sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Diferente




Duas pessoas diferentes falarem a mesma coisa pra você em dois dias é motivo para se considerar o que foi dito. Ontem, recebemos a visita da minha querida amiga Luciana e, enquanto estávamos no quarto da minha delícia, ela olhou pra mim e falou: "Paula, você está tão diferente!! Seus olhos estão diferentes, você olha pro Miguel de um jeito diferente..."

Hoje, estava conversando no trabalho e a Fernandinha falou: "Paula, é nítido a diferença de intensidade do seu amor pelo Miguel. Qualquer pessoa que acompanha seus posts no blog desde o princípio pode notar."

Fiquei me perguntando se é assim tão grande a diferença, afinal, sim, sei que mudei muito, mas será que a diferença é tão grande do jeito que essas duas queridas falaram? Tanto a Luciana quanto a Fernanda puderam acompanhar a chegada do Miguel em minha vida e estiveram comigo desde que o Miguel nasceu, acompanharam todas as modificações que ocorreram na minha rotina e a revolução que foi a chegada desse bebê que eu amo mais que tudo nesse mundo. E acho que o que elas querem dizer com "diferente" é que além de eu não ser mais a mesma pessoa, o amor que tenho por meu filho também foi se modificando ao longo desses 2 anos e 5 meses.

É impossível uma mulher permanecer a mesma depois que se torna mãe. Tudo muda. Muda sua vida, desde a hora em que abre os olhos até a hora em que consegue fechá-los pra dormir, muda seu jeito de ver o mundo, mudam suas prioridades, mudam as coisas às quais decide dedicar tempo maior ou menor, muda o seu tempo, muda sua programação do final de semana, mudam os pensamentos e as preocupações. Existe uma Paula antes do Miguel e depois dele. A maternidade, acredito eu, é a experiência de vida mais capaz de operar modificações em um ser humano, por dentro e por fora. Sempre digo que não sei se é difícil pra todo mundo, mas pra mim foi, muito. Não tive depressão pós parto, nunca quis jogar meu filho pela janela nem tive falta de vontade de cuidar dele, deixá-lo de lado. Aquele bebezinho estava acima de qualquer obrigação minha, era o topo da minha lista em qualquer circunstância. Mas tive uma certa melancolia, uma tristeza ao observar que todos a minha volta acordavam de manhã e iam pro trabalho, tomavam banho e vestiam uma roupa pra sair, pra viver suas vidas. A impressão que eu tinha era de que o mundo de todo mundo continuava girando e que o meu mundo estava parado. E o que não saía da minha cabeça era a pergunta: "Quando vou ter minha vida de volta? Será que algum dia vou ter minha vida de volta?"

Então, é muito lógico que a gente se modifique pra se adaptar a essa nova rotina. É o caso de escolher: ou muda e se adapta ou se lamenta. E eu não sou dessas que se lamentam. Eu sou das que se modificam e hoje, quando me sinto conseguindo colocar o nariz pra fora do oceano pra respirar, vejo o quanto a maternidade lhe obriga a viver em tão curto espaço de tempo. São tantas escolhas, tantos caminhos, tanta vontade de acertar... E uma vontade imensa de se encontrar dentro desse turbilhão de novidades. Eu tinha muita vontade de voltar a ser eu! E demorei pra entender que eu nunca mais voltaria a ser a Paula de antes. Demorei a entender que uma mãe nasceu junto com o nascimento do Miguel e que essa nova mãe era uma parte de mim que eu não conhecia. Entender que o nascimento do meu filho representava a felicidade de poder viver algo totalmente novo, mas que veio misturado com a dor do luto pela morte de uma vida que deixei pra trás foi difícil. Demorei a entender que não tinha mais que procurar a Paula antiga entre uma mamadeira e outra, na verdade, eu tinha que conhecer a Paula nova, entender essa nova dinâmica da minha vida e vivê-la da melhor forma possível.

A maior modificação de todas é o amor que sinto pelo Guel. Também não sei se com todo mundo é assim, e não me condenem, mas eu não era apaixonada pelo meu filho assim que ele nasceu. Eu tinha um instinto maternal forte, que me fazia querer tirá-lo da UTI o mais rápido possível, um instinto que me fazia protegê-lo, alimentá-lo, um instinto animal mesmo de querer que ele estivesse bem, que não chorasse, que estivesse calmo e feliz. Mas se isso era amor, não sei. Talvez fosse sim. Mas não é o amor que sinto hoje. Isso posso assegurar. Eu estava muito envolvida com tantos conflitos internos que talvez não me permitisse viver esse sentimento da forma mais plena e também porque acredito mesmo que meu amor por meu filho foi crescendo e crescendo e não pára de crescer com a convivência, em todos os momentos em que estamos juntos. Ele é meu primeiro pensamento do dia e é também o último. Quando saio do trabalho pra buscá-lo na creche, vou ansiosa pra saber do seu dia, das suas gracinhas, das novidades que descobriu. Quero ouvir sua voz, quero olhar aquela carinha sorridente louco pra me abraçar me dizendo "Que sodade, mamãe!" Eu morro pelo Miguel e seu sorriso me faz sentir como se estivesse nascendo de novo, me faz sentir mais viva que nunca.

É, Lu...

É verdade, Nanda.

Vocês têm toda razão. Eu não sou a mesma. E como poderia?

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Ballet



Essa semana, fazendo minhas aulas de box training, fiquei pensando, entre socos e chutes, no quanto que ter feito uma atividade física desde menina me ajudou e ajuda até hoje. Lá na aula, no meio de tantos outros alunos, fico observando minha rapidez para repetir as sequências e como tenho ritmo e facilidade para não perder a contagem. Devo isso à dança.

Minha irmã tinha 5 anos quando pediu pra minha mãe colocá-la no ballet. Eu, a princípio, escolhi estudar piano, coisa que fiz até os 16 anos. Entretanto, enquanto esperava minha aula de piano, ficava, muitas vezes, observando minha irmã fazer suas aulas de dança e fiquei com vontade de entrar também. Logo estava eu calçando minhas sapatilhas e indo animada para o ballet. Começava ali um caso de amor que não morre nunca.

A dança é responsável por muito de mim, não só fisicamente, mas também culturalmente. Em minha casa tínhamos o hábito de escutar muito MPB, mas conheci a música clássica através do ballet. Depois, com a prática do piano, pude ir aprendendo minhas músicas favoritas, mas foi o ballet que me fez gostar de Mozart, Beethoven, Bach, Chopin, entre muitos outros. O ballet desperta nossos sentidos de uma forma inexplicável. Ganhamos consciência corporal, testamos nossos limites, buscamos ir além, ensina a superar nossas frustrações, mostra que o mundo é um lugar onde competição vai existir sempre e que precisamos dar o nosso melhor, em todos os momentos, não para nem por outros, mas por nós. Se conheço tão bem meu corpo, devo ao ballet. Se tenho postura e, muitas vezes, pessoas me acham mais alta do que sou, devo ao ballet.

Outra coisa maravilhosa é a rapidez de raciocínio que a dança desenvolve desde cedo. Precisamos decorar sequências, contagem, tempos e contratempos dentro de uma música e precisamos também bolar saídas para quando as coisas dão errado, em um segundo, de forma a não nos atrapalharmos mais e não atrapalharmos o grupo. E, garanto, quando minha mãe nos colocou para aprender dança, ela não fazia idéia do muito que estava dando a mim e a minha irmã.

A dança me deixou de herança essa facilidade para fazer qualquer atividade que envolva ritmo e corpo. Quando o tempo ficou raro e precisei ir pra academia apenas pra malhar, sempre fiz bem aulas de aeróbica, step, jump. Quando fiz dança de salão sempre aprendi com facilidade os passos de todos os ritmos - difícil mesmo pra quem fez ballet é ser conduzida pelo parceiro e não tomar a frente.

Na dança fiz muitos amigos, vivi momentos inesquecíveis. Pela dança fui uma adolescente mais calma, focada em ensaios e não apenas em meninos, beijos e namoro. Ganhei disciplina, respeito aos meus horários apertados, aprendi a dividir meu tempo de forma que conseguisse fazer todas as minhas atividades sem deixar nada faltando. Com a dança aprendi a gostar de mim com todos aqueles defeitos que via no grande espelho da sala da academia, porque dançando me sentia linda, sedutora, gigante e livre.

sábado, 15 de outubro de 2011

Palavrão






Fala-se muito palavrão na minha casa. Mesmo. Sempre foi assim. Minha mãe e meu pai, eu e minha irmã, meu cunhado também. O namorado não foge à regra. Por incrível que pareça, Rafaela e Duda não são de falar palavrão e espero que Miguel também não fale. Quer dizer, espero que ele não fale mais tarde, porque agora ele fala. E muito.

Estava vendo a hora em que passaria uma vergonha com ele e a hora chegou hoje, no final da festinha de 8 anos da Rafa. Estávamos prontos pra ir embora e a monitora da área baby foi chamar, a meu pedido, o Miguel pra irmos. Chamou a primeira, ele fingiu que não ouviu. Chamou a segunda, ele olhou pra ela e recomeçou sua brincadeira. Na terceira, a monitora disse que a festa tinha acabado e que eu já estava indo pra casa. Aí, o caldo entornou. Miguel virou pra ela, bateu com as mãos na lateral das pernas e disse: "que pariu! Festa cabô? Putaria..."

Gente... Fiquei olhando pro Hugo com meus olhos arregalados, morta de vergonha. O namorado é o maior culpado e o Itallo, padrinho do Guel também!!! A monitora teve um acesso de riso e não conseguia mais parar de rir, é óbvio que ela não esperava por essa. Nem eu. Peguei meu filho, que continuava com a maior cara de safado e o enfiei dentro do caro. Repreendi, disse que não falasse palavrão e tal, mas a verdade é que educação é um trio composto por amor-disciplina-exemplo. E, com relação a esse assunto, está faltando exemplo dentro da casa do Miguel.

A saga da fralda

Racionalmente sempre soube que não podemos comparar nossas crianças com as crianças dos outros. Ok. Mas na prática é difícil pra caramba não cair nessa armadilha. Atualmente, só fico observando os meninos da idade do Miguel pra ver se estão usando fralda ainda ou não. As meninas da minha irmã largaram a fralda com 2 anos e pouquinho, inclusive a Duda, em seu aniversário de 2 anos, já estava sem fralda. E o Miguel está com 2 anos e 5 meses e nada de tirar a fralda.

Estou acomodada porque estou esperando o sinal da creche para começar a deixá-lo sem fraldas em casa, não vai adiantar nada eu começar em casa se na creche ele ainda fica de fraldas. Ele está na mesma creche em que as meninas da Sis ficaram e, embora eu saiba que cada criança é uma criança, acho que já poderíamos ter começado a tirar a fralda dele. Ou será que não, que estou me precipitando? Sei lá.

Essa semana minha irmã foi até a escola onde a filha mais nova dela estuda e onde pretendo colocar o Miguel também. Lá encontrou com uma amiga que é a professora do maternal (crianças de 2 à 3 anos), conversa vai, conversa vem, soube que todas as crianças já estão sem fralda!!! Lógico que ela saiu de lá e me telefonou correndo... E eu fiquei mais preocupada. Uma semana depois, a diretora da escola me liga porque o nome do Miguel já está na fila de espera para entrar no jardim I desde que tinha 6 meses e ele entraria no Jardim I no ano que vem. Ela ligou pra saber se ele entraria em 2012 mesmo - Miguel é o primeiro da fila.

Fiquei muito tentada a antecipar a ida, já que tinha em mente somente colocá-lo lá em 2013 porque ele estaria maior e mais maduro e, assim, não perturbaria muito minha mãe e a Taninha em nossa casa, pela manhã, antes de ir pra escola. A diretora me explicou que o fato de o Miguel ainda não ter largado as fraldas não seria problema pra eles, mas eu fico pensando que seria muita mudança pro meu filho tirar a fralda e entrar em um colégio novo. E, dizem, a criança precisa ter confiança em quem vai estar ao lado deles nesse processo.

Bem, pelo sim, pelo não, pedi na creche que observassem o Miguel porque em casa ele já está irritado com a fralda e fica tirando toda hora. Eles ficaram de observar. Talvez Miguel não esteja pronto ainda e eu esteja preocupada à toa, mas acho mesmo, pelo que vejo do meu filho, que já poderíamos começar. Miguel vai ficar mais um ano na creche, pedi ao colégio que passassem o nome dele pra fila de espera de 2013 e vou tentar parar de olhar pra todos os meninos da idade dele pra ver se estão de fralda ou não. Quem sabe em janeiro, quando a creche disse que começaria a retirada das fraldas e o Miguel terá 2 anos e 8 meses, ele não larga rapidinho e aprende a fazer xixi no lugar certo?

Quando páro pra pensar em quanta coisa idiota uma mãe pensa, me dá até vontade de rir. Pode alguém ficar preocupada com a hora de tirar a fralda do filho? Parece até que quero arrumar problema. Ou que sou uma desocupada, que não faço nada o dia inteiro. Mas é mais forte que eu, fico mesmo me preocupando com essas coisas que, pra qualquer ser humano que não seja mãe, são a maior bobeira. Será que toda mãe é assim ou só eu?

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Fim de semana em Angra











No dia 03 de outubro foi aniversário do namorado e, para comemorar, fomos passar um final de semana em família em um resort em Angra dos Reis. Escolhemos o Vilá Galé e, na última quinta-feira, fomos pra lá eu, namorado, minha sogra e Miguel. Eu estava na maior expectativa porque seria a primeira vez que viajaríamos com o Guel e não queria esquecer de levar nada que ele pudesse querer ou precisar.

O final de semana foi maravilhoso, a começar pela escolha do resort que é excelente, principalmente para quem tem crianças. A estrutura do hotel é muito boa, com várias atividades e opções de lazer, a comida é muito diversificada, tem uma oferta enorme de vários pratos, todos muito bem feitos e gostosos. Existe um restaurante infantil, perfeito pros pequenos, com todas aquelas comidinhas que eles gostam e com mesinhas e talheres próprios pra eles. Enfim, o sistema "all iclusive" ajuda muito a quem viaja com crianças porque muitas vezes eles não têm vontade de comer em determinada hora e querem comer em outro momento não tão apropriado. Esse problema eu nunca tenho com o Miguel, porque ele come mesmo a qualquer hora. Aliás, desisti de levá-lo ao restaurante infantil antes de fazer minhas refeições no outro restaurante porque ele acabava comendo nos dois!! Meu filho é um poço sem fundo!

Os monitores pegam as crianças maiores - de 4 até 12 anos - após o café da manhã, levam pra almoçar, enfim, ficam com eles durante todo o dia e só depois devolvem para os pais que ficam descansando sob o sol, na praia ou piscina. Com crianças da idade do Miguel, ainda não e, por isso, foi uma benção minha sogra ter ido com a gente porque deu pra fazer um revezamento e não ficar tão cansado. Não foi um final de semana pra descansar porque criança da idade do Guel demanda muito, exige a presença e tal, precisa de alguém por perto na piscina ou parquinho, enfim. Mas ver a carinha dele, tão feliz, tão sorridente e participativo, atento à tudo, foi mais que gratificante.

Miguel estava totalmente à vontade com o ambiente, não estranhou nada e não parava quieto. Ele nem sabia o que fazer, piscina, praia, parquinho, futebol, desenho, dar comida para os peixes, era tanta coisa pra ele fazer que quando caía na cama dormia pesado. Deu gosto ver meu filho se divertir tanto e o melhor foi ver que ele curtiu o fato de estar em um local diferente, em um quarto diferente e em contato pessoas que não conhecia. Já deu pra notar que será um ótimo companheiro de viagem e que herdou o senso de direção do pai, graças a Deus: em pouquíssimo tempo, Miguel já sabia ir para todos os lugares, ía na nossa frente para o restaurante, para o riacho com peixes, piscina ... Muito diferente de mim, que sou capaz de sair do elevador e ir para o lado errado mil vezes, dominou o ambiente em pouco tempo e se orientava muito bem sem ajuda.

Aliás, Miguel não gosta mesmo dessa palavra "ajuda", o menino quer fazer tudo sozinho e muitas vezes eu quero ajudar pra facilitar ou ir mais rápido e ... nada. Lá vem ele me falando: "aiuda, não, sozinho!". É bem independente e genioso também. Tenho cortado um dobrado com esse lance de ele achar que tudo é dele. Pega os brinquedos dos outros pra brincar e não quer emprestar os dele e isso é muito chato. Fico tensa, prestando atenção à essas coisas porque quero que ele saiba dividir. Sei que criança de creche aprende isso logo cedo, mas Miguel parece um macho dominante, sabe? Desses que todo mundo acaba fazendo o que ele quer e ainda gosta?  Pois é, meu filho é assim. De vez em quando algum amigo da creche se rebela contra sua tirania e ele vem com marcas da luta: uma mordida aqui, um arranhão alí. Miguel não morde os amigos, definitivamente ele não veio com esse dispositivo de morder os outros, mas, em compensação, adora dar uns empurrões, tapão dos peitos ou, pior, arremessar carrinhos e outros brinquedos na direção dos colegas. Meu filho não é santo e é muito ditador, adora mandar... Será que puxou à mãe? Temo que sim. Sou mega mandona...

Bom, a próxima viagem será pra Sampa, vamos a festinha da minha afilhada e será a primeira vez que ele entrará em um avião. Fiquei bem animada e acho que tudo vai correr muito bem porque desde que Miguel esteja se divertindo, está tudo bem pra ele. Meu filho adora uma novidade! Que bom.

Nesses dias de sol, em que estava sentada à beira da piscina, parecia que estava assistindo a um filme... Olhava meu filho brincando, meu bebê, segurando seus brinquedos, jogando água pra cima, ou abraçando o Hugo e agradecia a Deus por esse momento lindo e, no meu intimo, rezava também porque sei que um dia, daqui alguns anos, vou me lembrar desse momento com o maior carinho do mundo e, porque não?, com muita saudade... Ainda vou sentir muita saudade do tempo que vivo hoje, em que rolo com meu filho no chão e a gente chora de tanto rir e ele me abraça apertado e me dá muitos beijos. Saudade de hoje, quando levo meu filho comigo pra onde quer que eu vá e ele vai satisfeito porque tudo o que ele mais quer é estar comigo. E, aos poucos, vou constatando que muito do que me falaram sobre maternidade, por mais insano que pareça, a princípio, é a mais pura verdade.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Amor


Assisti a esse video e fiquei pensando, entre muitas e muitas lágrimas, como somos tolos em gastar tempo e energia nos preocupando com coisas tão pequenas perto da grandiosidade do amor ou de uma atitude de amor.

Na vida sempre temos duas ou mais estradas pra escolher trilhar. Porque não escolher o caminho da felicidade? Porque não encarar as situações mais adversas com um olhar bondoso? Precisamos ser bondosos conosco, perdoar nossos defeitos, nos permitir aprender com o outro e com nossas limitações.

Existe chance pro bem até mesmo quando tudo parece que não vai dar certo. Existem possibilidades onde menos esperamos e tem que existir a paz até onde há guerra. O amor é tão maior que tudo, tão maior que todos nós, que podemos sentí-lo em todos os lugares. É só querer.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Já nasci velha

Nesses dias de Rock in Rio, essa agitação toda, fico meio atordoada... Adoro música, gosto de shows, sim, mas, aqui entre nós, muvuca não dá pra mim. Sempre gostei de sair pra dançar, sempre gostei de ir a shows, mas nunca gostei de sair da minha casa pra ficar apertada entre um bando de sovacos, sem poder me mexer direito, nem sair do lugar pra ir ao banheiro. É claro que existe a opção de assistir aos shows longe da galera toda, mais lá pra trás, mas aí... Qual a graça? Ver o Metallica como formiguinhas lá no palco... Sei lá. Me animo não... Fico em casa e assisto na tranquilidade do meu lar. Acho que já nasci velha.

Nunca tive saco pra certos programas que muitos amigos curtiam, tipo acampar. Euzinha? Acampar? Taí um programa que ninguém nunca me viu fazer e nem verá! Não saio da minha cama confortável pra dormir dentro de uma barraca, montada em cima da areia, com uma mosquitada em volta ... Cruz credo. Nem por amor. Nem por muito amor.

Outro programa do qual sempre estive fora é alugar casa de praia junto com os amigos. Uma casa com 2 banheiros com 20 pessoas dentro? Socorro!! Nem pense nisso. Fila pra tomar banho em um banheiro com areia pra todos os lados? Banho de chinelo? Aff... Eu não aguento. E na hora da comida? E a louça se acumulando na pia? É mais forte que eu, chamem de frescura, de futilidade, do que seja. Eu não gosto.

E aquelas pousadinhas que quando a gente chega lá tem aquele espelho pendurado na porta e a cama faz barulho só de você se virar de um lado pro outro? Nem adianta. Eu não vou mesmo. Pra eu sair da minha casa, do meu banheiro limpinho, com água quente e toalhas felpudas, do meu quarto com ar condicionado, só se for pra um lugar bacana, no qual vou, de fato, poder descansar. Essa coisa aventureira do tipo "vamos lá, depois a gente arruma um canto pra ficar" é totalmente inimaginável pra mim. Nunca fui de aventuras. Admiro quem consegue se divertir até nessas circunstâncias, almas jovens bem desprendidas. Eu sou uma velhota que já nasceu assim: fresca e chatinha.