Sábado o show foi excelente. Eu já sabia que o show em si seria ótimo, mas a verdade é que não foi apenas porque a voz do Seal é maravilhosa, porque ele é um charme ou porque sou fã mesmo. A diferença foi ter saído a noite com o namorado pra jantar, foi ter feito um programa "de adulto", só nós dois. O clima de sair em um sábado a noite é outro. Tem um "quê" de magia. Lá no show, encontramos com alguns amigos e eu estava muito feliz.
A impressão que eu tinha é que havia entrado em uma máquina no tempo e desembarcado em outra vida, só que era a minha vida mesmo, a vida que não está tão longe assim em tempo da minha vida atual. Só que parece que foi outra encarnação de tão distante que é a realidade que eu tinha da que eu tenho hoje. Sabe quando a gente dorme e tem a sensação de estar observando nosso próprio corpo de cima? Pois é. Eu estava lá, jantando com o namorado, conversando sobre tantas coisas, sobre como a gente sente falta desse namoro, como temos que estar atentos pro nosso relacionamento depois que o filho chega, como sentimos falta de estar com as mãos dadas sobre a mesa de um restaurante e, essa cena, que tantas vezes foi corriqueira em nossa vidas, parecia um filme, não parecia estar acontecendo naquele momento porque é tão raro...
Namorar é tão gostoso, ficar abraçadinho, ouvindo as músicas que a gente gosta, rindo como só a gente sabe rir das nossas besteiras, sem olhar pro relógio, sem pensar nas fraldas ou nas mamadeiras... Por isso fiquei com a impressão de estar vivendo uma situação que já foi costumeira e que, por não ser mais, parecia outra vida.
Fiquei refletindo o quanto um filho muda a vida de um casal. Eu sei, já falei sobre isso mil vezes, mas acho que por mais que eu diga, nunca será suficiente. Nunca retratará a realidade. Só quem vive é que vai saber mesmo. Miguel foi desejado pra caramba, mas eu e o Hugo não poderíamos imaginar a revolução que ele causaria em nossas vidas. Uma amiga, Dani, quando soube que eu iria ao show desejou que eu me divertisse muito porque ela ainda não recebeu "sua carta de alforria". Adorei o termo, um dos melhores para descrever esse período em que a gente tem um filho pequeno - 4 meses - como ela. O meu sentimento era que eu estava aprisionada. Sei que falar isso pode gerar em algumas mulheres uma certa indignação mas não posso me enganar e maquiar meus sentimentos. Senti e sinto ainda, muito, todas as mudanças que foram acontecendo em minha vida pós-Miguel e, pode ser incoerente, mas não me arrependo de ter mudado o curso dessa minha vida. Acho que sentir saudade de ter toda a liberdade que se deseja é normal. Gosto da vida que levo hoje mas sinto falta da antiga. Fazer o quê? Não se pode ter tudo. Tenho o que planejei pra mim. Tenho o que pedi a Deus e sou grata a Ele por isso.
Ainda agradeço por estar conseguindo, junto com o namorado, passar por essa fase difícil para o casal. Marido e mulher sentem muito o fato de, de uma hora pra outra, serem pai e mãe. E ser pai e mãe vem na frente de tudo. Tudo mesmo. Vem na frente das conversas descompromissadas no final do dia, dos seriados que compartilhávamos, das refeições calmas e sem hora pra acabar, dos programas a dois, do sexo. E é preciso muito companheirismo e amizade pra passar por tantos noites insones, tantas privações, sem ficar azedo. Acho que estamos conseguindo, mas não é simples. Não sei contar quantas vezes falei "Desculpe, estou cansada, não devia ter falado desse jeito com você..." ou quantas vezes ouvi "Poxa, Paula, não está ouvindo eu chamar você? Deixa isso pra depois, o Miguel é prioridade." Enfim, nessas horas o que vale é ter bom senso, cair em si e aceitar que somos duas pessoas vivendo no limite. Limite do sono, limite do cansaço, limite da paciência. E é preciso ter tudo isso em dose dobrada, respirar fundo e seguir em frente compreendendo o que o outro está passando. É a mesma dificuldade que você. Somos duas pessoas querendo muito acertar.
Disso tudo, desse tufão que se chama Miguel em minha vida, fica é uma admiração que não sei como pode crescer ainda mais por meu marido. Em nossa "outra vida de 4 anos atrás", eu o admirava por ser um ótimo namorado, amante, amigo, companheiro. Nessa vida de agora, admiro o pai. E é um pai que se mostra ainda mais meu companheiro, amigo. Meu amor, inexplicavelmente, aumenta, mesmo que estejamos fisicamente um pouquinho mais distantes... Quero ainda nessa vida, voltar a ter um pouco do que tinha antes e creio que seja só uma questão de tempo. Acredito que estamos no caminho certo. Tomara.
Adorei o post! Entendo perfeitamente sua colocação, ainda mais agora estando no olho do furacão! Procuro ter cuidado com a relação com o Blake, mas a verdade é que é difícil para caramba não se irritar quando ele não me escuta e estou precisando que ele me traga a mamadeira ou que vá buscar algo que esqueci no quarto do Joaquim. Sei que ele sente a mesma coisa, então sempre no fim do dia temos nossa reunião para não deixar nada mal resolvido. Aproveitamos para pedir desculpas um ao outro e para rir um da cara do outro. Isto tudo só acontece, claro, quando o nosso "senhorzinho" vai dormir e podemos "fazer a festa na senzala"!
ResponderExcluirBeijos
kkkkkkk Gente, "festa na senzala" mesmo!!! Com amor, não vou dizer que fica fácil porque nunca é fácil, mas tudo fica menos difícil. Beijos!!
ResponderExcluirPerfeito, Paula! Concordo em genero, numero e grau! Aqui em casa, o amor pelo marido e o dele por mim, que parecia que nao tinha pra onde expandir, cresceu com a chegada da Carol. Eh estar passando por tudo junto, amando infinitamente aquele mesmo serzinho, admirando um ao outro pelo bom pai/mae, com vontade de acertar, como vc disse, que somos. A gente ainda consegue curtir os nossos seriados, entre outras coisas qdo ela vai dormir as 7hs (agora, soh com 7 meses q conquistamos isso!)E, por mais que eu a ame, eh tao bom esse pedaco do dia q eu volto a ser eu e nos dois, um casal.
ResponderExcluirMiga, vc tem o dom de me fazer chorar com esses seus posts... Vc me entende o que eu acho "aquela pessoa" representa??? Eu leio seus pensamentos e fico mais apaixonada e certa do que quero pra mim! Mas se não for ele, vai ser outro!! I need Love, love's divine... hehehehe
ResponderExcluirBjssssssssssss
Lindos vcs. Que esse amor seja eterno e sempre abençoado. Te admiro bagarai e vc sabe disso! Te amo!!!
ResponderExcluirAna, que saudade de vc!! Será que foi em outra vida também que a gente fez pós juntas?? Sua Carol está cada dia mais linda... Vou mandar o currículo do Miguel!!! kkkkkkkk
ResponderExcluirKate, Só posso dizer que você merece tudo de bom. Estou na torcida. Beijos!
ResponderExcluirCacau, amiga mais querida!!! Sei que torce por nós e você sabe o quanto procurei esse amor. Ele existe!! Beijos!
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