Acredito que há coisas na vida que, definitivamente, não devem ser pedidas. A ninguém. De qualquer forma, dependendo de quem pede, ficamos em maus lençóis para dizer não.
Sábado, fomos a uma festinha do filho de um amigo. No meio da festa a mãe desse amiguinho nos pede para emprestarmos o carrinho do Miguel para que uma menina pudesse fazer nebulização, já que o filho desse casal estava dormindo no carrinho da tal menina. Ok. Teria que ficar com o Miguel mais tempo no colo, mas não tive coragem de dizer não. Acho até que deveria, mas se era para outra criança fazer nebulização não custava nada aguentar firme pelo bem do próximo. Logo depois a mãe da menina se aproximou e me avisou que estava pegando o carrinho e o levaria para onde ela estava. Era perto da minha mesa, eu podia vê-la de onde eu estava.
Não, eu não teria tido coragem de fazer tal pedido a ninguém, talvez apenas para minha irmã.
Enfim, o que me espanta, na verdade, e que me faz pensar a respeito não é o empréstimo. É que depois de a menina terminar sua nebulização e ficar ainda no carrinho por mais uns 15 minutos descansando, a mãe a retirou do carrinho e deixou o carrinho lá. Não o devolveu!! Pensei: ela foi fazer alguma coisa e logo, logo virá deixar o carrinho no mesmo lugar onde o encontrou e agradecerá. Bem, mais 20 minutos se passaram, o carrinho do Miguel ficou lá e eu decidi ir buscá-lo. Havia um menino perto do carrinho pra quem eu disse que avissasse a mãe da menina que eu estava pegando o carrinho de volta. Ele me disse que esperasse ela voltar... Eu expliquei a ele que o carrinho era meu e que estava precisando dele.
Ainda pensei que, quando a criatura retornasse ao lugar onde estava antes e visse que eu havia pego o carrinho do meu filho de volta, ela viria agradecer. Ha-ha-ha. Voltou, viu que o carrinho não estava mais lá e nem obrigada, cachorra. É o fim. Me consola saber que as pessoas bacanas ainda ganham em número das estranhas. E que, graças a Deus, as pessoas que me cercam não são tão estranhas assim.
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