segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Assalto

Gente, que loucura essa vida que a gente vive hoje!!! Não estamos mais seguros em lugar algum. Hoje, chegando na creche pra deixar o Miguel, vi um cara de moto descendo a rua. Meu anjo da guarda logo me fez filmar o cara: camiseta vermelha, calça jeans, mais pra gordinho, 1,70m. Passou por mim e segui em direção a porta da creche. Não olhei pra trás e não vi que ele parou a moto e veio atrás de mim. Entrei na creche e antes que a porta batesse e trancasse, ele entrou. Veio pra cima de mim e na minha cabeça insana eu achava apenas que ele queria arrancar meu filho dos meus braços e comecei a gritar. Ele falava: "Me dá, me dá, me dá" e tentava afastar o meu braço esquerdo das costas do meu filho. Ele pensando nas pulseiras de ouro... Eu, pensando no meu bem mais precioso: meu filhote. É... A gente só enxerga o mundo com aquilo que tem dentro mesmo... O idiota pensa em ouro. Eu penso em gente.

Ele arrancou uma pulseira. Mas pensou que tivesse arrancado as duas que eu usava. Pasmem: quando ele estava indo embora e viu que tinha em suas mãos apenas uma pulseira, o marginal voltou!!!! OLhava pra mim e dizia que eu estava "cheia de peças", olhava pro brinco, pro anel, pra aliança. E eu, ainda me tremendo toda, continuava na minha fantasia de que ele queria levar meu filho. Gritei mais alto ainda e ele arrebentou a outra pulseira e, finalmente, foi embora mesmo.

Sim, duas pessoas de dentro da creche assistiram a tudo. Não, ninguém fez nada. Até entendo. As pessoas ficam muito amedrontadas e não querem fazer nada que possa pôr em risco suas vidas, ou até mesmo as outras crianças que estavam lá dentro.

Só sei que nunca tinha sentido um instinto de proteção tão forte quanto ao que senti hoje. Quando o cara mostrava a cintura insinuando que estava armado, eu só pensava que pra arrancar meu filho dos meus braços só se ele me matasse mesmo. E quer saber? Não senti o menor medo. Por meu filho eu morreria sim.

Um comentário:

  1. Que coisa terrível, Paula. Imagino a sua agonia... E a revolta de ver tanta passividade ao redor. Ainda bem que, como diz a minha mãe, foram-se os aneis, mas ficaram-se os dedos e tudo mais.
    Beijos e saudade

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