sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Namorando ou Ficando?

Eles

A vida passa e as coisas mudam de geração pra geração, isto está claro. Quando eu era adolescente, já era um avanço e tanto ficar a cada festa com um cara diferente sem compromisso. Adulta, apareceram as tais "micaretas" onde o legal era beijar o maior número possível de pessoas. Beijar em uma mesma noite (ou dia) 20 caras passou a ser bacana. Até aí, apesar de ser demais pra mim, eu entendo. Não há compromisso, as duas partes envolvidas estão cientes de que estão beijando uma boca que vai beijar mais sei lá quantas e que já beijou outro sem número de pessoas. Estão de acordo com esse pacto volúvel e, se está funcionando pra todos, vamos lá ser feliz se é o que há e o que se quer no momento.

Na minha adolescência a gente chegava da escola e se pendurava no telefone pra ficar falando com as amigas por horas, amigas que tinham passado a manhã inteira com a gente na escola. Hoje isso continua acontecendo através do Whatsapp, Messenger, enfim... A garotada continua se falando o tempo todo, só que não tem mais o olho no olho e nem o som da voz - a não ser que se faça um "facetime": o lance é ficar pendurado no celular 24 horas por dia. Tudo bem. A mudança vai acontecendo no nosso nariz, a tecnologia vai entrando na vida de todo mundo e não tem como não ver que é impossível as coisas permanecerem as mesmas. Precisamos ir acompanhando e tirando proveito do que for melhor. 

Mas há coisas que eu não consigo entender mesmo, por mais que eu tente. E esse meu post é totalmente inspirado na minha afilhada Duda. Estou quebrando minha cabeça pra entender a situação que ela defende como natural e estou tendo dificuldade. Não sou apegada a costumes antigos nem ligada no passado. Vivo meu presente e olho pro futuro sem perder a mão dos dias de hoje. Acontece que a Duda está ficando com o João já tem um tempão, ele fofo, ela fofa. Lindos juntos. Casalzinho desses  que dá gosto de ver. Não é porque é minha afilhada não, mas a Duda é linda demais, além de doce e carinhosa. E o João é um menino surpreendente pela postura que tem com pouca idade. E já me amarrei nele porque tem bom gosto musical, gosta de rock e curte Beatles e, vamos combinar, um garoto de 13 anos que sabe chegar em um lugar, conversar com adultos e gostar de boa música é, no mínimo, sinal de que está sendo bem educado. Eles estão sempre juntos mas não são namorados. Opa. Complicou. Aí é que não entendo a situação: qual a diferença, hoje, de ficar e namorar? 

Se eu me remeter ao tempo em que tinha 13 anos, vou responder fácil a questão. Quando a gente ficava, podíamos até ficar com o mesmo garoto várias vezes, mas não havia nenhum compromisso de fidelidade, podia ficar com o Guilherme hoje, com o Marcio amanhã, com o Vitor depois e, se encontrasse com o Guilherme de novo, podia ficar com ele novamente sem neura, sem ciúme, porque estávamos apenas "ficando". Namoro, no meu entender, pressupõe fidelidade. Essa é a diferença. Ou era.

Só que não é assim que a banda toca hoje. Duda só fica com João. João só fica com Duda. Eles se falam todos os dias. Se vêem na escola. Marcam de se ver de vez em quando no final de semana. Existe um acordo de fidelidade entre eles. Isso é namoro, né? Não, não é. Segundo a Duda, ainda não é namoro. Eles só estão ficando. Mas se o João ficar com outra, a Duda não vai mais querer ficar com o João e vice-versa. Existe briguinha por ciúme e tudo. Pombas, tá complicado de entender porque pra mim o "ficar" é ou era algo totalmente descompromissado. E agora enfiaram fidelidade no ficar. Voltou a ser namoro só que com outro nome. Namoro então é quando? Quando se conhece as famílias? Ou seria apenas um questão de nomenclatura? 

Bom, isso está bem difícil de entender. Mas quando e se o "relacionamento de ficadas" de Duda e João evoluir pra um "namoro", vou tentar saber com eles o que modifica. De repente, alguém por aí, mais privilegiado intelectualmente, já descobriu o que vai mudar e, então, faça o favor de me esclarecer. Na minha humilde cabeça não vai mudar nada. Mas na cabeça de Duda e João vai mudar alguma coisa que eu não saquei o que é. E eu vou querer saber direitinho. Claro que vou! E quando eu souber, podem ter certeza que conto. No fim das contas, namorando ou ficando, espero que eles estejam aproveitando muito esse  tempo pra ser feliz!

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