Quando engravidei, não quis ter muitas esperanças de ser um menino porque na minha família só nascia mulher e eu não queria me iludir. Ficaria feliz com qualquer sexo, é óbvio, mas em meu íntimo, torcia por um menino. Entretanto, quando soube que na minha barriga estava o Miguel, apesar de muito feliz, me deu um medinho de não saber ser amiga dele, de não conseguir entrar nesse universo diferente do meu, da minha irmã, das minhas afilhadas. Fiquei um pouco sem saber como seria lidar com a realidade de um menino, até nas coisas mais simples como dar banho, por exemplo. Só que, pra mim que nunca fui chegada a bonecas, conviver com as brincadeiras masculinas foi muito mais fácil que eu poderia pensar. Eu AMO ser mãe de menino e se tivesse tempo e disposição para ter outro bebê, torceria para que viesse outro homem.
Se todos os meninos são carinhosos e protetores com relação à suas mães como o meu é comigo, não sei. Mas sei que o relacionamento de uma mãe com seu filho é algo muito mágico porque apesar da falta de afinidade pras brincadeiras mais brutas, apesar de eu não achar graça de certas nojeiras das quais só homens gostam, em geral, existe um lance muito misterioso entre mãe e seu bebê homem. O jeito do Miguel me olhar, o jeito de ele pedir proteção e proteger, o jeito de ele me acarinhar é muito inédito pra mim. E é muito diferente da relação de carinho que ele tem com o pai.
Hoje Miguel ficou na parte da frente da casa esperando minha irmã que o levaria ao cinema. Só que depois de estar lá fora alguns minutos, ele entrou em casa com uma florzinha pra mim. "Mamãe, olha o que peguei pra você..." Eu agradeci a flor, disse ao Miguel que ele é um filho maravilhoso, muito carinhoso e, como sempre faço, disse que ele é meu gostosinho, meu melhor presente. Aí o Miguel chegou mais perto, colocou cada mão de um lado do meu rosto, apertando minhas bochechas com força, quase me esmagando com seu jeito bruto de ser, e disse olhando nos meus olhos com carinha de sapeca:
"E você, mamãe, é a minha gostosinha. A mãe mais linda para sempre! Eu te amo muito mais, tá?"
Sem mais, me deixou alí com cara de pateta, completa por um sentimento delicioso de ser muito amada, olhando pra flor cor de rosa em minhas mãos como se fosse mais valiosa que um anel de brilhantes. Sem dar muita importância pro momento, Miguel deu as costas e voltou pra frente da casa.
Do pouco que eu sei nessa vida, posso afirmar que esse amor é único, não existe igual. E só de pensar que Deus me presenteou com a dádiva de ter esse menino bruto e delicado, estabanado e sensível ao mesmo tempo na minha vida, tenho vontade de agradecer mil vezes. Mil vezes, não. Um milhão de vezes. E nunca será o suficiente. Nunca será.
Que lindo, Paula! Não vejo a hora de poder desfrutar dessas coisas. Por enquanto é só choro, e choro, mais e mais choro, e exigências, e rotina e ainda tenho medo de pirar, se é que já não pirei...Me agarro a algumas coisas às vezes e uma delas é teu blog, tu sabe. Beijos de uma mãe cansada às vésperas de mais um final de semana de muito trabalho...
ResponderExcluirNossa, Ana... Com você falando, volto no tempo e chega a me dar um frio na nuca... É muito difícil mesmo, mas logo, logo seu bebê lindo de olhos azuis estará interagindo mais com você, fazendo outras exigências, é claro, mas vai dar algo de si a você, tanto quanto recebe. Um beijo e força pro fim de semana!!
ResponderExcluir