Sempre acreditei que amizade se vê nas atitudes. Não falo o quanto gosto dos meus amigos o tempo todo, mas faço tudo o que posso para ajudá-los. Amigos me pedem de tudo, desde ajudá-los a preencher formulários, escolher roupas e programar viagens até ir junto ao médico e consolar das agruras da vida. Enfim, procuro estar sempre disponível, nem que seja pra emprestar o ouvido ou o ombro quando preciso. E, por mais que alguns acreditem na fórmula "sou seu amigo e preciso falar com você todo dia e lhe contar tudo o que acontece na minha vida", isso não rola pra mim. Estarei presente quando meus amigos precisarem. Não, não vou ficar telefonando toda hora.
Apesar desse meu jeito pouco carinhoso de ser, sou presenteada com atitudes muito fofas dos meus amigos e, às vezes, surpreendo-me com pessoas com as quais não tinha tanta convivência e nem intimidade. Conheci a Renata porque ela era esposa de um dos grandes amigos do Hugo. E esse ano, no meio de um terremoto em sua vida, nos aproximamos. Em uma situação adversa, quando a maior parte das pessoas foge e não quer escutar o que a pessoa que sofre tem a dizer, eu fiquei ali, disponível pra ela. E acabei ganhando uma amiga. A Renata, que sempre foi muito atenciosa e carinhosa comigo, tornou-se amiga quando passava por, talvez, o pior momento de sua vida. Na dor, aprendemos a ser amigas. E por termos nos aproximado em um momento complicado, sei que essa amizade chegou pra ficar.
Vocês devem estar se perguntando: onde entra o cupcake nessa hora? Calma, vou chegar lá.
Todo mundo sabe que meu filho é uma mistura de Paula e Hugo. Ao mesmo tempo que é falante e social, tem um lado forte geek do pai. Ele fica fuçando no YouTube os lançamentos de brinquedos e filmes e, vira e mexe, está assistindo a uns videos de um menino que mostra como funciona esse ou aquele brinquedo (normalmente brinquedos que ainda não chegaram no Brasil pra dificultar minha vida!). Outro dia, esse danado desse garoto dos videos, não devia ter o que fazer e resolveu mostrou como fazer um cupcake e daí que o Miguel passou a me encher o saco porque queria que eu fizesse cupcake pra ele comer. Gente, me pede um bolo mas não me pede cupcake. Eita bolinho que dá trabalho pra fazer é esse tal de cupcake! Expliquei pro Miguel que fazer não ia, mas que poderia comprar uns cupcakes pra ele comer. Miguel mostrou claramente que preferia que eu fizesse os bolinhos, mas aceitou que eu os comprasse. Fazer o quê, né?
Enfim, liguei pra Renata porque se tem uma pessoa antenada com tudo o que diz respeito a festas, é ela. Tem bom gosto e tem sempre um fornecedor de tudo o que você sonha em precisar. Prontamente, Renata me passou uns contatos pra eu satisfazer a vontade do meu menino.
E aí é que entra o cupcake do título. Uma semana se passou sem que eu tivesse feito ainda a encomenda em uma das pessoas das quais Renata me passou o contato e Miguel continuava a perturbar querendo comer cupcake. Meu filho NUNCA esquece o que quer. Nunca, mesmo. Então, quando eu cheguei em casa depois do trabalho, como um milagre, lá estava um cupcake lindo, apetitoso, que havia sido deixado pela Renata na minha casa. Nossa, fiquei olhando pro bolinho pensando no tanto de carinho que vinha junto com aquele cupcake. Renata se importou com um capricho do meu filho, não esqueceu que o menino estava com desejo de comer um cupcake, desviou-se do seu caminho, seja lá pra onde estivesse indo, pra parar na porta da minha casa e deixar esse presente pro Miguel. Pra mim. E isso tem um valor imenso. São essas coisas que importam na minha vida, são esses gestos. Que bonito aquele cupcake, quanto significado...
Miguel devorou o cupcake e deixou que eu desse uma mordidinha apenas, depois de eu muito insistir com meu filho guloso. O cupcake estava muito, muito gostoso mesmo. Agora, posso dizer que minha amizade com Renata foi selada com açúcar. Pro Miguel, foi só um cupcake que apareceu pra matar sua vontade, trazido pela amiga da mamãe. Pra mim, foi cupcake com brigadeiro em cima e recheio de muito, muito amor.
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