Nenhum pai ou mãe gosta de escutar queixa dos filhos. Embora a gente saiba que é inevitável, nossos filhos fazem ou farão besteira em algum momento da vida - ou em vários -, mas ouvir de terceiros que o filho fez uma coisa errada é sempre algo constrangedor ou frustrante. Eu tento pegar essas oportunidades e transformá-las em caminhos para mostrar o certo e o errado, para entender o que passa pela cabeça do meu filho.
Não posso me queixar do Miguel: sei que é levado, não é santo, mas é um garoto que já mostra saber o que é respeito. Ano passado, a professora do Jardim I - a querida Chris - falou comigo e com o Hugo umas 3 vezes por conta do uso de palavrões em sala de aula. Morri de vergonha, o Namorado ficou com cara de pastel murcho, mas com a ajuda dela e a gente mais em cima com relação a isso, esse problema não acontece mais. Pelo menos, não esse ano. Miguel ainda fala palavrão e acho que não vai parar de falar tão cedo uma vez que escuta muito em casa. Eu sei, eu sei... Isso não é um bom exemplo. Mas o que tento passar pra ele é que até pra falar palavrão precisamos ter inteligência. Precisamos saber onde e quando empregar um palavrão. Como escuto Miguel falar palavrão de vez em quando, acredito que ele tenha aprendido que escola, definitivamente, não é lugar para soltar seu vasto repertório de palavras feias.
Há alguns dias, conversando com uma grávida muito querida, recebi um dos maiores presentes que uma mãe pode receber. Não sei se essa pessoa tem noção do bem que me fez e do quão emocionada eu saí daquele encontro com ela... E estou aqui pra deixar claro isso, pra agradecer por suas palavras.
Essa minha amiga está grávida de um menino, está com um barrigão enorme, lindo. E, conversando com ela a respeito disso, sobre as expectativas que as mães têm antes do nascimento de um bebê, eu recebi um presente sem tamanho quando ela disse pra mim que gostaria que o bebê dela fosse como o Miguel. Fiquei surpresa e resolvi perguntar porquê. E ela respondeu:
- Paula, eu gostaria que meu menino fosse como o Miguel porque seu filho é um garoto levado, sim, mas é extremamente educado, respeitador, pede desculpas quando erra (mesmo que faça de novo a besteira depois...). É um menino muito carinhoso e, principalmente, é um garoto que resolve suas coisas sozinho, não solicita ajuda o tempo todo, é muito "safo" e não chora por tudo, nem quando brigo sério com ele! Ele aguenta firme e procura resolver suas questões sem fazer queixa dos outros a todo instante. Por isso tudo é que eu gostaria que meu filho fosse como o Miguel.
Não chorei na frente dela, me segurei. Mas meus olhos ficaram marejados e saí dali pisando em nuvens de tanta felicidade e cheia como um balão de gás de tanto orgulho. Mãe, definitivamente, é o ser mais bobo que existe no planeta. E também o mais especial.
Sei que ainda vou ouvir a respeito de muitas vitórias do meu filho, assim como estou me preparando para ouvir muitas derrotas e tropeços. Estarei ao lado dele para ajudar, apoiar, tentar mostrar o caminho. Mas, por hora, só quero agradecer a essa futura mamãe pelo momento feliz que proporcionou-me dizendo isso. Ela poderia ter guardado pra ela... Talvez ela não saiba o quanto me fez feliz. Quero agradecer muito aos céus pelo presente que veio do meu encontro com o Namorado: esse menino levado e fofo. E, sem falsa modéstia, quero dizer pra minha amiga que eu acho que ela tem toda razão de querer ter um filho como o meu Miguel!!
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