segunda-feira, 30 de junho de 2014

Mandela



Todo mundo tem momentos difíceis. Por mais que eu esteja sorrindo quase o tempo todo, sou como qualquer outra pessoa e, assim, tenho maus bocados a viver, lições a aprender, derrotas pra superar. Sei que o essencial é saber como lidar com as dificuldades que aparecem, o essencial é o modo como vou encarar os acontecimentos. Eu faço escolhas todos os dias e colho o resultado dessas escolhas, como todo mundo. Muitas vezes me descabelo por coisas que não estão ao alcance da minha mão. Não sou de ficar me lamuriando por aí, reclamando de tudo. Não gosto desse comportamento nos que estão perto de mim, muito menos em mim mesma. Detesto gente que se faz de vítima, que tem a síndrome do coitadinho. 

Sou humana e, às vezes, me pego reclamando de alguma coisa. Mas não sou coitada e nem mereço que sintam pena se eu estiver passando por situações difíceis. Quem não as tem? Quem não as vive? Por isso fiquei surpresa hoje comigo mesma quando me peguei falando "ninguém tem pena de mim não, é?" E, pior, não falei de brincadeira. Por um instante, achei que merecesse pena.

Fiquei com essa frase na minha cabeça o resto do dia, me achando totalmente fora de lugar, completamente equivocada e ridícula. Falando besteira porque estou estressada com um momento azedo no trabalho, quando nessa hora é que eu deveria parar e perceber que eu posso agir em tudo o que depende de mim, mas não posso escolher por mais ninguém. E isso é fato. Isso não me dá o direito de sentir pena de mim mesma porque seria patético. Tenho é que agradecer aos meus colegas de trabalho por não terem pena de mim. Eles sabem que não sou digna de pena.

Luto pra ser melhor a cada dia, pra não me deixar tomar pelo desespero, pra levar minha vida com leveza, pra não me deixar abater seja por coisas bobas ou importantes. E quando estou sofrendo, chateada ou triste por qualquer razão que seja, gosto de lembrar do poema que Nelson Mandela lia, quando estava preso, pra se consolar de toda dor, injustiça e angústia que estava vivendo. Um homem que sofreu o horror da segregação racial mas manteve-se no amor. Um homem que sabia que ódio não leva ninguém a nenhum lugar que preste. Quando penso em pessoas tão lindas e com uma nobreza de sentimentos como Mandela, vejo que qualquer dificuldade pode ser resolvida com calma, coragem e amor. Pessoas como Mandela servem como bússola, pra gente lembrar exatamente onde quer chegar e como. E que não há tempo pra lamentações porque o tempo é pouco pra viver bem. Pra que preocupar-se com o que não tem solução? Melhor gastar energia com o que podemos mudar. Mandela inspira, consola e dá ânimo. Seu exemplo me faz querer ser melhor. É como um lembrete que me traz de volta à realidade, que mostra o meu lugar e a posição que quero assumir no mundo. Eu não tenho vocação pra lamúrias e pra sentir peninha de mim. Como Mandela, sou a senhora da minha vida e a única responsável por trilhar o caminho que escolhi.



INVICTUS

Dentro da noite que me rodeia
Negra como um poço de lado a lado
Agradeço aos deuses que existem
por minha alma indomável

Sob as garras cruéis das circunstâncias
eu não tremo e nem me desespero
Sob os duros golpes da sorte
Minha cabeça sangra, mas não se dobra

Mais além deste lugar de lágrimas e ira,
Jazem os horrores da sombra.
Mas a ameaça dos anos,
Me encontra e me encontrará, sem medo.

Não importa quão estreito o portão
Quão repleta de castigo a sentença,
Eu sou o senhor de meu destino
Eu sou o capitão de minha alma.









































quinta-feira, 26 de junho de 2014

Só uma pessoa certa?

Abri o facebook hoje e no feed de notícias alguém havia postado a frase "Um dia alguém entrará na sua vida e lhe fará entender porque não deu certo com ninguém antes".

Parei e li de novo. 

Automaticamente, repassei meus outros relacionamentos. Fui lembrando, tipo um filme, de todo mundo que namorei. Desde o primeiro namorado até o Namorado. E a frase, decididamente, não fez sentido pra mim. 

Não me acho uma pessoa romântica ao extremo. Gosto de uma dose de romance, sim. Mas não o suficiente pra acreditar que só se ama uma vez, pra acreditar em alma gêmea, na sua metade da laranja. Nem em amor à primeira vista acredito. Acredito em atração à primeira vista. Tesão à primeira vista. Porque amo o que conheço. Como posso amar alguém só por colocar meus olhos nela? Posso ter empatia, vontade de estar perto, mas ... amar? Não sou romântica nesse nível. Também acho que "amor de uma vida" seja o amor que, de verdade, durou uma vida. Conheço pessoas que conheceram seu marido/esposa aos 15 anos e estão juntos até hoje quando já tem 60. E felizes. Isso é o amor de uma vida, está durando uma vida. Dizer que fulano é o amor da sua vida talvez queira dizer que ele é o mais importante ou mais intenso, só que acredito que amor é amor e que todo amor é importante e não conheço nenhum amor que seja menos ou mais intenso. Você ama ou não. 

O Namorado vem sendo a pessoa certa pra mim, é fato. Conhecemo-nos em um momento muito propício pra nós dois, em um momento em que estávamos preparados e querendo um relacionamento tranquilo, de muita confiança e que nos desse paz. Ele foi a pessoa certa na hora certa. E continua sendo. Mas isso não faz eu achar que os meus outros relacionamentos não tenham dado certo. O que é dar certo? Pode-se dizer que um relacionamento que durou 4, 5 anos de sua vida não tenha dado certo? Dar certo é apenas ficar juntos pra vida toda? Discordo totalmente disso. Afinal, quantos casais estão juntos uma eternidade por comodidade? 

Eu sempre gostei de namorar e amei meus namorados. Nâo acredito que só se ame uma vez na vida. Pelo amor de Deus! Somos capazes de tanto amor que seria um absurdo dizer que só se ama uma vez, imagine! Cada amor é diferente do outro. E acho que meus outros relacionamentos deram certo, sim. Aprendi com cada um deles. Muitos de forma prazerosa e leve. Outros com uma pitada maior de sofrimento. Mas todos têm um ponto comum: fui feliz. Em alguns fui feliz do início ao fim. Mas, como tudo na vida, tinham prazo de validade e os prazos venceram. Alguns terminaram meio do avesso, esquisito. Terminei porque estava infeliz com os rumos que o namoro estava tomando ou porque não estava satisfeita com o que recebia. De toda forma, guardo o aprendizado, o sentimento que vivi. Não posso jogar fora minhas experiências anteriores como se tivessem sido erradas e só existisse uma certa. 

Estar com o Hugo me faz acreditar que um relacionamento pode durar muito e eu gostaria que fosse pra sempre. Mas também sinto que poderia amar de novo caso não estivéssemos mais juntos. Por que não? Sei que, realmente, não poderia amar ninguém da forma como o amo. Assim como o jeito que amei fulano ou beltrano foi diferente do que sinto hoje. Mas não considero meus relacionamentos antes dele errados. Considero todos certos porque naquele momento da minha vida me trouxeram alguma coisa de bom e levaram de mim algo de bom também. Sou grata a eles. Hugo não fez com que eu entendesse porque estava solteira quando nos conhecemos, não me fez ver que eu estava esperando por ele. Ter o Namorado perto de mim me fez acreditar ainda mais no amor, no respeito, na família. Viver esse amor com uma pessoa que queria o mesmo que eu há 10 anos e que continua querendo o mesmo que eu hoje, fez com que eu me sentisse segura, tranquila, sabendo que havia encontrado alguém perfeito pra mim, pra essa Paula que sou hoje. Nosso amor fez com que minha fé na vida aumentasse. Namorado fez com que eu acreditasse no que estávamos construindo e desse valor e prioridade a nós dois. Nossa vida em comum tem me tornado uma pessoa melhor, sinto-me melhor.

Amar e ser amada é milagre puro. E se esse encontro acontece no tempo e lugar certo, aí é benção divina! É bom dar valor. Se vai durar pra sempre? Sei lá. Sei apenas que está valendo a pena e que nunca vou me arrepender do que vivo hoje. 


terça-feira, 24 de junho de 2014

Redes Sociais

Vira e mexe escuto alguém dizer que vai sair da rede social (normalmente é o facebook). Dizem que é muita exposição, que dá muito aborrecimento e brigas. Pode ser. Só que as redes sociais são uma realidade e acredito que seja só uma questão de saber lidar com ela e de postura, como tudo na vida. 

Se a pessoa está em um relacionamento qualquer onde rola ciúme demais, o facebook vai ser mais uma arma pro ciumento ou ciumenta surtar. Na rede social, fica tudo às claras: a vaidade, o ego. É só observar um pouquinho. Só que a culpa não é da rede social, as pessoas mostram aquilo que acham bacana mostrar. Falam do que querem falar. Espetam pessoas, fazem intrigas. Na verdade, elas já são assim na vida real e só estão mostrando no mundo virtual essa faceta de suas personalidades. Fica evidente se você souber ler nas entrelinhas. 

Eu sou uma pessoa que me exponho muito. Imagina, eu tenho um blog falando de coisas que acontecem comigo, do que eu penso. Isso é uma enorme exposição, eu sei. Mas não vejo isso me trazendo coisas ruins. Minha postura nas redes sociais é a mesma que na minha vida. Por isso, não tenho brigas em meu relacionamento e nem fico com ciuminho quando alguém posta a foto de algum evento pra qual não fui convidada. A vida é assim: a gente chama pra nossa casa ou pra estar junto quem quer, quem tem vontade e pronto. Sem drama, por favor. Do mesmo modo, não fico postando fotos minhas de biquini fora de contexto porque pode gerar alguma situação desnecessária ou comentário de alguém. O pensamento na rede social tem que ser o mesmo que usamos na vida: é preciso ser coerente com o que se quer. É preciso ter cuidado com a imagem que passamos a todo instante. Se você já tem esse cuidado no seu dia-a-dia, não vejo maiores problemas em usar a rede social.

A única coisa que acho chata do facebook vem a ser a mesma coisa que acho chata no comportamento de qualquer ser humano fora da rede social: falta de educação. Por exemplo, quando escrevo alguma coisa na minha página, estou tornando meu pensamento ou opinião públicos e ninguém é obrigado a concordar comigo. E acho ótimo que nem todos tenham a mesma visão a respeito das coisas porque se não a vida seria muito chata. Assim, estou preparada para comentários que discordem de mim. "Quem fala o que quer, ouve o que não quer". E muitas vezes é assim mesmo. Mas quando alguém entra na minha página pra deixar algum comentário sem noção (que pode ser a respeito de alguma preferência minha, seja política, religiosa ou esportiva) fico bem irritada. 

Como disse antes, se você tem educação, isto é, não vive entrando na página dos outros para deixar brincadeiras ou comentários sem noção a respeito do que você acha, é inconcebível que façam isso com você. Entrar na página de alguém e publicar sua opinião seja pra brincar, sacanear, ou irritar mesmo, pra mim, é falta de respeito. É como entrar na casa dos outros sem ser convidado. Por isso, posto minhas opiniões ou coisas com as quais me identifico, na minha página e não na dos outros. 

De toda forma, o facebook me trouxe muitos encontros bacanas e é uma nova forma de comunicação e isso é fato. Muitas vezes falo mais rapidamente com alguém aqui do trabalho sobre algo também de trabalho através do facebook que por email. Acho importante usar essa ferramenta. Recebo muito carinho de pessoas que não vejo sempre, vejo fotos dos filhos de amigos queridos e me divirto acompanhando seu crescimento, mesmo que não os veja sempre por falta de tempo ou distância. Pra mim, as redes sociais têm muito mais coisas positivas que negativas. E, assim como fazemos com pessoas com as quais lidamos diariamente e com quem não temos muita afinidade, também temos mais contato nas redes sociais com algumas pessoas que com outras. É uma repetição do real para o virtual. No mais, é tirar o que há de bom e deixar o que não presta de lado. 

Simples, pra que complicar?

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Carinho é sempre bom




Hoje tive uma surpresa muito especial ao final da aula na academia. Meus amigos, com quem convivo diariamente, com quem divido uma horinha todas as manhãs, com quem reclamo das dores dos exercícios e dou muita risada, falando todas as besteiras possíveis e impossíveis, compraram um bolo de aniversário pra mim!! Eu não sei se eles sabem o quanto me fizeram feliz com um gesto simples, mas que mostra que se importam. 

Eu fiquei, verdadeiramente, feliz. E, como todas as vezes que alguém faz alguma coisa que me enche de amor, chorei. Saí da academia contente demais, sabendo que meu dia - que nem é ainda o do meu aniversário - seria um dia delicioso. Um prenúncio do que será meu final de semana. 

Não tem coisa melhor nessa vida que carinho. E eu espero devolver a todos esses amigos especiais de todas as manhãs, um pouco que se seja da emoção que me proporcionaram. E, mais além, peço que Deus cuide de cada um deles, lhes dando saúde e muita tranquilidade. Eles merecem. 

Muito obrigada!!!

terça-feira, 10 de junho de 2014

Careta

Não sei se é radicalismo da minha parte, mas parece que no mundo de hoje está tudo virando ao contrário. Quem não paga suas dívidas, tem sempre uma anistia ou facilidade para pagá-la depois, como no caso das multas de trânsito ou cartão de crédito. Sinto-me sempre uma idiota por pagar minhas multas em dia e depois ver que quem deve um horror em infrações de trânsito tem 50% de desconto para quitar. O certo parece que está virando o errado. Normal agora é não se chocar mais com impunidade ou falta de caráter. E isso está ficando tão recorrente que chega a me assustar.

Essa semana eu estava folheando uma das revistas mais vazias do século: Caras. A revista é tão idiota que quando você vira a última página, não sobra nada, a bichinha está datada, velha que só. Em uma semana, fulaninho e fulaninha estão comemorando o encontro de suas almas gêmeas, três semanas depois são capa da revista novamente, só que contando  como estão "encarando o mundo depois da separação". Enfim, é tudo descartável. Aí nessa Caras que eu estava lendo, olhando as fotos dos vestidos lindos das celebridades ou me inteirando do mundo das fofocas (e mudando a minha vida com tudo isso!! hahahahhaa), tinha uma entrevista com a Ana Paula Tabalipa, uma atriz que tem 3 filhos e está grávida do quarto. O primeiro filho é do primeiro casamento, os outros dois são do segundo relacionamento e essa gravidez é de outro rapaz. Na entrevista ela é questionada a respeito de como é o relacionamento de seus filhos com seus pais. Pra minha estranheza, ela respondeu que "costuma brincar que os filhos são só dela e pronto." Não entendi muito bem o que ela quis dizer com isso... Quer dizer que ela é uma mulher independente e não precisa do apoio dos progenitores? Quer dizer que os filhos não sentem falta da presença paterna? Quer dizer que não importa de quem sejam filhos, ela é a mãe e isso basta? Bom, cansei de entender e joguei fora essa frase meio sem nexo pra mim e segui lendo a matéria.

A repórter, em seguida, perguntou a respeito de seus relacionamentos não serem duradouros e tal, se isso trazia algum problema pras crianças. E ela respondeu o seguinte:

"Há uns 2 anos, Tom contou que nenhum amigo da escola tinha pais separados. Aí, eu disse: nossa, que gente careta! Vou te tirar de lá! Mas agora já tem gente separada. E não estou nem aí para o que falam. A vida é minha, ninguém paga minhas contas. Somos felizes, é o que importa."

Confesso que fiquei ainda alguns segundos, entre confusa e perplexa, olhando pra essa resposta. Peraí...

Quer dizer que agora também vou ser chamada de "careta" por ser casada? Normal agora vai ser casar e separar? Desculpem, mas eu casei pensando em ser pra sempre. Aceito perfeitamente que há relacionamentos que não dão certo e acho, exatamente como ela, que o que importa é sermos felizes. Mas não vou nunca concordar que casar e separar é ser cool e que viver a vida toda com a mesma pessoa é ser careta. Caretice não tem nada a ver com estado civil. Se ela quis dizer que nos dias de hoje é muito difícil não ter entre as crianças da mesma classe pelo menos uma com pais separados, concordarei. É verdade. Os tempos são outros e ninguém é obrigado a ficar casado, numa infelicidade tamanha, se o relacionamento azedou. Mas, pode ser uma visão romântica da minha parte, acho muito bacana que a maior parte dos amigos do filho dela tenham seus pais vivendo juntos, em harmonia, porque criança precisa de pai e mãe perto. E precisa muito mais de pai e mãe felizes, eu sei. Mas é inegável que  quando se tem pai e mãe perto e vivendo felizes, é maravilhoso. Chamar um casamento de caretice e ainda brincar dizendo que vai tirar o filho de uma escola com gente careta, ou seja, casados, é um pouco extremo. 

Mais adiante, na entrevista, ela seguiu justificando o porquê de seus relacionamentos não irem adiante:

" Acho lindo quem fica junto até velhinho, mas nunca imaginei isso pra mim porque sou muito prática. Não está dando certo, separa! As vezes sou até prática demais, de repente podia ter conversado, tentado mais uma vez... Mas, não. O que importa é a felicidade. Não fico sofrendo."

Pois é. O que ela chama de praticidade, eu chamo de preguiça. Desculpe, mas não pense que nossos avós e pais que viveram ou vivem juntos até hoje não passaram por maus bocados, altos e baixos. Não estou aqui falando de relacionamentos infelizes, onde uma pessoa está subjugada à outra, ou onde há uma relação de dependência seja econômica, financeira ou psicológica. Estou falando de relacionamentos saudáveis. Nenhum relacionamento dura 2, 3 ou mais décadas, se não houver muito bate-papo, muita vontade de estar junto com aquela pessoa escolhida, por quem seu coração bateu mais forte ou descompassado um dia. Nenhum casamento dura se não houver paciência e tolerância com o outro. Compreensão nas horas difíceis, amizade. Nenhum casamento resiste se você não respirar fundo e pensar duas vezes. Se você não quiser fazer dar certo. Realmente, se você, na primeira briga ou divergência de opiniões, for "prática" e colocar sua bolsa no ombro e der tchau, não vai durar mesmo. Nenhum relacionamento dura com tanta "praticidade". E o pior é que, agindo de forma tão prática, corre-se o risco de viver em busca do que acha bonito - "ficar junto até velhinho" - sem nunca encontrar. Porque pra ficar junto até ficar velhinho é preciso, em primeiro lugar, de amor. E é necessário, também, esquecer a preguiça e ser corajosa pra defender esse amor de tudo o que acontece todos os dias na nossa vida cotidiana pra sabotar esse amor. É muito mais fácil não lutar. É muito mais "prático".  É muito mais fácil simplesmente acreditar que o novo é melhor pra você. Que o namorado ou marido novo serão melhores pra sua vida. O novo não tem defeito, já reparou? Até deixar de ser novo e passar a ser velho. 

Portanto, não venham agora inverter mais isso e querer que o bacana, o descolado seja ter pais separados. Ter pais separados é, simplesmente e sem traumas, ok. Nem ruim, nem bom. É ok. Se os pais estão felizes, se relacionam bem ou, pelo menos, cordialmente em prol dos filhos, mas vale a separação que ter os pais vivendo sob o mesmo teto às turras. Mas eu não vou ser chamada de careta por acreditar no amor e nos relacionamentos duradouros. Acredito no amor e, pra mim, amor nunca foi descartável. Nem nunca será. 



quarta-feira, 4 de junho de 2014

Festinha à moda antiga

















Miguel é um garoto festeiro. Puxou a mim. Adoro estar com os amigos, adoro receber amigos e tudo é motivo para comemorar. Só que esse ano, como estávamos indo pra Disney, falei logo pro Guel que não teria dinheiro pra fazer uma festa. Por mais que ele não questionasse muito essa decisão, sentia que ele queria uma festinha. Quando ele  me perguntou porque não teria uma festa e expliquei que gastaríamos muito dinheiro com a viagem (que ele preferia fazer), ele perguntava se os amigos dele estariam na Disney também, como quem diz "se a viagem é para comemorar meu aniversário, meus amigos vão estar lá, né?". No fim, ele já entendia que não estariam e que tratava-se de fazer uma escolha.

Só que ele continuava:

- Não vou ter nem um bolo? 

E eu dizia que sim, faríamos um bolinho na escola mesmo e um em casa. Mas a carinha dele, uma carinha pidona, estava martelando minha cabeça. Mãe é assim mesmo e, se eu pudesse, faria uma festa também. 

Assim, resolvi fazer uma coisa simples e tive que fazer opções. A primeira delas foi quem convidar. Como tenho muitos amigos e o Namorado também, não poderia convidar um e não convidar outro. Não poderíamos ser deselegantes e magoar pessoas das quais gostamos tanto. Por isso, decidi que apenas convidaria a família e os amigos da escola do Miguel. Nem uma exceção foi aberta, até porque não conseguiríamos fazer isso: ter que escolher entre pessoas queridas quem seria convidado ou não. Se abrisse exceção para um amigo que fosse, não me sentiria bem. Então, na festinha improvisada do meu filho só estavam presentes a família, os amigos dele e seus pais, que já viraram nossos amigos. 

Decidi que faria uma reunião ao ar livre, sem barulho ou música alta. Um clima mais de tranquilidade mesmo, de forma que o único barulho que a gente escutasse fosse o de nossas vozes e o barulho de nossas crianças brincando. E depois que decidi isso, comecei a rezar para que fizesse tempo bom. Estava morrendo de medo de ter que adiar por conta da chuva. Por isso, me certifiquei que poderia adiar as encomendas, caso São Pedro não cooperasse. 

Minha madrinha e meu tio Jorge me ajudaram com a decoração, me deram as almofadas pras crianças sentarem e todas as toalhas. Minha madrinha ainda fez uns folhados e pães. Ainda chegaram mais cedo e arrumaram tudo pra mim. Minha sogra comprou os enfeites e o bolo. Minha irmã encomendou as cadeiras e mesas pra mim enquanto eu estava viajando e comprou os descartáveis. Minha mãe fez os doces, cachorro quente e salpicão. Encomendei o restante das comidas e arrumamos tudo em cima da mesa, porque as pessoas teriam que se servir já que não haveria garçons. Como todo mundo era de casa e as famílias dos amigos do Miguel já são família de tanto que convivemos, tudo foi feito de forma que todos ficassem a vontade pra comer e beber o que quisessem e para que se servissem. 

Contratei uma equipe de recreação para cuidar das crianças e foi a melhor coisa que fiz! A equipe Hora do Recreio foi maravilhosa, eram 3 monitores para umas 20 crianças e eles brincaram muito, deixando os pais em paz pra conversar. E contratei também uma fotógrafa, porque sempre digo que ter alguém pra registrar os momentos de qualquer ocasião especial é fundamental pra me deixar livre pra me divertir. De mais a mais, fotos são uma recordação da qual não abro mão. Arrisquei com a Paloma Lima e fiquei muito feliz quando recebi as fotos. 

Tudo acabou correndo muito melhor do que eu esperava... Uma festa à moda antiga, com tudo feito em casa mesmo, sem a segurança de uma casa de festas, mas com uma sensação gostosa de união da minha família. Exatamente como antigamente, minha família unida, cada um fazendo uma coisa, todos se ajudando. Nas lembrancinhas, decidi dar um toque meu e escrever um cartão para os convidados, dizendo que nós estávamos muito felizes com a presença, afinal, era um sábado no meio de um feriado, sem o conforto de uma casa de festas... E os pais dos amiguinhos foram tão delicados ao dizer que adoraram o cartão. Esses amigos do meu filho e seus pais são pessoas ótimas, gente do bem mesmo. Todo mundo querendo fazer dessas coisinhas lindas que Deus nos deu, pessoas bacanas pra deixar pro mundo. E o Miguel? Nossa, o Miguel se divertiu demais!! Como se tivesse tido uma festa na melhor casa de festas do mundo!!

Ou será que se divertiu até mais? 




terça-feira, 3 de junho de 2014

Advil

Pouco antes da hora de sua aula, uma professora muito querida, a Andreia, entrou na minha sala com uma carinha de quem não está bem. Perguntei o que havia acontecido e ela me disse que estava, desde cedo, morrendo de dor de cabeça, dessas que a gente não consegue nem abrir os olhos e que dá vontade de vomitar, sabe? Eu queria ter podido dizer pra ela ir pra casa, colocar alguém pra substituí-la, mas não havia tempo. Perguntei se ela já havia tomado algum remédio e ela disse que sim, mas a dor persistia.

Quando eu tenho alguma dor de cabeça muito forte, a única coisa que adianta pra mim é o Advil vermelho. E, poxa vida, sempre tenho um na bolsa e justamente naquele dia não tinha nenhum. Fui procurar com outra professora que também sempre tem o remédio e ela também não tinha. Enfim, tentei ajudar mas não consegui e lá foi Andreia pra sala de aula sem que eu pudesse lhe dar um remédio. 

Aí, já pensando em ligar pra farmácia pra pedir pra trazerem o Advil, olho pra cadeira em minha sala e vejo a sacola trazida pelo sapateiro com uma mochila dentro, a que o Namorado carregava na Disney. A coitada da mochila estava rasgando e o sapateiro deu um jeito nela. Então, olhei pra ela e algo me intuiu pra verificar a parte interna, pra ver se eu havia esquecido algo ali dentro. E, pra minha surpresa, tinha dois comprimidos de Advil!! Corri na cozinha pra encher um copo com água e lá fui eu bater na sala de aula da Andreia pra dar-lhe o remédio. 

Quando lhe entreguei o comprimido, o sorriso que recebi de volta foi tão aberto e genuíno que já me fez ganhar o dia. Só que, pegando-me de surpresa, depois do sorriso, ela me abraçou forte, um abraço daqueles que envolvem você, um abraço sincero, abraço de verdade, desses que fazem a gente sentir-se bemvinda e tão aconchegada que não quer sair mais ... E Andreia disse baixinho pra mim:

- "Você tem sido como um anjo na minha vida. Eu rezo, todas as noites, por você e por sua família. Rezo pra que Deus lhe cubra de bençãos."

Eu só consegui dizer a ela que não havia o que agradecer. Já estava emocionada e não queria chorar na frente do alunos dela. 

Na verdade, eu queria ter dito que eu é que agradeço por tê-la aqui na escola, trabalhando comigo. Uma professora dedicada, profissional responsável, astral sempre pra cima, mesmo que esteja passando por uma situação difícil como a que está vivendo. Ter gente que inspira o bem por perto é dádiva pura. E eu sou sempre grata por poder conviver com gente assim. 

Fui até a sala de aula só pra levar um copo de água e um Advil. Saí de lá cheia de amor. 

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Sempre pra você



O casamento de muito tempo precisa sempre de um carinho, uma atenção maior das duas partes envolvidas. É que a rotina é muito cruel, é como uma onda que engolfa a gente e quando percebemos estamos agindo meio que no automático. Quando você tem um namorado que não é chegado a demonstrações de carinho em público e que diz "eu te amo" mas nunca "eu te amo pra sempre", receber uma declaração de amor, seja lá de que jeito for, depois de 10 anos juntos, é muito especial.

Ontem, Namorado escolheu ouvir uma música que adoramos e que ele sempre diz que é perfeita pra nós dois. Ele colocou a música pra tocar e ficou quieto, como é seu costume. Eu perguntei:

- "Você colocou essa música pra mim, né, Namorado?"

E ele respondeu:

- "Essa música é pra você. Essa música é sempre pra você. Pode ter certeza: sempre você e só você."

Ai... Morri de amor.


This Never Happened Before 


I'm very sure this never happened to me before
I met you and now I'm sure
This never happened before


Now I see this is the way it's supposed to be
I met you and now I see
This is the way it should be


This is the way it should be for lovers
They shouldn't go it alone
It's not so good when you're on your own


So come to me
Now we can be what we wanna be
I love you and now I see
This is the way it should be


This is the way it should be


This is the way it should be for lovers
They shouldn't go it alone
It's not so good when you're on your own


I'm very sure
This never happened to me before
I met you and now I'm sure
This never happened before