Todo mundo tem momentos difíceis. Por mais que eu esteja sorrindo quase o tempo todo, sou como qualquer outra pessoa e, assim, tenho maus bocados a viver, lições a aprender, derrotas pra superar. Sei que o essencial é saber como lidar com as dificuldades que aparecem, o essencial é o modo como vou encarar os acontecimentos. Eu faço escolhas todos os dias e colho o resultado dessas escolhas, como todo mundo. Muitas vezes me descabelo por coisas que não estão ao alcance da minha mão. Não sou de ficar me lamuriando por aí, reclamando de tudo. Não gosto desse comportamento nos que estão perto de mim, muito menos em mim mesma. Detesto gente que se faz de vítima, que tem a síndrome do coitadinho.
Sou humana e, às vezes, me pego reclamando de alguma coisa. Mas não sou coitada e nem mereço que sintam pena se eu estiver passando por situações difíceis. Quem não as tem? Quem não as vive? Por isso fiquei surpresa hoje comigo mesma quando me peguei falando "ninguém tem pena de mim não, é?" E, pior, não falei de brincadeira. Por um instante, achei que merecesse pena.
Fiquei com essa frase na minha cabeça o resto do dia, me achando totalmente fora de lugar, completamente equivocada e ridícula. Falando besteira porque estou estressada com um momento azedo no trabalho, quando nessa hora é que eu deveria parar e perceber que eu posso agir em tudo o que depende de mim, mas não posso escolher por mais ninguém. E isso é fato. Isso não me dá o direito de sentir pena de mim mesma porque seria patético. Tenho é que agradecer aos meus colegas de trabalho por não terem pena de mim. Eles sabem que não sou digna de pena.
Fiquei com essa frase na minha cabeça o resto do dia, me achando totalmente fora de lugar, completamente equivocada e ridícula. Falando besteira porque estou estressada com um momento azedo no trabalho, quando nessa hora é que eu deveria parar e perceber que eu posso agir em tudo o que depende de mim, mas não posso escolher por mais ninguém. E isso é fato. Isso não me dá o direito de sentir pena de mim mesma porque seria patético. Tenho é que agradecer aos meus colegas de trabalho por não terem pena de mim. Eles sabem que não sou digna de pena.
Luto pra ser melhor a cada dia, pra não me deixar tomar pelo desespero, pra levar minha vida com leveza, pra não me deixar abater seja por coisas bobas ou importantes. E quando estou sofrendo, chateada ou triste por qualquer razão que seja, gosto de lembrar do poema que Nelson Mandela lia, quando estava preso, pra se consolar de toda dor, injustiça e angústia que estava vivendo. Um homem que sofreu o horror da segregação racial mas manteve-se no amor. Um homem que sabia que ódio não leva ninguém a nenhum lugar que preste. Quando penso em pessoas tão lindas e com uma nobreza de sentimentos como Mandela, vejo que qualquer dificuldade pode ser resolvida com calma, coragem e amor. Pessoas como Mandela servem como bússola, pra gente lembrar exatamente onde quer chegar e como. E que não há tempo pra lamentações porque o tempo é pouco pra viver bem. Pra que preocupar-se com o que não tem solução? Melhor gastar energia com o que podemos mudar. Mandela inspira, consola e dá ânimo. Seu exemplo me faz querer ser melhor. É como um lembrete que me traz de volta à realidade, que mostra o meu lugar e a posição que quero assumir no mundo. Eu não tenho vocação pra lamúrias e pra sentir peninha de mim. Como Mandela, sou a senhora da minha vida e a única responsável por trilhar o caminho que escolhi.
INVICTUS
Dentro da noite que me rodeia
Negra como um poço de lado a lado
Agradeço aos deuses que existem
por minha alma indomável
Sob as garras cruéis das circunstâncias
eu não tremo e nem me desespero
Sob os duros golpes da sorte
Minha cabeça sangra, mas não se dobra
Mais além deste lugar de lágrimas e ira,
Jazem os horrores da sombra.
Mas a ameaça dos anos,
Me encontra e me encontrará, sem medo.
Não importa quão estreito o portão
Quão repleta de castigo a sentença,
Eu sou o senhor de meu destino
Eu sou o capitão de minha alma.