segunda-feira, 30 de abril de 2012

Niagara Falls














Gostei demais de ter visitado Niagara Falls. O povo lá diz que todo canadense tem que vir pelo menos 2 vezes  a Niagara City. Dizem isso porque a cidadezinha é a campeã da preferência dos lugares pra se passar a lua-de-mel e, por isso, os canadenses vão a primeira vez em lua-de-mel e a segunda pra conhecer o lugar... A cidade é mesmo muito fofa. A rua principal tem restaurantes bonitinhos, lojinhas e cassino, fora isso é muito pacata e com uma sensação de paz enorme. O Niagara Park é lindo e muito bem cuidado, amei passar um tempo por lá caminhando entre tantas flores e vegetação. 

As cataratas são bonitas, eu achei muito lindo, mas tudo bem que eu nunca fui a Foz do Iguaçu e dizem que as cataratas do Niagara nem chegam aos pés de Foz. Acredito. Mas por se tratar de um lugar tão cheio de misticismos e cenário de tantos filmes, já dá uma vontade enorme de estar alí. Além disso, até eu que nunca fui muito fã dos desenhos do pica-pau me lembro da cena do bichinho descendo as cataratas em um barril de madeira!! Nas fotos vemos as cataratas americanas, já que estávamos do lado canadense. Então, pelo que dizem, tivemos a vista do lado mais bonito. Elas são largas, mas não são muito altas. O volume de água é impressionante.

Passei uma tarde muito feliz por lá e valeu muito, mesmo com todo o frio. É incrível a força das águas, mesmo distante das quedas a gente ficava com os cabelos úmidos das gotinhas que vinham de lá. Passamos por lá a caminho de um velarejo chamado Niagara on the Lake e foi um dia longo.















Toronto


No dia em que chegamos


Praça que vira ringue de patinação no inverno


Novo e antigo lado a lado











Toronto é muito arborizada


CN Tower ao fundo


Chão de vidro no alto da CN Tower


Vista da Torre


Namorado em frente ao estádio dos Blue Jays


Há tantos lugares no mundo pra conhecer, tanta coisa pra ver e aprender que fica muito difícil escolher o destino das férias. Pelo menos é assim pra mim e pro Namorado. A única coisa que eu tenho certeza é a de que preciso viajar nas férias, não precisa ser pra longe ou outro país, mas preciso viajar pra me desconectar mesmo do trabalho. Do contrário, se tirar férias pra ficar em casa, já sei que não desligo, fico pensando sobre o que está acontecendo no trabalho, se ligo pra lá e me contam algum problema tenho ganas de ir resolver na hora, não consigo esperar. Enfim, viajar, por mais que eu adore ficar em casa descompromissadamente, é a única saída de eu não pensar em trabalho mesmo. A distância física me dá a paz que só quem sabe que não adianta se preocupar com coisas que não podem ser resolvidas por você naquele momento tem. 

Pensamos no Canada por ser um dos países que sempre tivemos vontade de conhecer e, em se tratando de um país tão grande, escolhemos algumas cidades da parte leste e deixamos a oeste pra outra oportunidade. A escolha de Toronto, Niagara, Ottawa, Mont Tremblant, Quebec e Montreal ainda nos permitia passar um tempinho em NY. E NY é um capítulo a parte... Por mais que já tenha ido até lá outras vezes, sempre há o charme da Big Apple e, como tínhamos ido lá pela última vez em 2007, já estávamos bem saudosos. 

Bom, mas o post é sobre Toronto e vou deixar minhas impressões sobre a cidade. Toronto é uma cidade grande, crescendo muito ainda, cheia de prédios novos e lindos, mais modernidade que o antigo. Talvez por isso seja menos charmosa que as outras cidades que visitei no Canada, mas não menos interessante. A taxa de criminalidade é baixíssima apesar de todo o desenvolvimento, aliás a criminalidade é baixa em todo Canada. As pessoas deixam a porta de suas casas abertas!! Sem medo!! 

É difícil ver pedintes na rua também em Toronto e o governo tem uma política de ajudar os desempregados a conseguirem novo emprego desde que eles compareçam uma vez por semana ao centro de apoio para destribuição de currículos. Se em 6 semanas o cidadão não for recolocado e ficar comprovado que é por falta de algum curso ou aptidão, o governo investe nele. Se ficar comprovado que não acontece a recolocação por problemas físicos ou mentais, o governo concede o benefício de 800 dólares ao mês para que a pessoa possa viver. Não é muito, mas o suficiente para morar nos abrigos e comer.

Toronto também possui cidade subterrânea, embora seja bem menor que a de Montreal. As cidades subterrâneas são uma saída bem bolada pra quem tem um clima tão frio. Existe tudo alí embaixo, escritórios, entrada para os bancos, restaurantes, cinemas, teatros, lojas, enfim, a coisa é feita de um jeito que você entra em uma estação de metrô, vai para perto do seu trabalho, anda por baixo até entrar no prédio da sua empresa, na hora do almoço não há a necessidade de subir, se depois do trabalho você quiser namorar ou marcar um cineminha com amigos, marca por alí mesmo e no, fim do dia, pega o metrô de novo que vai deixá-lo na estação mais próxima a sua residência e, aí sim, você vai subir e andar um pequeno pedaço até sua casa. Com um inverno que chega a 30 graus negativos, dá pra imaginar o sufoco que é! 

Gostei de Toronto, mas não foi minha cidade favorita da viagem. Pra quem vem de cidade grande, não encontrei nada de diferente em Toronto que pudesse me encantar. Muitas vezes, a cidade não tem nada demais, mas há uma energia no ar, um charme especial. Não é o caso. É uma cidade grande, com suas características e ritmo. Vale a pena conhecer, ainda mais pra quem quer aprender sobre a história do Canada, já que hoje é uma das cidades de maior importância para o país.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Viajar sem o bebê II





Desde que o Miguel nasceu reservo 15 dias de férias pra mim e pro Namorado. Já fui chamada de louca, de corajosa, de malvada. Também já encontrei pessoas que me apoiaram e incentivaram nesse objetivo difícil que é o de ter um tempo única e exclusivamente pra estar com seu marido e voltar, nem que seja por 3 dias, 1 semana, 15 dias, a ser só a namorada do meu marido. 

Muitas mães sentem medo de deixar o seu bebê. Perfeitamente natural, eu sinto medo sempre, choro, meu coração aperta, fico triste até. É muito louco querer tanto descansar, fugir da rotina, estar livre com quem se ama pra fazer sexo quando quiser, conhecer lugares novos sem pensar em fraldas ou mamadas, andar de mãos dadas e, ao mesmo tempo, sentir que um pedaço lindo e tão precioso de você fica. Mas não me arrependo de nenhuma das vezes em que tirei férias! 

Tento ser racional, pensar em todas as possibilidades antes de viajar, e pra isso conto com a ajuda da melhor das babás: a minha irmã. Minha irmã é madrinha do Miguel e ele gosta muito dela. Dela, do meu cunhado e das meninas, suas primas. Sei que ele fica bem na presença deles e, principalmente, sei que ninguém nesse mundo se desdobraria mais pra fazer tudo o que estiver ao seu alcance pra que o Miguel fique bem e feliz. Isso acalma meu coração. 

Acho importante esse tempo não só pros pais, mas pros filhos também. Não podemos subestimar a capacidade de superação de nossos filhos, achando que não viverão bem sem nós. Acredite: eles vivem bem sem nós. Miguel dormiu bem todos os dias, se alimentou normalmente e frequentou a escola e participou de todas as atividades, segundo conversei hoje com sua professora. Sentiu saudades minhas? Sim. Natural que sinta. Estranho se não tivesse sentido minha falta. Eu senti a dele! Temos uma relação fofa, somos muito carinhosos um com o outro e não poderia esperar que ele não fosse sentir saudade. Só que saudade faz parte da vida. Temos que aprender a lidar com isso e não é estando ao lado do meu filho o tempo todo que ele vai sofrer menos. Eles sobrevivem. 

Miguel me recebeu muito bem de volta, com aquela carinha de sapeca gostoso que ele tem. Me abraçou forte, disse: "Que sodade, mamãe!" E me deu muitos beijos e foi coberto pelos meus beijos. Que delícia voltar pra ele, pra minha casa, pra minha vida! A distância, quebrar a rotina, também serve pra isso: pra gente ver o quanto é feliz levando a vida que a gente leva. Pra gente ganhar consciência que, por mais doida que seja a vida de mãe, voltar pra ela, pro Miguel, é maravilhoso. Enxergar que meu filho vive sem mim e se adapta às circunstâncias também me faz muito feliz. Por mais que hoje ele seja o meu bebê, o gostoso da mamãe, o que quero mesmo é que Miguel seja um homem do mundo. Acho que estou no caminho certo. 

domingo, 22 de abril de 2012

Voltei!!





Como é bom voltar pra casa!!! Nossa, que saudade imensa do meu filho, da minha vida... Por mais corrida e agitada que seja, é a minha vida e eu AMO voltar pra ela. Tem gente que tem uma certa depressão pós viagem, isso nunca aconteceu comigo. Do mesmo jeito que aproveito o tempo que estou fora, aproveito o retorno, gosto do gás que ganho quando tiro férias. É esse gás que me move o ano todo, no trabalho e na recarga das baterias de energia pra lidar com o Miguel.

Bom, vou contar tudo o que achei dos muitos lugares que conheci, mas como toda viagem tem uma trilha sonora, essa aí foi a bola da vez. Terminamos a viagem voltando a Nova York - que ADORO!!! E por lá, em todo lugar que entrávamos lá estava a música tocando. E pra todo canto que eu olhava tinha alguém mexendo os pés, o corpo ao ritmo de Lady Gaga, até dançando mesmo, nas ruas e nas lojas. Eu adoro isso na cidade que nunca dorme: essa energia que corre e contamina todo mundo. Combina comigo. 

Miguel nos recebeu cheio de carinho, com muitos abraços e beijos. Estava feliz e é incrível como 15 dias fazem diferença na vida deles nessa idade... Achei meu filho maior, mais tagarela que nunca e com a carinha mais de menino e menos de bebê. Ele ficou horas brincando com os muitos brinquedos que trouxemos pra ele e ver esse rostinho lindo sorrir a cada vez que ganhava um presente é o melhor de tudo!!

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Saudade Monstra

Acabei de chegar em Ottawa e estou amando toda a viagem. Depois vou contar tudo! Ainda estamos no inicio, mas dessa vez tem algo acontecendo diferente... Eu e namorado viajamos sozinhos desde que o Miguel nasceu e sempre e muito importante pra n'os. No primeiro ano, com Miugel bebezinho, sei que nem sentiu minha ausencia. No segundo, tambem foi tranquilo. Mas agora, com quase 3 anos, sinto que ele esta com saudades... Minha irma tem me dado noticias diarias, ele continua comendo bem, dormindo bem e brincando bastante, mas ela disse que nota que ele esta com saudades tambem.

Pra ilustrar: Miguel pediu que nos trouxessemos varios brinquedos (o carinha ja pede brinquedos!) e um deles e o Zurg, inimigo do Buzz Lightyear, do filme Toy Story. Enfim, dissemos a ele ontem que ja iamos comprar o seu brinquedo e que logo voltariamos com o brinquedo nas maos. Sabe o que ele disse pra minha irma? Que nao queria mais o Zurg... Com certeza ele quis dizer que preferia que a gente voltasse logo, mesmo sem o brinquedo. Isso maltrata demais o coracao... Mas estou me divertindo e namorando e conhecendo coisas novas, que amo. Saudade faz parte da vida, tenho que pensar assim.

Bem, a saudade e grande mas Miguel est'a bem, se devertindo muito com as primas e minha irma e cunhado estao se desdobrando pra que ele tenha o maximo de conforto possivel. Eu os amo demais por essa e por outras coisas!! Desculpem os acentos ou a falta deles, mas ainda nao me entendi com esse teclado... Beijos e at'e a volta!

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Lá vou eu

Daqui a pouco entro no avião rumo às tão esperadas férias. De novo meu coração não lida bem com a despedida, com o fato de ter que dizer "até logo" pro Miguel.  Eu sou assim, já vi esse filme nos anos anteriores: fico péssima até entrar no avião, choro, meu coração parece que vai sair pela boca, fico preocupada, mas depois relaxo e aproveito cada minutinho de dias só meus e do namorado, dias que dão um gás absurdo pra nós dois. 

Sei que preciso desse tempo, preciso ser só namorada de vez em quando. Quem não precisa? Mas não consigo parar de rezar pra que corra tudo dentro do planejado, pro Miguel não ficar doente, pra minha irmã se sair bem com três crianças, embora eu tenha plena consciência de que ninguém nesse mundo cuidaria melhor do Miguel que ela e meu cunhado. Tanto que todas as vezes que viajo sem Miguel deixo por escrito que em caso de alguma coisa acontecer a mim e ao Hugo, queremos que ela crie meu filho. Ai... Mãe só pensa besteira mesmo... 

É que morro de medo do Miguel sentir minha falta... Sei que é ridículo, que ele vai ficar bem e que saudade nunca matou e nem mata ninguém. Mas é mais forte que eu, difícil evitar essa sensação de boca seca, de coração dividido. Logo Miguel estará mais amadurecido, dará menos trabalho e vai curtir essas viagens mais longas. Por enquanto, vou tentar entrar no avião sem chorar e aproveitar ao máximo a viagem porque passa muito rápido e eu esperei demais por essas férias pra não aproveitá-las. 

Que Nossa Senhora proteja meu filho e dê forças a esse casal que eu amo - Sis e Itallo - por serem pais postiços do meu filho de vez em quando. E peço a Deus que dê paciência pra minha mãezinha linda e fofa, porque sei que aturar minha delicinha quando está atacado não é moleza pra ninguém!! Volto daqui a 2 semanas com muitas novidades.

Boa Páscoa pra todos!!


terça-feira, 3 de abril de 2012

Mães doidas

Miguel está em um período em que mede forças comigo e com o pai o tempo todo. O danadinho tenta negociar tudo, desde a hora do banho até a roupa que vai vestir. Fico me perguntando quando meu filho vai deixar de ser um selvagem pra entrar de vez no mundo civilizado. Há que se ter muita paciência nessa fase que é uma das mais fofas, cheias de gracinhas e tiradas impagáveis, mas também com muita birra e briga por espaço. Consola conversar com mães e ver seus filhos crescidos, adolescentes educados e lindos e ouvir que um dia esses seres fofos também foram selvagens. 

Meu filho tem personalidade forte e me leva a loucura algumas vezes. Outro dia estava na piscina do clube com ele, minha irmã, meu cunhado e minhas duas afilhadas. Miguel quis levar um pedaço de bolo pra lanchar - ele é louco por bolo! - e eu levei embrulhadinho. Chegando lá, estava tudo ótimo até ele resolver comer o pedaço de bolo. Tirei o moleque da piscina e disse que ele se sentasse a mesa pra comer. Foi o que bastou pra começar o vexame. Ele disse que queria comer o bolo na piscina e eu expliquei, calmamente, que não seria possível, não se pode comer na piscina. Ele insistiu. Eu disse não. Ele começou a chorar e a bater pezinho. Gente, tem coisa mais irritante do que criança batendo o pezinho pra conseguir o que quer? Acho que só criança que se joga no chão consegue superar a primeira... Se eu estivesse em casa já teria perdido a finesse e gritado pra ele parar com a viadagem, mas como estava no meio do clube e a piscina estava relativamente cheia, mantive a calma e o tom de voz pra não "sair do salto" fazendo a linha "nada me tira do sério" e o coloquei sentado pra pensar. Ele levantou da cadeira e, pasmem, me deu um tapinha. Disse a ele, com o sangue fervendo, que não admitia esse comportamento e que ele só sairia da cadeira pra me pedir desculpas e que se ele continuasse com a birra, iríamos embora pra casa. Nada de piscina. E não é que o garoto levantou da cadeira, derrubou a cadeira, bateu nas primas, derrubou tudo o que estava sobre a mesa e ainda arremessou o bolo longe? 

Acho que foi uma das minhas maiores vergonhas até agora. Mãe é sempre julgada por tudo mesmo, pensei eu. Se eu enfiar a porrada nesse selvagem - o que seria contra tudo o que acredito, não acho que palmada educa ninguém, embora não condene quem pense o contrário porque muitas vezes tive vontade de voar no pescoço do meu filho - todos vão me condenar dizendo que sou uma covarde e descompensada. Se optar por conversar com ele, depois de tudo o que ele fez na frente de todos, vão me chamar de idiota. Optei por passar por idiota e, como havia dito a ele, arrumei nossas coisas e agarrei o garoto no colo e fui embora. 

Quando coloquei o Miguel no carro e estava sozinha com ele, eu parecia totalmente ensandecida, liguei o carro e comecei a gritar. Gritei tanto com ele que cheguei em casa rouca depois de um trajeto que leva apenas 15 minutos. Gritava que era um absurdo esse comportamento comigo, gritava que achava que ele estava querendo entrar na porrada, enfim, falei as maiores atrocidades. Quando chegamos em casa, abri a porta do carro e disse que ele saisse do carro sozinho - o que, para minha surpresa, ele fez rapidamente - e que fosse pro quarto dele imediatamente, eu não queria ouvir sua voz e nem olhar pra sua cara. Agora lembrando me dá até vontade de rir... Bom, fato é que Miguel obedeceu e daí a uns 10 minutos veio chorando me pedir desculpas. Fiz com que ele telefonasse pras primas pra se desculpar com elas também. 

Nesse dia fiquei me lembrando de quando eu e minha irmã éramos pequenas, devíamos ter uns 10, 11 anos e todo domingo tinha briga lá em casa porque era o único dia em que nós tínhamos a obrigação de arrumar nosso quarto. Minha mãe adorava almofadas, aliás adora até hoje e, em cima de nossas camas devíamos ter umas 15 almofadas cada uma, em formato de coração. Putz, além de esticar o lençol, o travesseiro, dobrar a coberta e colocar a colcha, ainda tínhamos que arrumar as trocentas almofadas em cima da cama. Resumindo, nesse tal domingo em especial, eu e minha irmã estávamos embromando tudo o que podíamos pra não arrumar o quarto quando eis que, de repente, minha mãe que já tinha falado pra gente arrumar as camas umas mil vezes adentra o quarto totalmente louca, gritando que não era nossa escrava, que trabalhava muito de segunda a sexta pra nos dar tudo que tínhamos e que pedíamos - gritando aquelas coisas todas que, agora sei, TODAS as mães falam em momentos de desespero e estresse. Como se não bastassem os gritos, Dona Iris resolveu tacar, cheia de raiva, as muitas almofadas que estavam no chão em nossa direção. Só que, atrás de nós, a janela e a cortina estavam abertas e as pobres almofadinhas estavam indo parar no meio da rua. A gente morava no terceiro andar do prédio... Quando minha mãe estava quase acabando com as almofadas arremessando na gente enquanto nos esquivávamos, ouvimos alguém gritar lá de baixo: "Ei, ei, as almofadas estão caindo aqui em  baixo!!" Ok, como se a gente não soubesse... O que a gente não precisava era que todos os vizinhos estivessem presenciando aquela cena patética e pior, minha mãe fez a gente descer e catar todas as almofadas que estavam no meio da rua!!

No fundo, sempre achei que minha mãe fosse doida. Só que  quando nos tornamos mães, entendemos tanto a respeito de nossas próprias mães... Entendemos e admiramos. Nosso olhar pra com nossos pais muda totalmente. Passamos a compreender tudo ou quase tudo e a agradecer ... O que a gente descobre com a maternidade é que, na verdade, todas as mães são loucas, nem que seja um pouquinho, e que enlouquecer, de vez em quando, pode ser a solução pra continuar sã.