Ontem foi o meu primeiro dia das mães com o Miguelito fora da minha barriga. No ano passado, ele nasceu prematuramente exatamente no dia das mães, às 23:33, então nem posso considerar aquele dia.
Hoje é aniversário dele. Quando ele acordou, me deu uma sensação de vitória muito grande, uma paz imensa. Olhar pra ele de manhã e vê-lo batendo palminhas enquanto escutava a mãe louca cantando "parabéns pra você", foi, simplesmente, adorável. Vê-lo forte e cheio de saúde é meu maior presente.
Ser mãe é algo tão grandioso que não dá pra explicar. Só sei que é algo tão maior que tudo que até as menos românticas com relação a maternidade como eu, são capazes de sentir a enormidade desse sentimento.
Quando penso em mães, vejo que sempre tive em minha família exemplos maravilhosos de mães. Minha vó materna, é logo a primeira da lista. Casada com um cara bronco, português desses bem tacanhos - o meu avô - era analfabeta. A vida não lhe deu a oportunidade de aprender a ler e escrever embora ela tivesse muita vontade de aprender. Desde cedo, teve que trabalhar em casas de família e lavar roupa pra fora para ajudar o marido a sustentar os quatro filhos (três meninos e uma única menina, minha mãe). Minha avó foi uma mãe exemplar, lutadora, que sempre encorajou os filhos a estudarem para conseguir mais que ela na vida. Analfabeta sim, mas era esperta, inteligente. Nunca foi burra. E tinha muita classe. Classe não tem nada a ver com nível social. Minha mãe é hoje o que minha avó fez dela: uma mulher honesta, batalhadora, pé no chão.
Pronto chegamos no meu segundo exemplo de mãe maravilha. A minha. Incansável na educação das filhas, sempre se fez presente mesmo trabalhando muito. Poucas vezes pode buscar na escola, fazer dever de casa junto com a gente, mas nunca deixou de mostrar o quanto somos importantes pra ela, que éramos e somos até hoje sua prioridade. Minha mãe é muito amiga, muito companheira mesmo. E, como fez minha avó, sempre nos disse que precisávamos ir atrás do nosso lugar ao sol, que não devíamos depender de ninguém e que somos responsáveis por nossas escolhas.
Ainda na minha família, tenho outro exemplo de mãe. Minha tia Sandra. Casada com o irmão da minha mãe, meu tio Luis, é uma mulher de fibra como poucas. Tem dois filhos (meus primos queridos) e o mais velho é autista. Desde quando meu primo era muito novinho, minha tia anda com ele, pra cima e pra baixo, buscando os melhores tratamentos, as terapias alternativas, as escolas especiais. Já passou maus momentos por causa de preconceito, gente sem noção e sem sensibilidade, mas nunca, nunca mesmo a vi reclamar. Nunca está de saco cheio, nunca deixa a peteca cair. É incansável!! Admirável mesmo. Mesmo com a trabalheira toda que um filho especial dá, conseguiu manter o casamento e tornar meu primo mais novo um homem bacana, totalmente do bem.
Por essas e outras, quero ver se consigo chegar ao menos perto de ser uma mãe assim. Tomara que seja fibra familiar, que esteja entranhado em meu código genético. Esforço meu não vai faltar.
Que deus abençoe vc. Lucia manda um beijo.
ResponderExcluirQue Deus abençoe vc. Lucia te manda um beijo.
ResponderExcluir