Religião, seja ela qual for, faz muita diferença na vida de qualquer pessoa. Ter fé, acreditar que devemos amar nosso semelhante como a nós mesmos, ajuda muito. Quando temos respeito por nossos irmãos, o mundo torna-se mais bonito, um lugar mais legal pra se viver. Acredito que religião seja um caminho pra nos encontrarmos, nos sentirmos melhor dentro de nossas inseguranças e fraquezas. A única coisa que abomino dentro de qualquer religião é quando a pessoa praticante da tal religião que escolheu realmente acredita que "sua" religião é o que há de melhor e, por isso, é detentor da verdade do universo.
Pra mim, não existe uma religião melhor que a outra até porque todos os caminhos que levarem a Deus só podem ser iluminados. A verdade é que não deveriam existir essas divisões, essa coisa segregadora que vejo alguns religiosos pregarem. Convivo com uma pessoa que melhorou - e muito - depois que começou a frequentar determinada igreja. Ficou menos briguenta, mais tolerante. Em compensação, sua filha só pode namorar alguém que seja "da igreja". Quer dizer, igreja dela, da religião dela. Isso é ou não é segregação?
Eu poderia ficar aqui citando milhões de exemplos desse tipo, de gente que se esconde nos preceitos de "sua" religião pra ter uma desculpa pra seu preconceito e ignorância. Porque quando achamos que fazemos parte de um seleto grupo afortunado que Deus abençoou de forma singular e, por isso, somos da religião A, B ou C, começamos a cair em uma armadilha: a armadilha de achar que sabemos tudo, que encontramos a verdade do mundo, das leis do universo e do que é certo e errado. E aí, nos achamos no direito de julgar nosso próximo. E de condená-lo também.
Religião, pra mim, é busca. É a busca por nos tornamos seres humanos melhores. É saber que nada sabemos e que precisamos melhorar a cada dia. Respeito quem acredita em coisas nas quais não creio, mas também gostaria de ser respeitada. Não acho que eu deva ser considerada tola por usar uma medalha de São Jorge em meu cordão, por achar a imagem de Nossa Senhora linda. É a minha crença. Se quando rezo e peço com toda minha fé que Nossa Senhora cubra meu filho com seu manto azul, se quando rezo peço a São Francisco de Assis que ajude meu filho a ser instrumento da paz, faço com todo o meu coração e não mereço ser trucidada por acreditar nisso. Eu acredito no poder das minhas palavras quando ditas com toda fé e só por repetir essas palavras de amor meu coração já se acalma. Assim como respeito aqueles que acreditam que um filho à beira da morte não deva receber uma transfusão de sangue. Se a fé em uma imagem me tranquiliza, que assim seja.
Só sei que não sei nada e, entre as milhões de dúvidas que tenho, as únicas certezas que carrego comigo são a de que Jesus não fundou igreja nenhuma e só pregou o amor e a de que, como disse Alan Kardec, tomo pra mim a frase "só aceite aquilo que sua razão aceitar." E assim sigo minha vida, desejando muito que, independente de cada religião, a gente se ame e se respeite. O mundo seria tão mais simples se encarássemos a vida assim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário