creche, encontrei o mesmo Miguel sorridente e brincalhão. Mais crescido - incrível como 15 dias fazem diferença no desenvolvimento de um bebê - e mais levado também. Mas, ao contrário do que pensei, ele não saiu correndo para o meu colo felicíssimo. Apenas olhou pra mim e sorriu. Olhou pro pai e fez a mesma coisa. Nada de corridas saudosas de braços abertos como se estivesse morrendo de saudade. No fundo, ficou uma pontinha de frustração... Egoísmo puro. Logo a razão vem e me faz ver como é bom ter um filho independente, capaz de passar 15 dias sem os pais bem, curtindo a companhia das primas e dos padrinhos que, diga-se de passagem, devem tê-lo paparicado ao extremo.

Melhor que voltar descansada e feliz, é ver que os filhos tem vida própria. É ver que precisam da gente sim, mas existem apesar de nós. Bom mesmo é ver que ele está bem, saudável e que sentir saudade é muito positivo. Voltar com a paciência recobrada foi fundamental pra mim. Já vi que poderei viajar outras vezes. Planejo, assim que ele estiver mais crescido, tirar alguns dias de férias com o meu bebê, mas reservar, sempre que possível, dias de férias só pra mim e pro namorado. Foi muito válido pra nós dois. Válido para nossa sanidade familiar.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Carro e crianças


Quando se é mãe de primeira viagem e pensamos em tudo que precisamos comprar para otimizar o nosso tempo e para oferecer conforto pra nossa cria, muita coisa a gente pensa ser essencial. Depois, vê que é a maior besteria gastar dinheiro comprando essas coisas e outras, que a gente achava a maior besteira, vemos, com surpresa, como facilitam muito a nossa vida.

Quando estava grávida, olhava pros carros com DVDs no encosto de cabeça do banco do motorista ou do banco ao lado e pensava que era um gasto de dinheiro à toa, um luxo desnecessário. Além disso, todos me diziam que a criança entra do carro e já começa a dormir. Imaginei que meu filho seria muito calmo e tranquilo - porque é que toda mãe acha que está esperando um anjinho, que será a sortuda da vez?

No caso do Miguel, ele só dorme no carro se estiver na hora do soninho dele mesmo. Se ele não estiver com sono, vai passar a viagem inteira acordado e, pior, conforme foi crescendo além de não dormir, ainda fica mega impaciente se a viagem demora mais de 20 minutos e começa a ficar inquieto, querendo sair da cadeirinha a todo custo. Como não posso tirá-lo de lá e colocá-lo no meu colo, ele começa a berrar e não posso fazer nada a não ser mentalizar que estou em qualquer outro lugar no mundo menos em um carro, com um bebê berrando no volume máximo no banco de trás e, como diz uma amiga minha, "sempre se pode piorar": pegando um engarrafamento.

Quando não estou sozinha, não melhora muita coisa. O Hugo faz questão de dirigir e, quer saber? Eu também preferiria dirigir a ir no banco de trás fazendo papel de mágico tirando vários coelhos da cartola, quer dizer, tirando da maxi bolsa um brinquedo de cada vez entre os muitos que carrego para conseguir distrair o Miguel por no máximo, sendo otimista, 2 minutos. Meu estoque de brincadeiras vai se esgotando e já me peguei rezando para não pegar nenhum sinal fechado ou me perguntando porque acho sempre que o Hugo está dirigindo que nem uma tartaruga...

Enfim, nessa viagem resolvemos apostar no tal do DVD já que Miguel adora os DVDs da Xuxa, gosta das músicas e das dancinhas, além de enlouquecer com os Backyardigans. Gente, esse final de semana botamos o menino no carro e lá fomos nós. DVD ligado, Miguel foi só alegria. A única coisa que ouvimos foi o som das suas palminhas ou "uuuuhhh", "lalalalala" ou "Iiiiiiii" que ele costuma fazer quando está escutando suas músicas preferidas. Pois é, achava a maior besteira e foi um dinheiro muito bem gasto. Fica aí a dica. Espero que a paz reine em meu carro por bastante tempo.



domingo, 3 de outubro de 2010

República Dominicana





Muitos me perguntaram porque eu escolhi ir para República Dominicana nas férias. Bem, primeiro porque não sou muito de ir a praia quando estou no Brasil, ainda mais depois do nascimento do Miguel. Ir à praia dá tanto trabalho, é tanta coisa pra separar, pra colocar na bolsa que só de pensar me canso. Ainda somado a isso vem o fato de morar distante da praia. São 30 minutos até a Barra com o trânsito bom. Imagina pegar engarrafamento com um bebê no carro? Nem pensar. Vou à piscina do clube e fico feliz. Por isso, gosto de viajar para locais onde posso pegar uma praia gostosa, de águas cristalinas e areia branca.

O primeiro destino do país é Punta Cana, mas já que estou indo pra lá, na minha cabeça não entra pegar esses pacotes amarrados que só vão até o B-A -BÁ. Vou a um lugar e gosto de me inteirar sobre ele, sobre sua história. Por isso, não me imagino fazendo esses tours relâmpagos nos quais a pessoa conhece 10 países em 15 dias. Pra mim não serve. É só pra tirar foto. Meu objetivo quando viajo não é esse. Acho que é porque nunca fui muito boa aluna em história e percebo que aprendo muito quando estou viajando, vivenciando a história do lugar. Dispenso o táxi e ando muito, sempre. Andando a gente conhece melhor as ruas, os detalhes escondidos. Daí, preferimos não ir direto pra Punta Cana. Pegamos o voo Miami - Santo Domingo pra conhecer a capital do país.

País pobre, mas não vi miséria. Não vi pessoas pedindo nas ruas, como se vê em Salvador, por exemplo, onde a gente não consegue andar 100 metros sem ser perturbado pelos locais que pedem até a água que você está bebendo. As praias de capital não são muito boas, o que vale mesmo é fazer o passeio histórico. Vale conhecer também as cavernas chamadas "Tres Ojos", são bonitas. Nada que deixe um brasileiro que conhece Bonito de boca aberta, mas vale a ida. São três cavernas com águas azuladas e cristalinas.

No nosso caso, fizemos o passeio histórico com um guia excelente, que sabia toda a história do país e nos deu uma aula. A parte pela zona colonial se faz a pé e é cheia de monumentos do século 16 e a primeira catedral das Américas e também a primeira rua de pedra das Américas, chamada Calle de las Damas. A rua ganhou esse nome porque ao final da rua fica uma igreja onde a rainha assistia as missas e quando ela se dirigia à igreja, todas as damas de companhia passavam pela rua, daí o nome. Tem também a Fortaleza Ozama, banhada pelo rio de mesmo nome, a casa onde viveu o filho de Cristóvão Colombo e o Farol a Colon, onde estão as cinzas do descobridor. Se eu estivesse sentada em uma carteira na escola já teria esquecido tudo, mas como estive lá e vi de perto tudo isso, não esqueço. Como é importante viajar, como é uma oportunidade imensa de aprendizado.
Por isso, eu e namorado temos a idéia de que, se estamos indo para um lugar, porque não esticar mais um ou dois dias e fugir do óbvio? Decidimos, então, que antes de chegar a tão famosa entre os brasileiros - Punta Cana - conheceríamos também La Romana. Mas vou deixar pra um próximo post porque o Miguel já está acordando do soninho da tarde... E lá vou eu ficar atrás dele.
Sabe que durante essa semana senti tanta saudade que até pensei que não seria nada mal dar um irmãozinho a ele? Mas, agora que estou aqui, com ele sugando minhas forças, já esqueci totalmente essa idéia louca. Um só, pra mim, já é demais.

sábado, 2 de outubro de 2010

Desorientada

De ontem pra hoje foi nossa primeira noite em casa depois da viagem de férias. Como nosso roteiro de viagem começou em Santo Domingo, depois La Romana, Punta Cana, e,então, como quando saímos da República Dominicana para voltar ao Brasil tínhamos que parar em Miami, resolvemos conhecer Naples - do outro lado da Florida - e passar mais uns dias em terras americanas para comprar coisinhas pro Miguel. Enfim, com isso, passamos por 6 hotéis diferentes. Seis quartos diferentes com disposições de cama e banheiros distintas.

Durante a noite de ontem, lá pelas 2 da manhã (hora em que Miguel normalmente começa a ranhetar pra mamar) comecei a ouvir um choro de bebê ao longe, como se fosse um sonho. O choro não parava e cutuquei o Hugo e falei: "Gente, em que quarto está esse bebê que não pára de chorar, pelo amor de Deus? Deve estar aqui, ao lado da gente. Que azar..."

Aí, de repente, caí em mim ao mesmo tempo em que terminei de falar. Era o Miguel. Sim, eu já estava em casa, dormindo na minha cama e o quarto ao lado era, simplesmente, o quarto do meu filho. Eu e Hugo nos olhamos e levantamos rápido pra dar a mamadeira ao meu bebê faminto. Incrível como a gente se acostuma rápido com o que é bom. Dormir noites inteiras sem ser interrompido por choro, tosse ou coisa que o valha é rapidamente incorporado por nosso organismo. Mas a realidade voltou e, é isso aí, não estou mais em hotel algum. As férias, definitivamente, terminaram.

Desejos pro universo

Tenho tanto pra contar, tantos dias maravilhosos que nem sei por onde começar... Acho, então, que vou começar pelo fim, por uma coisa muito boba que aconteceu já na hora de embarcar de volta pro Rio mas que me faz ver o quanto as palavras e nossos pensamentos tem poder. Só pude confirmar o que sempre digo e muitas vezes o Hugo ri de mim, diz que sou louca. Mas a verdade é que muito do que quero costumo dizer que já joguei pro universo, como se estivesse contando ao mundo os meus desejos e colocando minha energia pra que isso, se algum dia acontecer, eu esteja atenta e o universo ciente de que pode jogar meu desejo em minha direção porque estou preparada e vou saber aproveitar da melhor forma possível.

Durante a ultima semana de viagem havia comentado com o namorado que adoraria, um dia, poder viajar de classe executiva. Detesto viajar de avião mas não é por medo não. É por não poder dormir confortável, apertada naquelas poltronas minúsculas da classe economica onde a gente não pode nem se virar um pouquinho que já incomoda o passageiro do lado. É horrível, não consigo dormir e chego ao destinho toda quebrada. Na ida, tudo é festa. Na volta, é de amargar. Mas, como estamos podendo viajar e já sou muito grata por isso, quem sou eu para reclamar de ir no navio negreiro. Estou viajando e isso é o que importa. Então, estava, apenas, colocando para o universo que eu gostaria de, um dia, realizar esse sonho, bobo eu sei, de viajar na classe executiva, não precisa ser primeira não.

Aí, estava eu já na área de segurança tirando os meus sapatos quando o Hugo vê um amigo nosso que estudou desde garoto no CCAA, depois o convidei pra trabalhar comigo e fizemos isso durante uns bons anos. Anos em que ensinei muita coisa e aprendi também e pude vê-lo transformar-se de um garoto simples e bom em um homem trabalhador, honesto e que manteve seu coração bom, de menino alegre apesar das muitas dificuldades de sua vida. Quando ele saiu para ser comissário, a amizade continuou, o carinho também. E, lá estava ele. Estamos sempre em contato, mas quais são as chances de você pegar um voo que se encaixe na escala de um comissário conhecido? É quase como ganhar na loteria.

Entretanto, quando o chamei para abraçá-lo e ele me perguntou em qual voo estava, vimos que seria no voo dele. Ok. Beijinho pra cá, conversa pra lá, nos separamos, ele foi para um lado e nós fomos calçar os sapatos. Ainda estávamos descalços conversando com ele. Depois de uns 10 minutos, surpresa!!! O improvável aconteceu: ele conseguiu um upgrade pra nós e sim, ganhei na loteira: eu iria voltar de classe executiva!!! Não acreditei até me sentar nas poltronas largas, que praticamente deitam!! Estava rindo a toa, olhando pro cardápio, feliz da vida!! Muito feliz mesmo. Só não tirei foto da gente naquelas poltronas enormes porque fiquei com vergonha...

Por isso, já comecei a jogar pro universo que conhecer Paris no ano que vem não me faria mal algum...