segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Último Dia


Miguel com 4 meses - idade em que entrou na creche
aos cuidados de Sandra e Fatima


1 ano e 7 meses - Indo para o
Maternal


Aos cuidados de Suzane e Miriam com 1 ano 
e 7 meses no Maternal


Meu safadinho hoje indo pro Jardim I


2 anos e 8 meses



Hoje foi o último dia do Miguel na creche. Fui buscá-lo com o coração pequeno, com o estômago revirado, com vontade de chorar. Sei que deveria ser mais desapegada à lugares onde vivi bons momentos  e à pessoas por quem tenho gratidão e carinho, mas não consigo, é mais forte que eu. Sinto falta, sinto medo do que vem pela frente, sinto saudade do que vivi. Essa mistureba de sensações me fez sair da creche hoje chorando, com meu filho olhando pra minha cara sem entender nada, me perguntando: "tá tiste, mamãe?" 

Sei que a creche Cambalhota será sempre uma casa pro meu filho. Uma casa onde ele fez seus primeiros amigos, onde levou sua primeira mordida. Uma casa que o acolheu não só com carinho profissional, carinho de quem recebe pra cuidar, mas sim uma casa que o acolheu de braços abertos e olhos atentos para conhecer o Miguel em cada detalhe. As pessoas que cuidaram do meu filho desde que era um bebezinho de 4 meses até agora, quando sai de lá aos 2 anos e 8 meses, estarão sempre no meu coração e à elas desejo toda felicidade. 

Quero crer no até breve, não no adeus. Quero acreditar que mesmo com a vida do Miguel indo para outros caminhos, esse laço de amizade não se romperá. Miguel talvez acredite mais nisso que eu, porque acho que de um jeito ou de outro, já sabe que hoje foi seu último dia antes de ir pra escola. Ficou muito feliz quando cheguei, correu para meus braços, me beijou e abraçou e pediu logo, "vamos pra rua, mãe. Vamos pra casa!" Despediu-se da Suzane e da Miriam, e saiu dando tchau pra tudo. "Tchau, peixinhos!" "Tchau, nenéns!"  Acho que ele está se sentindo muito grande agora que vai para uma escola sem nenéns... Enfim, tudo parece muito mais fácil pra ele que pra mim. 

Hoje me sinto um pouco como a Paula de 2 anos e 4 meses atrás, abraçada ao meu bebê no escurinho do quarto dele, chorando silenciosamente, naquele domingo antes de entregá-lo à creche para voltar ao trabalho. Com medo do que vou sentir, com medo do que o Miguel vai viver longe de mim na escola nova. Mas é a vida. Quantas separações ainda viveremos? Quantas mudanças de escola? Quantas conquistas realizadas por seus próprios pés, quantas quedas sem que eu esteja ao lado pra estender minha mão? Nossa vida está só começando, ainda nos reserva muito a viver. 

Aqui deixo, mais uma vez, registrado meu agradecimento a todas as pessoas que cuidaram do meu menino com todo amor, mesmo que estivesse chato, mesmo que estivesse irritado, mesmo que estivesse fazendo pirraça, até mesmo doente. Essas pessoas que cruzaram o caminho do meu filho através da creche Cambalhota foram anjos que Deus colocou na primeira e delicada fase de vida dele. Que elas possam receber meu amor através dessas palavras. E, se for permitido que eu peça algo diante do tanto que tenho recebido de Deus, ouso pedir que Ele continue cobrindo meu filho de bençãos e que outros anjos cruzem seu caminho a partir de amanhã.

3 comentários:

  1. Que coisa mais linda, Paulinha. Os pequenos nos ensinam tanto...tenho um sobrinho, escrevi um texto hj no fb sobre ele. A família toda chorou...mas porque se a gente parar um minutinho e ter sensibilidade de perceber o quanto eles são a voz de Deus nas nossas vidas não tem nem como não se emocionar.

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  2. É, Renata... Eles ainda não tem nossas neuras, nossas loucuras. São simples e sem complicações. É lindo de ver... Um beijo muito grande pra vc!!!!!

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  3. Não somos apenas uma Creche Escola, e sim uma grande família que acolhe outras famílias, para juntos guiar esses anjos que a cada dia nos fazem felizes. Conte sempre conosco...super beijo!!!!! :)

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