Como fiz atividade física a vida toda e vi o quanto foi importante pra mim, tanto pra minha saúde quanto pra socialização, sempre tive a preocupação de que o Miguel fizesse alguma atividade esportiva. Acredito que esporte e educação devem andar juntos porque no esporte a gente aprende na prática muitas questões discutidas em sala de aula. Fora que a questão do limite, do respeito ao outro, principalmente nos esportes coletivos, além de propriciar que a gente lide com nossas limitações o tempo todo e que aprenda a tentar superá-las e dar o melhor.
Logo que Miguel saiu da creche tentei a natação. Ele tinha 3 anos quando o levei pra fazer aula e não dei sorte. A professora não era das melhores e o Miguel não é das crianças mais atiradas. Meu filho pode ser a criança mais desinibida e falante, desde que ele se sinta à vontade. Ele se ambienta aos poucos, sente o terreno, não se joga, precisa ter confiança e a professora não estava muito a fim de ganhar a confiança dele. Tentei por 2 semanas e desisti.
Quando ele estava com 3 anos e meio o "dido" do Miguel, meu cunhado, decidiu que tentaria natação de novo e que ele mesmo o levaria pras aulas. Tanto o Itallo quanto o Namorado fizeram natação (Hugo inclusive chegou a ser campeão de nado costas) e querem que ele saiba nadar. Acho que o Namorado tem pavor de o Miguel ficar como eu: adulta e sem saber nadar... Então, vira e mexe fazem o discurso de que "natação é o esporte mais completo" e tal. Novamente, tentativa sem sucesso. Miguel já entrou na piscina com menos má vontade nessa segunda tentativa, mas ainda não estava na hora. Acho que preciso esperar mais uns anos pra ele aprender a nadar. Por enquanto, não dá.
Logo depois, tentei capoeira. E creio ter sido infeliz na escolha do local porque fomos pra aula experimental na maior academia da Ilha do Governador e o professor nem olhou pra cara do Miguel nessa primeira aula. Não sei o que acontece na cabeça de alguns professores... Um aluno novo precisa de carinho, de atenção, ainda mais criança. Vai enteder! E talvez, por eu ser professora, tenha esse olhar mais crítico e coisas que pareceriam normais pra outros, não o são pra mim. O caso é que ficamos em um canto da sala assistindo ao professor falar o nome dos movimentos que deveriam ser executados por seus alunos e em nenhum momento chamou o Miguel pra participar de alguma coisa ou pra ensinar um movimento simples. Não tinha nem uma musiquinha tipo "dim-dim-dim-dom-dom-dom" e Miguel, depois de 20 minutos como mero expectador, disse que "isso aqui está muito chato, mamãe, vamos pra casa. Quero fazer futebol, tá?". Meu filho é esperto, já saiu sugerindo outra atividade porque já deixei claro que alguma coisa ele terá que fazer, não vai ficar só em casa olhando pro seu Ipad ou pra TV ou jogando videogame. Então, ele meio que barganha comigo. Ele quer dizer assim: " não gostei de capoeira, mas posso tentar futebol, ok?"
Como ano que vem vai ter futebol na escola, com seus amigos, não quis experimentar o futebol agora. Vou deixar para 2014. E pensei que como Miguel adora lutas, talvez eu fosse bem sucedida se pensasse em uma pra ele praticar. Procurei locais que o aceitassem devido a idade - a maioria pede 5 anos completos ou mais - e acabei encontrando no clube do qual sou sócia aulas de judô pra crianças de 4 anos. Lá fui eu.
Miguel estava animado e assistiu sentado a primeira aula, sem participar. Mas o professor é excelente! Já conversou com meu filho, já o pegou pela mão e o levou para o local onde deveria ficar. Ele é um cara bem rigoroso com a questão de bagunça e disciplina. Não pensa 2 vezes antes de dar uma bronca em alguma criança. Sempre tem aquele que chora porque perdeu, faz manha porque teve que ser posto pra fora da atividade porque não estava se comportando adequadamente, mas ele não dá mole mesmo. Só que apesar de extremamente duro quando a ocasião pede, ele é muito dedicado e solícito. Tem a maior paciência com Miguel, procura sempre ganhar a confiança dele.
Resultado: Miguel já está há 2 semanas fazendo suas aulinhas de judô e continua muito animado. Acho que agora encontrei uma atividade que se encaixa no perfil agitado do meu filho e com um professor que soube cativá-lo. Como um bom profissional é importante, seja em que área for, como é bom ver alguém fazendo o que gosta. O Rubens - professor do Miguel de judô - tem todo o mérito por meu filho estar tão bem durante as aulas. Miguel, claramente, se sente à vontade com ele e com os movimentos que precisa aprender. Está encarando tudo como uma brincadeira, mas está precebendo que deve respeitar o mestre e seus comandos. E eu estou bem mais tranquila por ver meu filho praticando um esporte.
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