Estou lendo o livro "O Tamanho do Céu", da mesma autora do best seller "A Distância entre nós". Embora o primeiro livro da autora seja, até agora, o melhor dos quatro livros lançados por ela, esse também está me agradando muito. Mas hoje cheguei em um capítulo que bagunçou comigo.
Na estória, o casal perde o filhinho de 6 anos com meningite. E essa perda é devastadora dentro do relacionamento deles. Só que agora, estou na metade do livro, surgiu o capítulo em que é descrito como tudo aconteceu. A autora descreve tão bem a dor do pai que não tem como não ficar tocada e, como sou manteiga derretida mesmo, já estava chorando antes do fim do capítulo.
Talvez também chorasse se não fosse mãe, mas acredito que não tanto quanto chorei. E me deu um medo enorme. Medo maior que tudo de perder o Miguel.
Não sei se acontece com todo mundo, mas quando era criança e estava deitada sozinha no meu quarto à noite, vez ou outra, imaginava o que seria de mim sem minha mãe. Meu Deus, só de pensar eu chorava. Procurava imaginar outra coisa, parar de pensar nisso, mas sempre que esse pensamento vinha à minha mente, eu me desesperava. Já adulta, casada com o namorado, quando tinha pensamentos fúnebres eles sempre envolviam o Hugo. O que seria de mim sem ele? Como seria viver sem meu companheiro, meu amigo, meu amor?
Depois do nascimento do Miguel, tenho medo de perdê-lo. Não gosto nem de pensar nisso, porque não deve existir dor maior na vida que perder um filho. Não é a lei natural das coisas e pra essa perda ninguém nunca estará preparado. Perder os pais a gente vai se acostumando ao longo da vida, é o curso natural. Perder marido? Também pode acontecer, a probabilidade talvez seja de 50% de acordo com a idade. Mas filho... Ai, gente, sei lá.
Somos criados para proteger a cria, pra não deixar faltar nada, pra orientar e conduzir e deve ser desesperador saber que não se pode fazer nada para evitar certos acontecimentos. Essa dor eu não quero ter nunca. Deus me livre! Há pessoas que falam que quem tem 1 filho não tem nenhum. Gente, que coisa mais besta. É como se dissessem que se um filho morrer fica mais fácil superar porque há outro. Acho uma atrocidade. Pode-se ter 5, 10, vinte filhos. Todos serão únicos e toda perda será enorme. Um não faz sarar a dor do outro porque ninguém ocupa o lugar do filho que se foi. A saudade, a falta, vai estar sempre ali, latejante. E agora que deixei meus pensamentos sombrios por aqui, chega que não quero mais ficar pensando nisso. Ponto final.
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