terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Loucuras de mãe


Sou mãe por escolha, não por vocação. Há pessoas que tratam a maternidade assim, como se fosse uma vocação, quase um acessório de fábrica, você vem ao mundo com ele ou não. Então, se é assim, eu não vim com esse ' acessório' , mas acredito que a maternidade possa ser algo aprendido com a vivência, construido.

Pra pessoas com essa, vamos dizer assim, 'vocação', acredito que não deva doer ser mãe. Elas devem se dedicar a isso sem sentir falta da liberdade que possuiam antes. Será que é igual a decidir casar? Sim, porque eu não acho sacrifício ser casada, ser fiel, não me sinto sendo privada de nada. Para mim não é esforço algum estar somente com o namorado, é natural, simplesmente é. Não sinto falta de sair na night, de ficar com caras diferentes, de esperar por algum telefonema que pode acontecer ou não. Acredito que existam pessoas que são mães da mesma forma que eu sou casada, tudo é natural, como se fosse o curso natural das coisas, sem sentir falta de nada. Sendo assim, reconhecendo, humildemente, que pra mim não é assim, aqui estou.

É difícil demais ser mãe. É cansativo demais, chegar a doer. Quando digo que não nasci pra ser mãe é no sentido de que ser só isso não me satisfaz. E eu sinto falta de tanta coisa agora... Sinto falta de dormir mais, sinto falta de tomar banho sem pressa, sinto falta de entrar em casa de volta do trabalho e tomar logo o meu banho, de fazer uma refeição com início, meio e fim, sem interrupções ou preocupação com o tempo, sinto falta de deitar na minha cama depois do jantar com meu marido e ler, ver televisão, namorar ou apenas estar ali, quieta, sem hora pra essa tranquilidade acabar a não ser pelo dia seguinte.

Não preciso falar que me acho uma mãe excelente porque sei que dou o meu máximo pra ser uma mãe maravilhosa, dedico ao meu bebezão o meu melhor. Mas faço isso exigindo de mim esse esforço, sem cobrar nada dele, porque sei que foi uma escolha minha. Meu filho merece minha atenção, meu olhar, meu carinho, o amor sem fim que tenho por ele. Ele é tão lindo... A coisa mais linda que fiz na vida. Mas é muito difícil pra mim, não vou negar. Ter filho foi a coisa mais louca que decidi fazer, a aventura mais selvagem. Logo eu, que nem gosto de esportes radicais e aventuras. O Miguel foi como me empurrar pr aonde nem nunca pensei que pudesse ir e foi também a chance de conhecer sentimentos que nunca havia sentido antes. É muito barra pesada, sim, chega a ser aterrorizante. Só que o mais amedrontador é que, mesmo assim, eu aindaacho que vale a pena. Acho que estou enlouquecendo.

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