Essa semana, quando ganhei um presente do nada, assim, sem esperar, sem motivo, sem data especial, da Fatinha, fiquei pensando em quanta coisa já vivi nessa casa. Em como me sinto amada e como amo essas pessoas que trabalham comigo. Fiquei pensando em todos eles e como a gente convive tanto no trabalho e que é impossível, pelo menos pra mim, não me envolver. Venho tentando há muitos anos separar o pessoal do profissional e estou muito melhor que já fui, mas a verdade é que essas 30 e poucas pessoas que vejo quase todos os dias são família pra mim.
Eu não sou o tipo de pessoa que não se envolve. Eu totalmente me envolvo, me dou e me entrego pra tudo o que resolvo fazer. Não tenho meio termo quando se trata de trabalho, sabe? Se vou fazer, que seja bem feito. Se vou tentar, que seja pra ter certeza que dei 100% de mim. E aí, com aquela sacolinha do presente da Fatinha na mão, fiquei pensando em como é bom a gente se relacionar e acabar se mostrando, com todos os defeitos e qualidades, pra pessoas que estejam dispostas a ajudar umas às outras e a crescerem. Nem todo mundo entende as mil nuances que cada personalidade apresenta. Nem sempre é fácil a convivência em família. E no trabalho não é diferente. A única coisa da qual não se pode abrir mão no trabalho é da entrega e de saber que todos os lugares possuem regras e que precisamos nos adaptar a elas se quisermos durar. Não posso dizer que conheço a todos até do avesso. Nem a gente se conhece totalmente, né? Mas posso dizer que os conheço e que conheço alguns de seus defeitos e muitas das suas qualidades. Eles também me conhecem. E também conhecem os meus defeitos e as minhas qualidades.
Tenho no CCAA uma família. Aqui no CCAA Ilha conquistei meu espaço, abri meu caminho, ganhei respeito e confiança de meus colegas, de pais e de alunos. Aqui, passo mais tempo que em minha casa. Com essas pessoas, abro meu coração, sim. Muitas vezes choro, muitas vezes morro de rir. Eles me ensinam e me fazem ir em frente. Há uma troca muito positiva e há muitas exigências também. Eles me cobram decisões, postura, às vezes com um olhar apenas. E eu cobro comprometimento, doação, vitória. Como uma família, temos momentos bons e ruins. E no filminho que passou em minha cabeça enquanto olhava pro meu presente inesperado - o presente da Fatinha - vi cada uma das pessoas que estão ao meu lado. E todas as suas histórias.
Dolores com seu jeito carinhoso e doce.
Andrea Santiago com sua fala mansa e tranquilidade.
Ramon Ted... Meu amigo, meu irmão. Meu companheiro desde 1997. Sempre juntos. Sempre parceiros.
Maura com seus cabelos lindos e olhos brilhantes, com sede de fazer tudo certo.
Jacqueline e todas as nossas muitas noites dançando quando éramos apenas meninas que podiam se dar ao luxo de virar muitas noites dançando e rindo e vir trabalhar no dia seguinte como se nada tivesse acontecido.
Leandro do Vale menino. Trazido pelo pai. Um pai lutador que pagava o curso de inglês do filho pra que ele se tornasse um homem de bem. Um homem como ele é hoje. O pai não está mais aqui ao lado dele. Eu estou.
Pensei em Flavio Fontes e ouvi suas risadas. Senti sua alegria e vivi novamente tantos altos e baixos que passamos. Sempre estive com ele, torcendo, mesmo à distância quando tivemos que nos separar, pra tê-lo perto de mim de novo.
Leo Farah e todas as broncas que já dei. Tudo pra ele crescer e amadurecer. Eu acredito no potencial dele e, desconfio, acredito, muitas vezes, mais que ele mesmo.
Norma com quem sempre sonhei trabalhar e hoje vejo esse sonho tornar-se realidade.
Bruno Torres, o mais ogro dos ogros. O mais divertido. O cara mais cheio de proteção que já conheci na vida. Um moloide por dentro. Eu sei disso.
Larissa e todas as vezes que me pediu desculpas. E me vi dizendo a ela que não aguentava mais vê-la me pedindo desculpas. E, naquele momento, sei que ela entendeu o que eu quis dizer.
Joubert e nossos tantos anos de amizade e companheirismo.
Cinthia. Meu amor. Minha linda que é mais linda por dentro que por fora. Por mais incrível que isso possa parecer.
Jonas e sua alegria. Que maravilha é ter você por perto. Que astral do bem.
Sabatino. Meu rabugento favorito. O cara mais comprometido com tudo o que é certo. O cara mais incrível e desbocado. Vi sua moto e seu casaco de couro.
Carol e sua juventude. Seu jeito, por vezes, afoito. Inteligente. Perspicaz. Criança querendo o mundo e que sabe que pode conseguir.
Barbara e sua quietude e benevolência. Alguém que muito observa. Alguém com quem sempre pude contar.
Jefferson firme, forte. Um cara cheio de amor e de vida.
Priscila é aquela que se mostra as poucos, sente o terreno. Sua timidez a proteje e também cria um escudo que já foi derrubado. Vejo como está mais solta, mais risonha, a cada dia.
Ana Enes... A mais fofas das fofas. Quem estiver em seu coração, tem tudo.
Graça Mattos e sua letrinha gigantesca. Suas milhões de explicações, sua risada de porco. Seu coração enorme. Sua organização.
Vanessa é o retrato de alguém que sabe voltar atrás e começar de novo. Ganhou minha admiração no dia em que me convenceu de que precisava de uma chance. E ela estava MUITO certa.
Andreia Ferreira é a luta em pessoa, uma guerreira.
Ana Maria Sales é a doida de coração maior do mundo. De uma alegria inesgotável. De uma loucura deliciosa.
Ana Maria Sales é a doida de coração maior do mundo. De uma alegria inesgotável. De uma loucura deliciosa.
Monica bateu na minha porta e sua presença é um presente.
Dani Cavalcante, lembra quando lhe dei aquela bronquinha de leve na minha sala quando você ainda era ajudante? Sua cara é linda até quando leva bronca!!
Dani Cavalcante, lembra quando lhe dei aquela bronquinha de leve na minha sala quando você ainda era ajudante? Sua cara é linda até quando leva bronca!!
Eldir é minha prova de fé e paciência.
Katia é a reclamona gente boa. Desenrolada. Parece minha mãe porque reclama muito de fazer as coisas, mas sempre as faz e agrada a todos.
Stephanie, Coração e Mayara ... Que privilégio é ensinar tanto a quem é tão novo e tão cheio de vida.
Valdir é meu protetor.
Jairo é um anjo, uma dádiva, um conforto.
Andrea, Fatinha, Fernanda e Edmar são os pobres que me suportam. Com eles eu conto como nunca contei com ninguém. Somos tão bons juntos que às vezes acho que somos um só.
De todos esses eu poderia falar milhões de defeitos. Todos eles têm defeitos. Assim como eu. Mas somos uma família e muitas vezes nos detestamos pra nos amar em seguida. E assim vamos indo, caminhando, aprendendo, ensinando. Não somos perfeitos. Bacana pensar que um gesto de carinho da Fatinha me fez refletir sobre todos esses anos que estou aqui nessa casa. E no tanto que vivi e que venho crescendo. Sei que muitas vezes eles não recebem o melhor de mim. Mas eles podem ter a certeza de que me têm por inteiro. Família é isso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário