Como tem gente que gosta desse clima de fim de ano, né? Bem, eu gosto mesmo é do Natal. Adoro ter a família reunida, o sentimento de estar celebrando o nascimento de Jesus, pessoa totalmente do bem que nos ensinou e ensina tanto. Mas o clima da virada do ano não me diz nada, só me deixa uma sensação de que mais um ano está passando e tantas coisas ainda há a se fazer. O tempo é curto aqui nessa terra e o que eu penso é que talvez ainda não tenha aproveitado esse tempo da melhor forma possível pra tirar o melhor de mim.
De qualquer forma, esse ano, em especial, não quero me exigir muito porque foi um ano de muitas modificações na minha vida. No ano passado, quando o Miguel nasceu, teve a licença maternidade e só voltei a vida normal mesmo em meados de outubro, já no fim do ano. Esse ano é que o bicho pegou mesmo. E ainda está pegando.
Ser mãe, ser mulher, trabalhar e dar conta de tudo, lembrar de tudo, foi muito difícil pra mim. Foi um ano de adaptação pura. Quantas coisas deixei passar, quantas coisas que antes importariam pra mim, eu deixei de lado por pura falta de tempo ou simplesmente por falta de energia pra gastar. Estou cansada. No fundo acho que ainda estou me adaptando ao novo estilo de vida. Muitas coisas que eram urgentes pra mim, deixaram de ser. Muito do que era importante, perdeu a importância. E, ao que antes eu não dava a menor bola, agora é essencial pra mim. Enfim, a vida mudou e estou no meio de todas as mudanças tentando me equilibrar.
Acredito que o ano que vem será muito bom. Estou mais experiente, sou uma mãe mas experiente, mas safa. Já sei o que é ter preocupações de trabalho e chegar em casa e ter um bebê que só quer o meu colo. Já sei o que é precisar dormir 10 horas seguidas, pelo menos, e só conseguir dormir 4. Com crianças a gente precisa se planejar pra tudo, mas, ao mesmo tempo, não pode levar os planos a ferro e fogo porque, na última hora, tudo pode mudar. É preciso ter sempre um plano B guardado na manga. E não se abater com as mudanças de última hora.
Quero muito ter saúde no ano novo. Pra mim, pra minha família. Com saúde temos tudo. Com saúde vem a disposição pra correr atrás dos sonhos, tantos sonhos... É isso o que peço: saúde pra continuar sonhando. E disposição para realizar meus sonhos.
Agradecer? Nossa, minha lista é imensa. Não cabe aqui. Sou uma pessoa muito afortunada, muito feliz mesmo. Agradeço todos os dias por ter uma família tão linda, por acreditar no amor quando vejo tanta gente achando normal trair. Eu acredito no amor. Acredito na fidelidade. Acredito no respeito. Mesmo que muitos ao meu redor digam o contrário, que o mundo mudou e que hoje ninguém é de ninguém. Eu sou fiel ao que eu sinto, aos valores que recebi: valores de dignidade, honestidade. Não estou querendo ser a mais certa das criaturas porque não sou, errei muito, erro. Mas agradeço por ter um marido que me respeita, me escuta, atura meus mimos, me trata como princesa. Acho que toda mulher merece ser princesa.
Agradeço pela minha mãe linda. Existem mães como ela sim, mas melhor não há, tenho certeza. Agradeço pela minha irmã, mal humorada, chata e amiga toda vida, companheira pra todas as horas. Agradeço pelo meu filho. Filho de um amor bonito, construído no dia-a-dia, em cada batalha, em cada conquista, em cada degrau.
Agradeço pelos meus amigos, uns pertinho de mim, tão perto que é só estender a mão pra tocar, outros tão longe que a saudade dói. Mas todos no meu coração, unidos por um dos laços mais fortes que há na Terra: amizade.
Que venha 2011!!
quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
Super mãe
No domingo passado foi o almoço de confraternização do CCAA. Fizemos um amigo oculto e era a hora da troca dos presentes. Aquela coisa toda, todo mundo descrevendo seus amigos para a galera adivinhar quem eram. Em determinado momento não sei quem fez uma descrição que se encaixava perfeitamente pra mim mas a última característica era "é uma super mãe" e aí meio que eu murchei, assim achando que não poderia ser eu. E não era eu mesmo.
Mas é claro que fiquei refletindo sobre isso. Porque não me acho uma super mãe? Será que tudo o que a sociedade impõe como características de uma super mãe, esse pacote de qualidades de abnegação total em prol dos rebentos que eu jurei que não ia comprar, acabei comprando? É , acho que sim.
Me acho uma super mãe sim. Meu filho é minha prioridade, mas talvez eu só pense isso racionalmente, no fundo, no fundo, eu me culpo um pouco por viajar e deixá-lo sozinho por 15 dias, me culpo quando não tenho trabalho e o levo pra creche pra poder tirar o dia pra mim. Por deixá-lo aos domingos a tarde com minha sogra pra pegar um cineminha... Por essa culpa toda é que não me encaixei na característica de "super mãe". Será que o mundo não vai mudar ou será que é inerente à maternidade essa culpa, essa coisa maior que é achar que o filho só está bem de verdade se estiver com a gente? Venho me trabalhando muito pra não pensar assim, mas é difícil, viu?
Talvez esse seja o preço que tenho que pagar por viver minha vida, mesmo depois que Miguel nasceu. Minha vida se modificou totalmente, mas eu ainda tenho uma vida, de momentos só meus mais raros, é verdade, mas ainda tenho uma vida de mulher, de namorada, de trabalhadora. E esse talvez seja o valor cobrado por tentar ser tudo: não sou considerada super mãe. Pelos outros e por mim mesma. Terapia pra mim. Mais um pouco.
Mas é claro que fiquei refletindo sobre isso. Porque não me acho uma super mãe? Será que tudo o que a sociedade impõe como características de uma super mãe, esse pacote de qualidades de abnegação total em prol dos rebentos que eu jurei que não ia comprar, acabei comprando? É , acho que sim.
Me acho uma super mãe sim. Meu filho é minha prioridade, mas talvez eu só pense isso racionalmente, no fundo, no fundo, eu me culpo um pouco por viajar e deixá-lo sozinho por 15 dias, me culpo quando não tenho trabalho e o levo pra creche pra poder tirar o dia pra mim. Por deixá-lo aos domingos a tarde com minha sogra pra pegar um cineminha... Por essa culpa toda é que não me encaixei na característica de "super mãe". Será que o mundo não vai mudar ou será que é inerente à maternidade essa culpa, essa coisa maior que é achar que o filho só está bem de verdade se estiver com a gente? Venho me trabalhando muito pra não pensar assim, mas é difícil, viu?
Talvez esse seja o preço que tenho que pagar por viver minha vida, mesmo depois que Miguel nasceu. Minha vida se modificou totalmente, mas eu ainda tenho uma vida, de momentos só meus mais raros, é verdade, mas ainda tenho uma vida de mulher, de namorada, de trabalhadora. E esse talvez seja o valor cobrado por tentar ser tudo: não sou considerada super mãe. Pelos outros e por mim mesma. Terapia pra mim. Mais um pouco.
sábado, 18 de dezembro de 2010
Mini cama
Mãe é um ser diferente mesmo. O filho nasce e são tantas transformações que, muitas vezes, eu nem me reconheço...
Não comprei um berço pro Miguel, ele o herdou das primas. Pintamos e não vimos necessidade de comprar um novo pra ele. Engraçado que nenhuma das duas usou o berço, acabaram dormindo com os pais, mas o Miguel não: sempre dormiu em seu quarto, em seu berço. Como agora ele está um bebezão e já está ameaçando se jogar do berço a qualquer instante, resolvemos que compraríamos uma mini cama pra ele. Fico mais tranquila e ele terá uma cama novinha, só dele. Minha sogra quis dar de presente a ele e a tal da caminha chegou ontem e será montada na segunda.
Pronto. Bastou pra eu já ficar imaginando mil coisas. Coitado do Hugo, é um santo homem mesmo por aturar minhas neuras... Hugo já estava quase dormindo quando puxei o assunto: "Namorado, você já parou pra pensar que nosso bebê está crescendo?" Com aquele jeitinho que só meu marido tem, sarcástico que só, ele responde: " Sim, desde a hora em que nasceu."
"Não foi isso que eu quis dizer, namorado... É que ele, na semana que vem, não vai mais dormir no berço, já vai pra uma caminha!!"
" Não era isso que você queria?", pergunta o namorado.
"Sim, mas ele está crescendo... Está deixando de ser meu bebezão, daqui a pouco é um menino e estou ficando preocupada. Ele está chegando mais pra perto do mundo que de mim."
"Meu Deus, que mulher mais louca é essa que Deus me deu? Namorada, você sempre soube que seria assim. Isso não é bom, ver que ele está crescendo lindo e saudável?"
"É, é maravilhoso, mas está me dando medo. Outro dia eu colocava no bercinho e ele nem se mexia direito, precisava de mim pra tudo, e hoje está aí: andando, correndo, começando a falar, dando beijinhos e abraços, pedindo coisas... E vai mudar pra uma mini cama!"
Pra encerrar o assunto, porque ele queria mesmo dormir, o Hugo dispara: "E você vai ver daqui há 6 meses... Estará fazendo muito mais coisas ainda... Deixa de bobeira, namorada, vamos dormir. Amanhã eu desmonto esse berço e acabo logo com isso."
Prático esse meu namorado. Ainda bem que ele é assim, se fosse louquinho como eu ficaríamos os dois chorando olhando o Miguel dormir no bercinho pro qual daremos tchau nesse final de semana.
Mas me sinto melancólica sabendo que, a cada dia, meu filho está mais independente de mim. Sei que tem que ser assim. Mas não consigo evitar. Alguém me entende?
Não comprei um berço pro Miguel, ele o herdou das primas. Pintamos e não vimos necessidade de comprar um novo pra ele. Engraçado que nenhuma das duas usou o berço, acabaram dormindo com os pais, mas o Miguel não: sempre dormiu em seu quarto, em seu berço. Como agora ele está um bebezão e já está ameaçando se jogar do berço a qualquer instante, resolvemos que compraríamos uma mini cama pra ele. Fico mais tranquila e ele terá uma cama novinha, só dele. Minha sogra quis dar de presente a ele e a tal da caminha chegou ontem e será montada na segunda.
Pronto. Bastou pra eu já ficar imaginando mil coisas. Coitado do Hugo, é um santo homem mesmo por aturar minhas neuras... Hugo já estava quase dormindo quando puxei o assunto: "Namorado, você já parou pra pensar que nosso bebê está crescendo?" Com aquele jeitinho que só meu marido tem, sarcástico que só, ele responde: " Sim, desde a hora em que nasceu."
"Não foi isso que eu quis dizer, namorado... É que ele, na semana que vem, não vai mais dormir no berço, já vai pra uma caminha!!"
" Não era isso que você queria?", pergunta o namorado.
"Sim, mas ele está crescendo... Está deixando de ser meu bebezão, daqui a pouco é um menino e estou ficando preocupada. Ele está chegando mais pra perto do mundo que de mim."
"Meu Deus, que mulher mais louca é essa que Deus me deu? Namorada, você sempre soube que seria assim. Isso não é bom, ver que ele está crescendo lindo e saudável?"
"É, é maravilhoso, mas está me dando medo. Outro dia eu colocava no bercinho e ele nem se mexia direito, precisava de mim pra tudo, e hoje está aí: andando, correndo, começando a falar, dando beijinhos e abraços, pedindo coisas... E vai mudar pra uma mini cama!"
Pra encerrar o assunto, porque ele queria mesmo dormir, o Hugo dispara: "E você vai ver daqui há 6 meses... Estará fazendo muito mais coisas ainda... Deixa de bobeira, namorada, vamos dormir. Amanhã eu desmonto esse berço e acabo logo com isso."
Prático esse meu namorado. Ainda bem que ele é assim, se fosse louquinho como eu ficaríamos os dois chorando olhando o Miguel dormir no bercinho pro qual daremos tchau nesse final de semana.
Mas me sinto melancólica sabendo que, a cada dia, meu filho está mais independente de mim. Sei que tem que ser assim. Mas não consigo evitar. Alguém me entende?
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
Final de ano
Nesse final de ano tão corrido, em que o trabalho aperta tanto e tenho que lidar com tanta gente, minhas energias se esgotam. Estou me sentindo cansada, estou gripada, com vontade de deitar e dormir uns cinco dias seguidos. O mais engraçado disso tudo é que a hora em que me sinto mais viva é quando vou buscar o Miguel na creche. O sorriso dele, aquela dancinha que ele faz todas as vezes que me vê, a corrida com os braços abertos pra me abraçar, é isso que me enche de energia, me faz ver que tudo vale a pena.
Olho pro meu trabalho e sei que esse ano não rendi tudo o que poderia ter rendido. Não me sinto entregue 100%, falhei, errei mais que de costume. Isso me incomoda. A certeza de que poderia ter feito mais, ter estado mais atenta, me deixa louca. Por outro lado, sei que o próximo ano está aí e que terei uma chance de fazer diferente, de acertar mais que errar. Detesto a sensação de saber que poderia ter evitado certas coisas, que poderia ter me dado mais. De qualquer forma, uma das minhas resoluções de ano novo já está feita: estar mais atenta, não vou me dar o luxo de deixar passar o que posso e devo fazer.
Olho pro meu trabalho e sei que esse ano não rendi tudo o que poderia ter rendido. Não me sinto entregue 100%, falhei, errei mais que de costume. Isso me incomoda. A certeza de que poderia ter feito mais, ter estado mais atenta, me deixa louca. Por outro lado, sei que o próximo ano está aí e que terei uma chance de fazer diferente, de acertar mais que errar. Detesto a sensação de saber que poderia ter evitado certas coisas, que poderia ter me dado mais. De qualquer forma, uma das minhas resoluções de ano novo já está feita: estar mais atenta, não vou me dar o luxo de deixar passar o que posso e devo fazer.
domingo, 12 de dezembro de 2010
Ser mãe
Já disse que tenho o prazer de trabalhar com pessoas queridas... Hoje recebi o e-mail de uma dessas professoras que Deus escolheu para colocar em meu caminho. A Soraya não tem filhos, nem sei se os terá, mas recebeu esse texto que vou postar e o repassou para suas "amigas mães". É lindo. E como essa semana tem sido muito difícil pra mim e ainda por cima nasceu o Joaquim, filho de uma amiga que queria muito ser mãe, a Dani, estou muito sensibilizada e chorona. Penso nela levando seu bebezinho pra casa se sentindo a mulher mais feliz do mundo e sem ter a menor noção do que esse bebê vai fazer com sua vida, seus sentimentos. Não, a gente nunca tem noção mesmo, nem quando achamos que temos ou que estamos mega preparados pra tudo. Mas penso nela feliz... Porque é muita felicidade mesmo!!
Enfim, não preciso dizer que me debulhei ao ler o texto espírita que segue agora pra vocês:
Ser mãe
"A missão de ser mãe quase sempre começa com alguns meses de muito enjoo, seguido por anseios incontroláveis por comidas estranhas, aumento de peso, dores na coluna, o aprimoramento da arte de arrumar travesseiros preenchendo os espaços entre o volume da barriga e o resto da cama.
Ser mãe é não esquecer da emoção do primeiro movimento do bebezinho dentro da barriga.
O instante maravilhoso em que ele se materializou ante os seus olhos, a boquinha sugando o leite com vontade e o primeiro sorriso de reconhecimento.
Ser mãe é ficar noites sem dormir, é sofrer com as cólicas do bebê e se angustiar com os choros inexplicáveis: será dor de ouvido, fralda molhada, fome, desejo de colo?
É a inquietação com os resfriados, pânico com a ameaça de pneumonia, coração partido com a tristeza causada pela morte do bichinho de estimação do pequerrucho.
Ser mãe é ajudar o filho a largar a chupeta e a mamadeira. É levá-lo pra escola e segurar sua mãe na hora da vacina.
Ser mãe é se deslumbrar em ver o filho se revelando em suas características únicas, é observar suas descobertas.
Sentir sua mãozinha procurando a proteção da sua, o corpinho se aconchegando debaixo dos cobertores.
É assistir aos avanços, sorrir com as vitórias e ampará-lo nas pequenas derrotas.
É ouvir confidências.
Ser mãe é ler sobre uma tragédia no jornal e se perguntar: e se tivesse sido o meu filho?
E ante fotos de crianças famintas, se perguntar se pode haver dor maior que ver um filho morrer de fome.
Ser mãe é descobrir que se pode amar ainda mais um homem ao vê-lo passar talco, cuidadosamente, no seu bebê ou ao observá-lo sentado no chão, brincando com o filho.
É se apaixonar de novo pelo marido, mas por razões que antes de ser mãe consideraria muito pouco românticas.
É sentir-se invadir de felicidade ante do milagre que é uma crinaça dando seus primeiros passos, conseguindo expressar toscamente em palavras seus sentimentos, juntando as letras numa frase.
Ser mãe é inundar-se de alegria ao ouvir uma gargalhadinha gostosa, ao ver o filho acertando a bola no gol ou mergulhando corajosamente do trampolim mais alto.
Ser mãe é descobrir que, por mais sofisticada que se possa ser, por mais elegante, um grito aflito de "mamãe" a faz derrubar o suflê ou o cristal mais fino, sem a menor hesitação.
Ser mãe é descobrir que sua vida tem menos valor depois que chega o bebê.
Que se deseja sacrificar a vida para poupar a do filho, mas ao mesmo tempo deseja viver mais - não para realizar os seus sonhos, mas para ver a criança realizar os dela.
É ouvir o filho falar da primeira namorada, da primeira decepção e quase morrer de apreensão na primeira vez em que ele se aventurar ao volante de um carro.
É ficar acordada de noite, imaginando mil coisas, até ouvir o barulho da chave na fechadura da porta e os passos do jovem, ecoando portas adentro do lar.
Finalmente, é se inundar de gratidão por tudo que se recebe e se aprende com o filho, eplo crescimento que ele proporciona, pela alegria profunda que ele dá.
Ser mãe é aguardar o momento de ser avó, para renovar as etapas da emoção, numa dimensão diferente de doçura e entendimento.
É estreitar nos braços o filho do filho e descobrir no rostinho minúsculo, os traços maravilhosos do bem mais precioso que lhe foi confiado ao coração: um espírito imortal vestido nas carnes de seu filho.
A maternidade é uma dádiva. Ajudar um pequenino a desenvolver-se e a descobrir-se, tornando-se um adulto digno, é responsabilidade que Deus confere ao coração da mulher que se transforma em mãe. E toda mulher que se permite ser mãe, da sua ou da carne alheia, descobre que o filho que depende de seu amor e da segurança que ela transmite, é o melhor presente que Deus lhe deu."
Dani, parabéns por ser presenteada com a oportunidade de viver tudo isso!!! Soraya, obrigada por enviar esse lindo texto. Miguel, obrigada por ter me escolhido para ser sua mãe... Prometo fazer um bom trabalho.
Enfim, não preciso dizer que me debulhei ao ler o texto espírita que segue agora pra vocês:
Ser mãe
"A missão de ser mãe quase sempre começa com alguns meses de muito enjoo, seguido por anseios incontroláveis por comidas estranhas, aumento de peso, dores na coluna, o aprimoramento da arte de arrumar travesseiros preenchendo os espaços entre o volume da barriga e o resto da cama.
Ser mãe é não esquecer da emoção do primeiro movimento do bebezinho dentro da barriga.
O instante maravilhoso em que ele se materializou ante os seus olhos, a boquinha sugando o leite com vontade e o primeiro sorriso de reconhecimento.
Ser mãe é ficar noites sem dormir, é sofrer com as cólicas do bebê e se angustiar com os choros inexplicáveis: será dor de ouvido, fralda molhada, fome, desejo de colo?
É a inquietação com os resfriados, pânico com a ameaça de pneumonia, coração partido com a tristeza causada pela morte do bichinho de estimação do pequerrucho.
Ser mãe é ajudar o filho a largar a chupeta e a mamadeira. É levá-lo pra escola e segurar sua mãe na hora da vacina.
Ser mãe é se deslumbrar em ver o filho se revelando em suas características únicas, é observar suas descobertas.
Sentir sua mãozinha procurando a proteção da sua, o corpinho se aconchegando debaixo dos cobertores.
É assistir aos avanços, sorrir com as vitórias e ampará-lo nas pequenas derrotas.
É ouvir confidências.
Ser mãe é ler sobre uma tragédia no jornal e se perguntar: e se tivesse sido o meu filho?
E ante fotos de crianças famintas, se perguntar se pode haver dor maior que ver um filho morrer de fome.
Ser mãe é descobrir que se pode amar ainda mais um homem ao vê-lo passar talco, cuidadosamente, no seu bebê ou ao observá-lo sentado no chão, brincando com o filho.
É se apaixonar de novo pelo marido, mas por razões que antes de ser mãe consideraria muito pouco românticas.
É sentir-se invadir de felicidade ante do milagre que é uma crinaça dando seus primeiros passos, conseguindo expressar toscamente em palavras seus sentimentos, juntando as letras numa frase.
Ser mãe é inundar-se de alegria ao ouvir uma gargalhadinha gostosa, ao ver o filho acertando a bola no gol ou mergulhando corajosamente do trampolim mais alto.
Ser mãe é descobrir que, por mais sofisticada que se possa ser, por mais elegante, um grito aflito de "mamãe" a faz derrubar o suflê ou o cristal mais fino, sem a menor hesitação.
Ser mãe é descobrir que sua vida tem menos valor depois que chega o bebê.
Que se deseja sacrificar a vida para poupar a do filho, mas ao mesmo tempo deseja viver mais - não para realizar os seus sonhos, mas para ver a criança realizar os dela.
É ouvir o filho falar da primeira namorada, da primeira decepção e quase morrer de apreensão na primeira vez em que ele se aventurar ao volante de um carro.
É ficar acordada de noite, imaginando mil coisas, até ouvir o barulho da chave na fechadura da porta e os passos do jovem, ecoando portas adentro do lar.
Finalmente, é se inundar de gratidão por tudo que se recebe e se aprende com o filho, eplo crescimento que ele proporciona, pela alegria profunda que ele dá.
Ser mãe é aguardar o momento de ser avó, para renovar as etapas da emoção, numa dimensão diferente de doçura e entendimento.
É estreitar nos braços o filho do filho e descobrir no rostinho minúsculo, os traços maravilhosos do bem mais precioso que lhe foi confiado ao coração: um espírito imortal vestido nas carnes de seu filho.
A maternidade é uma dádiva. Ajudar um pequenino a desenvolver-se e a descobrir-se, tornando-se um adulto digno, é responsabilidade que Deus confere ao coração da mulher que se transforma em mãe. E toda mulher que se permite ser mãe, da sua ou da carne alheia, descobre que o filho que depende de seu amor e da segurança que ela transmite, é o melhor presente que Deus lhe deu."
Dani, parabéns por ser presenteada com a oportunidade de viver tudo isso!!! Soraya, obrigada por enviar esse lindo texto. Miguel, obrigada por ter me escolhido para ser sua mãe... Prometo fazer um bom trabalho.
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
A primeira mordida
Estou tendo uma semana bem difícil. Em 13 anos de direção nunca passei por situações pelas quais estou passando agora, mas ok, Deus só nos dá aquilo que podemos carregar e acho que entre mortos e feridos, todos estão se salvando. Pra piorar as coisas, no domingo, enquanto voltávamos da casa da minha sogra, parados estávamos quando um carro emburacou na nossa traseira. Miguel estava dormindo na cadeirinha dele, devidamente acinturado, graças a Deus, e nada aconteceu com ele ou conosco, foi apenas o susto. Ainda bem que a família que bateu no nosso carro é gente de bem e vai pagar todo o conserto que não será pequeno!! Tadinho do meu carro...
Quer dizer, estou sem carro sabe-se Deus até quando. Acredito que só o veja de novo em janeiro, mas, na verdade, quem sai no prejuízo é o namorado porque, como bom marido que é, ele é quem está sem carro, o dele fica comigo. Então, quando cheguei na creche para buscar o Miguel na quarta-feira e a tia me disse que tinha uma notícia ruim pra me dar, já comecei a me tremer. Sério. Essa semana está tão dura, tantos pepinos e acontecimentos totalmente inesperados que a adrenalina corre pelo meu corpo o tempo todo. Falei pra ela: "Ai, fala logo porque estou ficando nervosa. O que houve? Miguel está doente? Quebrou a perna?" Mente de mãe vai longe... Aí, ela virou o rostinho dele pra mim e me mostrou a marca da mordida na bochecha esquerda dele. O amiguinho foi dar um abraço e aproveitou para trocar o beijo por uma mordidinha... Nossa, a carinha dele inchada, com a marca roxa dos dentinhos... Mas ele estava bem, saltitante como sempre. Confesso que fiquei até aliviada ao ver que era "só" isso. Falei pra ela que não se preocupasse, eu compreendia que essas coisas acontecem mesmo, independente de com quem a criança esteja. Poderia ter acontecido sob minha supervisão. Talvez não seja a última mordida a ser levada na vida, foi apenas a primeira.
Pois é. E aí começo a refletir que a vida dos filhos é assim, que por mais cuidado que se tenha, existem coisas que precisam ser vivenciadas por eles e que não podemos impedir. Mãe tem mania de super herói, quer tornar a vida dos filhos a maior maravilha possível, mas temos que saber que não somos heroínas - embora mereçamos esse status - e que não vamos impedir todas as coisas erradas e tirar os obstáculos da vida de nossos filhos. Mesmo que fossemos onipresentes, onipotentes, não podemos cercar e proteger nossos filhos de algo muito maior que se chama 'vida'. E a vida ensina, da maneira que for. Se formos abertos a seus ensinamentos e resignados talvez não soframos tanto. Se formos mais rebeldes e inconformados, seus caminhos são mais tortuosos. Mas, no final das contas, ensina.
É isso aí. Meu filho vai ter que saber lidar com as mordidas da vida. Dessa vez a tia disse que ele foi pego de surpresa, não teve reação, ficou espantado e chorou. Da próxima, quem sabe saberá lidar melhor com a atitude do coleguinha? Talvez saiba até evitar. Fico eu na torcida, sempre pertinho dele, mas deixando que ele mesmo aprenda que a vida é assim. Foi a primeira mordida, mas não será a última.
Quer dizer, estou sem carro sabe-se Deus até quando. Acredito que só o veja de novo em janeiro, mas, na verdade, quem sai no prejuízo é o namorado porque, como bom marido que é, ele é quem está sem carro, o dele fica comigo. Então, quando cheguei na creche para buscar o Miguel na quarta-feira e a tia me disse que tinha uma notícia ruim pra me dar, já comecei a me tremer. Sério. Essa semana está tão dura, tantos pepinos e acontecimentos totalmente inesperados que a adrenalina corre pelo meu corpo o tempo todo. Falei pra ela: "Ai, fala logo porque estou ficando nervosa. O que houve? Miguel está doente? Quebrou a perna?" Mente de mãe vai longe... Aí, ela virou o rostinho dele pra mim e me mostrou a marca da mordida na bochecha esquerda dele. O amiguinho foi dar um abraço e aproveitou para trocar o beijo por uma mordidinha... Nossa, a carinha dele inchada, com a marca roxa dos dentinhos... Mas ele estava bem, saltitante como sempre. Confesso que fiquei até aliviada ao ver que era "só" isso. Falei pra ela que não se preocupasse, eu compreendia que essas coisas acontecem mesmo, independente de com quem a criança esteja. Poderia ter acontecido sob minha supervisão. Talvez não seja a última mordida a ser levada na vida, foi apenas a primeira.
Pois é. E aí começo a refletir que a vida dos filhos é assim, que por mais cuidado que se tenha, existem coisas que precisam ser vivenciadas por eles e que não podemos impedir. Mãe tem mania de super herói, quer tornar a vida dos filhos a maior maravilha possível, mas temos que saber que não somos heroínas - embora mereçamos esse status - e que não vamos impedir todas as coisas erradas e tirar os obstáculos da vida de nossos filhos. Mesmo que fossemos onipresentes, onipotentes, não podemos cercar e proteger nossos filhos de algo muito maior que se chama 'vida'. E a vida ensina, da maneira que for. Se formos abertos a seus ensinamentos e resignados talvez não soframos tanto. Se formos mais rebeldes e inconformados, seus caminhos são mais tortuosos. Mas, no final das contas, ensina.
É isso aí. Meu filho vai ter que saber lidar com as mordidas da vida. Dessa vez a tia disse que ele foi pego de surpresa, não teve reação, ficou espantado e chorou. Da próxima, quem sabe saberá lidar melhor com a atitude do coleguinha? Talvez saiba até evitar. Fico eu na torcida, sempre pertinho dele, mas deixando que ele mesmo aprenda que a vida é assim. Foi a primeira mordida, mas não será a última.
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
Loucuras de mãe
Sou mãe por escolha, não por vocação. Há pessoas que tratam a maternidade assim, como se fosse uma vocação, quase um acessório de fábrica, você vem ao mundo com ele ou não. Então, se é assim, eu não vim com esse ' acessório' , mas acredito que a maternidade possa ser algo aprendido com a vivência, construido.
Pra pessoas com essa, vamos dizer assim, 'vocação', acredito que não deva doer ser mãe. Elas devem se dedicar a isso sem sentir falta da liberdade que possuiam antes. Será que é igual a decidir casar? Sim, porque eu não acho sacrifício ser casada, ser fiel, não me sinto sendo privada de nada. Para mim não é esforço algum estar somente com o namorado, é natural, simplesmente é. Não sinto falta de sair na night, de ficar com caras diferentes, de esperar por algum telefonema que pode acontecer ou não. Acredito que existam pessoas que são mães da mesma forma que eu sou casada, tudo é natural, como se fosse o curso natural das coisas, sem sentir falta de nada. Sendo assim, reconhecendo, humildemente, que pra mim não é assim, aqui estou.
É difícil demais ser mãe. É cansativo demais, chegar a doer. Quando digo que não nasci pra ser mãe é no sentido de que ser só isso não me satisfaz. E eu sinto falta de tanta coisa agora... Sinto falta de dormir mais, sinto falta de tomar banho sem pressa, sinto falta de entrar em casa de volta do trabalho e tomar logo o meu banho, de fazer uma refeição com início, meio e fim, sem interrupções ou preocupação com o tempo, sinto falta de deitar na minha cama depois do jantar com meu marido e ler, ver televisão, namorar ou apenas estar ali, quieta, sem hora pra essa tranquilidade acabar a não ser pelo dia seguinte.
Não preciso falar que me acho uma mãe excelente porque sei que dou o meu máximo pra ser uma mãe maravilhosa, dedico ao meu bebezão o meu melhor. Mas faço isso exigindo de mim esse esforço, sem cobrar nada dele, porque sei que foi uma escolha minha. Meu filho merece minha atenção, meu olhar, meu carinho, o amor sem fim que tenho por ele. Ele é tão lindo... A coisa mais linda que fiz na vida. Mas é muito difícil pra mim, não vou negar. Ter filho foi a coisa mais louca que decidi fazer, a aventura mais selvagem. Logo eu, que nem gosto de esportes radicais e aventuras. O Miguel foi como me empurrar pr aonde nem nunca pensei que pudesse ir e foi também a chance de conhecer sentimentos que nunca havia sentido antes. É muito barra pesada, sim, chega a ser aterrorizante. Só que o mais amedrontador é que, mesmo assim, eu aindaacho que vale a pena. Acho que estou enlouquecendo.
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
Mãe de UTI
Eu sou mãe de UTI. E, como todas as experiências na vida, por mais que a gente imagine como seja, só quem passa é que sabe mesmo. Vira e mexe eu penso nisso e embora o Miguel já esteja com 1 ano e meio, só de lembrar daquele período meus olhos se enchem de lágrimas e é difícil não chorar.
Sou programada desde meu nascimento para ser feliz e isso é muito bom porque me faz enxergar o lado positivo das coisas e também é muito ruim porque estou sempre achando que tudo pra mim vai dar certo. No final das contas, é melhor pensar positivo mesmo e ir em frente, mas tenho um pouco de dificuldade em lidar com as coisas e acontecimentos quando eles fogem do meu controle, quando não estão ao alcance das minhas mãos, por mais que eu me estique. E foi assim com o Miguel.
Quando voltei da casa da tia Bá naquele domingo, dia das mães, estava ótima, me sentindo muito bem e feliz com meu barrigão. Primeiro dia das mães com o Miguel. Verdade que pela manhã já tinha sentido umas cólicas e cheguei até a ligar pra minha médica. Como ela perguntou se eram fortes e eu disse que não - não eram mesmo - ela disse pra eu relaxar e ligar pra ela se a intensidade aumentasse. Já estava entrando no oitavo mês, havia feito uma ultra na sexta-feira anterior e estava tudo perfeito. Miguel já estava em posição de nascimento, peso e tamanho normais, enfim, tudo ok.
Quando minha bolsa rompeu eu não acreditava que meu filho iria nascer mesmo, antes do tempo. Minha ficha não caía até minha irmã falar: "Paula, acorda, sua bolsa rompeu e seu filho vai nascer. Se arruma logo porque as contrações vão começar. Não tem nenhum remedinho pra segurar o bebê aí dentro não!" Dito e feito. Logo as contrações começaram e Hugo saiu que nem louco dirigindo pela linha amarela. Ainda pegamos uma blitz e Hugo buzinava tanto que chamou a atenção dos policiais que abriram caminho pra que a gente passasse. Em 20 minutos eu estava na Perinatal na Barra.
Eu ainda não tinha percebido que as coisas seriam diferentes pra mim. Eu parecia envolta em uma espécie de neblina que me impedia de enxergar as coisas do jeito que são. Meu bebê nasceu e foi pra UTI. E aí, coisas tão sem importância começaram a chamar minha atenção como uma simples plaquinha na porta de todos os quartos de bebês recém-nascidos. Sabe aquelas plaquinhas com o nome do bebê que a gente leva pra colocar na porta do quarto da maternidade? Pois é. A do Miguel não estava pronta. E, mesmo se estivesse, eu não teria lembrado de levá-la. As pessoas chegavam pra visitar e meu bebê não estava no quarto comigo, ninguém podia ver meu bebê e, para meu desespero, quando tive alta na terça-feira de manhã, soube que meu bebê não iria pra casa comigo. Ai, não consigo descrever essa sensação. Não consigo expressar o que é voltar pra casa sem o seu bebê nos braços. Não, eu não consigo.
Foram 15 dias. Os 15 dias mais longos de toda a minha vida. Dias em que chorei muito, sorri muito todas as vezes que chegava na UTI e encontrava meu bebê bem. Senti muito alivio todas as manhãs quando ligava pro hospital pra saber como ele havia passado a noite e tinha notícias boas. Comemorei muito com o Hugo todas as vezes em que voltava do lactário e tinha conseguido tirar mais 10ml do meu leite pra deixar pro Miguel. Se não fosse o Hugo, nem sei. Ele é que segurou meus rompantes de loucura, mesmo quando, em um sábado à noite, ao voltar do hospital, cismei que queria o quartinho do meu filho todo pronto porque ele ia chegar a qualquer momento. Fomos dormir de madrugada, mas terminamos tudo.
A mãe de UTI se culpa muito também. Eu questionava se havia feito algo errado, se tinha malhado demais, viajado demais. Mas todos os exames foram feitos no Miguel e em mim para tentarmos descobrir o que pode ter provocado o parto prematuro e não houve nenhum indício, foi assim porque tinha que ser. Lembro de todas as mães que estavam naquela UTI junto comigo e de seus bebês. Conheci mães que estavam lá há 6 meses, 2 meses, dias ou semanas. Todas nós unidas em uma mesma torcida. Vi vitórias de bebês miudinhos, vi chegadas de bebês cheios de complicações, vi altas, vi cirurgias, vi morte. E quando penso naquele período da minha vida, sempre peço a Deus que todos aqueles que dividiram comigo aqueles 15 dias estejam bem.
Hoje quando olho as fotos do meu filho tão pequeno quando nasceu, parecendo um bonequinho, sinto um orgulho dele imenso. Vejo o quanto meu filho é guerreiro e já nasceu lutando. E eu que não sabia nem se queria experimentar esse amor de mãe um dia na vida, descobri que quando ele chega é a coisa mais visceral que pode existir nesse mundo. O amor de mãe é capaz de tudo. E a diferença das mães de UTI para todas as outras é que ela descobre isso na pancada, na base do tapa na cara. Eu descobri na UTI que esse amor é enorme mesmo, maior que eu.
Sou programada desde meu nascimento para ser feliz e isso é muito bom porque me faz enxergar o lado positivo das coisas e também é muito ruim porque estou sempre achando que tudo pra mim vai dar certo. No final das contas, é melhor pensar positivo mesmo e ir em frente, mas tenho um pouco de dificuldade em lidar com as coisas e acontecimentos quando eles fogem do meu controle, quando não estão ao alcance das minhas mãos, por mais que eu me estique. E foi assim com o Miguel.
Quando voltei da casa da tia Bá naquele domingo, dia das mães, estava ótima, me sentindo muito bem e feliz com meu barrigão. Primeiro dia das mães com o Miguel. Verdade que pela manhã já tinha sentido umas cólicas e cheguei até a ligar pra minha médica. Como ela perguntou se eram fortes e eu disse que não - não eram mesmo - ela disse pra eu relaxar e ligar pra ela se a intensidade aumentasse. Já estava entrando no oitavo mês, havia feito uma ultra na sexta-feira anterior e estava tudo perfeito. Miguel já estava em posição de nascimento, peso e tamanho normais, enfim, tudo ok.
Quando minha bolsa rompeu eu não acreditava que meu filho iria nascer mesmo, antes do tempo. Minha ficha não caía até minha irmã falar: "Paula, acorda, sua bolsa rompeu e seu filho vai nascer. Se arruma logo porque as contrações vão começar. Não tem nenhum remedinho pra segurar o bebê aí dentro não!" Dito e feito. Logo as contrações começaram e Hugo saiu que nem louco dirigindo pela linha amarela. Ainda pegamos uma blitz e Hugo buzinava tanto que chamou a atenção dos policiais que abriram caminho pra que a gente passasse. Em 20 minutos eu estava na Perinatal na Barra.
Eu ainda não tinha percebido que as coisas seriam diferentes pra mim. Eu parecia envolta em uma espécie de neblina que me impedia de enxergar as coisas do jeito que são. Meu bebê nasceu e foi pra UTI. E aí, coisas tão sem importância começaram a chamar minha atenção como uma simples plaquinha na porta de todos os quartos de bebês recém-nascidos. Sabe aquelas plaquinhas com o nome do bebê que a gente leva pra colocar na porta do quarto da maternidade? Pois é. A do Miguel não estava pronta. E, mesmo se estivesse, eu não teria lembrado de levá-la. As pessoas chegavam pra visitar e meu bebê não estava no quarto comigo, ninguém podia ver meu bebê e, para meu desespero, quando tive alta na terça-feira de manhã, soube que meu bebê não iria pra casa comigo. Ai, não consigo descrever essa sensação. Não consigo expressar o que é voltar pra casa sem o seu bebê nos braços. Não, eu não consigo.
Foram 15 dias. Os 15 dias mais longos de toda a minha vida. Dias em que chorei muito, sorri muito todas as vezes que chegava na UTI e encontrava meu bebê bem. Senti muito alivio todas as manhãs quando ligava pro hospital pra saber como ele havia passado a noite e tinha notícias boas. Comemorei muito com o Hugo todas as vezes em que voltava do lactário e tinha conseguido tirar mais 10ml do meu leite pra deixar pro Miguel. Se não fosse o Hugo, nem sei. Ele é que segurou meus rompantes de loucura, mesmo quando, em um sábado à noite, ao voltar do hospital, cismei que queria o quartinho do meu filho todo pronto porque ele ia chegar a qualquer momento. Fomos dormir de madrugada, mas terminamos tudo.
A mãe de UTI se culpa muito também. Eu questionava se havia feito algo errado, se tinha malhado demais, viajado demais. Mas todos os exames foram feitos no Miguel e em mim para tentarmos descobrir o que pode ter provocado o parto prematuro e não houve nenhum indício, foi assim porque tinha que ser. Lembro de todas as mães que estavam naquela UTI junto comigo e de seus bebês. Conheci mães que estavam lá há 6 meses, 2 meses, dias ou semanas. Todas nós unidas em uma mesma torcida. Vi vitórias de bebês miudinhos, vi chegadas de bebês cheios de complicações, vi altas, vi cirurgias, vi morte. E quando penso naquele período da minha vida, sempre peço a Deus que todos aqueles que dividiram comigo aqueles 15 dias estejam bem.
Hoje quando olho as fotos do meu filho tão pequeno quando nasceu, parecendo um bonequinho, sinto um orgulho dele imenso. Vejo o quanto meu filho é guerreiro e já nasceu lutando. E eu que não sabia nem se queria experimentar esse amor de mãe um dia na vida, descobri que quando ele chega é a coisa mais visceral que pode existir nesse mundo. O amor de mãe é capaz de tudo. E a diferença das mães de UTI para todas as outras é que ela descobre isso na pancada, na base do tapa na cara. Eu descobri na UTI que esse amor é enorme mesmo, maior que eu.
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
Leopoldina
Muitos não sabem, mas não moro desde que nasci na Ilha do Governador. Só me mudei pra cá em 1994 e, portanto, minhas lembranças na infância e da adolescencia não se encontram aqui. Elas estão lá, na Leopoldina, mas precisamente em Olaria, na rua Conselheiro Paulino, exatamente 4 ruas abaixo do pé do complexo do Alemão.
Naquelas ruas do bairro estão muitas das minhas mais gostosas lembranças: caminhadas até o ballet, até a escola, até o CCAA. Brincadeiras no meio da rua mesmo, até tarde durante as férias, festinhas, paqueras, beijos. Meu pai tomando sua cervejinha no botequim com os amigos de sempre, meu pai se preparando pra desfilar pela nossa escola de samba - a Imperatriz, e a quadra... A quadra da Imperatriz! Até hoje, quando ouço a bateria da minha escola do coração, sinto um arrepio, uma onda de nostalgia e emoção que só quem tem saudade e amor sabe o que é. Meus amigos de infância não são os da Ilha: embora já tenha feito muitos amigos por aqui ao longo desses 17 anos, são os que fiz lá.
Enfim, estou dizendo tudo isso porque hoje é com muita alegria que vejo aquele povo de lá ficar livre dos traficantes, ganhando seu direito de ir e vir há muito tolido. Quando olho aquelas ruas todas as vezes que vou até lá pra votar, as lembranças só chegam a minha mente pela sensação de estar ali, mas as ruas, as casas, as pessoas não são as mesmas. O local se deteriorou, ficou cinza, feio. A visão que eu tinha do morro do Alemão quando abria a janela do meu quarto era de uma montanha quase toda verde com algumas casinhas. Hoje, a montanha é tomada de casas e tenho a sensação que ao abrir a janela daquele mesmo quarto onde dormi e sonhei durante tantos anos, eu me sentiria oprimida e com a impressão de que as casas estariam invadindo meu espaço, quase caindo lá dentro do quarto. E o povo de lá não merece isso.
Esse final de semana fiquei feliz por ver a ação da polícia, tão preparada, tão certa, devolver a comunidade a quem pertence de fato. E meu coração se enche de alegria porque parte de mim vai morar ali naquele lugar pra sempre. Serei sempre suburbana, daquelas que cresceram vendo os vizinhos colocarem as cadeiras na calçada pra conversar. Parte de mim pertence àquelas ruas, àquela gente, àquela escola de samba. Por isso, meu coração não pára de cantar "Liberdade, liberdade! Abre as asas sobre nós! E que a voz da igualdade, seja sempre a nossa voz!"
http://www.youtube.com/watch?v=pD1MJYC2nsw&feature=related
Naquelas ruas do bairro estão muitas das minhas mais gostosas lembranças: caminhadas até o ballet, até a escola, até o CCAA. Brincadeiras no meio da rua mesmo, até tarde durante as férias, festinhas, paqueras, beijos. Meu pai tomando sua cervejinha no botequim com os amigos de sempre, meu pai se preparando pra desfilar pela nossa escola de samba - a Imperatriz, e a quadra... A quadra da Imperatriz! Até hoje, quando ouço a bateria da minha escola do coração, sinto um arrepio, uma onda de nostalgia e emoção que só quem tem saudade e amor sabe o que é. Meus amigos de infância não são os da Ilha: embora já tenha feito muitos amigos por aqui ao longo desses 17 anos, são os que fiz lá.
Enfim, estou dizendo tudo isso porque hoje é com muita alegria que vejo aquele povo de lá ficar livre dos traficantes, ganhando seu direito de ir e vir há muito tolido. Quando olho aquelas ruas todas as vezes que vou até lá pra votar, as lembranças só chegam a minha mente pela sensação de estar ali, mas as ruas, as casas, as pessoas não são as mesmas. O local se deteriorou, ficou cinza, feio. A visão que eu tinha do morro do Alemão quando abria a janela do meu quarto era de uma montanha quase toda verde com algumas casinhas. Hoje, a montanha é tomada de casas e tenho a sensação que ao abrir a janela daquele mesmo quarto onde dormi e sonhei durante tantos anos, eu me sentiria oprimida e com a impressão de que as casas estariam invadindo meu espaço, quase caindo lá dentro do quarto. E o povo de lá não merece isso.
Esse final de semana fiquei feliz por ver a ação da polícia, tão preparada, tão certa, devolver a comunidade a quem pertence de fato. E meu coração se enche de alegria porque parte de mim vai morar ali naquele lugar pra sempre. Serei sempre suburbana, daquelas que cresceram vendo os vizinhos colocarem as cadeiras na calçada pra conversar. Parte de mim pertence àquelas ruas, àquela gente, àquela escola de samba. Por isso, meu coração não pára de cantar "Liberdade, liberdade! Abre as asas sobre nós! E que a voz da igualdade, seja sempre a nossa voz!"
http://www.youtube.com/watch?v=pD1MJYC2nsw&feature=related
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Guerra
Hoje, em pleno dia de ação de graças, estamos em guerra no Rio de Janeiro. Na verdade, estamos em guerra há muito tempo... Só que agora o governo partiu pra cima e eu sinto que é isso mesmo que devemos fazer.
Não quero mais viver acuada, com medo. E pra paz reinar, talvez seja inevitável esse conflito todo. Não podemos mais viver em uma sociedade que sabe que os banditos existem, mas finge que não nos atingirão nunca. Um lugar onde a gente acredita que só o carro do vizinho será roubado ou só a casa do próximo será assaltada, só o conhecido é morto com uma bala perdida.
Já não aguento mais viver sabendo que as comunidades têm dono e eles são do mal e andam com armas por aí se achando os donos não só de suas localidades como do mundo. É triste ver o que está acontecendo e o quanto os inocentes sofrem com tudo isso. Mas sou favorável a que a polícia não recue, avance mesmo, encurrale e bote pra correr. Não podemos mais assistir às ações da bandidagem quietos, esperando de braços cruzados o próximo helicóptero ser derrubado.
Por mais que doa, e dói, quero ver os mocinhos agirem. Quero ter pra quem torcer. Quero ver os bons praticarem boas ações. Quero ver minha cidade segura e sei que não será de uma hora pra outra. Mas alguma coisa precisava ser feita e a ação tem meu apoio. Que Deus olhe por todos nós.
Não quero mais viver acuada, com medo. E pra paz reinar, talvez seja inevitável esse conflito todo. Não podemos mais viver em uma sociedade que sabe que os banditos existem, mas finge que não nos atingirão nunca. Um lugar onde a gente acredita que só o carro do vizinho será roubado ou só a casa do próximo será assaltada, só o conhecido é morto com uma bala perdida.
Já não aguento mais viver sabendo que as comunidades têm dono e eles são do mal e andam com armas por aí se achando os donos não só de suas localidades como do mundo. É triste ver o que está acontecendo e o quanto os inocentes sofrem com tudo isso. Mas sou favorável a que a polícia não recue, avance mesmo, encurrale e bote pra correr. Não podemos mais assistir às ações da bandidagem quietos, esperando de braços cruzados o próximo helicóptero ser derrubado.
Por mais que doa, e dói, quero ver os mocinhos agirem. Quero ter pra quem torcer. Quero ver os bons praticarem boas ações. Quero ver minha cidade segura e sei que não será de uma hora pra outra. Mas alguma coisa precisava ser feita e a ação tem meu apoio. Que Deus olhe por todos nós.
terça-feira, 23 de novembro de 2010
Thanksgiving
Sempre temos um evento aqui na escola relativo ao "Dia de ação de graças". Engraçado como não ligo a mínima pra Haloween e já curto o Thanksgiving. Talvez seja o teor da festa ou talvez seja apenas um bobeira minha gostar mais de uma coisa que de outra. Não sei. O fato é que esse ano eu estava muito cheia de coisas na minha cabeça e, simplesmente, não me preocupei em fazer nada. Só que aí entra uma linda chamada Viviane, professora na alma, no coração, no sangue que corre em suas veias, professora no maior sentido que essa palavra pode ter: o da doação.
Essa querida tomou a frente da situação e veio até a minha sala e perguntou se poderia organizar um almoço mesmo, e não o tradicional jantar, aqui na escola envolvendo os professores que quisessem participar e todos da administração. Dei o sinal verde e fiquei quieta. Minha única tarefa seria o de receber o dinheiro de cada um que fosse participar para fazermos o almoço.
Três semanas atrás ela trouxe a idéia de fazermos um sorteio em que cada funcionário seria o anjo da pessoa com o nome em seu papelzinho - uma espécie de amigo oculto sem presentes - e esse anjo colocaria bilhetinhos ao longo dessas semanas que antecederiam o almoço para seu protegido e para quem mais quisesse, exaltando suas qualidades e pontos positivos. Olha, foi uma maravilha!!!
Ontem, durante o almoço a emoção estava afloradíssima e todos nós tínhamos muito a agradecer. Cada um de nós por suas conquistas pessoais, mas todos, sem tirar uma única pessoa, eram gratos pelo ambiente de trabalho amistoso que temos aqui. Eu sou muito feliz com o que faço e todos sabem disso. E acredito que a felicidade na vida está mais perto de quem faz todo o dia o que gosta. Eu acordo todos os dias não com a sensação de "caramba, tenho que trabalhar..." É trabalho, eu sei, tem apurrinhação, tem estresse, tem dias de loucura total em que tenho vontade de matar pessoas ou de morrer, mas acordo sabendo que vou passar mais um dia com pessoas das quais gosto verdadeiramente, que são minhas companheiras, em uma parceria muito bonita. Eu amo chegar no meu trabalho e o meu bom dia vem sempre com um sorriso e sou recebida assim também. Amo quando ouço meus funcionários falarem pra mim: "Paula, você não quer ir embora não? Você está insuportável hoje." É sinal que não precisam falar pelas costas o que estão pensando. Adoro quando dizem que estou impossível e não estou deixando tempo nem pra que eles respirem. Quando estou atacada é assim mesmo... Com essa atitude de dizer o que pensam, eles me quebram, me fazem refletir e muitas vezes vejo que estou chata demais da conta e pego mais leve ou pego minha bolsa e vou pra casa porque tem dias em que nem a gente se aguenta.
Essas pessoas lindas que trabalham comigo não são sempre lindas. Às vezes são bruxas. Mas entendo e as amo mesmo assim. E no dia de ação de graças quero muito agradecer por tê-las em minha vida e por Deus ter colocado essa sementinha da idéia do almoço na cabeça da Viviane. Esse anjo que organizou tudo e acabou me dando esse presente quando eu já não estava muito a fim de fazer nada pra comemorar a data. A Vivi, além de tantos outros mil motivos que tenho pra dar graças, entra na minha listinha em um lugar especial...
Essa querida tomou a frente da situação e veio até a minha sala e perguntou se poderia organizar um almoço mesmo, e não o tradicional jantar, aqui na escola envolvendo os professores que quisessem participar e todos da administração. Dei o sinal verde e fiquei quieta. Minha única tarefa seria o de receber o dinheiro de cada um que fosse participar para fazermos o almoço.
Três semanas atrás ela trouxe a idéia de fazermos um sorteio em que cada funcionário seria o anjo da pessoa com o nome em seu papelzinho - uma espécie de amigo oculto sem presentes - e esse anjo colocaria bilhetinhos ao longo dessas semanas que antecederiam o almoço para seu protegido e para quem mais quisesse, exaltando suas qualidades e pontos positivos. Olha, foi uma maravilha!!!
Ontem, durante o almoço a emoção estava afloradíssima e todos nós tínhamos muito a agradecer. Cada um de nós por suas conquistas pessoais, mas todos, sem tirar uma única pessoa, eram gratos pelo ambiente de trabalho amistoso que temos aqui. Eu sou muito feliz com o que faço e todos sabem disso. E acredito que a felicidade na vida está mais perto de quem faz todo o dia o que gosta. Eu acordo todos os dias não com a sensação de "caramba, tenho que trabalhar..." É trabalho, eu sei, tem apurrinhação, tem estresse, tem dias de loucura total em que tenho vontade de matar pessoas ou de morrer, mas acordo sabendo que vou passar mais um dia com pessoas das quais gosto verdadeiramente, que são minhas companheiras, em uma parceria muito bonita. Eu amo chegar no meu trabalho e o meu bom dia vem sempre com um sorriso e sou recebida assim também. Amo quando ouço meus funcionários falarem pra mim: "Paula, você não quer ir embora não? Você está insuportável hoje." É sinal que não precisam falar pelas costas o que estão pensando. Adoro quando dizem que estou impossível e não estou deixando tempo nem pra que eles respirem. Quando estou atacada é assim mesmo... Com essa atitude de dizer o que pensam, eles me quebram, me fazem refletir e muitas vezes vejo que estou chata demais da conta e pego mais leve ou pego minha bolsa e vou pra casa porque tem dias em que nem a gente se aguenta.
Essas pessoas lindas que trabalham comigo não são sempre lindas. Às vezes são bruxas. Mas entendo e as amo mesmo assim. E no dia de ação de graças quero muito agradecer por tê-las em minha vida e por Deus ter colocado essa sementinha da idéia do almoço na cabeça da Viviane. Esse anjo que organizou tudo e acabou me dando esse presente quando eu já não estava muito a fim de fazer nada pra comemorar a data. A Vivi, além de tantos outros mil motivos que tenho pra dar graças, entra na minha listinha em um lugar especial...
sábado, 20 de novembro de 2010
DVD
Embalada pela benção em minha vida que foi a aquisição do DVD para carros, resolvi comprar um DVD portátil, desses que parecem uma maletinha, pra quando saísse com o Miguel. Já que meu filho fica hipnotizado com música e deu mega certo dentro do carro, porque não em restaurantes e shoppings?
Comprei o DVD e hoje fui ao shopping com o namorado e minha mãe pra comprar umas coisas e coloquei o aparelhinho na bolsa do Miguel. Depois de ir até às lojas onde precisava ir - pois é, com o Miguel não dá pra ir ao shopping sem destino certo, só pra olhar as vitrines e aí, sim, decidir o que comprar, quando estou com ele tenho tudo planejado, itinerário traçado, não dá pra ficar batendo perna e vendo muitas novidades - a fome bateu e fomos fazer um lanche rápido. Fomos ao Burger King e enquanto Hugo encontrava uma mesa com a mamãe e o Miguel, fui ao caixa pra comprar o lanche. Já estava quase recebendo as bandejas quando escuto uma menina cutucar a outra falando de um menino que estava dançando e batendo palmas. "Olha que graça!!", dizia uma. "Que menino mais fofo", dizia a outra. Totalmente esquecida de que meu bebê já está virando um rapaz, e tão acostumada a admirar o filho dos outros por tantos anos, nem me lembrei que esses comentários poderiam ser sobre o meu bebê. Olhei pra ver quem era esse menino gostoso de quem falavam e, para minha surpresa, a coisa fofa que se balançava ao som da Xuxa assistindo ao dvd era o meu filho!!
Em pouco tempo havia umas 10 pessoas atrás do Miguel, rindo de se acabar da animação dele escutando as músicas e imitando os passos do Tchutchucão. Sentado na cadeirinha, ele mexia os braços, cabeça e tentava cantar. É, tentava porque ainda não fala e fica só no som final das palavras. Dá pra imaginar a cena?
Meu lanche foi divertidíssimo e o de muitas pessoas que estavam no Burger King também. Viva os aparelhos de dvd!!! Outra boa compra que fiz mais tarde do que gostaria. Esse tinha que ter entrado na minha listinha logo. Mas, antes tarde que nunca!
Comprei o DVD e hoje fui ao shopping com o namorado e minha mãe pra comprar umas coisas e coloquei o aparelhinho na bolsa do Miguel. Depois de ir até às lojas onde precisava ir - pois é, com o Miguel não dá pra ir ao shopping sem destino certo, só pra olhar as vitrines e aí, sim, decidir o que comprar, quando estou com ele tenho tudo planejado, itinerário traçado, não dá pra ficar batendo perna e vendo muitas novidades - a fome bateu e fomos fazer um lanche rápido. Fomos ao Burger King e enquanto Hugo encontrava uma mesa com a mamãe e o Miguel, fui ao caixa pra comprar o lanche. Já estava quase recebendo as bandejas quando escuto uma menina cutucar a outra falando de um menino que estava dançando e batendo palmas. "Olha que graça!!", dizia uma. "Que menino mais fofo", dizia a outra. Totalmente esquecida de que meu bebê já está virando um rapaz, e tão acostumada a admirar o filho dos outros por tantos anos, nem me lembrei que esses comentários poderiam ser sobre o meu bebê. Olhei pra ver quem era esse menino gostoso de quem falavam e, para minha surpresa, a coisa fofa que se balançava ao som da Xuxa assistindo ao dvd era o meu filho!!
Em pouco tempo havia umas 10 pessoas atrás do Miguel, rindo de se acabar da animação dele escutando as músicas e imitando os passos do Tchutchucão. Sentado na cadeirinha, ele mexia os braços, cabeça e tentava cantar. É, tentava porque ainda não fala e fica só no som final das palavras. Dá pra imaginar a cena?
Meu lanche foi divertidíssimo e o de muitas pessoas que estavam no Burger King também. Viva os aparelhos de dvd!!! Outra boa compra que fiz mais tarde do que gostaria. Esse tinha que ter entrado na minha listinha logo. Mas, antes tarde que nunca!
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Onde andam as pessoas normais?
Meus amigos fofos, antes que me perguntem o que vem a ser normal pra mim, vou logo dizendo que sei que o que é normal pra mim pode não ser pro outro. Ok. Mas existem códigos para quem vive em sociedade que devem ser seguidos e estou colocando esse assunto porque ontem fiz uma entrevista com um candidato a professor e fiquei um pouco... Deixa eu ver qual é a palavra certa... Surpresa? "Surpresa" eu uso mais com coisas positivas, então acho que decepcionada é a melhor palavra. Tá bom, então, fica decepcionada mesmo.
Quando eu fazia minhas entrevistas me candidatando a um emprego, sempre procurava ir impecável, com uma roupa adequada, maquiagem discreta e cabelo arrumado. Procurava mostrar o melhor de mim, é lógico. É igual a arrumar namorado pela internet. Você olha a foto da pessoa, se já acha uma droga, pode esquecer porque, com certeza, a pessoa escolheu a foto em que estava melhor pra postar alí. Ao cadidatar-se a um emprego a gente também tende a mostrar nossas qualidades, nossa vontade, a gana de crescer e fazer a empresa crescer junto. Se logo de cara a coisa não é assim, pode crer que vai dar bosta.
Voltando a entrevista de ontem, a pessoa já chegou um pouco desgrenhada, o cabelo meio despenteado. Tudo bem, poderia ter sido o vento batendo no rosto dentro do ônibus ou a falta de um creme anti-frizz. Achei melhor deixar pra lá. Na entrevista em inglês, foi tudo ótimo, a pessoa é daquelas meio nerd, estudiosa e tem um inglês redondinho, bonito. Mas eis que é perguntada pela universidade que está trancada. A resposta é: "Tranquei porque estava muito estressada..." Eita! Mas a criatura não trabalha, só estuda e já está estressada? Com o quê, meu bom Jesus? Muito trabalho, provas? Isso não é o natural de quem está frequentando uma universidade? Pula essa parte e vamos seguir adiante. Vamos pra prova escrita.
Primeira parte: listening. Vem a pergunta depois de termos dito que só tocaríamos o CD uma única vez: "Não vai repetir? Em todos os outros lugares o listening é colocado 3 vezes, aqui é só uma?" Sim, conforme explicado anteriormente, aqui só tocamos o listening uma só vez e, vamos combinar, em todos os exames internacionais, também. Poucos são os casos em que se repete o listening, normalmente quando é um texto bastante longo e tal. A cara de indignação já me colocou com o pé atrás. Mimada, acrescentei à minha lista de adjetivos destinados a ela. Ao entregar a prova, dispara o comentário: "Fácil, muitas questões ridículas." Pensei, então, "a nerd vai gabaritar". Ha-ha-ha. Acertou 82% da prova e, pra quem achou tudo muito ridículo, poderia ter sido bem melhor, não?
Pra terminar nosso encontro, falo que avaliarei os resultados das provas, junto com currículo e entrevista e, então, lhe telefonaria para encaminhar ao treinamento de metodologia. O candidato já está informado sobre as datas, mas me pergunta novamente sobre o horário. Eu respondo que será de 8 da manhã às cinco da tarde durante uma semana inteira e a cara de " nossa, quanto tempo..." serviu para me certificar de que não vai dar caldo.
A minha pergunta é: como uma pessoa vem a uma entrevista com tantos entraves? Se já está estressada como simples estudante, imagina no mercado de trabalho e exercendo a profissão mais desgastante do planeta e que exige um grau de doação de tempo e energia enorme - o magistério? Quando desse de cara com a primeira turma lotada com 20 pré-adolescentes, a criatura sairia correndo da sala de aula mais desgrenhada que quando entrou na escola para a entrevista. E vai me deixar na mão, é claro. Ela nem se deu ao trabalho de disfarçar, falou mesmo que largou a faculdade por estresse e deixou claro que ficar durante uma semana inteira de 8 às 5 da tarde fazendo treinamento era punk. Esse cansaço todo com apenas 20 anos.
Quando que eu, com 20 aninhos, diria isso a meu futuro empregador? Primeiro que não teria trancado a matrícula da faculdade mesmo porque minha mãe me faria terminar a universidade nem que fosse debaixo de pancada. Segundo porque se você não está fazendo nada durante o dia inteiro, como assim acha cansativo ficar uma semana em treinamento? Onde estão os normais, minha gente? Onde estão os caras "pau pra toda obra". Será que estão em extinção?
Bem, vou aguardar porque ainda tenho muita gente pra entrevistar e hoje o dia vai ser melhor. Tenho esperança e a esperança é a última que morre. A minha segue aqui comigo, vivinha da silva.
Quando eu fazia minhas entrevistas me candidatando a um emprego, sempre procurava ir impecável, com uma roupa adequada, maquiagem discreta e cabelo arrumado. Procurava mostrar o melhor de mim, é lógico. É igual a arrumar namorado pela internet. Você olha a foto da pessoa, se já acha uma droga, pode esquecer porque, com certeza, a pessoa escolheu a foto em que estava melhor pra postar alí. Ao cadidatar-se a um emprego a gente também tende a mostrar nossas qualidades, nossa vontade, a gana de crescer e fazer a empresa crescer junto. Se logo de cara a coisa não é assim, pode crer que vai dar bosta.
Voltando a entrevista de ontem, a pessoa já chegou um pouco desgrenhada, o cabelo meio despenteado. Tudo bem, poderia ter sido o vento batendo no rosto dentro do ônibus ou a falta de um creme anti-frizz. Achei melhor deixar pra lá. Na entrevista em inglês, foi tudo ótimo, a pessoa é daquelas meio nerd, estudiosa e tem um inglês redondinho, bonito. Mas eis que é perguntada pela universidade que está trancada. A resposta é: "Tranquei porque estava muito estressada..." Eita! Mas a criatura não trabalha, só estuda e já está estressada? Com o quê, meu bom Jesus? Muito trabalho, provas? Isso não é o natural de quem está frequentando uma universidade? Pula essa parte e vamos seguir adiante. Vamos pra prova escrita.
Primeira parte: listening. Vem a pergunta depois de termos dito que só tocaríamos o CD uma única vez: "Não vai repetir? Em todos os outros lugares o listening é colocado 3 vezes, aqui é só uma?" Sim, conforme explicado anteriormente, aqui só tocamos o listening uma só vez e, vamos combinar, em todos os exames internacionais, também. Poucos são os casos em que se repete o listening, normalmente quando é um texto bastante longo e tal. A cara de indignação já me colocou com o pé atrás. Mimada, acrescentei à minha lista de adjetivos destinados a ela. Ao entregar a prova, dispara o comentário: "Fácil, muitas questões ridículas." Pensei, então, "a nerd vai gabaritar". Ha-ha-ha. Acertou 82% da prova e, pra quem achou tudo muito ridículo, poderia ter sido bem melhor, não?
Pra terminar nosso encontro, falo que avaliarei os resultados das provas, junto com currículo e entrevista e, então, lhe telefonaria para encaminhar ao treinamento de metodologia. O candidato já está informado sobre as datas, mas me pergunta novamente sobre o horário. Eu respondo que será de 8 da manhã às cinco da tarde durante uma semana inteira e a cara de " nossa, quanto tempo..." serviu para me certificar de que não vai dar caldo.
A minha pergunta é: como uma pessoa vem a uma entrevista com tantos entraves? Se já está estressada como simples estudante, imagina no mercado de trabalho e exercendo a profissão mais desgastante do planeta e que exige um grau de doação de tempo e energia enorme - o magistério? Quando desse de cara com a primeira turma lotada com 20 pré-adolescentes, a criatura sairia correndo da sala de aula mais desgrenhada que quando entrou na escola para a entrevista. E vai me deixar na mão, é claro. Ela nem se deu ao trabalho de disfarçar, falou mesmo que largou a faculdade por estresse e deixou claro que ficar durante uma semana inteira de 8 às 5 da tarde fazendo treinamento era punk. Esse cansaço todo com apenas 20 anos.
Quando que eu, com 20 aninhos, diria isso a meu futuro empregador? Primeiro que não teria trancado a matrícula da faculdade mesmo porque minha mãe me faria terminar a universidade nem que fosse debaixo de pancada. Segundo porque se você não está fazendo nada durante o dia inteiro, como assim acha cansativo ficar uma semana em treinamento? Onde estão os normais, minha gente? Onde estão os caras "pau pra toda obra". Será que estão em extinção?
Bem, vou aguardar porque ainda tenho muita gente pra entrevistar e hoje o dia vai ser melhor. Tenho esperança e a esperança é a última que morre. A minha segue aqui comigo, vivinha da silva.
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
Língua solta
Se tem uma coisa que preciso aprender ainda nessa vida, se Deus quiser e me ajudar, é a ficar mais calada. Eu falo o que eu penso, dou minha opinião e, no fundo, sabe o que acontece? Mesmo que eu esteja expressando o pensamento da maioria, que muitos concordem comigo, no final, eu fico de bruxa má da estória e todo mundo é fadinha.
Sinto que as pessoas não estão preparadas para estarem de frente com a verdade, não querem se confrontar com seus medos, e, sendo assim, só enxergam aquilo que querem enxergar. Tantas vezes já fui alertada por amigos, família, a respeito de alguma situação e me questiono o porquê de, na ocasião, não ter dado ouvidos. Talvez eu também só veja aquilo que quero ver. Só que sofro por falar a verdade e falar o que eu acho. E não quero mais ser assim.
A partir de hoje quero ser blasé, quero ouvir as maiores atrocidades e ficar quieta. Quero ver uma pessoa caminhando em direção ao precipício e deixá-la ir, porque ao tentar evitar eu só me ferro. No final, a pessoa vai dizer que poderia ter sido muito legal o salto e que só não foi bacana porque eu não deixei acontecer. Aff. Estou meio de saco cheio hoje e só quero desabafar.
Não adianta querer ajudar a quem não quer ser ajudado e eu preciso aprender isso, mesmo que a duras penas. Tenho que calar a minha boca, costurar minha lingua lá dentro e ficar muda. É isso: hoje eu quero ficar muda.
Sinto que as pessoas não estão preparadas para estarem de frente com a verdade, não querem se confrontar com seus medos, e, sendo assim, só enxergam aquilo que querem enxergar. Tantas vezes já fui alertada por amigos, família, a respeito de alguma situação e me questiono o porquê de, na ocasião, não ter dado ouvidos. Talvez eu também só veja aquilo que quero ver. Só que sofro por falar a verdade e falar o que eu acho. E não quero mais ser assim.
A partir de hoje quero ser blasé, quero ouvir as maiores atrocidades e ficar quieta. Quero ver uma pessoa caminhando em direção ao precipício e deixá-la ir, porque ao tentar evitar eu só me ferro. No final, a pessoa vai dizer que poderia ter sido muito legal o salto e que só não foi bacana porque eu não deixei acontecer. Aff. Estou meio de saco cheio hoje e só quero desabafar.
Não adianta querer ajudar a quem não quer ser ajudado e eu preciso aprender isso, mesmo que a duras penas. Tenho que calar a minha boca, costurar minha lingua lá dentro e ficar muda. É isso: hoje eu quero ficar muda.
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Academia
Parece que passou uma eternidade desde o último post, mas é que os meus dias estão tão atropelados, tão intensos e cheios de trabalho que quando pisco os olhos já está na hora de sair pra buscar o Miguel na creche e lá vou eu deixar trabalho pro dia seguinte. Sou cheia de manias e detesto me propor a realizar um número x de tarefas e ter que deixar alguma delas para o dia seguinte. Decididamente sou daquelas que nunca deixa pra amanhã o que pode ser feito hoje e, vou mais longe, ainda adianto para hoje a tarefa de amanhã. O que nem sempre é bom... Sou super adiantadinha, tudo que decido fazer decido pra ontem. Um pouco apressada.
Mas nem sei porque comecei escrevendo isso já que tenho em mente falar de outra coisa, mas por aí da pra notar que minha cabeça anda dando piruetas com as mil coisas que tenho que fazer e, como toda geminiana, meus pensamentos são muitos e acontecem em uma velocidade muito maior que meus dedos conseguem digitar ou minha boca falar. O Hugo fica louco comigo porque não raro estou conversando com ele sobre algo e estou pensando ao mesmo tempo em outra coisa e não é que não esteja concentrada em nossa conversa não... É que simplesmente não consigo controlar a rapidez que meu pensamento voa e, do nada, lanço uma pergunta que nada tem a ver com o assunto em pauta e, depois, torno a tecer comentários sobre o que estávamos falando antes. Normalmente ele tem que parar e me posicionar, tipo: "Essa pergunta é sobre fulano ou sobre a situação que aconteceu ontem, né? Ah, tá... Nossa, estamos falando de outra coisa totalmente diferente!" Depois ele ainda pergunta quando volto ao primeiro assunto: "Agora já voltou pro assunto principal, não é?" Aff... Coitadinho. É duro me acompanhar. No início era difícil, agora ele já tira de letra.
Então, o que quero falar aqui é que, depois de ter tido o Miguel, fiquei totalmente enjoada de fazer musculação. (Lá vou eu saltando de alhos pra bugalhos). Voltei 1 mês após seu nascimento para a academia, malhei durante 4 meses e depois parei sem suportar entrar na academia. Quando o Miguel tinha 9 meses decidi que precisava fazer algo por mim, aquele corpinho não poderia continuar murcho daquele jeito e soube que havia uma aula de localizada todos os dias, às 7h da manhã. Achei o horário compatível com minha rotina, pude combinar com o Hugo sem atrapalhar também o horário dele e comecei.
Pra minha surpresa, revivi os tempos das atividades físicas coletivas, da época do ballet e lembrei de como é maravilhoso fazer atividade física com uma turma. Malhar sozinho é muito triste. Como é bom ter uma turminha!! Minha turma é excelente, não tem nenhuma menina novinha, somos todas coroas...rs... E ainda tem senhoras e senhores cheios de energia, animadíssimos às 7 horas da manhã! Eles não sabem o quanto me ajudam a começar bem o dia, o quanto já chego animada em casa após nossa aula, o quanto nossas risadas e brincadeiras durante aquela horinha de aula me deixam feliz para o dia inteiro!!
Essas pessoas da chamada "terceira idade" implicam comigo porque estou pegando pouco peso nas anilhas e caneleiras e estão sempre me incentivando a aumentar a barra ou pesinhos. É incrível. Malham com a maior vontade, fazem tudo direitinho e não me deixam parar, nem desistir de exercício nenhum, mesmo que minha cara seja a de alguém que está sob tortura severa!! Gritam comigo, não me deixam nem roubar um pouquinho. Enfim, o que eu queria mesmo dizer depois de tanto rodeio é que meus coleguinhas de turma da academia são gente muito boa e que me trouxeram de volta o gosto pela atividade física em grupo. Muitas vezes me pego abrindo os olhos quando o despertador toca e pensando que não vou pra academia, que vou dormir mais um pouquinho, mas só de pensar no que vou escutar dos meus amiguinhos cheios de energia quando voltar na aula seguinte, desisto. Tomo vergonha na minha cara, boto a roupa e lá vou eu pra encarar a aula. Vou por mim sim, mas vou porque adoro encontrá-los!!
Mas nem sei porque comecei escrevendo isso já que tenho em mente falar de outra coisa, mas por aí da pra notar que minha cabeça anda dando piruetas com as mil coisas que tenho que fazer e, como toda geminiana, meus pensamentos são muitos e acontecem em uma velocidade muito maior que meus dedos conseguem digitar ou minha boca falar. O Hugo fica louco comigo porque não raro estou conversando com ele sobre algo e estou pensando ao mesmo tempo em outra coisa e não é que não esteja concentrada em nossa conversa não... É que simplesmente não consigo controlar a rapidez que meu pensamento voa e, do nada, lanço uma pergunta que nada tem a ver com o assunto em pauta e, depois, torno a tecer comentários sobre o que estávamos falando antes. Normalmente ele tem que parar e me posicionar, tipo: "Essa pergunta é sobre fulano ou sobre a situação que aconteceu ontem, né? Ah, tá... Nossa, estamos falando de outra coisa totalmente diferente!" Depois ele ainda pergunta quando volto ao primeiro assunto: "Agora já voltou pro assunto principal, não é?" Aff... Coitadinho. É duro me acompanhar. No início era difícil, agora ele já tira de letra.
Então, o que quero falar aqui é que, depois de ter tido o Miguel, fiquei totalmente enjoada de fazer musculação. (Lá vou eu saltando de alhos pra bugalhos). Voltei 1 mês após seu nascimento para a academia, malhei durante 4 meses e depois parei sem suportar entrar na academia. Quando o Miguel tinha 9 meses decidi que precisava fazer algo por mim, aquele corpinho não poderia continuar murcho daquele jeito e soube que havia uma aula de localizada todos os dias, às 7h da manhã. Achei o horário compatível com minha rotina, pude combinar com o Hugo sem atrapalhar também o horário dele e comecei.
Pra minha surpresa, revivi os tempos das atividades físicas coletivas, da época do ballet e lembrei de como é maravilhoso fazer atividade física com uma turma. Malhar sozinho é muito triste. Como é bom ter uma turminha!! Minha turma é excelente, não tem nenhuma menina novinha, somos todas coroas...rs... E ainda tem senhoras e senhores cheios de energia, animadíssimos às 7 horas da manhã! Eles não sabem o quanto me ajudam a começar bem o dia, o quanto já chego animada em casa após nossa aula, o quanto nossas risadas e brincadeiras durante aquela horinha de aula me deixam feliz para o dia inteiro!!
Essas pessoas da chamada "terceira idade" implicam comigo porque estou pegando pouco peso nas anilhas e caneleiras e estão sempre me incentivando a aumentar a barra ou pesinhos. É incrível. Malham com a maior vontade, fazem tudo direitinho e não me deixam parar, nem desistir de exercício nenhum, mesmo que minha cara seja a de alguém que está sob tortura severa!! Gritam comigo, não me deixam nem roubar um pouquinho. Enfim, o que eu queria mesmo dizer depois de tanto rodeio é que meus coleguinhas de turma da academia são gente muito boa e que me trouxeram de volta o gosto pela atividade física em grupo. Muitas vezes me pego abrindo os olhos quando o despertador toca e pensando que não vou pra academia, que vou dormir mais um pouquinho, mas só de pensar no que vou escutar dos meus amiguinhos cheios de energia quando voltar na aula seguinte, desisto. Tomo vergonha na minha cara, boto a roupa e lá vou eu pra encarar a aula. Vou por mim sim, mas vou porque adoro encontrá-los!!
terça-feira, 2 de novembro de 2010
Miguel
A cada dia Miguel me surpreende com sua esperteza, sua alegria e "sapequice". É um menino muito fofo mesmo esse meu filho e, por mais que tente, não consigo deixar de ficar babando.
Durante esse feriadão fomos comer fora três vezes. Sinceramente não gosto de ficar em casa, nunca gostei, sou de rua mesmo. E continuo achando, ainda depois de ter um bebê, que sair com ele é melhor que ficar em casa atrás dele o tempo todo. Prefiro ir pro shopping, dar uma caminhada, ir pra piscina. Assim, ele se cansa e volta pra casa mais calminho. Então, no restaurante pedimos sempre aquela cadeirinha pra que ele fique pertinho da gente o maior tempo possível, levamos alguns brinquedinhos dos quais ele gosta pra ele brincar à mesa - mesmo que a gente saiba que logo ele vai querer brincar com os talheres, copos e pratos. Levamos seu suquinho e procuramos pedir algo que venha com batata frita porque ele fica horas com uma na mão e dá uma folga pra gente comer em paz.
Mas o Miguel não é uma criança encapetada, dessas que não deixam os pais fazerem nada. É inquieto, às vezes, quer mexer nas coisas, se levantar, enfim é uma criança normal, mas não a ponto de ocorrer a situação que vi hoje na mesa ao lado. Chegamos, um casal estava recebendo os pratos pedidos e estavam com uma menininha um pouco mais velha que o Miguel. Logo, a mãe se levantou deixando o prato de massa esfriando, pegou a filha no colo e se retirou do restaurante pra deixar o marido comer. Ele, coitado, comendo sozinho, comeu rapidamente e eu até duvido que estivesse saboreando sua refeição... Quando ele acabou, a esposa entrou no restaurante e entregou a filha ao marido que também foi dar umas voltas com a criança do lado de fora. Mais uma vez, a esposa comeu só. E rápido. Nem sei como conseguiu matar aquele prato de massa tão rapidamente. Ai, que triste... O casal não come junto, a filha não partilha desse momento, ninguém conversa e fica a impressão pra mim de que tudo está partido, fragmentado.
Enquanto isso, Miguel estava sentado brincando com seus brinquedinhos e segurando um garfo (e eu morrendo de medo do garfo na mão dele), com um pratinho com três batatas fritas e um pedaço de pão que ninguém poderia ousar retirar da frente dele. Interagiu comigo e com o pai, sorriu, brincou, fez malcriação quando tirei o garfo da mão dele e troquei por uma colher. Mas, resumindo, a família comeu junto. Da entrada à sobremesa. E, por falar em sobremesa, quando chegou nosso brownie, tentei dar a ele um pouco do sorvete. Ele olhou pra mim e balançou a cabeça dizendo não. Em seguida, com a colher que tinha na mão foi pegando sorvete e comendo, sozinho!!! Derrubou sorvete na camisa algumas vezes, mas não aceitou minha ajuda. Quis comer sozinho. Meu filho tem 1 ano e 5 meses, não é nenhum superdotado, mas já vem dando mostras de ser muito esperto e independente. Como tenho sempre roupa extra na bolsa, deixo que ele seja ativo. Troco a roupa depois e jogo a suja na máquina e pronto. Está resolvido o problema.
Quando o garçom trouxe a conta, ainda recebi parabéns por termos feito a refeição juntos. Ele disse que é raro ver casais que insistem em manter os filhos à mesa durante as refeições. Convenhamos que é mais fácil dividir mesmo: agora eu como, você segura, agora é minha vez, sua vez de segurar. Mas é tão mais agradável ver seu filho se acostumar a ficar com os pais na hora de comer... Melhor é ver meu filho crescendo tão forte e seguro. Isso, hoje, é felicidade pra mim.
domingo, 31 de outubro de 2010
Naples
Muita gente aqui no Brasil adora criticar americano. Tenho amigos que dizem que não dão um tostão pra conhecer a Disney e enriquecer o Mickey Mouse, outros por ideologia política criticam muito o "american way of life". Sim, acho que eles, muitas vezes, agem como se fossem o centro do universo, tem problemas como muitos países, mas enxergo muitas qualidades e sempre sou muito bem tratada todas as vezes em que lá estou. Os caras são a maior potência do mundo e tem méritos. Admiro isso e não estou aqui pra ser apenas o advogado do diabo e ficar fazendo discurso barato de aula de história com professor que curte ficar levantando polêmica furada entre os alunos.
Estou falando tudo isso porque eu e o namorado todas as vezes em que viajamos e temos que pegar voo de conexão em terras americanas, acabamos aproveitando pra ficar uns dias e conhecer algum lugar que ainda não conhecíamos. Dessa vez, já que teríamos que voltar via Miami, resolvemos conhecer Naples, do outro lado da Flórida. Um lado que não é muito explorado por brasileiros.
Bem, eu gostei muito de lá. Não é lugar pra solteiros, porque é uma calmaria danada e às 22h está todo mundo entocado em suas casinhas fofas. É um lugar tranquilo com muitos idosos, casais e famílias. Foi ótimo passar um tempo lá. Tem praias bonitas - as águas não são tão azuis como em Clearwater e St. Peterburg - mas são calmas e deliciosas pra ficar lá com um livrinho e o barulho do mar.
Depois de uns dias em Naples, como ninguém é de ferro, fiquei em Miami pra fazer umas comprinhas, principalmente pro Hugo e pro Miguel. O namorado praticamente nunca compra roupa e aproveito quando viajo pra comprar coisas pra ele. Mulher é diferente, está sempre comprando roupa. Assim, acabo gastando mais mesmo com maquiagem.
E, então, com a mala cheia de presentes pro meu bebê e o coração cheio de saudade, voltamos pra nossa casa e pra nossa vida. E eu adoro voltar pra minha vida. Toda vez que tiro férias tenho a sensação, não só por poder viajar com quem eu amo e pra algum lugar que escolhi, de que minha vida é muito boa. E eu adoro voltar pra minha rotina, pro meu trabalho, pros meus amigos e pra minha família.
terça-feira, 26 de outubro de 2010
Despertar
Hoje, como sempre, acordei às 6 e meia da manhã com o despertador pra ir malhar e acordei com uma vontade louca de poder ajudar o meu filho a se tornar um cara bacana. Sabe aquelas vontades que martelam a cabeça o dia inteiro, como a de comer chocolate ou falar com uma amiga? Pois é.
Acordei querendo muito ser uma mãe que possa ajudar o Miguel a ser um cara do bem. Desses que não fazem xixi na rua. Desses que não jogam a culpa de suas besteiras nas costas de um coleguinha da escola. Gostaria que assumisse suas burradas e que, vendo que errou, não tivesse orgulho idiota de pedir desculpas. Hoje eu desejei muito, logo de manhã, que ele nunca acredite que qualquer divergência se resolva com socos e pontapés, que ele nunca acredite em violência. Mas que saiba que a palavra tem um poder enorme e que conversar é sempre o melhor caminho.
Gostaria muito que meu filho não hesitasse em perguntar se não soubesse alguma coisa e que tivesse muita vontade de aprender. Que, como Kardec disse, "nunca aceite nada sem o crivo da razão", que questionasse para buscar respostas, as suas respostas. Acordei com essa vontade de ver meu filho sabendo que a toda ação corresponde uma reação e que ele precisa arcar com as consequências de suas atitudes. Queria ver meu filho gentil, amigo dos amigos. Um garoto que, se tropeçar na escola, corra atrás do prejuízo e que não culpe seus professores, escola ou companhias.
E, se não for pedir demais, queria que ele não fosse o tipo de cara que pede o telefone de uma garota pra qual ele não tem a mais remota intenção de ligar. Ou o tipo que transa com uma menina e nem olha pra cara dela no dia seguinte, que tivesse um mínimo de consideração e que soubesse que um telefonema no dia seguinte pode não ter importância nenhuma pra ele, mas faz uma diferença enorme no dia da menina. E que ele nunca me pedisse pra mentir ao telefone pra nenhuma namorada porque já saberia, por conhecer a mãe que Deus lhe deu, que eu não faria isso.
Vontade de ver meu filho grato pela oportunidade que a vida está lhe dando, de crescimento espiritual e de aprendizado. Vontade de ver meu filho grande, em todos os sentidos, um homem de bem.
Acordei querendo muito ser uma mãe que possa ajudar o Miguel a ser um cara do bem. Desses que não fazem xixi na rua. Desses que não jogam a culpa de suas besteiras nas costas de um coleguinha da escola. Gostaria que assumisse suas burradas e que, vendo que errou, não tivesse orgulho idiota de pedir desculpas. Hoje eu desejei muito, logo de manhã, que ele nunca acredite que qualquer divergência se resolva com socos e pontapés, que ele nunca acredite em violência. Mas que saiba que a palavra tem um poder enorme e que conversar é sempre o melhor caminho.
Gostaria muito que meu filho não hesitasse em perguntar se não soubesse alguma coisa e que tivesse muita vontade de aprender. Que, como Kardec disse, "nunca aceite nada sem o crivo da razão", que questionasse para buscar respostas, as suas respostas. Acordei com essa vontade de ver meu filho sabendo que a toda ação corresponde uma reação e que ele precisa arcar com as consequências de suas atitudes. Queria ver meu filho gentil, amigo dos amigos. Um garoto que, se tropeçar na escola, corra atrás do prejuízo e que não culpe seus professores, escola ou companhias.
E, se não for pedir demais, queria que ele não fosse o tipo de cara que pede o telefone de uma garota pra qual ele não tem a mais remota intenção de ligar. Ou o tipo que transa com uma menina e nem olha pra cara dela no dia seguinte, que tivesse um mínimo de consideração e que soubesse que um telefonema no dia seguinte pode não ter importância nenhuma pra ele, mas faz uma diferença enorme no dia da menina. E que ele nunca me pedisse pra mentir ao telefone pra nenhuma namorada porque já saberia, por conhecer a mãe que Deus lhe deu, que eu não faria isso.
Vontade de ver meu filho grato pela oportunidade que a vida está lhe dando, de crescimento espiritual e de aprendizado. Vontade de ver meu filho grande, em todos os sentidos, um homem de bem.
domingo, 24 de outubro de 2010
Punta Cana
Bem, antes de ir pra Florida, ficamos uns dias em Punta Cana. Se você falar aqui no Brasil de La Romana ninguém vai ter ouvido falar, não sabem nem onde fica. Entretanto, Punta Cana a galera conhece da fama de boas praias e dias de sol. Quem não foi, quer ir e só eu conheço três casais que se casaram recentemente e que escolheram o local pra passar sua lua-de-mel.
Bem, Punta Cana é isso mesmo. Um lugar pra quem gosta de descanso e de praia. Como já disse anteriormente, a Republica Dominicana não tem muito a ser feito e vive de cana de açúcar e, é claro, turismo. Em se tratando de praias, as de La Romana são ainda melhores, então quando chegamos em Punta Cana ficamos com a impressão de que o ponto alto da viagem já tinha acontecido.
Como o ritmo do local é o tal do merengue, de tanto ouvir - a música toca o tempo todo - já quis aprender a dançar e no hotel não faltam instrutores pra ensinar. Confesso que, no final, já estava doida pra ouvir um rock´n´roll... O ritmo caribenho já estava me deixando louca. Ouvir o mesmo tipo de som por uma semana direto é um pouco chatinho, mesmo que estejamos relaxados e de férias. Ou será que eu é que sou enjoada?
Bem, pra ir pra essas bandas, escolher um bom resort é fundamental. Como não tem nada por perto e não há muitos passeios a serem feitos, o que vale é aproveitar a praia - as de todos os resorts são excelentes - e sossegar aproveitando a estrutura dos resorts. Foi isso o que fizemos e aproveitei pra não fazer nada e ler. Um delícia da qual já estou começando a sentir saudade...
sábado, 23 de outubro de 2010
É assim mesmo
Hoje, no trabalho, estava conversando com duas alunas, mãe e filha, que conheço há anos e são dessas pessoas que a gente convive pouco, duas vezes por semana durante muito tempo mas que a gente vê no olho que são gente boa. Não tem isso? Pessoas que a gente reconhece no olhar o que há no coração? Pois é. Elas são assim.
Estávamos conversando sobre, adivinha... Filhos! Parece que eu só sei falar disso ultimamente... Mas, apesar de eu ter outros assuntos, esse ainda será o principal da minha vida, acredito eu, por uns bons anos. Ou será pra sempre? Daí, a Mena - mãe da Bárbara - me disse que a gente deve levar nossa vida mesmo, sair e se divertir com o marido sempre que possível, porque os filhos não hesitarão em fazer isso com a gente. Quer dizer, vão crescer e não vão pensar duas vezes antes de nos dizer: "tchau, mãe. Vou pra festinha na casa de fulano." Eles viverão a vida deles. E, graças a Deus, se for assim. Que bom ter filhos com uma vida social, com objetivos próprios.
Como sempre, refletindo sobre tudo que cai no meu ouvido, penso que ser mãe é uma viagem pra dentro de você mesma. Quantas emoções são vividas como se fosse uma fratura exposta, é algo tão forte que parece que não tem como fugir. É mesmo preciso viver tudo isso e aprender, na marra se esse for o único jeito, a lidar com todos esses sentimentos. É um relacionamento que pede uma dedicação enorme e que a gente sabe, no fim, que o reconhecimento de um trabalho bem feito, é ter filhos do mundo, e não vivendo na barra da saia da gente.
Pois é... Tudo isso são minhas projeções para um futuro que, até há uma hora atrás, eu pensava estar ainda distante. Eu, conversando comigo mesma e jogando meus pensamentos pro astral, ainda me perguntava se seria assim mesmo... Mas não é que meu filho, com 1 ano e 5 meses, já comprova que a Mena está certíssima? Não pensava que a vida me daria a resposta pra essa dúvida tão rapidamente.
Hoje a tarde fui a uma festinha com o Miguel. Chegamos em casa mais ou menos às 18h. Miguel dormiu por 30 minutos e acordou como quem quer dormir mais e aí já viu a chatice, né? Minha irmã veio até aqui em casa pra deixar sua filha mais velha comigo porque ela não queria ir pra festinha infantil a que eles iriam com a filha menor. Quando o Miguel viu que minha irmã, meu cunhado e a prima menor estavam indo pra porta pra ir pra tal festinha, o garoto saiu em disparada e agarrou nas pernas do meu cunhado, que o pegou no colo. Ficou no colo dele e apontava pra rua - Miguel fala pouquíssimas palavras, ou melhor, quase nada. Falei pra ele vir pro meu colo porque eles estavam de saída e o Miguel se agarrou ainda mais ao padrinho. Resultado: quando o padrinho, já morrendo de pena do Miguel com aquela carinha de gato de botas do Shrek, disse que levaria ele pra festinha também, o menino foi pra dentro do quarto e sentou no chão esperando que eu calçasse o tênis. Arrumei sua bolsinha, sua roupa e você pensa que ele olhou pra trás pra me dizer tchau? Ha ha ha!!! Foi feliz da vida, a chatice passou em um segundo e lá foi ele, contente que só pra mais uma festinha.
É, a Mena é que está certa mesmo. Ele não vai pensar duas vezes antes de sair pra se divertir e me deixar sozinha em casa. Mesmo que eu trabalhe a semana toda e que ele fique na creche o dia inteiro. Mesmo que eu passe férias de 15 dias longe dele e tenha reservado esse sábado pra ele. Nesse sábado ele preferiu ir pra festinha. Sem mim. E foi.
Estávamos conversando sobre, adivinha... Filhos! Parece que eu só sei falar disso ultimamente... Mas, apesar de eu ter outros assuntos, esse ainda será o principal da minha vida, acredito eu, por uns bons anos. Ou será pra sempre? Daí, a Mena - mãe da Bárbara - me disse que a gente deve levar nossa vida mesmo, sair e se divertir com o marido sempre que possível, porque os filhos não hesitarão em fazer isso com a gente. Quer dizer, vão crescer e não vão pensar duas vezes antes de nos dizer: "tchau, mãe. Vou pra festinha na casa de fulano." Eles viverão a vida deles. E, graças a Deus, se for assim. Que bom ter filhos com uma vida social, com objetivos próprios.
Como sempre, refletindo sobre tudo que cai no meu ouvido, penso que ser mãe é uma viagem pra dentro de você mesma. Quantas emoções são vividas como se fosse uma fratura exposta, é algo tão forte que parece que não tem como fugir. É mesmo preciso viver tudo isso e aprender, na marra se esse for o único jeito, a lidar com todos esses sentimentos. É um relacionamento que pede uma dedicação enorme e que a gente sabe, no fim, que o reconhecimento de um trabalho bem feito, é ter filhos do mundo, e não vivendo na barra da saia da gente.
Pois é... Tudo isso são minhas projeções para um futuro que, até há uma hora atrás, eu pensava estar ainda distante. Eu, conversando comigo mesma e jogando meus pensamentos pro astral, ainda me perguntava se seria assim mesmo... Mas não é que meu filho, com 1 ano e 5 meses, já comprova que a Mena está certíssima? Não pensava que a vida me daria a resposta pra essa dúvida tão rapidamente.
Hoje a tarde fui a uma festinha com o Miguel. Chegamos em casa mais ou menos às 18h. Miguel dormiu por 30 minutos e acordou como quem quer dormir mais e aí já viu a chatice, né? Minha irmã veio até aqui em casa pra deixar sua filha mais velha comigo porque ela não queria ir pra festinha infantil a que eles iriam com a filha menor. Quando o Miguel viu que minha irmã, meu cunhado e a prima menor estavam indo pra porta pra ir pra tal festinha, o garoto saiu em disparada e agarrou nas pernas do meu cunhado, que o pegou no colo. Ficou no colo dele e apontava pra rua - Miguel fala pouquíssimas palavras, ou melhor, quase nada. Falei pra ele vir pro meu colo porque eles estavam de saída e o Miguel se agarrou ainda mais ao padrinho. Resultado: quando o padrinho, já morrendo de pena do Miguel com aquela carinha de gato de botas do Shrek, disse que levaria ele pra festinha também, o menino foi pra dentro do quarto e sentou no chão esperando que eu calçasse o tênis. Arrumei sua bolsinha, sua roupa e você pensa que ele olhou pra trás pra me dizer tchau? Ha ha ha!!! Foi feliz da vida, a chatice passou em um segundo e lá foi ele, contente que só pra mais uma festinha.
É, a Mena é que está certa mesmo. Ele não vai pensar duas vezes antes de sair pra se divertir e me deixar sozinha em casa. Mesmo que eu trabalhe a semana toda e que ele fique na creche o dia inteiro. Mesmo que eu passe férias de 15 dias longe dele e tenha reservado esse sábado pra ele. Nesse sábado ele preferiu ir pra festinha. Sem mim. E foi.
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
Amor
Sábado passado fui a um casamento e esse é o tipo de cerimônia que adoro, além da festa sempre ser muito cheia de energia e felicidade. Gosto de chegar para ver todo o ritual, a igreja enchendo, a expectativa, a entrada de todos e, finalmente, da noiva. As noivas são sempre tão lindas!!!! É que felicidade embeleza, né? E eu nunca fui a nenhum casamento onde a noiva estive casando obrigada ou coisa assim, portanto, sempre acho as noivas muito lindas, com aquela luz brilhante que só a felicidade dá.
Acho importantíssimo a escolha do celebrante, seja padre, pastor, juiz, ancião, whatever. Quando o celebrante sabe da estória dos noivos e é inteligente, diz coisas bacanas e propícias então... Nossa!! Aí é choro na certa, me emociono mesmo.
Sábado passado, em dado momento da cerimônia, o padre falou que os noivos estavam conhecendo o maior amor do mundo: o amor de um homem por uma mulher e vice-versa. Tudo bem. Acho mesmo que o amor entre um casal é um amor lindo. Penso no meu relacionamento com o namorado e vejo o quanto somos amigos, companheiros, dedicados um ao outro, amantes. Amar e ser amado é um milagre, sempre digo. Ainda mais nos dias de hoje. Sou muito grata a Deus por ter permitido que eu vivesse esse grande amor. E agradeço, mais ainda, por ele ter chegado quando eu já estava mais madura, mais pronta mesmo. Eu e ele já tínhamos traído e sido traídos, já tínhamos sofrido e feito sofrer e estávamos querendo muito construir um relacionamento bacana, baseado em muita verdade. Quando somos mais velhos, somos mais tolerantes, mais experientes e essa experiência de vida faz relevar o que é pra ser relevado e se importar com coisas que são realmente importantes. Ok. É um amor maravilhoso mesmo o de um casal. Mais não é, nem de longe, o maior amor do mundo.
O Hugo, na mesma hora em que ouviu a frase e esse monte de pensamentos disparava em minha cabeça louca, olhou pra mim e disse: " Ele está falando isso porque não é pai..." E Hugo está certo. O amor de pai, de mãe, é um amor diferente não por ser maior ou menor. É o que bate mais forte no coração simplesmente porque é "incondicional". E essa palavrinha faz TODA a diferença.
Amo o Miguel tanto e tanto que dá vontade de chorar. Amo meu filho, mesmo quando ele me desespera, me desagrada, me dá trabalho. Amo meu filho quando tenho que levantar da cama de madrugada caindo de sono, quando preparo o leite e ele faz malcriação porque quer suco, amo meu filho mesmo quando fico zangada por ele ter dado um tapa na colher cheia de comida antes de chegar a boca, quando estou dando banho nele e ele me molha inteira assim como amava também quando estava prontinha e perfumada pra sair e, do nada, levava uma golfada bem azeda e tinha que tomar outro banho e trocar de roupa. Ai... Eu amo tanto, é tanto amor, que aperta o coração, como se nele não houvesse mais lugar pra nada.
Com namorado, marido, amigo, não é assim. Amamos e queremos ser amados. Existem pactos, acordos, para que relacionamentos deem certo. Com filhos existe o trabalho de educar, a responsabilidade e a culpa se as coisas não correm do jeito que esperávamos ou não satisfazem nossa expectativa, mas nada arranca esse amor imenso do peito. Há mães que colocam seus filhos pra fora de casa porque são agredidas por eles, mas continuam amando. Há mães de bandidos que sabem da condição errada dos filhos e desaprovam, mas continuam amando. Há mães de filhos totalmente sem juízo, alguns cruéis, mas continuam amando. E é esse, pra mim, o maior amor do mundo, o amor dos pais por seus filhos.
Acho importantíssimo a escolha do celebrante, seja padre, pastor, juiz, ancião, whatever. Quando o celebrante sabe da estória dos noivos e é inteligente, diz coisas bacanas e propícias então... Nossa!! Aí é choro na certa, me emociono mesmo.
Sábado passado, em dado momento da cerimônia, o padre falou que os noivos estavam conhecendo o maior amor do mundo: o amor de um homem por uma mulher e vice-versa. Tudo bem. Acho mesmo que o amor entre um casal é um amor lindo. Penso no meu relacionamento com o namorado e vejo o quanto somos amigos, companheiros, dedicados um ao outro, amantes. Amar e ser amado é um milagre, sempre digo. Ainda mais nos dias de hoje. Sou muito grata a Deus por ter permitido que eu vivesse esse grande amor. E agradeço, mais ainda, por ele ter chegado quando eu já estava mais madura, mais pronta mesmo. Eu e ele já tínhamos traído e sido traídos, já tínhamos sofrido e feito sofrer e estávamos querendo muito construir um relacionamento bacana, baseado em muita verdade. Quando somos mais velhos, somos mais tolerantes, mais experientes e essa experiência de vida faz relevar o que é pra ser relevado e se importar com coisas que são realmente importantes. Ok. É um amor maravilhoso mesmo o de um casal. Mais não é, nem de longe, o maior amor do mundo.
O Hugo, na mesma hora em que ouviu a frase e esse monte de pensamentos disparava em minha cabeça louca, olhou pra mim e disse: " Ele está falando isso porque não é pai..." E Hugo está certo. O amor de pai, de mãe, é um amor diferente não por ser maior ou menor. É o que bate mais forte no coração simplesmente porque é "incondicional". E essa palavrinha faz TODA a diferença.
Amo o Miguel tanto e tanto que dá vontade de chorar. Amo meu filho, mesmo quando ele me desespera, me desagrada, me dá trabalho. Amo meu filho quando tenho que levantar da cama de madrugada caindo de sono, quando preparo o leite e ele faz malcriação porque quer suco, amo meu filho mesmo quando fico zangada por ele ter dado um tapa na colher cheia de comida antes de chegar a boca, quando estou dando banho nele e ele me molha inteira assim como amava também quando estava prontinha e perfumada pra sair e, do nada, levava uma golfada bem azeda e tinha que tomar outro banho e trocar de roupa. Ai... Eu amo tanto, é tanto amor, que aperta o coração, como se nele não houvesse mais lugar pra nada.
Com namorado, marido, amigo, não é assim. Amamos e queremos ser amados. Existem pactos, acordos, para que relacionamentos deem certo. Com filhos existe o trabalho de educar, a responsabilidade e a culpa se as coisas não correm do jeito que esperávamos ou não satisfazem nossa expectativa, mas nada arranca esse amor imenso do peito. Há mães que colocam seus filhos pra fora de casa porque são agredidas por eles, mas continuam amando. Há mães de bandidos que sabem da condição errada dos filhos e desaprovam, mas continuam amando. Há mães de filhos totalmente sem juízo, alguns cruéis, mas continuam amando. E é esse, pra mim, o maior amor do mundo, o amor dos pais por seus filhos.
terça-feira, 19 de outubro de 2010
Agradar a todos
Ainda me pergunto porque sinto, depois de tanto tempo de terapia, o fato de não agradar a todos, por mais que tente. Isso se evidencia muito no trabalho e penso que Deus deve ter me colocado em posição de chefia justamente para que eu pudesse trabalhar melhor isso dentro de mim.
Sempre que tenho que tomar uma decisão, por mais boba que seja, penso em fazer o melhor para o conjunto. Tento mesmo agradar a todos, mesmo sabendo que não vou conseguir. Ninguém consegue, nem Ele, Jesus Cristo, conseguiu, porque euzinha haveria de conseguir? Mas a verdade é que eu tento. E a verdade é que eu ainda sofro quando não consigo...
Sei que, talvez, o melhor seria ligar o "dane-se" e fazer o que tenho que fazer, sem gastar tempo e energia pensando em caminhos para conciliar os gostos e agradar a maioria. Só eu sei os malabarismos para conciliar os interesses. E, em muitos momentos, é um processo muito solitário esse de ter o poder de tomar decisões. Por mais que pergunte a um ou a outro, a decisão final é sua e a responsabilidade dessa decisão também.
Então, depois de tanto tempo tomando decisões, escolhendo por um grupo e por mim também, me vejo enfrentando os meus medos de não agradar. De novo. E o que dói mais não é saber que não conseguirei ser unanimidade, seria até pretensão. O que me dói é que eu realmente tento fazer o melhor. Sempre.
Sempre que tenho que tomar uma decisão, por mais boba que seja, penso em fazer o melhor para o conjunto. Tento mesmo agradar a todos, mesmo sabendo que não vou conseguir. Ninguém consegue, nem Ele, Jesus Cristo, conseguiu, porque euzinha haveria de conseguir? Mas a verdade é que eu tento. E a verdade é que eu ainda sofro quando não consigo...
Sei que, talvez, o melhor seria ligar o "dane-se" e fazer o que tenho que fazer, sem gastar tempo e energia pensando em caminhos para conciliar os gostos e agradar a maioria. Só eu sei os malabarismos para conciliar os interesses. E, em muitos momentos, é um processo muito solitário esse de ter o poder de tomar decisões. Por mais que pergunte a um ou a outro, a decisão final é sua e a responsabilidade dessa decisão também.
Então, depois de tanto tempo tomando decisões, escolhendo por um grupo e por mim também, me vejo enfrentando os meus medos de não agradar. De novo. E o que dói mais não é saber que não conseguirei ser unanimidade, seria até pretensão. O que me dói é que eu realmente tento fazer o melhor. Sempre.
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
Mestres
Hoje é um dia muito importante pra mim. É o dia dos mestres. Dia da profissão que escolhi. E é o dia também em que meu pai desencarnou, há 11 anos.
Nesse dia sou muito grata a Deus por todos os mestres que colocou em meu caminho. Por todos os amigos mestres com quem tenho a felicidade de trabalhar. E pelo meu pai que foi meu primeiro mestre.
Desde pequena eu queria ser professora. "Professora" sempre foi a resposta todas as vezes em que os mais velhos me perguntavam o que eu queria ser quando crescesse. Minha mãe muito tentou demover-me da idéia, inutilmente. E acho que essa profissão é muito mágica... Dentro da sala de aula, os problemas particulares desaparecem. O professor é possuidor de uma característica muito bonita que é o tirar o foco do seu umbigo pra olhar para o umbigo dos outros. Pelo menos enquanto a aula durar. Dentro da sala de aula, entramos como mestres mas, em tantos momentos, viramos alunos. E isso é, simplesmente, lindo!! Um aluno, com seus questionamentos, dúvidas, transforma-se em estímulo para que busquemos mais conhecimento.
O professor encontra forças não sei de onde para explicar de mil maneiras diferentes o mesmo assunto, buscando incansavelmente o entendimento. Muitas vezes esse professor em casa não tem paciência com seu filho. Já vi isso acontecer. E já aconteceu comigo quando minha mãe resolveu estudar inglês. Eu perdia muito a paciência com ela, tadinha. Mas com meus alunos jamais. Explico mil vezes se necessário porque é a tal da mágica que existe em sala de aula...
Já pensou nos professores de alfabetização? Que maravilha deve ser guiar uma criança nessa aventura de aprender a ler e escrever? Que responsabilidade enorme e, de repente, lá está aquele serzinho de 5, 6 aninhos, vendo um mundo inteiro se alargar absurdamente diante dos olhinhos curiosos que começam a olhar letrinhas e palavras e ver muito além que rabiscos.
Sou feliz por ser professora.
Sou feliz também por ter tido um pai maravilhoso do qual tenho muito orgulho de lembrar, mesmo que o dia de hoje traga um pouquinho de aperto no coração. Aproveito sempre pra elevar meu pensamento e mandar muitos beijos pra ele porque sei, assim como acredito na mágica existente em sala de aula, que ele receberá todos os esses meus beijos cheios de saudade e muito, muito amor. Um dia a gente se encontra.
Feliz dia do mestre!
Nesse dia sou muito grata a Deus por todos os mestres que colocou em meu caminho. Por todos os amigos mestres com quem tenho a felicidade de trabalhar. E pelo meu pai que foi meu primeiro mestre.
Desde pequena eu queria ser professora. "Professora" sempre foi a resposta todas as vezes em que os mais velhos me perguntavam o que eu queria ser quando crescesse. Minha mãe muito tentou demover-me da idéia, inutilmente. E acho que essa profissão é muito mágica... Dentro da sala de aula, os problemas particulares desaparecem. O professor é possuidor de uma característica muito bonita que é o tirar o foco do seu umbigo pra olhar para o umbigo dos outros. Pelo menos enquanto a aula durar. Dentro da sala de aula, entramos como mestres mas, em tantos momentos, viramos alunos. E isso é, simplesmente, lindo!! Um aluno, com seus questionamentos, dúvidas, transforma-se em estímulo para que busquemos mais conhecimento.
O professor encontra forças não sei de onde para explicar de mil maneiras diferentes o mesmo assunto, buscando incansavelmente o entendimento. Muitas vezes esse professor em casa não tem paciência com seu filho. Já vi isso acontecer. E já aconteceu comigo quando minha mãe resolveu estudar inglês. Eu perdia muito a paciência com ela, tadinha. Mas com meus alunos jamais. Explico mil vezes se necessário porque é a tal da mágica que existe em sala de aula...
Já pensou nos professores de alfabetização? Que maravilha deve ser guiar uma criança nessa aventura de aprender a ler e escrever? Que responsabilidade enorme e, de repente, lá está aquele serzinho de 5, 6 aninhos, vendo um mundo inteiro se alargar absurdamente diante dos olhinhos curiosos que começam a olhar letrinhas e palavras e ver muito além que rabiscos.
Sou feliz por ser professora.
Sou feliz também por ter tido um pai maravilhoso do qual tenho muito orgulho de lembrar, mesmo que o dia de hoje traga um pouquinho de aperto no coração. Aproveito sempre pra elevar meu pensamento e mandar muitos beijos pra ele porque sei, assim como acredito na mágica existente em sala de aula, que ele receberá todos os esses meus beijos cheios de saudade e muito, muito amor. Um dia a gente se encontra.
Feliz dia do mestre!
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Mãe em tempo integral
Quero deixar registrado aqui o quanto admiro essas mulheres corajosas que decidem ser mãe em tempo integral. Penso nisso todas as vezes em que tem um feriadão como esse que passou essa semana e me vejo tendo que passar o dia inteiro com o Miguel, botando minha cabeça pra pensar em alguma atividade pra gastar a energia do moleque antes que ele acabe com a minha.
Sábado e segunda-feira o Hugo trabalhou o dia inteiro e eu fiquei sozinha com meu bebê. Isso significa sem ajuda de qualquer tipo, e, tenho que dizer, continuo achando a coisa mais punk da face da terra. Miguel está na fase não só de mexer em tudo, mas de não aceitar mais quando digo não. Ele insiste, disfarça e volta lá, e, para minha surpresa, sabe aquelas crianças de shopping que se jogam no chão e batem perninha e a gente pensa: "que horror!" ? Miguel vem apresentando essa tendência. Já algumas vezes quando disse não milhões de vezes e ele viu que não levaria a melhor, se jogou no sofá, no chão do quarto, enfim... Faz um drama. Eu fico calada, apenas olhando com o meu silêncio e minha cara de reprovação porque com maluco não se discute. Graças a deus, tenho obtido bons resultados com essa técnica. Ele sempre pára com o fricote. Deve cair em si da cena ridícula que está armando e deixa o chilique de lado.
Mas o fato é que agora não me sinto apenas cansada fisicamente. Mentalmente, no final de um dia, estou um caco e a idéia de chegar segunda-feira ou qualquer que seja o dia de trabalho deixa de ser um problema, vem até acompanhada de certo alívio. É por isso que fico pensando nessas mulheres que abandonam seus empregos e decidem se dedicar em tempo integral a essas delícias loucas e cansativas. Simplesmente admiro e tenho a certeza de que não é pra mim. Não tenho essa vocação e preciso admitir.
No sábado, quando o Hugo chegou do trabalho e nós jantamos, eu ainda não tinha tomado banho. Depois da louça lavada, penso em , até que enfim, me enfiar no banheiro e ter 15 minutos de sossego. Não é que o danadinho entrou no banheiro comigo e ainda por cima começou a abrir os meus armários?? Não aguentei. Parecia uma estérica - ou será que sou estérica mesmo?? - gritando: "Hugo, pelo amor de Deus, eu quero, eu preciso, de 15 minutos sozinha pra tomar banho!! Tire esse menino daqui antes que eu o mate!" Hugo, rapidamente - porque não é bobo nem nada e conhece a mulher que tem - tirou o Miguel do banheiro e me deixou acalmar minha mente debaixo do chuveiro. Ah.. Que banho bom! 15 minutos de solidão e voltei a ser feliz... Pra começar tudo de novo.
Sábado e segunda-feira o Hugo trabalhou o dia inteiro e eu fiquei sozinha com meu bebê. Isso significa sem ajuda de qualquer tipo, e, tenho que dizer, continuo achando a coisa mais punk da face da terra. Miguel está na fase não só de mexer em tudo, mas de não aceitar mais quando digo não. Ele insiste, disfarça e volta lá, e, para minha surpresa, sabe aquelas crianças de shopping que se jogam no chão e batem perninha e a gente pensa: "que horror!" ? Miguel vem apresentando essa tendência. Já algumas vezes quando disse não milhões de vezes e ele viu que não levaria a melhor, se jogou no sofá, no chão do quarto, enfim... Faz um drama. Eu fico calada, apenas olhando com o meu silêncio e minha cara de reprovação porque com maluco não se discute. Graças a deus, tenho obtido bons resultados com essa técnica. Ele sempre pára com o fricote. Deve cair em si da cena ridícula que está armando e deixa o chilique de lado.
Mas o fato é que agora não me sinto apenas cansada fisicamente. Mentalmente, no final de um dia, estou um caco e a idéia de chegar segunda-feira ou qualquer que seja o dia de trabalho deixa de ser um problema, vem até acompanhada de certo alívio. É por isso que fico pensando nessas mulheres que abandonam seus empregos e decidem se dedicar em tempo integral a essas delícias loucas e cansativas. Simplesmente admiro e tenho a certeza de que não é pra mim. Não tenho essa vocação e preciso admitir.
No sábado, quando o Hugo chegou do trabalho e nós jantamos, eu ainda não tinha tomado banho. Depois da louça lavada, penso em , até que enfim, me enfiar no banheiro e ter 15 minutos de sossego. Não é que o danadinho entrou no banheiro comigo e ainda por cima começou a abrir os meus armários?? Não aguentei. Parecia uma estérica - ou será que sou estérica mesmo?? - gritando: "Hugo, pelo amor de Deus, eu quero, eu preciso, de 15 minutos sozinha pra tomar banho!! Tire esse menino daqui antes que eu o mate!" Hugo, rapidamente - porque não é bobo nem nada e conhece a mulher que tem - tirou o Miguel do banheiro e me deixou acalmar minha mente debaixo do chuveiro. Ah.. Que banho bom! 15 minutos de solidão e voltei a ser feliz... Pra começar tudo de novo.
terça-feira, 12 de outubro de 2010
La Romana
Finalmente, no finalzinho desse feriadão, encontrei um espaço pra escrever. Como tinha dito antes, La Romana não é dos destinos mais procurados pelos brasileiros. De fato, não encontrei com nenhum por lá, havia muitos europeus. Franceses então...
Achei as praias maravilhosas, águas bem calminhas, dessas que a gente podia colocar aquelas bóias tipo colchão e ficar na água tomando seu drink feliz da vida. Logo no primeiro dia estranhei ter visto dentro do Resort umas duas mulheres tomando sol de peito de fora. No dia seguinte, na praia, não havia apenas duas, mas a grande maioria das mulheres, novas ou idosas, praticavam topless. Era peito de todo jeito, grandes, pequenos, bonitos e feios, caídos e siliconados. Enfim, sem constrangimento nem para as mulheres e nem para seus maridos que se comportavam como se nada demais estivesse acontecendo. Na verdade, nada demais estava acontecendo mesmo. Faz parte da cultura deles. Eu é que estava achando tudo muito curioso.
Em um dos dias, visitamos Altos de Chavon. É uma cópia de uma vila mediterrânea com vários restaurantes, lojas e museus. Do alto se tem uma vista linda, onde passa o rio Chavón. É muito bonito e adorei ter conhecido. As primeiras duas fotos, de baixo pra cima, desse post foram tiradas lá.
Fomos também conhecer a Ilha Saona, onde foi filmado o filme "A Lagoa Azul". É um passeio que dura o dia inteiro, mas vale a pena. Passamos um dia muito agradável por lá apesar de eu não ser muito chegada a passeios de barco, sou enjoada... Mas fazer o quê? Pra chegar à Ilha não há outro meio. Na ida, levamos 1 hora e meia, na volta, como voltamos de lancha, foi rapidinho: meia hora.
No mais, antes de ir pra Punta Cana, aproveitamos pra curtir a praia do resort e o hotel em si. Até porquê, tanto La Romana quanto Punta Cana não tem nada a oferecer além de resorts muito bem estruturados e praias lindas. O bom mesmo é escolher um bom resort e ficar por lá, sem pensar em nada... Assistindo ao pôr do sol, caminhando na praia. E pra quê querer mais?
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
Trilha Sonora
Hoje pretendo escrever sobre o segundo lugar que visitamos em nossas férias, La Romana. Mas, pra adiantar, resolvi postar a nossa trilha sonora dessa parte da viagem... É que essa música nos perseguiu por lá. E eu fiquei apaixonada.
Se íamos jantar, lá estava o grupo cantando essa música. Quando visitamos Altos de Chavon, havia três rapazes que tocavam e cantavam em troca de uns pesos. Imagina qual a música que tocaram quando chegamos perto? Bachata Rosa, de novo! À noite, quando sentados para assistir um showzinho no hotel mesmo, qual foi a música de abertura? Bachata Rosa.
Então, vou colocá-la aqui. Ouvir essa música será sempre como sentir o vento batendo no meu rosto, escutar o barulho do mar de águas claras e olhar para os meus pés descalços enterrados na areia. Férias... Aí segue o link:
http://www.youtube.com/watch?v=Hct_iDOt4D0&feature=related
Se íamos jantar, lá estava o grupo cantando essa música. Quando visitamos Altos de Chavon, havia três rapazes que tocavam e cantavam em troca de uns pesos. Imagina qual a música que tocaram quando chegamos perto? Bachata Rosa, de novo! À noite, quando sentados para assistir um showzinho no hotel mesmo, qual foi a música de abertura? Bachata Rosa.
Então, vou colocá-la aqui. Ouvir essa música será sempre como sentir o vento batendo no meu rosto, escutar o barulho do mar de águas claras e olhar para os meus pés descalços enterrados na areia. Férias... Aí segue o link:
http://www.youtube.com/watch?v=Hct_iDOt4D0&feature=related
terça-feira, 5 de outubro de 2010
Viajar sem o bebê
Quando lembro como estava nervosa e apreensiva antes da viagem de férias, nem acredito que tenha aproveitado tanto os 15 dias longe da minha delícia. Acho que vivi o sofrimento da separação antes de ir. No dia da viagem não consegui comer nada e chorei muito, o dia inteiro. Meu coração estava apertadinho, do tamanho de uma azeitona preta. Mas, depois que cheguei lá, fui relaxando aos poucos e fiquei muito bem. Bem mesmo.
Com o namorado foi diferente. Como ele segurou a minha onda de sofrimento antes da viagem, acho de durante as férias acabou sentindo mais que eu. A todo instante falava no Miguel e dizia que estava com saudades. É claro que eu também senti saudades, mas acho que me preparei melhor que ele para passar esses dias sem o bebê.
Hoje vejo que a decisão de viajarmos foi mais que acertada. Nosso relacionamento, que estava precisando mesmo de um tempo só pra gente, ficou ainda melhor. Andar pela praia de mãos dadas, comer sem preocupação e sexo sem correria tem muito valor. Principalmente depois da maternidade.
E o Miguel, por sua vez, passou muito bem sem nossa presença, obrigada. Foi à festinhas com a minha irmã, dançou muito, passeou com as primas. Na creche, a tia disse que ele se comportou da mesma maneira. Na segunda semana, apenas, minha irmã disse que ele, de vez em quando, falava "mamã".
Quando chegamos e fomos buscá-lo na creche, encontrei o mesmo Miguel sorridente e brincalhão. Mais crescido - incrível como 15 dias fazem diferença no desenvolvimento de um bebê - e mais levado também. Mas, ao contrário do que pensei, ele não saiu correndo para o meu colo felicíssimo. Apenas olhou pra mim e sorriu. Olhou pro pai e fez a mesma coisa. Nada de corridas saudosas de braços abertos como se estivesse morrendo de saudade. No fundo, ficou uma pontinha de frustração... Egoísmo puro. Logo a razão vem e me faz ver como é bom ter um filho independente, capaz de passar 15 dias sem os pais bem, curtindo a companhia das primas e dos padrinhos que, diga-se de passagem, devem tê-lo paparicado ao extremo.
Melhor que voltar descansada e feliz, é ver que os filhos tem vida própria. É ver que precisam da gente sim, mas existem apesar de nós. Bom mesmo é ver que ele está bem, saudável e que sentir saudade é muito positivo. Voltar com a paciência recobrada foi fundamental pra mim. Já vi que poderei viajar outras vezes. Planejo, assim que ele estiver mais crescido, tirar alguns dias de férias com o meu bebê, mas reservar, sempre que possível, dias de férias só pra mim e pro namorado. Foi muito válido pra nós dois. Válido para nossa sanidade familiar.
Com o namorado foi diferente. Como ele segurou a minha onda de sofrimento antes da viagem, acho de durante as férias acabou sentindo mais que eu. A todo instante falava no Miguel e dizia que estava com saudades. É claro que eu também senti saudades, mas acho que me preparei melhor que ele para passar esses dias sem o bebê.
Hoje vejo que a decisão de viajarmos foi mais que acertada. Nosso relacionamento, que estava precisando mesmo de um tempo só pra gente, ficou ainda melhor. Andar pela praia de mãos dadas, comer sem preocupação e sexo sem correria tem muito valor. Principalmente depois da maternidade.
E o Miguel, por sua vez, passou muito bem sem nossa presença, obrigada. Foi à festinhas com a minha irmã, dançou muito, passeou com as primas. Na creche, a tia disse que ele se comportou da mesma maneira. Na segunda semana, apenas, minha irmã disse que ele, de vez em quando, falava "mamã".
Quando chegamos e fomos buscá-lo na creche, encontrei o mesmo Miguel sorridente e brincalhão. Mais crescido - incrível como 15 dias fazem diferença no desenvolvimento de um bebê - e mais levado também. Mas, ao contrário do que pensei, ele não saiu correndo para o meu colo felicíssimo. Apenas olhou pra mim e sorriu. Olhou pro pai e fez a mesma coisa. Nada de corridas saudosas de braços abertos como se estivesse morrendo de saudade. No fundo, ficou uma pontinha de frustração... Egoísmo puro. Logo a razão vem e me faz ver como é bom ter um filho independente, capaz de passar 15 dias sem os pais bem, curtindo a companhia das primas e dos padrinhos que, diga-se de passagem, devem tê-lo paparicado ao extremo.
Melhor que voltar descansada e feliz, é ver que os filhos tem vida própria. É ver que precisam da gente sim, mas existem apesar de nós. Bom mesmo é ver que ele está bem, saudável e que sentir saudade é muito positivo. Voltar com a paciência recobrada foi fundamental pra mim. Já vi que poderei viajar outras vezes. Planejo, assim que ele estiver mais crescido, tirar alguns dias de férias com o meu bebê, mas reservar, sempre que possível, dias de férias só pra mim e pro namorado. Foi muito válido pra nós dois. Válido para nossa sanidade familiar.
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
Carro e crianças
Quando se é mãe de primeira viagem e pensamos em tudo que precisamos comprar para otimizar o nosso tempo e para oferecer conforto pra nossa cria, muita coisa a gente pensa ser essencial. Depois, vê que é a maior besteria gastar dinheiro comprando essas coisas e outras, que a gente achava a maior besteira, vemos, com surpresa, como facilitam muito a nossa vida.
Quando estava grávida, olhava pros carros com DVDs no encosto de cabeça do banco do motorista ou do banco ao lado e pensava que era um gasto de dinheiro à toa, um luxo desnecessário. Além disso, todos me diziam que a criança entra do carro e já começa a dormir. Imaginei que meu filho seria muito calmo e tranquilo - porque é que toda mãe acha que está esperando um anjinho, que será a sortuda da vez?
No caso do Miguel, ele só dorme no carro se estiver na hora do soninho dele mesmo. Se ele não estiver com sono, vai passar a viagem inteira acordado e, pior, conforme foi crescendo além de não dormir, ainda fica mega impaciente se a viagem demora mais de 20 minutos e começa a ficar inquieto, querendo sair da cadeirinha a todo custo. Como não posso tirá-lo de lá e colocá-lo no meu colo, ele começa a berrar e não posso fazer nada a não ser mentalizar que estou em qualquer outro lugar no mundo menos em um carro, com um bebê berrando no volume máximo no banco de trás e, como diz uma amiga minha, "sempre se pode piorar": pegando um engarrafamento.
Quando não estou sozinha, não melhora muita coisa. O Hugo faz questão de dirigir e, quer saber? Eu também preferiria dirigir a ir no banco de trás fazendo papel de mágico tirando vários coelhos da cartola, quer dizer, tirando da maxi bolsa um brinquedo de cada vez entre os muitos que carrego para conseguir distrair o Miguel por no máximo, sendo otimista, 2 minutos. Meu estoque de brincadeiras vai se esgotando e já me peguei rezando para não pegar nenhum sinal fechado ou me perguntando porque acho sempre que o Hugo está dirigindo que nem uma tartaruga...
Enfim, nessa viagem resolvemos apostar no tal do DVD já que Miguel adora os DVDs da Xuxa, gosta das músicas e das dancinhas, além de enlouquecer com os Backyardigans. Gente, esse final de semana botamos o menino no carro e lá fomos nós. DVD ligado, Miguel foi só alegria. A única coisa que ouvimos foi o som das suas palminhas ou "uuuuhhh", "lalalalala" ou "Iiiiiiii" que ele costuma fazer quando está escutando suas músicas preferidas. Pois é, achava a maior besteira e foi um dinheiro muito bem gasto. Fica aí a dica. Espero que a paz reine em meu carro por bastante tempo.
domingo, 3 de outubro de 2010
República Dominicana
Muitos me perguntaram porque eu escolhi ir para República Dominicana nas férias. Bem, primeiro porque não sou muito de ir a praia quando estou no Brasil, ainda mais depois do nascimento do Miguel. Ir à praia dá tanto trabalho, é tanta coisa pra separar, pra colocar na bolsa que só de pensar me canso. Ainda somado a isso vem o fato de morar distante da praia. São 30 minutos até a Barra com o trânsito bom. Imagina pegar engarrafamento com um bebê no carro? Nem pensar. Vou à piscina do clube e fico feliz. Por isso, gosto de viajar para locais onde posso pegar uma praia gostosa, de águas cristalinas e areia branca.
O primeiro destino do país é Punta Cana, mas já que estou indo pra lá, na minha cabeça não entra pegar esses pacotes amarrados que só vão até o B-A -BÁ. Vou a um lugar e gosto de me inteirar sobre ele, sobre sua história. Por isso, não me imagino fazendo esses tours relâmpagos nos quais a pessoa conhece 10 países em 15 dias. Pra mim não serve. É só pra tirar foto. Meu objetivo quando viajo não é esse. Acho que é porque nunca fui muito boa aluna em história e percebo que aprendo muito quando estou viajando, vivenciando a história do lugar. Dispenso o táxi e ando muito, sempre. Andando a gente conhece melhor as ruas, os detalhes escondidos. Daí, preferimos não ir direto pra Punta Cana. Pegamos o voo Miami - Santo Domingo pra conhecer a capital do país.
País pobre, mas não vi miséria. Não vi pessoas pedindo nas ruas, como se vê em Salvador, por exemplo, onde a gente não consegue andar 100 metros sem ser perturbado pelos locais que pedem até a água que você está bebendo. As praias de capital não são muito boas, o que vale mesmo é fazer o passeio histórico. Vale conhecer também as cavernas chamadas "Tres Ojos", são bonitas. Nada que deixe um brasileiro que conhece Bonito de boca aberta, mas vale a ida. São três cavernas com águas azuladas e cristalinas.
No nosso caso, fizemos o passeio histórico com um guia excelente, que sabia toda a história do país e nos deu uma aula. A parte pela zona colonial se faz a pé e é cheia de monumentos do século 16 e a primeira catedral das Américas e também a primeira rua de pedra das Américas, chamada Calle de las Damas. A rua ganhou esse nome porque ao final da rua fica uma igreja onde a rainha assistia as missas e quando ela se dirigia à igreja, todas as damas de companhia passavam pela rua, daí o nome. Tem também a Fortaleza Ozama, banhada pelo rio de mesmo nome, a casa onde viveu o filho de Cristóvão Colombo e o Farol a Colon, onde estão as cinzas do descobridor. Se eu estivesse sentada em uma carteira na escola já teria esquecido tudo, mas como estive lá e vi de perto tudo isso, não esqueço. Como é importante viajar, como é uma oportunidade imensa de aprendizado.
Por isso, eu e namorado temos a idéia de que, se estamos indo para um lugar, porque não esticar mais um ou dois dias e fugir do óbvio? Decidimos, então, que antes de chegar a tão famosa entre os brasileiros - Punta Cana - conheceríamos também La Romana. Mas vou deixar pra um próximo post porque o Miguel já está acordando do soninho da tarde... E lá vou eu ficar atrás dele.
Sabe que durante essa semana senti tanta saudade que até pensei que não seria nada mal dar um irmãozinho a ele? Mas, agora que estou aqui, com ele sugando minhas forças, já esqueci totalmente essa idéia louca. Um só, pra mim, já é demais.
sábado, 2 de outubro de 2010
Desorientada
De ontem pra hoje foi nossa primeira noite em casa depois da viagem de férias. Como nosso roteiro de viagem começou em Santo Domingo, depois La Romana, Punta Cana, e,então, como quando saímos da República Dominicana para voltar ao Brasil tínhamos que parar em Miami, resolvemos conhecer Naples - do outro lado da Florida - e passar mais uns dias em terras americanas para comprar coisinhas pro Miguel. Enfim, com isso, passamos por 6 hotéis diferentes. Seis quartos diferentes com disposições de cama e banheiros distintas.
Durante a noite de ontem, lá pelas 2 da manhã (hora em que Miguel normalmente começa a ranhetar pra mamar) comecei a ouvir um choro de bebê ao longe, como se fosse um sonho. O choro não parava e cutuquei o Hugo e falei: "Gente, em que quarto está esse bebê que não pára de chorar, pelo amor de Deus? Deve estar aqui, ao lado da gente. Que azar..."
Aí, de repente, caí em mim ao mesmo tempo em que terminei de falar. Era o Miguel. Sim, eu já estava em casa, dormindo na minha cama e o quarto ao lado era, simplesmente, o quarto do meu filho. Eu e Hugo nos olhamos e levantamos rápido pra dar a mamadeira ao meu bebê faminto. Incrível como a gente se acostuma rápido com o que é bom. Dormir noites inteiras sem ser interrompido por choro, tosse ou coisa que o valha é rapidamente incorporado por nosso organismo. Mas a realidade voltou e, é isso aí, não estou mais em hotel algum. As férias, definitivamente, terminaram.
Durante a noite de ontem, lá pelas 2 da manhã (hora em que Miguel normalmente começa a ranhetar pra mamar) comecei a ouvir um choro de bebê ao longe, como se fosse um sonho. O choro não parava e cutuquei o Hugo e falei: "Gente, em que quarto está esse bebê que não pára de chorar, pelo amor de Deus? Deve estar aqui, ao lado da gente. Que azar..."
Aí, de repente, caí em mim ao mesmo tempo em que terminei de falar. Era o Miguel. Sim, eu já estava em casa, dormindo na minha cama e o quarto ao lado era, simplesmente, o quarto do meu filho. Eu e Hugo nos olhamos e levantamos rápido pra dar a mamadeira ao meu bebê faminto. Incrível como a gente se acostuma rápido com o que é bom. Dormir noites inteiras sem ser interrompido por choro, tosse ou coisa que o valha é rapidamente incorporado por nosso organismo. Mas a realidade voltou e, é isso aí, não estou mais em hotel algum. As férias, definitivamente, terminaram.
Desejos pro universo
Tenho tanto pra contar, tantos dias maravilhosos que nem sei por onde começar... Acho, então, que vou começar pelo fim, por uma coisa muito boba que aconteceu já na hora de embarcar de volta pro Rio mas que me faz ver o quanto as palavras e nossos pensamentos tem poder. Só pude confirmar o que sempre digo e muitas vezes o Hugo ri de mim, diz que sou louca. Mas a verdade é que muito do que quero costumo dizer que já joguei pro universo, como se estivesse contando ao mundo os meus desejos e colocando minha energia pra que isso, se algum dia acontecer, eu esteja atenta e o universo ciente de que pode jogar meu desejo em minha direção porque estou preparada e vou saber aproveitar da melhor forma possível.
Durante a ultima semana de viagem havia comentado com o namorado que adoraria, um dia, poder viajar de classe executiva. Detesto viajar de avião mas não é por medo não. É por não poder dormir confortável, apertada naquelas poltronas minúsculas da classe economica onde a gente não pode nem se virar um pouquinho que já incomoda o passageiro do lado. É horrível, não consigo dormir e chego ao destinho toda quebrada. Na ida, tudo é festa. Na volta, é de amargar. Mas, como estamos podendo viajar e já sou muito grata por isso, quem sou eu para reclamar de ir no navio negreiro. Estou viajando e isso é o que importa. Então, estava, apenas, colocando para o universo que eu gostaria de, um dia, realizar esse sonho, bobo eu sei, de viajar na classe executiva, não precisa ser primeira não.
Aí, estava eu já na área de segurança tirando os meus sapatos quando o Hugo vê um amigo nosso que estudou desde garoto no CCAA, depois o convidei pra trabalhar comigo e fizemos isso durante uns bons anos. Anos em que ensinei muita coisa e aprendi também e pude vê-lo transformar-se de um garoto simples e bom em um homem trabalhador, honesto e que manteve seu coração bom, de menino alegre apesar das muitas dificuldades de sua vida. Quando ele saiu para ser comissário, a amizade continuou, o carinho também. E, lá estava ele. Estamos sempre em contato, mas quais são as chances de você pegar um voo que se encaixe na escala de um comissário conhecido? É quase como ganhar na loteria.
Entretanto, quando o chamei para abraçá-lo e ele me perguntou em qual voo estava, vimos que seria no voo dele. Ok. Beijinho pra cá, conversa pra lá, nos separamos, ele foi para um lado e nós fomos calçar os sapatos. Ainda estávamos descalços conversando com ele. Depois de uns 10 minutos, surpresa!!! O improvável aconteceu: ele conseguiu um upgrade pra nós e sim, ganhei na loteira: eu iria voltar de classe executiva!!! Não acreditei até me sentar nas poltronas largas, que praticamente deitam!! Estava rindo a toa, olhando pro cardápio, feliz da vida!! Muito feliz mesmo. Só não tirei foto da gente naquelas poltronas enormes porque fiquei com vergonha...
Por isso, já comecei a jogar pro universo que conhecer Paris no ano que vem não me faria mal algum...
Durante a ultima semana de viagem havia comentado com o namorado que adoraria, um dia, poder viajar de classe executiva. Detesto viajar de avião mas não é por medo não. É por não poder dormir confortável, apertada naquelas poltronas minúsculas da classe economica onde a gente não pode nem se virar um pouquinho que já incomoda o passageiro do lado. É horrível, não consigo dormir e chego ao destinho toda quebrada. Na ida, tudo é festa. Na volta, é de amargar. Mas, como estamos podendo viajar e já sou muito grata por isso, quem sou eu para reclamar de ir no navio negreiro. Estou viajando e isso é o que importa. Então, estava, apenas, colocando para o universo que eu gostaria de, um dia, realizar esse sonho, bobo eu sei, de viajar na classe executiva, não precisa ser primeira não.
Aí, estava eu já na área de segurança tirando os meus sapatos quando o Hugo vê um amigo nosso que estudou desde garoto no CCAA, depois o convidei pra trabalhar comigo e fizemos isso durante uns bons anos. Anos em que ensinei muita coisa e aprendi também e pude vê-lo transformar-se de um garoto simples e bom em um homem trabalhador, honesto e que manteve seu coração bom, de menino alegre apesar das muitas dificuldades de sua vida. Quando ele saiu para ser comissário, a amizade continuou, o carinho também. E, lá estava ele. Estamos sempre em contato, mas quais são as chances de você pegar um voo que se encaixe na escala de um comissário conhecido? É quase como ganhar na loteria.
Entretanto, quando o chamei para abraçá-lo e ele me perguntou em qual voo estava, vimos que seria no voo dele. Ok. Beijinho pra cá, conversa pra lá, nos separamos, ele foi para um lado e nós fomos calçar os sapatos. Ainda estávamos descalços conversando com ele. Depois de uns 10 minutos, surpresa!!! O improvável aconteceu: ele conseguiu um upgrade pra nós e sim, ganhei na loteira: eu iria voltar de classe executiva!!! Não acreditei até me sentar nas poltronas largas, que praticamente deitam!! Estava rindo a toa, olhando pro cardápio, feliz da vida!! Muito feliz mesmo. Só não tirei foto da gente naquelas poltronas enormes porque fiquei com vergonha...
Por isso, já comecei a jogar pro universo que conhecer Paris no ano que vem não me faria mal algum...
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
Oi
Depois de uma semana sem contato com o mundo virtual, cheguei aos EUA doida pra dizer que estou amando minhas ferias e que, mesmo tendo entrado no aviao chorando e com um embrulho no estomago, estou curtindo dias de praia e sol feliz da vida!!!!
O Hugo fala a todo instante no Miguel, acho que esta com mais saudade que eu...rs... Mas essas ferias estao sendo otimas!! Depois conto tudo.
O Hugo fala a todo instante no Miguel, acho que esta com mais saudade que eu...rs... Mas essas ferias estao sendo otimas!! Depois conto tudo.
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
Babá
Ontem foi o primeiro dia em que a babá veio pra ficar com o Miguel no período em que ele sai da creche até minha irmã chegar em casa. Eu parecia uma desorientada porque não estou acostumada a ter alguém que dê a comida, banho, não estou acostumada a comer em paz, sem ser interrompida ou a tomar banho e trocar de roupa antes das 10 da noite.
Ela chegou, ficou com ele e ele ficou super bem, foi brincar. Comeu quietinho no colo dela (comigo não pára nem pra comer!). Ela deu banho enquanto eu fazia minhas coisas com toda calma do mundo. Eu e Hugo sem nem saber o que fazer com o tempo livre...rs... E, pra minha, surpresa, às 21h Miguel já estava dormindo que nem um anjinho!!
Tivemos uma noite de Luciano Huck e Angélica. Tomara que ele fique bem assim todas as noites e que não sinta a minha falta. Acho que, na verdade, eu é que vou sentir a falta dele.
Ela chegou, ficou com ele e ele ficou super bem, foi brincar. Comeu quietinho no colo dela (comigo não pára nem pra comer!). Ela deu banho enquanto eu fazia minhas coisas com toda calma do mundo. Eu e Hugo sem nem saber o que fazer com o tempo livre...rs... E, pra minha, surpresa, às 21h Miguel já estava dormindo que nem um anjinho!!
Tivemos uma noite de Luciano Huck e Angélica. Tomara que ele fique bem assim todas as noites e que não sinta a minha falta. Acho que, na verdade, eu é que vou sentir a falta dele.
Detran e Pediatra
Essa semana, antes da viagem, foi cheia. Tinha mil coisas pra fazer e ainda tinha vistoria do detran e consulta do Miguel com o pediatra.
Gente, o que é o Detran? Sistema cai, sistema volta, cai de novo. Gente fazendo barraco porque está cansada de esperar. E o pior, os atendentes são uns mal educados. Depois de esperar 3 horas e meia para receber os documentos do carro, fui, finalmente, chamada. Como toda pessoa com um pingo de educação, fui até a cabine e disse: "oi, tudo bem?" A atendente me olha como se eu fosse um extraterrestre e não me dá nenhum tipo de resposta, nem mesmo uma piscada de olhos. ok. Deixa pra lá. Tchau também não me deu, nem quando estava de saída e desejei a ela bom trabalho. Gente estranha.
Ontem foi o dia de ir ao pediatra, que sempre atende na hora e é educado. Foi meu pediatra e da minha irmã e é nele que confio. Enfim, ontem não foi como de costume. Antes do Miguel tinha um menino de 9 anos pra ser atendido. Seria rápido, apenas para um breve exame antes de tomar uma vacina. Mas aí é que a porca torceu o rabo... A tal da vacina. O menino estava em pânico por ter que tomar a picada e o Dr. Sergio estava com a maior paciência explicando a ele tudo o que seria feito e como seria feito. O garoto berrava, implorava, se agarrava à mãe e eu na sala de espera sem acreditar no que estava ouvindo. Até presente a mãe prometeu pro menino se ele se comportasse, depois ameaçou telefonar para o pai. Por fim, sabe Deus como, o médico conseguiu aplicar a vacina porque os berros aumentaram e depois cessaram. Graças a Deus. Chegou a vez do Miguel.
Enquanto estamos conversando com o médico, Miguel é simpático, ri, quer mexer nas coisas, brincar. Tudo certo. Na hora em que passamos para a mesa de exames, meu Deus do céu... O menino chora tanto que parece que o estão matando. Mas, está tudo bem com ele, é só uma tosse, nada que um xarope não resolva e posso viajar tranquila. Cresceu 2cm, engordou 200g, está um meninão. Em lugar de sair de lá em 40 minutos como sempre acontece, nessa semaninha agitada saí 1 hora e meia depois, tinha que complicar...
Agora é arrumar a mala, porque são 2 da tarde e ainda nem comecei...
Gente, o que é o Detran? Sistema cai, sistema volta, cai de novo. Gente fazendo barraco porque está cansada de esperar. E o pior, os atendentes são uns mal educados. Depois de esperar 3 horas e meia para receber os documentos do carro, fui, finalmente, chamada. Como toda pessoa com um pingo de educação, fui até a cabine e disse: "oi, tudo bem?" A atendente me olha como se eu fosse um extraterrestre e não me dá nenhum tipo de resposta, nem mesmo uma piscada de olhos. ok. Deixa pra lá. Tchau também não me deu, nem quando estava de saída e desejei a ela bom trabalho. Gente estranha.
Ontem foi o dia de ir ao pediatra, que sempre atende na hora e é educado. Foi meu pediatra e da minha irmã e é nele que confio. Enfim, ontem não foi como de costume. Antes do Miguel tinha um menino de 9 anos pra ser atendido. Seria rápido, apenas para um breve exame antes de tomar uma vacina. Mas aí é que a porca torceu o rabo... A tal da vacina. O menino estava em pânico por ter que tomar a picada e o Dr. Sergio estava com a maior paciência explicando a ele tudo o que seria feito e como seria feito. O garoto berrava, implorava, se agarrava à mãe e eu na sala de espera sem acreditar no que estava ouvindo. Até presente a mãe prometeu pro menino se ele se comportasse, depois ameaçou telefonar para o pai. Por fim, sabe Deus como, o médico conseguiu aplicar a vacina porque os berros aumentaram e depois cessaram. Graças a Deus. Chegou a vez do Miguel.
Enquanto estamos conversando com o médico, Miguel é simpático, ri, quer mexer nas coisas, brincar. Tudo certo. Na hora em que passamos para a mesa de exames, meu Deus do céu... O menino chora tanto que parece que o estão matando. Mas, está tudo bem com ele, é só uma tosse, nada que um xarope não resolva e posso viajar tranquila. Cresceu 2cm, engordou 200g, está um meninão. Em lugar de sair de lá em 40 minutos como sempre acontece, nessa semaninha agitada saí 1 hora e meia depois, tinha que complicar...
Agora é arrumar a mala, porque são 2 da tarde e ainda nem comecei...
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