Desde que saí do Rio de Janeiro pra visitar Foz, tinha certeza de duas coisas: conheceria as Cataratas e faria o Macuco Safari. O Namorado tentou tirar essa ideia do safari da minha cabeça, disse que poderia ser perigoso e até lembrou do acidente ocorrido há uns anos quando dois barquinhos se chocaram e uma mulher morreu. E eu nem aí. Decidida e cheia de coragem que sou, não deixaria passar a oportunidade.
Dois dias antes de nossa chegada, o Macuco Safari estava fechado por conta do volume das águas. Houve muita chuva por lá nas últimas duas semanas e não só o safari estava fechado como também algumas passarelas do parque que encontravam-se em baixo de água. Só que o safari estava aberto. E lá fomos nós. Miguel era o mais desavisado, coitadinho. Pensava que estava indo em alguma atração da Disney. Vestimos nossas capas de chuva e fomos lá. Eu e Miguel sorridentes e Hugo mais cauteloso, como se adivinhando o que viria pela frente.
O barco começa andando em um ritmo tranquilo, até gostoso eu diria. Só que depois de determinado momento, com as águas bem revoltas, a velocidade que o diacho do barquinho ganha é assustadora. A frente do barco chega a levantar e a impressão que se tem é que vamos levantar voo pra depois bater nas pedras com força. Isso se repete várias vezes. Não preciso nem dizer que eu estava apavorada. Hugo, que era quem não queria fazer o passeio, estava com a cara tão tranquila como se estivesse deitado no sofá de casa. Eu estava com o estômago pelo avesso e Miguel estava apavorado. Quando o homem que conduzia o barco parava no meio das cataratas, ele deixava o barquinho "meio à deriva" por alguns segundos e depois acelerava novamente. Eu queria sumir. Parecia que estava em um filme de terror.
Meu filho de 5 anos começou a falar bem alto, sem parar, olhando pra mim com uma cara de indignação total:
- A culpa é sua! Você é quem queria entrar nesse barco! Você é uma mãe louca!! Você é doida! Sua mãe doida!! Me colocou nesse barco!!
Nessa hora, eu que já estava nervosa e cheia de medo, tive um ataque de riso. Eu ria tanto que chorava de tanto rir. O barco inteiro deveria estar com pena do menino e me achando uma megera sem coração. O Hugo tentava acalmar o Miguel e meu ataque de riso não estava ajudando em nada porque Miguel começou a pensar que eu estava rindo dele. Só que eu estava rindo de pavor. O passeio estava durando uma eternidade e eu não via a hora de pisar em terra firme. No final, Miguel já estava mais calmo, Hugo estava com aquela cara de "eu te disse" e eu estava com cara de desespero com a maquiagem toda borrada porque nem o lápis de olho mais poderoso à prova de água resistiu à força daquelas quedas e aguaceiro sem fim. Saí de lá com medo e parecendo um panda.
Miguel, depois que tudo acabou, seguiu à risca o ditado que diz: "depois que passa, a gente ri" e todo felizinho, esquecendo-se que 5 minutos antes tinha me chamado de louca, disse que queria ir de novo. E aí foi minha vez de gritar:
- Pois você que vá com seu pai porque nesse barquinho ninguém me enfia nunca mais!! Nunca mais mesmo!!
E tenho dito.
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