Sou uma pessoa de fé. Tenho muita fé em Deus ou energia ou no amor, universo, astral, seja lá o nome que cada um dê. Acredito que estejamos aqui para aprendermos e nos desenvolvermos com o objetivo de vivermos em paz, bem. Estamos apenas começando e gosto de pensar que procuro praticar o bem a começar com os que estão pertinho de mim. Procuro também ser uma boa irmã, boa filha, esposa, mãe, enfim, acho que todos os dias algumas oportunidades são colocadas em nosso caminho para termos a chance de escolher fazer o bem. Muitas vezes, quando muita coisa ruim acontece aos que estão ao meu redor, procuro ter em mente que em tudo há um propósito e que Deus tem sempre um plano de crescimento espiritual pra todos nós. Só que no fundo, às vezes, me pergunto se minha fé já foi posta à prova pra valer.
Fico lembrando de algumas situações difíceis pelas quais passei, mas vejo que tantas outras pessoas passam por muito mais dificuldade que eu ou por problemas mais sérios que os que eu já tive e só posso agradecer pela vida que levo. Quando penso em situações extremas, acredito do fundo do meu coração que não perderia a minha crença de que Deus sempre sabe o que faz e que vai me dar ao longo da vida todas as situações que eu puder aguentar e de onde eu possa tirar aprendizado.
As pessoas me dizem, algumas vezes, que tenho fé porque nunca fui exposta à situações de extrema dificuldade. Será que não? Ou será que o modo de encarar as situações é que muda? Dizem que eu vivo rindo, desde pequena dizem isso. Também é verdade, mas eu fico triste também. Talvez eu seja mesmo uma afortunada, é... Sou sim, mas acho que o mais legal da vida é passar por situações complicadas e saber que podemos encarar tudo de cabeça erguida, sabendo que há um motivo pra tudo e que podemos chorar e nos descabelar, sofrer sim com o que nos acontece, somos humanos e temos reações humanas de desespero, mas podemos colocar a cabeça no lugar e saber que tudo nos conduzirá a algum ponto, onde poderemos, depois de superadas as dificuldades, nos tornar pessoas melhores. Eu quero muito ser uma pessoa melhor. E eu não perco minha fé em Deus.
Sempre digo que Deus parece uma costureira louca: vai costurando tudo torto, deixa um bocado de linha sobrando aqui, outros pontos ficam apertadíssimos, entretanto, no final da costura, quando vai dar o nó, Ele puxa a linha e, o que parece uma insanidade, vira uma costura perfeita, sem erros, muito bem medida e pensada. O problema é que até chegar a parte do nó, muitos enlouquecem, se rebelam ou se acovardam. Se tivermos paciência, e não abandonarmos a crença de que no final vai acontecer o melhor para todos nós, a vida fica mais fácil de ser vivida.
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
Auto-estima
Essa semana, conversando com uma das minhas melhores amigas, desliguei o telefone preocupada. Sentir quem a gente gosta angustiada é péssimo e é muito facil resolver a vida do outro, enxergar a melhor saída quando se está de fora da situação. É muito mais fácil e indolor quando não estamos envolvidos na meleca toda. E eu fiquei preocupada porque a vida, muitas vezes, é clara quanto aos sinais que nos envia, deixando aberto o caminho a tomar, mas a gente não vê. E não vê porque tem, na maoria das vezes, medo. E medo é uma bosta. Paralisa, deixa estagnado. Meu querido pai falou pra mim uma vez: "Filha, o medo de perder tira a vontade de ganhar." E não é que ele estava certo? Muitas vezes, tão concentrados no medo de perder o que temos, nem paramos pra pensar o que estamos deixando de ganhar. Simplesmente, perdemos a vontade de conquistar outras coisas, abrir novos caminhos.
Eu passei uma situação semelhante à dela beirando os 30. É complicado estar envolvido em um relacionamento que você vê que está indo pro buraco ou já está dentro dele há muito tempo e não conseguir sair. É como estar em um bote que segue rumo à uma queda d´água, você sabe que a queda vai ser feia, que não vai conseguir se segurar e ainda assim insiste em não pular, quase que à espera de um milagre.
Na época em que eu estava me sentindo a pior das mulheres por estar com 30 anos e estar em um relacionamento que me fazia sofrer demais, todos me diziam que era pra eu mandar o cara passear, cortar aquilo da minha vida. Eu sabia que todos estavam certos mas tinha muito medo. Minha auto-estima estava tão no pé que eu realmente acreditava que se ficasse sem o tal do cara, estaria fadada à solidão e que não encontraria ninguém pra chamar de meu. Como se minhas chances tivessem terminado. Essa mesma amiga que hoje sofre por causa de um cara, desses que faz a gente se sentir culpada e chata, reclamona e mimada, desses que invertem a situação com uma habilidade macabra, na época me olhou nos olhos e falou: "Paula, acho que não tenho mais nada pra lhe dizer com relação a esse assunto, não gosto de ver você deixando esse cara fazer você sofrer desse jeito e acho que você não vai conseguir sair dessa sozinha. Você deveria procurar ajuda profissional, começar uma terapia." Foi o melhor conselho que recebi na minha vida.
Agora veja só: ela, nesse momento, está em uma situação semelhante e com o agravante de que já não temos mais 'apenas' 30 anos. Estamos perto dos 40. E a proximidade de estar só ou de ter que começar tudo de novo com outro alguém é aterrorizante. Mais pavor ainda é o fato de ter medo de que esse 'outro alguém' nunca apareça. Acontece que o vento só ajuda a quem sabe pra onde vai. E é preciso dar o primeiro passo para nos libertarmos de coisas que não nos fazem bem e aprisionam para que tenhamos clareza para nos enxergarmos e sabermos o que queremos pra gente.
Eu sei o que quero pra ela. Quero o mesmo que pra mim: um cara bacana, companheiro, amigo, que esteja ao lado dela quando ela estiver mal, tristinha. Ela merece. Mas antes precisa saber que merece. Precisa olhar pra si e ver o valor que tem. O problema é que talvez ela tenha guardado, lá no fundinho da alma, a impressão de que o que está recebendo é suficiente pra quem é. E ela é muito mais! Merece muito mais!! Só precisa entender isso. Pra você, minha amiga linda, de todas as horas, minha vaquinha malhada, desejo exatamente o que já dizia Cazuza: "... quero a sorte de um amor tranquilo, com sabor de fruta mordida..."
Eu passei uma situação semelhante à dela beirando os 30. É complicado estar envolvido em um relacionamento que você vê que está indo pro buraco ou já está dentro dele há muito tempo e não conseguir sair. É como estar em um bote que segue rumo à uma queda d´água, você sabe que a queda vai ser feia, que não vai conseguir se segurar e ainda assim insiste em não pular, quase que à espera de um milagre.
Na época em que eu estava me sentindo a pior das mulheres por estar com 30 anos e estar em um relacionamento que me fazia sofrer demais, todos me diziam que era pra eu mandar o cara passear, cortar aquilo da minha vida. Eu sabia que todos estavam certos mas tinha muito medo. Minha auto-estima estava tão no pé que eu realmente acreditava que se ficasse sem o tal do cara, estaria fadada à solidão e que não encontraria ninguém pra chamar de meu. Como se minhas chances tivessem terminado. Essa mesma amiga que hoje sofre por causa de um cara, desses que faz a gente se sentir culpada e chata, reclamona e mimada, desses que invertem a situação com uma habilidade macabra, na época me olhou nos olhos e falou: "Paula, acho que não tenho mais nada pra lhe dizer com relação a esse assunto, não gosto de ver você deixando esse cara fazer você sofrer desse jeito e acho que você não vai conseguir sair dessa sozinha. Você deveria procurar ajuda profissional, começar uma terapia." Foi o melhor conselho que recebi na minha vida.
Agora veja só: ela, nesse momento, está em uma situação semelhante e com o agravante de que já não temos mais 'apenas' 30 anos. Estamos perto dos 40. E a proximidade de estar só ou de ter que começar tudo de novo com outro alguém é aterrorizante. Mais pavor ainda é o fato de ter medo de que esse 'outro alguém' nunca apareça. Acontece que o vento só ajuda a quem sabe pra onde vai. E é preciso dar o primeiro passo para nos libertarmos de coisas que não nos fazem bem e aprisionam para que tenhamos clareza para nos enxergarmos e sabermos o que queremos pra gente.
Eu sei o que quero pra ela. Quero o mesmo que pra mim: um cara bacana, companheiro, amigo, que esteja ao lado dela quando ela estiver mal, tristinha. Ela merece. Mas antes precisa saber que merece. Precisa olhar pra si e ver o valor que tem. O problema é que talvez ela tenha guardado, lá no fundinho da alma, a impressão de que o que está recebendo é suficiente pra quem é. E ela é muito mais! Merece muito mais!! Só precisa entender isso. Pra você, minha amiga linda, de todas as horas, minha vaquinha malhada, desejo exatamente o que já dizia Cazuza: "... quero a sorte de um amor tranquilo, com sabor de fruta mordida..."
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
Enrolados
Sábado passado fui com minhas afilhadas, que voltaram de viagem e de quem eu estava morrendo de saudade, ao cinema. Fomos ver Enrolados, o novo filme da Disney. Nossa, eu amei!!! O filme é muito engraçado, a dublagem do Luciano Huck cai como uma luva para a personagem e dei boas gargalhadas. Além de ter chorado um pouquinho também na hora em que a mocinha e o "ladrão-mocinho" se beijam. Eu choro fácil, fácil... Mas nem ligo. Melhor que ficar com minha garganta parecendo que tem um nó. Deu vontade de chorar, choro mesmo. Até porque minhas lágrimas parecem que têm vida própria e muitas vezes, sem eu querer, elas 'pulam' dos meus olhos. Então, melhor não impedir e deixar o que eu estou sentindo ser posto pra fora.
Minha afilhada Rafa adorou o filme e ria tanto quanto eu. Ou será que eu deveria dizer que eu é que ria tanto quanto ela? Bem, no final do filme, ainda fui presenteada com seu comentário crítico: "Nina, o melhor filme de todos, né? Engraçado, divertido e bem feito! É filme Disney!" Gente, 7 anos de muita esperteza essa menina... Já é outra na família que é apaixonada pela Disney. Eu sou. Não só pelos parques, mas principalmente pelo jeito Disney de administrar.
Minha irmã voltou de Orlando semana passada e as meninas, é claro, estão encantadas. Acho muito fofo quando as crianças vão assim, mais novinhas pra lá. A magia que a gente tem quando criança é incomparável. A criança enxerga o mundo com esses olhos cheios de mágica, de quem acredita que tudo é possível. Meu cunhado disse que chorou durante a parada da tarde, ao ver os olhinhos da Rafa e da Duda brilhando, gritando o nome de cada personagem, dando tchauzinho pra Branca de Neve, mandando beijinhos pra Cinderella. Que fofo!
Portanto, foi no embalo da magia Disney que passamos uma tarde muito feliz, eu e as duas meninas mais gostosas da face da terra. Estou doida pro Miguel ter idade de se comportar no cinema pra poder ir com a gente.
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
Educação
Cada vez mais tenho a certeza de que educação é a chave para melhorar muitos dos problemas do nosso país. E não estou aqui pensando em problemas grandes não. Acredito que se formos educados em coisas pequenas, se formos preocupados com essa linha tênue que divide onde acaba o nosso direito e onde começa o do próximo, tudo seria muito melhor. Acho que o povo mal educado só olha para o próprio umbigo, não se preocupa com o outro, seu pensamento é de curto prazo, interessado apenas em resolver assuntos que o atrapalham hoje, sem pensar nas consequências das atitudes no amanhã.
Tantas coisas me irritam, coisas que poderiam ser resolvidas com educação, gentileza. Outro dia estava na fila do banco e na minha frente estava um senhor abrindo uma bala. Eis que ele pega a balinha, enfia na boca e tenta acertar a lixeira - que estava a uns 3 passos de nós - arremessando o papel da bala. Ele errou o arremesso e o papel ficou lá, no chão. Fiquei olhando incrédula, esperando que ele se movesse para catar o papel e colocá-lo no lugar certo, mas nada. O rapaz que estava atrás de mim, olhou pra minha cara, também sem acreditar que aquele papelzinho ficaria ali no chão. Depois, o senhor retirou outro papel de dentro da pochete (Jesus, ainda tem gente que usa isso!!!) e tentou acertar a lata de lixo novamente e ... Errou!!!!! E o papel continuou no chão!!!!
Sem acreditar e indignada por ver o chão sujo resmunguei que a casa dele devia ser um chiqueiro e me abaixei pra catar o papel da bala e a outra bolinha de papel que estavam no chão do banco e levei tudo pra lixeira. Eu não aguento. Preciso fazer alguma coisa quando vejo esse tipo de falta de respeito. E deixar papel no chão é falta de quê? De educação.
Essa semana fui ao mercado e todas as vezes que acabo de guardar minhas compras na mala do carro, levo o carrinho para o local onde são retirados ou para o local próprio para serem deixados após o uso, de forma que não atrapalhe os outros carros estacionados. Mas meu comportamento, definitivamente, não é regra. Fui guardar meu carrinho e quando voltei, adivinha o que encontro atrás do meu carro? O carrinho de outra pessoa que guardou suas compras e deixou o carrinho ali. Quer dizer, limpou o caminho pra tirar o carro dela do estacionamento e não se preocupou, nem um instantinho, em atrapalhar o carro ao lado do dela. É de doer esse pensamento egoísta e realmente acredito que com educação tudo isso poderia ser resolvido.
Educação abre nossos olhos, faz com que tenhamos uma visão ampla dos fatos, faz com que sejamos questionadores e, quando questionamos ou somos questionados, aprendemos muito. Isso está cada vez mais difícil. Canso de ver latinhas de refrigerante serem jogadas de janelas de ônibus e de carros caros também. Canso de ver gente jogando lixo na rua, resto de cigarro. Enfim, não sei onde isso termina, mas me irrito.
Quantas vezes a gente entra em um consultório médico e não há lugar disponível pra você sentar? Mas aí, quando você olha bem para todas as cadeiras percebe que tem uma bonitona no consultório que colocou a bolsinha dela em uma cadeira ao lado e nem se toca quando já existe uma pessoa de pé. Ok, ela pode estar distraída, mas eu chamo essa distração de falta de educação sim porque quando eu coloco minha bolsa ocupando o lugar que seria de outra pessoa, fico atenta ao abrir da porta e, mesmo que a pessoa tenha outras opções de lugares pra sentar, eu retiro minha bolsa porque a pessoa que chega pode querer sentar ali, onde estava minha bolsa e tem esse direito.
Gostaria muito que um dia a gente vivesse em um lugar onde as pessoas se respeitassem, pensassem no outro. Eu desejo pro próximo o que desejo pra mim mesma e não consigo jogar lixo na rua, não prestar atenção em quem está ao meu redor. Não consigo estar sem fazer nada enquanto meu colega de trabalho está atarefado e não oferecer para terminarmos a tarefa juntos. Não sei passar pela minha secretaria, ver um lápis no chão e deixá-lo ali, jogado. Não sei esbarrar em alguém e não pedir desculpas. E isso é educação. Mas o que esperar de um povo que teve, durante 8 anos, um presidente que se vangloriava de ter apenas cursado até a quarta série primária e estar ocupando a presidência? Nunca vi em seu rosto um pingo de vontade de ter podido estudar mais, chegado a um curso superior. Ao contrário, só via desdém da parte dele para com as pessoas com mestrado e doutorado. Pra quê? A impressão que me dava era a de que ele estava dando o exemplo de que sem educação se vai longe. Bom, ele está fora e vamos ver se alguma coisa muda. Não votei na Dilma, mas só me resta esperar e torcer para que ela seja diferente.
Tantas coisas me irritam, coisas que poderiam ser resolvidas com educação, gentileza. Outro dia estava na fila do banco e na minha frente estava um senhor abrindo uma bala. Eis que ele pega a balinha, enfia na boca e tenta acertar a lixeira - que estava a uns 3 passos de nós - arremessando o papel da bala. Ele errou o arremesso e o papel ficou lá, no chão. Fiquei olhando incrédula, esperando que ele se movesse para catar o papel e colocá-lo no lugar certo, mas nada. O rapaz que estava atrás de mim, olhou pra minha cara, também sem acreditar que aquele papelzinho ficaria ali no chão. Depois, o senhor retirou outro papel de dentro da pochete (Jesus, ainda tem gente que usa isso!!!) e tentou acertar a lata de lixo novamente e ... Errou!!!!! E o papel continuou no chão!!!!
Sem acreditar e indignada por ver o chão sujo resmunguei que a casa dele devia ser um chiqueiro e me abaixei pra catar o papel da bala e a outra bolinha de papel que estavam no chão do banco e levei tudo pra lixeira. Eu não aguento. Preciso fazer alguma coisa quando vejo esse tipo de falta de respeito. E deixar papel no chão é falta de quê? De educação.
Essa semana fui ao mercado e todas as vezes que acabo de guardar minhas compras na mala do carro, levo o carrinho para o local onde são retirados ou para o local próprio para serem deixados após o uso, de forma que não atrapalhe os outros carros estacionados. Mas meu comportamento, definitivamente, não é regra. Fui guardar meu carrinho e quando voltei, adivinha o que encontro atrás do meu carro? O carrinho de outra pessoa que guardou suas compras e deixou o carrinho ali. Quer dizer, limpou o caminho pra tirar o carro dela do estacionamento e não se preocupou, nem um instantinho, em atrapalhar o carro ao lado do dela. É de doer esse pensamento egoísta e realmente acredito que com educação tudo isso poderia ser resolvido.
Educação abre nossos olhos, faz com que tenhamos uma visão ampla dos fatos, faz com que sejamos questionadores e, quando questionamos ou somos questionados, aprendemos muito. Isso está cada vez mais difícil. Canso de ver latinhas de refrigerante serem jogadas de janelas de ônibus e de carros caros também. Canso de ver gente jogando lixo na rua, resto de cigarro. Enfim, não sei onde isso termina, mas me irrito.
Quantas vezes a gente entra em um consultório médico e não há lugar disponível pra você sentar? Mas aí, quando você olha bem para todas as cadeiras percebe que tem uma bonitona no consultório que colocou a bolsinha dela em uma cadeira ao lado e nem se toca quando já existe uma pessoa de pé. Ok, ela pode estar distraída, mas eu chamo essa distração de falta de educação sim porque quando eu coloco minha bolsa ocupando o lugar que seria de outra pessoa, fico atenta ao abrir da porta e, mesmo que a pessoa tenha outras opções de lugares pra sentar, eu retiro minha bolsa porque a pessoa que chega pode querer sentar ali, onde estava minha bolsa e tem esse direito.
Gostaria muito que um dia a gente vivesse em um lugar onde as pessoas se respeitassem, pensassem no outro. Eu desejo pro próximo o que desejo pra mim mesma e não consigo jogar lixo na rua, não prestar atenção em quem está ao meu redor. Não consigo estar sem fazer nada enquanto meu colega de trabalho está atarefado e não oferecer para terminarmos a tarefa juntos. Não sei passar pela minha secretaria, ver um lápis no chão e deixá-lo ali, jogado. Não sei esbarrar em alguém e não pedir desculpas. E isso é educação. Mas o que esperar de um povo que teve, durante 8 anos, um presidente que se vangloriava de ter apenas cursado até a quarta série primária e estar ocupando a presidência? Nunca vi em seu rosto um pingo de vontade de ter podido estudar mais, chegado a um curso superior. Ao contrário, só via desdém da parte dele para com as pessoas com mestrado e doutorado. Pra quê? A impressão que me dava era a de que ele estava dando o exemplo de que sem educação se vai longe. Bom, ele está fora e vamos ver se alguma coisa muda. Não votei na Dilma, mas só me resta esperar e torcer para que ela seja diferente.
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
Irmãos
Ontem minha sogra se ofereceu para ficar com o Miguelito durante a tarde para que a gente fosse ao cinema. Aceitei, é claro. Sempre aceito porque ajuda é bem vinda e uma saidinha à dois faz uma falta danada.
Sempre saimos de casa após o almoço e o soninho do Miguel e vamos pra Barra levá-lo até a casa da Berê. De lá, seguimos pra um dos shoppings de lá e não tem muita escolha, a gente chega em frente ao guiché para comprar os ingressos e assiste o filme que está em melhor horário. Nem sempre é o filme que a gente está super a fim de ver, mas não tem importância, nos divertimos assim mesmo de mãozinha dada, bem juntinho. Ontem, assistimos o filme "A Morte e Vida de Charlie", em inglês "Charlie St. Cloud" e eu não fazia a menor idéia a respeito do que se tratava o filme. Sabia apenas que era com o bonitinho do High School Musical.
Bem, nem me passou pela cabeça que o filme era sobre dois irmãos e que um deles morre logo no início, desencadeando, assim, toda a estória. Pro Hugo foi muito difícil. Cada um tem seu calo, cada um sabe onde ele aperta e pro namorado esse filme foi lá na ferida...
Em 31 de dezembro de 2004, o irmão mais novo do namorado desencarnou em um acidente de moto. Lembro, como se fosse hoje, do nosso telefone tocando na madrugada do dia 30 para o dia 31. Acordamos assustados e veio a notícia do acidente. Ainda é muito vivo na minha memória a cara do Hugo pegando seus sapatos, calçando-os enquanto eu dizia que ficaria tudo bem, que logo o Mauro se recuperaria e ele me olhou e disse: "Não, eu sinto que meu irmão não vai ficar mais aqui." Assim, direto, triste, duro. O desencarne do Mauro foi uma das coisas mais difíceis que vivenciei. Deve ser muito difícil perder um irmão. Não consigo imaginar minha vida sem a presença da minha irmã, da minha amiga. E o Hugo e o Mauro, além de irmãos, amigos, trabalhavam juntos todos os dias.
Lembro da cena do Hugo fazendo a barba do irmão já morto, acarinhando seu rosto, sem dizer uma palavra, a dor saltando aos olhos, mas que não derramava uma lágrima. Lembro do rosto da esposa do Mauro, recém casada, oito meses apenas... Lembro da dor que também vi ali, dilacerante, dor que não entende o que está acontecendo, dor que pensa que só pode ser um pesadelo. Muitas vezes imagino quantos planos, quantos sonhos foram sonhados juntos, quanta coisa ainda por viver. E meu coração aperta diante dessa dor: a dor da esposa que perde o marido tão jovem, tão cheio de vida, tão carismático, alegre. Lembro da dor da minha sogra e do meu sogro... Pra perder um filho não existe preparação, não existe explicação, não existe nem nome pra mãe que perde um filho.
Sei que ontem o Hugo reviveu muito da dor que sentiu naqueles dias e, pela primeira vez, admitiu o quanto é difícil pra ele viver sem ter o irmão por perto. Confessou que se controlou muito pra não chorar, até porque sabia que demoraria a parar se começasse.
Eu continuo pedindo a Deus que o Mauro esteja bem e que ele saiba que o tempo que esteve aqui com a gente foi muito intenso e que temos saudade. Muita.
Sempre saimos de casa após o almoço e o soninho do Miguel e vamos pra Barra levá-lo até a casa da Berê. De lá, seguimos pra um dos shoppings de lá e não tem muita escolha, a gente chega em frente ao guiché para comprar os ingressos e assiste o filme que está em melhor horário. Nem sempre é o filme que a gente está super a fim de ver, mas não tem importância, nos divertimos assim mesmo de mãozinha dada, bem juntinho. Ontem, assistimos o filme "A Morte e Vida de Charlie", em inglês "Charlie St. Cloud" e eu não fazia a menor idéia a respeito do que se tratava o filme. Sabia apenas que era com o bonitinho do High School Musical.
Bem, nem me passou pela cabeça que o filme era sobre dois irmãos e que um deles morre logo no início, desencadeando, assim, toda a estória. Pro Hugo foi muito difícil. Cada um tem seu calo, cada um sabe onde ele aperta e pro namorado esse filme foi lá na ferida...
Em 31 de dezembro de 2004, o irmão mais novo do namorado desencarnou em um acidente de moto. Lembro, como se fosse hoje, do nosso telefone tocando na madrugada do dia 30 para o dia 31. Acordamos assustados e veio a notícia do acidente. Ainda é muito vivo na minha memória a cara do Hugo pegando seus sapatos, calçando-os enquanto eu dizia que ficaria tudo bem, que logo o Mauro se recuperaria e ele me olhou e disse: "Não, eu sinto que meu irmão não vai ficar mais aqui." Assim, direto, triste, duro. O desencarne do Mauro foi uma das coisas mais difíceis que vivenciei. Deve ser muito difícil perder um irmão. Não consigo imaginar minha vida sem a presença da minha irmã, da minha amiga. E o Hugo e o Mauro, além de irmãos, amigos, trabalhavam juntos todos os dias.
Lembro da cena do Hugo fazendo a barba do irmão já morto, acarinhando seu rosto, sem dizer uma palavra, a dor saltando aos olhos, mas que não derramava uma lágrima. Lembro do rosto da esposa do Mauro, recém casada, oito meses apenas... Lembro da dor que também vi ali, dilacerante, dor que não entende o que está acontecendo, dor que pensa que só pode ser um pesadelo. Muitas vezes imagino quantos planos, quantos sonhos foram sonhados juntos, quanta coisa ainda por viver. E meu coração aperta diante dessa dor: a dor da esposa que perde o marido tão jovem, tão cheio de vida, tão carismático, alegre. Lembro da dor da minha sogra e do meu sogro... Pra perder um filho não existe preparação, não existe explicação, não existe nem nome pra mãe que perde um filho.
Sei que ontem o Hugo reviveu muito da dor que sentiu naqueles dias e, pela primeira vez, admitiu o quanto é difícil pra ele viver sem ter o irmão por perto. Confessou que se controlou muito pra não chorar, até porque sabia que demoraria a parar se começasse.
Eu continuo pedindo a Deus que o Mauro esteja bem e que ele saiba que o tempo que esteve aqui com a gente foi muito intenso e que temos saudade. Muita.
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
Madonna
Gosto muito da Madonna, acho uma artista maravilhosa e quem viveu a adolescência nos anos 80 acompanhou todas as mudanças do seu repertório e como ela está sempre se atualizando com as tendências tornando-se, assim, uma artista que não ficou datada. Ela não é conhecida apenas pela galera que está beirando os 40, qualquer adolescente de hoje conhece a Madonna. Eu não tenho uma fase predileta, gosto de todas elas, consigo achar coisas muito legais em todas as fases, em todos os álbuns, mas é lógico que o início da carreira dela marcou uma época muito legal na vida das pessoas, uma época que deixa sempre muitas recordações: a adolescência.
Na minha adolescência era costume fazer aquelas festinhas tipo "hi fi", pra qual as meninas levavam um prato de salgado e os meninos ficavam com o refrigerante. Normalmente, o refrigerante não chegava ao final da festa e a comida era uma lástima... Era um tal de cortar as fatias de pão de forma em quatro pedaços e fazer sanduiche de pão com pão e saco de Skinny que não acabava mais. Poucos levavam um salgado descente. Mas, como tudo não passava de uma grande desculpa pros meninos e meninas se reunirem pra dançar e dar uns beijinhos, estava valendo qualquer coisa mesmo.
Em uma dessas festas, me lembro como se fosse hoje, uma das meninas já conhecida pelo seu jeito, digamos assim, "diferente" de se vestir, resolveu chegar na festinha homenageando a Madonna, de quem era fã. Sua entrada foi triunfal! Ela entrando na festa e a galera virando o pescoço e comentando sobre a indumentária da criatura. Ela estava, sem sombra de dúvida, se achando a coisa mais linda do planeta. Eis que a garota chega "toda trabalhada" na renda e na transparência - como diria minha querida amiga Katia, cheia de colares e brinco de cruz em uma orelha só, por baixo da saia de tule aquele legging rendado, as luvinhas brancas de renda e o cabelo parecendo um ninho de passarinho preso na lateral da cabeça, um rabo de cavalo detonado, desfiado, na lateral... Gente, um choque para todos que lá estavam, mas é claro que eu também não tinha noção de que aquilo seria um pecado fashion em qualquer época. Acho que a própria Madonna , mesmo tendo lançado moda, deve se arrepender desse tipo de vestimenta. Como nos anos 80 tudo de ruim quando se fala de moda era permitido, a menina era fã e estava mostrando isso. E , com certeza, conseguindo o que queria porque não havia uma só pessoa na festa que não estivesse olhando pra ela de queixo caído. Se o olhar era de admiração ou choque, não sei. Eu era uma das que estavam em choque porque, com 14 anos, nunca teria coragem de sair de casa daquele jeito, só se fosse para uma festa à fantasia.
Mas você está pensando que a danadinha da garota estava satisfeita por "apenas" ter parado a festa enquanto subia os degraus que levariam ao play? De jeito nenhum! A melhor parte ainda estava por vir. Eu estava perto da pista de dança, conversando com um garoto com o qual estava louca pra ficar, conversa vai, conversa vem, a coisa estava ficando interessante pro meu lado, eu cheia de graça pro lado do menino, passa a mão no cabelo pra cá e pra lá - coisa que mulher faz toda hora quando está interessada no cara - quando ouço os primeiros acordes de "La Isla Bonita" ao fundo, o menino se aproximando de mim e eu pensando: "É agora, vai me beijar!" O rosto dele ficando mais próximo e, de repente, a gente já quase fechando os olhos pras bocas se encontrarem quando começamos a escutar uns gritos, uma correria pra perto de onde estávamos. Pronto. O beijo ficou suspenso. Eu pensava: "Que meleca! O que pode estar acontecendo justamente nessa hora, meu Deus?" A resposta veio logo depois. Olhamos um pra cara do outro e sem precisar falar nada, fomos lá, lado a lado, ver o que todo mundo da festa estava vendo. A garota não estava contente por ter vindo vestida de Madonna, ela encorporou a própria ao ouvir as primeiras notas da música e estava lá, imitando os passos da coreografia, como se fosse espanhola. Ai, gente... Que cena bizarra! Mas a menina estava totalmente se sentindo a mais poderosa das garotas, afinal, todos da festa, TODOS mesmo, formaram uma rodinha em volta dela pra observar a apresentação. Misericórdia, sabe quando você fica com vergonha pelos outros e sua cara fica até vermelha? Deve ter acontecido isso comigo, eu não conseguia fechar a boca tamanho meu espanto, não só com o fato de ela estar dançando "La Isla Bonita" mas, principalmente, porque por causa do showzinho que ela resolveu dar, eu fiquei sem beijar o menino!!!
A performance da garota foi comentário na escola inteira durante toda a semana seguinte e o pior é que eu nunca mais vi o tal do garoto. Acontece que o que ficou mesmo gravado na minha memória não foi a cara do menino, nem a vontade de beijá-lo, pra falar a verdade, nem lembro o nome dele, o que marcou foi o show da 'Madonna fake'. Isso eu não vou esquecer nunca mais...
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
Pai macaco
Bem, não sou só eu que tenho o prazer de ficar carregando meu filho por onde quer que eu vá. Graças a Deus, o Hugo é o marido ideal da macaca aqui e, como bom marido e pai que é, virou também um gorila. Está certo que muitas vezes o meu macaquinho só quer mesmo o meu colo, mas em outras vezes - e eu agradeço a Deus por essas ocasiões - o Miguel gruda no pai.
Quando digo "gruda" é tipo "gruda" mesmo!! O Miguel abre o olho pela manhã e sai nos procurando pela casa. Gosta de ficar grudadinho, igual àqueles bonequinhos/ursinhos que a gente tinha nos anos 80 - ui! Final de semana passado fui à piscina com ele - e só com ele - porque o Hugo estava trabalhando o sábado todo. Muitas vezes, as priminhas dele vão também à piscina e isso é, simplesmente, uma benção pra mim porque elas brincam com ele a maior parte do tempo e posso observar tudo à distância, sentadinha na cadeira, descansando minhas pernocas. Mas, minha irmã, meu cunhado e as meninas estão se esbaldando na terra do Mickey Mouse e minhas pequenas secretárias estão tendo suas merecidas férias. Portanto, sou eu e eu mesmo... Que canseira. Gente, criança não pára nunca e eu lá, andando atrás dele pra cima e pra baixo. Se joga na água, depois quer sair da piscina e, no instante seguinte, já quer se jogar lá dentro de novo e a mãe doida tentando acompanhar o ritmo.
Me pergunto como pode uma mãe mais velha aguentar o pique de um bebê... A natureza é mesmo sábia e por isso é que o corpo da gente não está programado pra passar por isso depois dos 40. A gente vai driblando a natureza, ok. Mas, se a gente pensar bem, a energia de uma mulher de 28 anos é bem maior que a minha com 39. E olha que me considero cheia de energia, mas sei que não sou a mesma de quando tinha 10 anos a menos. Há 10 anos eu virava noites e noites em danceterias e no dia seguinte estava pronta pra outra! Hoje? Deus me livre! Virar noite dançando? Nem pensar! Fico totalmente estragada no dia seguinte, aliás, com bebê de meses a gente se sente estragada mesmo, mas não é só um dia não... São vários dias, semanas, estragada meses!
Toda vez que olho pro meu filho, pra esse sorriso lindo, quase consigo esquecer a dor nas minhas costas, a saudade que tenho de ficar deitada abraçadinha com o Hugo vendo televisão... Enfim, o Miguel é um presente em minha vida e sou muito grata por ter esse menino - macaco.
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
Mulher Macaca
Não sei se todas as mães se sentem como eu, mas desde que o Miguel nasceu eu me sinto como uma mutante, vivendo várias fases diferentes. Primeiro chega a "fase zumbi": tipo quem dormiu, dormiu e quem não dormiu não dorme mais!! Jesus Cristo. Só Jesus mesmo. Nunca fui de tirar sonecas durante o dia, meu negócio é dormir durante a noite mesmo, se possível, umas dez horinhas abençoadas. Ok, oito horas já me faziam feliz. Seis horas era pouco, eu já ficava reclamona no dia seguinte. Hoje, seis horas direto é muitão!!! Eu vivia achando engraçado como havia pessoas que até mesmo na manicure ficavam batendo cabeça de sono, era só ficarem 5 minutinhos paradas que já estavam dormindo. Acho perfeitamente natural agora. Provavelmente são mães em plena "fase zumbi".
Em meus dias atuais, embora o pior já tenha passado, o Miguel dorme bem a noite e embora sempre choramingue por uma mamadeira ou lençol que se enroscou embaixo dele, não é mais o pesadelo que foi durante a 'fase zumbi'. Durante esse período eu chegava a ter, não vou dizer depressão, mas uma certa melancolia a cada entardecer, quando a noite se aproximava. Vinha logo a sensação de que todos deitariam em suas caminhas gostosas e que a parte mais difícil do meu dia estava apenas começando... Ouvir o tic-tac do relógio e ver os ponteirinhos se arrastarem lentamente enquanto Miguel chorava de cólica ou nunca estava saciado com o que mamava era horrível pra mim.
Aí existe a próxima fase trenebrosa que muitas vezes vem junto com a 'fase zumbi': entrei na 'fase fast food'. Gente, peito pra cá, peito pra lá, o menino pendurado em mim o dia inteiro pra depois de 40 minutos de descanso já estar chorando por comida de novo. A criança olha pra sua cara aninhadinha em seus braços, você pensa naquele momento com todo o carinho do mundo e, quando você se toca, aquela boquinha linda do seu rebento já começa a abrir procurando o bico do seio. Fast food total. É assim que me sentia. Pior é ver o peito vazar, sujar a roupa, ficar com aquela rodela de leite em volta do seio marcado na blusa...Ai, gente. É triste, mas tenho vontade de rir do bizarro que é essa situação.
Depois disso, lá pelo terceiro mês em casa, entrei na fase 'elo perdido'. Você olha no espelho e procura a criatura que existiu até 3 meses atrás. Onde foi parar aquela mulher bem vestida, maquiada e perfumada? Onde está a Paula antenada que lia o jornal todos os dias pela manhã, enquanto tomava seu café? Pra onde foram os scarpins, os cremes hidratantes? Um dia você acaba de tomar seu banho e se enfia naquela camiseta surrada, a cara sem um pingo de corretivo, rímel ou qualquer outra coisa que nos torne mais apresentáveis ao mundo, a depilação está vencida e você se dá conta que só pode ter ido parar na ilha de Lost. Assim, fica decretado que você está mesmo vivendo a fase 'elo perdido' e precisa fazer alguma coisa por você urgentemente.
Eu passei pela fase neura. Durante os finais de semana eu é que tinha que fazer tudo pro meu bebê: dar comida, dar banho, vestir, trocar fralda. Enfim, não queria ajuda de babá porque achava que tinha que compensar o tempo que fico longe do Miguel durante a semana. Olha, essa minha fase acabou, porque se ainda perdurasse acredito que já estaria internada em qualquer casa de reabilitação para insanos. Não dá pra aguentar de forma saudável o trabalho sozinha de ficar com um bebê o dia inteiro. Aguentar a gente aguenta, mas a que preço? Como se chega ao final do dia? Eu posso assegurar que chego desgrenhada, amassada, euxaurida, esfameada. Tudo de bom. Então, eu mesma coloquei fim a essa fase e a babá agora é muito bem vinda uma vez por semana lá em casa, ou sábado ou domingo, mesmo que eu não tenha nenhum compromisso. Tá certo que ainda não consigo ficar em casa enquanto a babá está lá. Não consigo deitar na minha cama e ler meu livro ouvindo meu filho na companhia da babá. Fico, ainda, com a 'neura' de que quem deveria estar cuidando do Miguel era eu, já que estou à toa. Então, sabe o que eu faço? Entro no carro e saio de casa. Vou resolver coisas na rua, invento alguma coisa, um trato no cabelo, manicure, nem que seja uma ida a farmácia pra comprar fraldas - a gente sempre sabe onde tem uma promoção de fraldas descartáveis - enfim, sempre se tem muito o que fazer quando se é mãe.
Atualmente estou vivendo a fase macaca. O Miguel acorda e já olha pra minha cara e estica os bracinhos: quer colo. Eu tomo café da manhã com ele no meu colo, assisto os milhões de DVDs da Xuxa com ele sentado, no meu colo. O pior é que eu não sei o que acontece com toda criança que o colo sentado não presta. Eles, não satisfeitos em pedirem colo, querem que o colo seja em pé. E lá vou eu pela casa feito uma mulher macaca com o macaquinho de 13 quilos pendurado em mim. Chega da creche e o que acontece? Quer colo. Meu Deus, quando isso vai parar? Muitas vezes ele fica no quarto brincando durante um tempinho considerável, tempo suficiente pra que eu recupere minha sanidade, mas é só eu chegar lá pra olhar se está tudo ok, se ele ainda não colocou o quarto abaixo, e pronto. Faz cara de gato de botas do Shrek e ... pede colo.
Eu só sei é que estou com uma tendinose no tal do infra e supra espinhoso que faz o meu ombro direito doer pra burro. Minhas costas parecem que vão abrir. Mas, sei que daqui a pouco essa fase termina. E vou entrar em outra. Qual será? Cenas dos próximos capítulos. Acho melhor me preparar para coisas ainda mais estressantes porque, como diz minha amiga Cacau, "sempre se pode piorar". Socorro!
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
Mini Maternal
Miguel começou ontem a sua adaptação ao mini maternal. Sabia que esse dia estava chegando, acho até que as tias enrolaram o quanto puderam para que ele ficasse o máximo possível no berçário, mas não tem jeito: meu filho cresceu e precisa estar com crianças da idade dele para desenvolver-se ainda mais.
A decisão de deixar o filho em uma creche é das mais difíceis. Não trata-se só de visitar os locais e escolher o que você acha que é mais apropriado para seu bebê. Trata-se, principalmente, do desapego logo de início do seu bebê, trata-se de colocar seu bebê nas mãos de outras pessoas durante horas ou, no meu caso, o dia inteiro. Trata-se de entregá-lo ao mundo pela primeira vez.
Eu sabia que não tinha escolha e, no fundo do meu coração, acredito que tenha feito o melhor pro Miguel quando optei pela creche e não por ter uma babá. Avaliando todos os prós e contras de um e de outro, minha listinha de prós para creche ficou bem mais longa. Só que me lembro como se fosse hoje quando chegou o domingo anterior ao dia de voltar ao trabalho... Na segunda não só eu recomeçaria minha "vida normal" assim como deixaria meu bebê de 4 meses o dia inteiro com a Tia Fátima e a Tia Sandra. Lembro de ter ido pro quarto dele, lá pelas oito da noite, o quartinho escuro, só a luz da luminária de canto e ele no meu colo pra termos uma conversa. Uma das muitas conversas que já tive com meu filho. Mesmo que digam que sou louca: sim, eu converso com ele desde que era recém nascido, mesmo que ele ficasse só me olhando. E naquela noite eu disse a ele que o dia seguinte seria um dia diferente, que ele não ficaria o dia inteiro comigo, que eu precisava voltar ao trabalho pra me sentir bem e pra poder dar a ele um mundo mais amplo de opções na vida linda que eu gostaria de proporcionar a ele. Falei pra ele, entre muitas e muitas lágrimas, que sentiria muita saudade, mas que ele seria muito bem cuidado, que faria amiguinhos, que aprenderia coisas novas e que, ao final de todos os dias, eu estaria lá para buscá-lo e levá-lo para nossa casa, cheia de alegria por revê-lo. Nossa, não foi fácil. Aliás, foi bem mais difícil que eu pensei que seria.
É claro que sei o quanto meu filho é encantador. É dessas crianças carinhosas demais... Não raro, de repente, sai correndo e se joga em cima de você naquele abraço apertado e tasca aquele beijo babado na sua bochecha, assim, sem avisar. É gaiato, tem riso frouxo e joga beijinhos indiscriminadamente. É difícil não cair de amores por um menino assim... Tá bom, tá bom, é meu filho... Mas não estou mentindo. Por isso, é fácil se apaixonar por esse moleque sedutor que responde pelo nome de Miguel e que saiu aqui, de dentro de mim.
De qualquer jeito, cativante ou não, quando a gente deixa na creche uma criança da idade que o Miguel tem hoje, 1 ano e meio, acredito ser menos ruim, apesar de a adaptação ser mais difícil, no sentido de que, de uma forma ou de outra, a criança já sabe se expressar de algum modo. Não é o caso do Miguel, mas muitas crianças já falam com essa idade várias coisas e isso dá uma segurança para os pais de que se houver algo de errado, a criança vai dar algum sinal. Com 4 meses, idade em que deixei meu filho aos cuidados desses anjos que respondem pelo nome de Fátima e Sandra, só muita confiança de que tudo vai dar certo e de que fez a opção correta.
Por tudo isso, quero deixar registrado minha profunda gratidão a essas mulheres que receberam meu filho sempre com um sorriso, desde que ele era apenas um bebezinho indefeso e não esse bebezão que é hoje, forte e grande. À Sandra e à Fátima devo muito. E sempre terei em meu coração um espaço pra essas duas que embalaram o sono do Miguel desde cedo, trocaram sua fralda, cuidaram dele até mesmo quando teve febre, chamaram minha atenção para o fato de que estavam nascendo dentinhos, viram o Miguel engatinhar antes de mim, observaram ele falar "água" pela primeira vez, deram a ele os primeiros alimentos sólidos e puderam observar cada reação, cada carinha, cada careta. Do Miguel elas sabem tanto quanto eu: sabem quando está com fome, quando está com a fralda suja, quando está com sono, quando quer a chupeta. Ciúme? Não, deixo claro que nunca senti. Sinto muita gratidão, isso sim. Agradeço demais a Deus por ter colocado essas duas pessoas lindas na vida do meu filho que já posso considerar um sortudo. O Miguel é apaixonado por elas!! Sei que a recíproca é verdadeira e vejo, na cara delas, o quanto está sendo difícil a separação. A adaptação ao mini maternal será muito importante, não só pro Miguel, acreditem, mas pra Sandra e pra Fátima também.
Sei que meu filho será muito bem recebido pelas tias do mini maternal, sei que terão muito carinho com ele. Mas, é preciso entender que o primeiro amor a gente nunca esquece. E, nesse ponto, a creche que escolhi foi muito feliz no momento em que designou essas mulheres para cuidar dos pequeninos, para receberem nossos bebês miudinhos. Posso afirmar que, depois de mim, é claro, porque mãe é mãe e ocupa lugar de destaque para sempre, a Sandra e a Fátima são o primeiro amor do Miguel.
Acalenta o coração saber que elas estarão logo alí, no andar de cima, esperando o Miguel de braços abertos todas as vezes que formos até lá pra matar a saudade, delas e dele. Sempre com aquele sorriso aberto... Aliás, quando penso em anjos sempre os imagino assim: com olhar receptivo e um sorriso muito aberto, muito sincero, do jeitinho que a Sandra e a Fátima têm.
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
Mãe é ótimo!
Gente, hoje chego em casa e minha mãe dispara: "Filha, tem um erro ortográfico em seu blog." Daí eu falo: "É mesmo? Qual?" Você escreveu 'licensa' e é com "ç". Eita... Não é que é mesmo? Já fui lá rapidinho e corrigi... O inglês está se embaralhando com o português. É isso. Cruz credo.
Mãe é assim. Puxa orelha direto, ainda mais a minha. Ela bate palma pra gente sim, mas puxa a orelha mais que bate palma. E eu acho bom. Não me faz perder a noção da realidade, do que sou realmente e do que posso alcançar.
Mãe é assim. Puxa orelha direto, ainda mais a minha. Ela bate palma pra gente sim, mas puxa a orelha mais que bate palma. E eu acho bom. Não me faz perder a noção da realidade, do que sou realmente e do que posso alcançar.
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