segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Vergonha tecnológica

Engraçado como tudo nessa vida são valores. Uns dão valor a coisas para as quais eu não dou a mínima atenção e vice-versa. Mas isso também é a graça da vida, afinal, o que seria do branco se todos gostassem do amarelo? Não acho que ter gostos diferentes atrapalhe relacionamentos de amor, amizade ou profissionais. Tenho uma amiga, a Cacau, que é mega diferente de mim em quase tudo. Somos unidas pelo amor à vida, pela energia do bem. Em compensação, sempre brincamos que se ela tivesse gostado de alguma roupa ou objeto, sabia que nunca compraria pra me dar de presente porque, na certa, eu iria detestar.

Eu e namorado temos muitos interesses em comum, mas, como já disse aqui, somos diferentes também em vários pontos e, no fundo, acho que nossas diferenças nos tornam um casal mais bacana. Temos muito respeito um pelo outro e por nossas diversidades. Acho que nos completamos justamente nessas diferenças todas e um acaba trazendo pro outro um olhar novo, uma nova possibilidade de enxergar nosso dia-a-dia.

Todo mundo sabe que eu não ligo pro mundo tecnológico, já o namorado é totalmente vidrado nessas coisas, em tudo que possa facilitar ao máximo sua vida. Ele adora a tal da maçãzinha e tudo dele tem que ser de última geração, o mais novo lançamento e o computador mais rápido ever! Eu não ligo não... Pra mim, se eu tiver um celular que fale já está ótimo, não preciso que faça mais nada. Meu celular é um celular simples da Samsung, já é o mesmo tem uns 3 anos, é velho de guerra e sobrevive a tombos, chuvas e trovoadas. Já me ofereceram várias promoções para que eu o trocasse por celulares mais modernos que fazem isso e aquilo, mas não quero. Não sinto necessidade.

Não preciso nem dizer que o celular do Hugo é um Iphone, né? E sempre que ele troca de telefone por um mais moderno, o meu amor tenta me convencer do quanto seria maravilhoso ter um celular assim. Ele insiste para que eu fique com o modelo mais antigo enquanto ele fica com o novo. Eu sempre falo que estou muito bem, obrigada, com meu aparelhinho modesto e o estimulo a vender o telefone antigo. E assim tem sido: ele acaba vendendo o iphone velho e eu sigo minha vida com meu aparelho medíocre.

Já vinha notando, já faz algum tempo, que todas as vezes que ia tirar o celular da bolsa pra telefonar pra alguém ele sempre se oferecia pra me emprestar o aparelho dele pra fazer a tal da ligação. Algumas vezes ele era mais rápido e eu acabava falando do celular dele, outras eu agradecia e dizia que não se importasse, porque o meu telefone já estava em minhas mãos. Só que, há alguns dias, aconteceu a mesma coisa e quando eu apertei o botão pra telefonar do meu modesto aparelhinho, ouço meu marido falar baixinho: "Ai, morro de vergonha desse celular..." O quê??? Já meio rindo, meio sem acreditar, perguntei: "O que você disse, namorado? Não escutei direito..." E aí, enchendo seu peito de coragem, quase um desabafo de algo reprimido, ele vomita em boa voz: "É isso mesmo, toda vez que você tira esse celular da bolsa eu morro de vergonha!"

Gente, quê isso, meu pai?? "Você não está falando sério, está?" E ele respondeu que sim, que era a mais pura verdade.

Tive um ataque de riso. Como é que pode? Alguém ter vergonha do celular do outro? Eu acho isso muito surreal, mas cada louco com suas manias. Tadinho do namorado... Mas continuo sem ver a menor necessidade de trocar de celular. Esse aparelho me atende muito bem e pronto. Não vou gastar dinheiro com isso. O namorado vai ter que aprender a conviver com sua vergonha tecnológica. Eu não sinto vergonha alguma do meu aparelho fora de moda. Acho até que depois do meu simples aparelhinho ser achincalhado e tratado com tamanha falta de respeito, criei uma relação de maior carinho com ele. Está decidido: agora só troco se ele emudecer ou estragar. E tenho dito!

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Que vida é essa a sua?

Adoro quando coisas corriqueiras me dão motivos de sobra pra refletir. A maior parte dos acontecimentos que me fazem escrever no blog são coisas nada extraordinárias, são coisas comuns que acontecem com pessoas comuns.

Há uma semana eu estava conversando com uma das tias do Miguel da creche, a tia Mirian, e ela me disse que se pergunta que vida é essa a que eu tenho, afinal, nunca me vê triste, estou sempre de bom humor e feliz. Será que eu me aborreço com o Hugo, será que choro ou fico deprimida? Bem, a resposta é sim para todas as perguntas, mas a principal pergunta “Que vida é essa a que eu levo?” tem uma única resposta que foi a que eu dei a ela: É a vida que eu escolhi levar.

Sou uma pessoa normal, com muita vontade de acertar e de fazer o bem. Nem sempre consigo, muitas vezes faço as maiores burradas, mas escolhi levar a minha vida da melhor maneira possível, sem cara feia, sem me lamuriar, sem ficar parada de braços cruzados se existe algo que esteja me incomodando. Sou de resolver, não deixo nada me perturbando muito tempo. Não consigo viver com pontos de interrogação, tenho que pôr pra fora as perguntas, minhas dúvidas, conversar, resolver, mudar o que me machuca. E isso me ajuda muito.
Eu entendi que a vida é feita de escolhas. Muitas escolhas. Então, por mais que eu tenha brigado com o namorado no dia anterior, acho que todos no meu trabalho ou na creche do Miguel merecem o meu melhor "bom dia", o meu melhor sorriso. Ninguém tem culpa se minha noite não foi boa, se estou com problemas em casa, se estou sem dinheiro ou se tive uma noite péssima. Além disso, ficar com a cara amarrada, só faz com que me sinta mais derrotada e faz também a situação ficar pior do que é de verdade. Por isso, escolho a felicidade, mesmo que a tristeza esteja dando seus sinais de presença lá no fundinho. Escolhendo uma cara feliz, não é que a danada da deprê acaba dando meia volta?? Eu não dou ibope pro sofrimento.

Eu acredito na força do sorriso, na força da gentileza, na boa vontade, nos pensamentos positivos, na minha fé. Acredito em não dar chance pro mal me mantendo em vibrações de alegria e amor. Sei que a minha vida é muito boa mesmo: sou uma sortuda que nasceu em uma família linda, tive sempre todo o suporte do mundo pra estudar, progredir, acreditar em mim. Tive e tenho uma mãe lutadora, meu exemplo, meu porto seguro. Passei uma temporada complicada tentando encontrar alguém bacana pra chamar de meu... Mas o namorado chegou... E ele é maravilhoso sim, apesar de muitas vezes seu temperamento de enervar e de ficar irritada com ele – principalmente quando estou na TPM. Sem falar no meu bebê... Essa coisa linda, o melhor e maior presente que Deus poderia ter me dado. Tenho um trabalho que AMO, com pessoas que amo mais ainda. É, sim, sou sortuda e acho que essa vida que eu levo é fruto das minhas escolhas. As muitas escolhas que fiz ao longo da minha existência nessa vida e, pra quem acredita (e eu acredito muito!), em minhas outras vidas também.
 
 
Muitas vezes não podemos nos desviar de certos obstáculos. São necessários para nosso crescimento pessoal. Entretanto, podemos e devemos escolher o melhor modo de passar por eles. Que tal sorrindo? Que tal debochando de nós mesmos? Que tal acreditando que podemos mais e que vamos conseguir? Que tal criando coragem pra mudar nosso dia-a-dia, pra tomar decisões drásticas se for preciso? Adianta ficar em um emprego que destesta reclamando e não procurar outro? Adianta reclamar do marido e continuar na mesma situação? Ou parte pra outra ou vai à luta, lute por quem está ao seu lado então! Adianta reclamar da falta de dinheiro? Reclamar vai fazer o dinheiro nascer na sua carteira? 

Eu sempre acho que vou conseguir, mesmo que muitas vezes eu não consiga. Ok. Muitas vezes as coisas não são como a gente quer que sejam. Mas minha cabeça não abaixa, não abaixará. Só se for pra respirar fundo, dar aquela lamentadinha básica, porque ninguém é de ferro, e colocá-la no lugar onde deve estar: erguida, olhando pro futuro, fazendo planos, enchendo de esperança o meu coração. Essa é a vida que eu levo: a que eu escolho todos os dias viver.

sábado, 19 de novembro de 2011

Porque eu ainda me chateio?

Tá bom, eu já deveria saber que nem todo mundo é igual e que a maioria das pessoas só pensa em si mesmo. Mas, mesmo depois de tanta porrada, ainda não consigo evitar ficar triste com certas atitudes das pessoas. Hoje foi uma coisa idiota que me deixou pensando porque ainda fico triste com o egoismo do ser humano.

Eu e namorado fomos ao teatro no Leblon, levar o Miguel pra assistir Cocoricó. Chegamos faltando poucos minutos pro show das galinhas começar e fomos rapidamente para nosso lugar que era bem na frente no palco. Havia muitas mães com seus bebês, muitas mesmo. Poucos pais acompanhando. Coisa engraçada... Tudo bem que assistir "Cocoricó" não é mesmo dos melhores programas, mas nem pensar de eu ir sozinha se tenho marido e o Miguel tem pai. Podem me chamar de chata, mas se é dia de folga do Hugo, porque ele ficaria sozinho em casa? Enfim, deixa isso pra lá porque o post não é sobre isso, o caso não é esse.

Logo após chegarmos, uma mãe sozinha e grávida chegou com seu barrigão enorme e seu filho que devia ter a idade do Miguel. Eu estava pensando em ir até ao hall do teatro para pegar aquelas almofadas pra criança sentar em cima e ficar mais alta, vi que ela também estava procurando uma, mas comentou com o filho que não subiria toda a escada depois de já ter descido. Resolvi tentar conseguir a almofada pro Guel e subi todos os degraus pensando que traria duas almofadas, uma pra mim e outra pro filho dela. Chegando lá, perguntei a atendente do teatro que me disse que não havia mais almofadas sobrando, elas haviam acabado. "Que pena", pensei. Desci e voltei ao meu lugar. De repente, sabe-se Deus como, a tal mãe viu uma pessoa chegando com 3 almofadas na mão e disse que iria subir pra tentar uma pro filho dela.

Eu, com pena da gravidinha com a barrigona, virei pra trás e falei: "Não suba porque a atendente me informou que não há mais almofadas." Ela virou-se e disse que tentaria mesmo assim, subiu e voltou, não sei como, com uma almofada pro filho. E eu fiquei pensando que se tivesse sido eu a conseguir a almofada, teria tentado trazer pra ela também. E ela sabia que eu também estava querendo uma porque me viu subindo e porque eu falei com ela que havia falado com a atendente.

Bem, o caso é que eu nunca me preocupo só comigo. Estou sempre disposta a ajudar, a quebrar os galhos alheios e preciso aprender que nem todo mundo é assim. Lembro-me de quando estava em lua de mel em Cancún e estávamos fazendo um passeio em grupo e vi que um outro casal estava indo pro lado totalmente oposto do local marcado para o grupo se reunir para retornar e quis avisá-los, estava preocupada que eles perdessem a van. Será que outros em meu lugar teriam a mesma preocupação?

Desde que me conheceu o Hugo fala pra mim: "Paula, aquela pessoa é "Mariano"? (meu sobrenome) É "Franca de Carvalho"? (sobrenome dele) Se não, deixe que se ferre". Eu sei que no fundo o Hugo não é assim, já que é uma das melhores pessoas que conheço, com um coração enorme, mas ele não tem essa disposição pra ajudar a todo instante que eu tenho. Só que essa disposição muitas vezes me machuca, muitas vezes eu quero esquecer de ser assim definitivamente e adotar o velho ditado: "Farinha pouca, meu pirão primeiro." Sabe, talvez o Hugo é que esteja certo. Talvez ele tenha, de fato, encontrado a fórmula pra não se machucar com as atitudes alheias. Ou talvez eu é que tenha que aprender AINDA que devemos fazer as coisas pelos outros sem esperar que a atitude deles seja a mesma, devemos fazer o que achamos certo, o que vai fazer bem ao nosso coração e pronto. No final, acho que é isso o que vale nessa vida. E é isso - fazer as coisas de boa vontade, sem esperar nada em troca, "fazer o bem sem ver a quem", que deve me deixar feliz. O resto é o resto.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Desagregadores

Porque é que tem gente que adora uma briguinha, uma desavença? Gente, peço tanto a Deus para que eu seja uma pessoa agradável, conciliadora... É tão chato ter que lidar com gente que está sempre disposta a enxergar o pior, independente da situação. Rezo muito pra que os guias espirituais ajudem meu filho a escolher o caminho da paz, para que as pessoas que se aproximem dele se sintam confortáveis, que sintam que estar ao lado dele é prazeroso. Eu não entendo e muitas vezes me dá vontade de desistir de gente que se vitimiza, que acha que o mundo está contra eles.

Ontem, aqui no trabalho, uma professora que está a frente da organização de nosso almoço do Thanksgiving Day foi falar com as meninas que irão preparar a comida para entregar o dinheiro arrecadado e decidir os pratos da confraternização. Pronto. Bastou pra uma delas dizer que não foi incluída na conversa, que a pobre da professora ficou de costas pra ela, que a professora só quer saber das outras duas e por aí vai a listinha de abobrinhas. Coitada da professora... Cheia de vontade pra preparar tudo bacana e ainda tem que ouvir isso. E sem razão porque nada do que foi dito pela desagregadora - recorrente - tinha fundo de verdade.

Graças a Deus, esse tipo de gente a minha volta é exceção, mas o estrago que causam é grande. São capazes de tirar o tesão de pessoas bem intencionadas, são capazes de destruir atitudes feitas com a maior boa vontade, levam tudo pro lado pessoal e ainda acham que estão certas, se acham, definitivamente, a última coca-cola do deserto, o mundo se resume ao umbigo delas. Colocam suas inseguranças, dores, desamores, em tudo e vomitam em cima dos outros seus queixumes.

Todo mundo tem seus dias azedos, dias em que estão de mal com a vida, mal humorados, cansados. Todos nós temos dias assim. Eu posso garantir que poucas vezes tive dias de baixo astral, tenho mais é momentos ruins. Penso que eu não me aguentaria um dia inteiro com uma postura negativa. Eu não me aguento querendo fazer papel de vítima, não combina comigo. Então, é muito difícil pra mim lidar com gente que vive assim quase todos os dias.

Como é que pode a atitude negativa afetar tanto e a tanta gente? A impressão que tenho é que o mal é mais forte que o bem porque pode estar todo mundo em paz, feliz, se chegar alguém e destilar um veneninho, pronto, consegue afetar todo mundo, deixa a todos sem rebolado. Que isso, meu povo? Coisa mais estranha.

Eu acredito de verdade que o bem sempre vence o mal e que atitudes positivas valem muito mais que atitudes baixo astral, mas não dá pra negar que esse povo da escuridão dá um trabalho danado. E exige que estejamos sempre bem, vibrando muita energia de luz pra lidar com eles, porque se a gente dá mole, ou acorda num diazinho menos favorecido de positivismo, danou-se. A gente acaba entrando na onda, fala um monte de besteira, quer mandar pra´quele lugar e tudo o mais.

A impressão que dá é que a galera do bem é sempre muito exigida porque tem que aturar os desagregadores e ainda tem que tentar ter atitudes que anulem o efeito do veneno deles. Trabalhoso.... E cansa. Não pode todo mundo tentar ver o melhor das pessoas? Não pode parar de procurar encontrar coisas ruins ou segundas intenções onde o que existe é só aquilo que estamos mostrando mesmo? Seria tudo tão mais simples. Pra que complicar?



quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Tudo passa





Ontem levei o Miguel ao pediatra. A última consulta havia sido há 3 meses. Levei só por rotina mesmo, de vez em quando é bom verificar se está tudo bem. Miguel está ótimo, cresceu muito da última consulta pra essa e quase não engordou. Sinal que está esticando... Seu desenvolvimento está excelente, está muito articulado, já fala frases, sai sempre com umas tiradas engraçadas e está muito atento à tudo, observador demais. Meu filho me surpreende a cada dia, me fazendo ver o quanto está esperto e deixando claro que nada que se faça ou fale em sua presença passa despercebido.

Miguel sempre foi um inferno no consultório do pediatra. Desde a hora de tirar a roupa já começava o choro e todo o tempo do exame era uma agonia. O menino tinha que ser segurado até para que o médico pudesse examinar sua barriga. E a garganta? Cruz credo. Acho que os outros pacientes mirins na sala de espera, aguardando sua vez, deviam ter vontade de sair correndo só de imaginar o que poderia estar acontecendo com aquela criança que não parava de berrar. Então, já estou bem preparada para o comportamento estérico do meu filho quando se trata de estar no consultório do pediatra. Entretanto, dessa vez fiquei de boca aberta. Miguel não derramou uma lágrima!! Ao contrário, tirou a roupa sem problemas, se deixou examinar com uma calma absurda, abriu a boca voluntariamente para que sua garganta fosse verificada e virou a cabeça, também voluntariamente, para que a médica examinasse seus ouvidos!! Enfim, deixou tudo e no maior bom humor.

Três meses atrás, foi um inferno como de costume. Agora meu filho se comporta super bem como um menino fofo. Três meses na vida de uma criança fazem uma diferença enorme. Três meses e meu filho amadureceu. E eu fiquei lembrando do que a esposa do meu primo, Adriana, sempre me diz: "Paula, não esquenta a sua cabeça porque tudo isso passa."

Meu primo e a Adriana têm dois filhos, um casal. A menina já está com 11 anos e o menino com 8. Muitas vezes converso sobre as dificuldades pelas quais passamos com os filhos, as diversas fases. Falei com ela outro dia sobre as fraldas, sobre o Miguel dormir sozinho em seu quarto e algumas vezes, de repente, querer que a gente fique lá com ele, e por aí vai e ela me disse, mais uma vez, o que eu já sei: todo mundo tem uma receita pra resolver sua vida, os filhos dos outros são todos prodígios, só os nossos é que são normais. Todos têm uma fórmula mágica para fazer a criança dormir sozinha no quarto, comer de tudo, largar a mamadeira, não chupar chupeta, largar a fralda e poderíamos prosseguir em uma lista sem fim. Só que a gente não pode nem deve se estressar demais, porque "tudo isso passa".

Tenho uma amiga que teve dificuldades para que seu filho de 3 anos largasse a fralda na hora de fazer coco. O menino já fazia xixi no banheiro mas na hora de fazer coco pedia pra mãe colocar a fralda nele. Ela me disse que ficou chateada, tentou de tudo para que o menino usasse o banheiro não só para o xixi e todas as vezes em que insistia muito o menino ficava até com prisão de ventre. Enfim, foi uma luta. Até que ela pensou: "Nunca vi adulto fazendo coco nas fraldas. Vou deixar pra lá que uma hora dessas ele aprende. Chega. Quer botar a fralda pra fazer coco? Pois coloque." Assim ela fez. E hoje o menino, já com 4 anos, faz todas as necessidades no banheiro.

Pra quê gastamos tanta energia e tempo nos preocupando com tudo? Muitas vezes com coisas pequenas? Simplesmente cada criança tem seu tempo de amadurecimento e pronto. Sei que mãe, na verdade, só quer que seu filho seja maravilhoso. O filho maravilhoso é como um espelho, um reflexo da mãe maravilhosa que tem. Queremos filhos lindos e perfeitos para que todos nos achem também lindas e perfeitas. É como se os defeitos dos filhos fossem nossa culpa e as qualidades nossa virtude por tê-los educado tão bem. Só que a vida não é receita de bolo. As coisas não são assim. Mães maravilhosas nem sempre têm filhos exemplares. E filhos dedicados e inteligentes também têm mães estranhas. É a vida. Como diz Adriana, "tudo passa", e como diziam os Beatlles, "let it be".

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Avião





Fomos pra SP no sábado pra irmos a festinha da Rafa, filha de uma grande amiga: a Deo. Eu estava muito curiosa pra saber como o Miguel se comportaria e, no fundo, como toda mãe sabe ou deveria saber o filho que tem, estava um pouquinho nervosa pra ver se meu filho, agitado do jeito que é, conseguiria ficar 1 hora sentadinho dentro do avião.

Quando levo o Miguel pra cortar o cabelo, ele se comporta super bem. Fica quietinho olhando para o espelho exercitando seu "lado narciso", mas não pode ser algo demorado, se o cabeleireiro demorar mais que 15 minutos pra cortar o cabelo a coisa já começa a complicar. O poder de concentração de crianças pequenas é curto mesmo e não dá pra exigir demais. Acho que viajar em avião com bebês deve ser mais fácil que quando eles já têm mais de 1 ano e já têm mais autonomia de movimentos e controle do próprio corpo. Enfim, Miguel estava achando tudo o máximo e estava se divertindo. Eu e Hugo também.

Só que Miguel ficou tranquilo até a página 2. Conseguimos mantê-lo entretido e quieto em seu assento até o avião levantar voo, depois era um tal de senta e levanta, anda pra cá e pra lá, vai pra janela, depois corredor, colo do pai, colo da mãe. Pega um brinquedo daqui e um DVD dali. Ai, santo DVD. Conseguimos 20 minutos de paz e seria muito mais se não tivéssemos que desligar o equipamento para aterrissarmos. O garoto ficou inconformado e não queria colocar o cinto de segurança de jeito nenhum. Precisamos brigar com ele pra que sossegasse. O pior é que Miguel é esperto demais e observou o pai abrindo o cinto de segurança uma única vez e bastou para que aprendesse a desprender o dele sozinho.

Fomos e voltamos, valeu a experiência, mas nem pensar em fazer viagens longas com o Miguel por enquanto. Acho que até umas 2 horas e meia, três horas, eu aguento, mais que isso vou querer me jogar do avião e não vai rolar. Vou esperar ele estar mais amadurecido. Sei que isso varia muito de criança pra criança, a filha mais nova da minha irmã, por exemplo, estava com 2 anos e 9 meses - apenas 3 meses a mais que Miguel - quando viajou em avião pela primeira vez e se comportou como uma princesa. Ficou quietinha, sentada no assento o tempo todo. E olha que ela nunca foi das crianças mais quietas!! Talvez seja amadurecimento mesmo, acho que as meninas amadurecem mais rápido, menino é mais bobão. E Miguel não é moleza!! Acho que Deus já sabia que eu só teria um filho mesmo e mandou um bem danadinho pra mim. Dizem que o primeiro filho sempre é calmo para que os pais decidam ter outro. Aí vem o segundo filho que é sempre encapetado. No meu caso, isso não aconteceu, Miguel é genioso, mostra o que quer sem o menor constrangimento, enfim, meu filho já diz a que veio. E, no fundo, eu gosto disso.