terça-feira, 29 de maio de 2012

A mãe da mãe de todos

Um dos passeios que fiz em Quebec foi ir até a Basílica de Sant´Ana, padroeira de Quebec. Fomos até lá pra apreciar a arquitetura - a igreja é mesmo uma das mais belas que tive a chance de conhecer. Em nenhum momento me passou pela cabeça que me emocionaria tanto ao estar lá dentro, ao observar aquelas imagens, ao sentir aquela energia.




Sant´Ana é a mãe de Maria, por isso, a mãe de todas nós, mães. Acho que se eu tivesse ido até lá antes de ser mãe, não teria sentido metade da emoção que senti. O marido de Sant´Ana era Joaquim e ambos eram muito criticados pela igreja por não terem filhos. Só que Ana já era mais velha e estéril e Joaquim vivia conflituado entre a esperança de acontecer um milagre e a triste realidade que parecia não querer lhe conceder a graça de ter filhos. Diz a Bíblia que São Joaquim, então, foi para o deserto para ficar só e rezar e que um anjo apareceu dizendo a ele que Deus havia escutado suas orações e lhe daria o que pedia. Joaquim voltou pra casa e pouco tempo depois Ana descobriu-se grávida. Ana seria mãe de ninguém menos que Maria, mãe de Jesus. 

Quando entrei na igreja de Sant´Ana senti meu coração acelerar, me senti abraçada e protegida. Caminhava pela igreja chegando perto do altar, atraída por aquela imagem linda da mãe de Jesus bebezinha. Maria envolta em uma manta azul - simbolizando o manto de Nossa Senhora - no colo de sua mãe Ana. Alí mesmo ajoelhei e chorei. Chorei por saber da graça que é receber a benção de ser mãe, carregar dentro de si um filho e ser responsável pela formação de seu caráter, de sua educação, de seu respeito ao próximo e pela natureza. Senti na pele um arrepio pelo simples fato de, em um aspecto simples, ser igual a Ana e a Maria. E agradeci porque em todos os momentos em que fraquejei e me senti desesperada ou incapaz de dar conta dessa missão tão grandiosa, pedi colo a Maria e recebi amparo dentro da minha fé. A sensação era a de estar em um lugar que lhe diz a todo instante: aqui há uma energia de compreensão com as dores maternas, aqui se entende o sofrimento inerente a maternidade por mais que lhe digam que esse sofrimento não existe, aqui enxergamos todas as mães com suas virtudes e seus defeitos.






Hugo, entendendo que eu estava vivendo um momento muito meu, me deixou a sós com minhas orações e percebeu que eu estava muito emocionada. As vezes eu acho que só Maria seria capaz de me entender, só Maria seria capaz de entender as neuras que invadem minha mente vez ou outra, meus medos, minhas aflições. E alí estava eu, pertinho de Maria, sendo protegida pelos braços de sua mãe, vivendo o carinho que só uma mãe pode proporcionar ao seu filho.



Na parte lateral da igreja existe uma escultura que representa a dor maior: é a imagem de Maria sentada abraçando Jesus desfalecido em seus braços. Nunca uma imagem falou tanto, mais que todas as palavras que poderiam ser ditas. Não existe dor maior nesse mundo que a dor de uma mãe que perde seu filho. Essa igreja é maternidade pura. Feita por homens que, tenho certeza, foram orientados por Deus em cada pedacinho da construção, para que uma mãe que alí entrasse sentisse isso. Em meu peito, estando alí, senti a felicidade de Ana ao dar à luz Maria. Senti a segurança de Maria por estar nos braços de Ana. Senti a força de Maria por toda a sua existência. Senti a dor de Maria pela perda de seu filho. Como mãe, hoje, só peço a Deus que Jesus não tenha morrido em vão. Que a humanidade aprenda a viver melhor, que saibamos respeitar nossa vida, nosso corpo, nossa família, nossos irmãos. Porque uma mãe nunca deveria perder um filho à toa e, por isso, peço que a morte de Jesus sirva, através dos tempos, para nos levar a uma reflexão e nos ajudar a evoluir espiritualmente. Peço que Maria nos ajude a criar nossos filhos deixando para este mundo seres humanos melhores.

Quebec

Quebec é linda. Anda-se muito pra conhecer cada cantinho, mas vale a pena. Eu adoro andar, dificilmente pego taxi ou ônibus quando estou viajando. Acho que andando ganhamos a oportunidade de ver coisas e detalhes que normalmente não vemos quando estamos em algum veículo. Quebec é a maior província do país e, diferente dos outros lugares que visitei antes de chegar lá, onde a influência inglesa ou escocesa é grande, pode-se notar que a influência francesa é gritante. Quebec é mesmo muito diferente das outras províncias e notamos isso no povo, na arquitetura, no idioma e no modo de vida.

A cidade tem a parte baixa e a parte alta. É possível ir de uma parte a outra andando, subindo escadas e usando o teleférico que fica bem perto do Chateau Frontenac que é um hotel castelo lindo. É legal entrar e conhecer o hotel por dentro.

Não conheço a Europa, ainda, mas pelo que existe no meu imaginário me senti por lá estando em Quebec. Tive problemas com a comunicação porque, ao contrário dos demais lugares, em Quebec o povo fala francês e não gosta de falar inglês. Francês é o único idioma oficial da província. E eu não falo francês. Resultado: foi a primeira vez na vida em que tive problemas para ser entendida uma vez que falo espanhol e inglês e saber francês nunca havia me feito falta. Pela primeira vez, me senti tolida e não gostei. Ainda por cima, a galera, como dizem que são os franceses, não faz o menor esforço pra lhe entender se você não falar o francês de cara. Aprendi umas frases básicas em francês de sobrevivência pra poder mudar pra  inglês depois, com aqueles poucos que falavam inglês. Voltei decidida a aprender francês e espero conseguir tempo pra isso.

Visitamos as cataratas de Montmorency que fica ao redor de Quebec e é um lugar lindo. Pelas fotos que vi de lá em pleno inverno, vale a visita em qualquer época do ano. Estávamos no início da primavera e achei lindo, tirei foto com as florzinhas azuis que são as primeiras flores da primavera de lá. Os habitantes dizem que a primavera finalmente chega quando começam a ver as tais flores. A cidade é cheia de parques, tudo parece muito amplo e são tantas paisagens bonitas que ficou difícil escolher algumas fotos pra postar aqui. 















Fihos e tabus

Recebi esse video da querida Renata Borges. Ela me enviou dizendo que se lembrou muito de mim assistindo e achei que deveria compartilhar aqui com vocês. Me identifiquei demais, por razões que vocês já conhecem uma vez que estou sempre falando sobre esses tabus por aqui.

http://www.ted.com/talks/lang/pt-br/rufus_griscom_alisa_volkman_let_s_talk_parenting_taboos.html

terça-feira, 22 de maio de 2012

Dia das mães na escola

Esse dia das mães que passou teve um gostinho especial porque foi o primeiro dia das mães que o Miguel curtiu muito. Diferente dos dois anos anteriores, Miguel já sabia que era o meu dia e que eu devia ganhar um presente. Miguel fez questão de me dar o tal presente todo feliz e me cobrir de beijos. Logo pela manhã, já veio segurando uma caixa quase maior que ele pra me entregar. Foi uma delícia.





Nesse ano também teve a festinha da escola e tanto eu quanto ele estávamos bem ansiosos pra ver o que a turma tinha preparado pra nós, mães. Eu não estava com muitas expectativas quanto ao desempenho do meu filho. Não sabia se eles cantariam alguma musiquinha, se fariam alguma encenação, enfim, o que eu sabia é que achava muito provável que Miguel entrasse e ficasse parado, de repente tímido por ter tantas pessoas o observando à sua frente. 

Entretanto, como Miguel veio ao mundo pra me surpreender e mostrar que não podemos ter muitas expectativas e nem subestimar ou superestimar ninguém, ele entrou e pulava sem parar, rindo, sem um pingo de vergonha. Logo que ele entrou na sala caracterizado de sol, já me deu vontade de chorar... Aquele momento em que ele entrou, com os movimentos do corpo lentos, reticentes, desconfiados, mas com os olhinhos muito vivos, me buscando, me procurando, sabendo que a razão daquilo tudo era eu, me fez derreter. Não consegui filmar, só conseguia olhar pra ele, pulando lindo, sorrindo e olhando pra mim... Tive que fazer um esforço pra acordar do transe e tirar algumas fotografias pra mostrar pro Namorado depois. Só viver aquele momento me bastava. E eu que já estava chorando só de observar os filhotes das outras mães, não me aguentei mesmo e chorei boba, boba. 

Aquele instante único, em que os olhinhos dele encontraram os meus, ávido por se sentir seguro na minha presença, ansioso por mostrar pra mim o que havia ensaiado, fez meu coração disparar, feito coração apaixonado quando encontra o par, feito frio na barriga quando damos o primeiro beijo, feito adrenalina quando apresentamos um trabalho na escola e a professora diz que a apresentação foi maravilhosa... Miguel me faz sentir criança, Miguel me faz sentir a mulher mais viva do planeta, o ser mais amado, mais importante. Por isso, mesmo que ele não tivesse pulado que nem pipoca, nem dançado bonitinho pra mim, já teria valido a pena ver que seus olhinhos - rasgados como os meus - me procuram, onde quer que eu esteja, onde quer que eu vá.










segunda-feira, 21 de maio de 2012

E a Apple me pegou...

Sexta-feira passada meu celular querido, meu querido tijolinho, cansou. Simplesmente, todos me ouviam e eu não ouvia nada! A caixa de som do telefone foi pro espaço e eu, por mais louca que seja, nem pensei em mandar consertar um telefone tão antigo. Eu precisava de um celular novo. Minha irmã logo se prontificou para me dar o aparelho antigo dela, o que achei ótimo.

Todos no trabalho comemoraram o fato do aparelho velho não estar querendo trabalhar mais... Achavam que eu apareceria com um aparelho mais moderno. De fato, o aparelho cedido por minha irmã era BEM melhor que o aparelho que eu estava usando, mas também não era assim uma maravilha. Acho que foi a oportunidade que o namorado queria pra colocar na cabeça que precisávamos comprar um Iphone pra mim. Ele tentou fazer isso no sábado, eu resisti. Entretanto, no domingo, ele disse que compraria o telefone de qualquer jeito, que seria meu presente de aniversário (meu aniversário é em junho) e que eu me adaptaria facilmente já que tenho um Ipad (presente dele também) e gosto muito. 

Enfim, aqui estou para comunicar que, desde ontem, a Apple, definitivamente, me pegou e adivinha? Estou amando! Óbvio que não sei usar nem 20% das coisas que o telefone permite, mas, aos pouquinhos, quem sabe não chego lá? Engraçado é que estou recebendo "parabéns pela aquisição" ou "até que enfim um Iphone!" com uma frequência absurda!! Eu acho tudo muito engraçado e estou me divertindo com o fato de todos acharem que eu "merecia" um telefone bacana... Acho que o Namorado agora está bem mais feliz também e não terá mais motivos pra sentir vergonha todas as vezes que eu for tirar meu celular da bolsa pra ligar pra alguém...

sábado, 19 de maio de 2012

Irmão

Não sei se toda criança passa pela época em que pede irmãos aos pais. Eu não vivi isso porque a diferença entre mim e minha irmã é de apenas 1 ano e 8 meses, então desde que me entendo por gente tenho a minha irmã ao lado. Não sei o que é existir sem ter uma irmã. Miguel nunca mencionou isso, acho que é muito pequeno ainda pra se ligar nessas coisas e, com sorte, talvez ele nunca venha a questionar o fato de ser filho único. Espero que o convívio constante com as primas seja suficiente pra ele, não o faça desejar ter irmão. 

Há alguns meses, quando ele ainda estava na creche, as tias me relataram que estavam ouvindo a conversa dele com a amiguinha enquanto brincavam. A amiga disse: "Meu papai Mário." E o Miguel rebateu: "Meu papai Hugo." A amiga falou: "Minha mamãe Michele." E Miguel falou: "Minha mamãe Paula." Aí a amiguinha, pra seguir a ordem familiar, disse: "Meu irmão Marinho" E Miguel, que não se faz de rogado e tem resposta pra tudo, disparou: "Meu irmão Dudu e Fafá!!" Quero crer que seja assim que ele enxergue as primas Dudu e Rafa: como irmãs. Eu achei muito bonitinho que ele as considere assim. 

Tenho uma amiga, a Cris, que tem um filho de 6 anos, João, que vem pedindo muito pra ela lhe dar um irmão. Como eu, ela nem pensa nesse assunto, nem considera a possibilidade nem de forma mais remota. Enfim, depois de muito pedir, chorar e argumentar com a mãe, minha amiga, que já havia gasto toda a sua lista de bons motivos pra não ter outro filho, disse ao João que ela não tem mais idade pra ser mãe, já que está com 42 anos. Esse foi um motivo que o filho dela achou mais convincente. João apenas disse pra mãe que ela deveria ter lhe dado um irmão antes, mas, de fato, o argumento da idade foi algo compreensível e que fez sentido pra ele.

Questão encerrada, João não tocou mais no assunto por semanas. Até que uma noite, quando os dois estavam deitados na mesma cama antes de dormir, João se vira pra Cris e pergunta: "Mãe, até que idade uma mulher pode ter filhos?" Pra não dar maiores explicações que entrariam em contradição com o que havia dito ao filho anteriormente, Cris lhe disse que uma mulher poderia ter filhos até os 40. João ficou quieto por uns momentos e depois perguntou: "Quantos anos a tia Paula tem, mãe?" Cris respondeu que tenho 40. Pra surpresa da Cris, João que já estava deitado, sentou-se na cama de supetão e falou: "Mãe, liga agora pra tia Paula e fala pra ela fazer logo um irmão pro Miguel porque ainda dá tempo!"  

Foi aí que a Cris notou o tamanho da importância que o João estava dando pro fato de querer ter irmãos. João considera tão legal ter um irmão que, na impossibilidade dele de ter um, deseja que outra criança, no caso o Miguel, tenha. Nossa, achei muito fofinho quando a Cris me ligou pra contar isso. João nos mostrou o quanto preza o fato de se ter um irmão, tanto que quer pros outros o que não pode mais ter. E eu espero que Miguel nunca queira tanto assim um irmão porque, se quiser, vai ter que lidar com essa frustração. Está aí um assunto encerrado, de verdade, pra mim e pro namorado. 


quinta-feira, 17 de maio de 2012

Mont Tremblant

Mont Tremblant é uma estação de esqui, uma das mais famosas do Canadá. Parece um cenário de filme: as lojinhas são fofas, a organização, a arquitetura. Parece que estamos em uma cidade de brinquedo, com casinhas coloridas e neve, uma praça principal onde as coisas acontecem à noite e uma atmosfera deliciosa de tranquilidade. Lá, assim como na cidade de Quebec, a maior parte das pessoas já fala só francês o que dificultou um pouco as coisas pra mim. 

Estava um friozinho delicioso e eu e o namorado compramos queijos e vinho pra comer a noite já que o hotel em que ficamos (Marriot Residence Inn) tinha apartamentos duplex com sala, lareira, cozinha equipada e, por isso, resolvemos comer no apartamento mesmo. Foi ótimo! Não estávamos visitando em alta temporada, mas imagino que toda a paz e calma que vimos por lá não deva permanecer o ano inteiro, quando a estação recebe muitos canadenses interessados em esquiar. De toda forma, o lugar é lindo e merece a visita.










quarta-feira, 16 de maio de 2012

A Saga do Coco






Desfraldar totalmente uma criança pode ser fácil pra alguns, pra mim foi fácil em parte: a parte do xixi. Comecei a tirar a fralda do Miguel quando ele já tinha 2 anos e 7 meses. Sei que há crianças que começam bem antes disso, mas não achava meu filho maduro o suficiente. Em pouco tempo, ele não usava mais fraldas e hoje, aos 3 anos, vai ao banheiro sozinho pra fazer xixi, raramente pede minha ajuda. Acho muito fofo quando estou no meu quarto e ouço o barulho dele suspendendo a tábua do vaso sanitário pra fazer o xixi. É claro que vez ou outra, quando está brincando e fica com preguiça de parar a brincadeira, ele faz na roupa. É preciso ter paciência, mas confesso que depois de vê-lo fazer xixi sozinho milhões de vezes, não lido muito bem com o fato de o Miguel ser teimoso pra caramba! Várias vezes, antes de sair de casa, por exemplo, falo pra ele ir ao banheiro e ele diz que não quer, resultado: logo depois faz xixi na roupa e isso me aborrece, sim. A verdade é que não podemos perguntar pra criança se ela quer fazer xixi, é preciso dar uma voz de comando e pronto. Mas o xixi é assunto resolvido, não me dá problema. 

A questão aqui é o famigerado coco. Gente, conto nos dedos as vezes em que Miguel fez coco no vaso. Observo quando ele vai pra um cantinho, vejo que está fazendo força pra fazer coco, falo pra gente ir pro banheiro e tal e ele não quer de jeito nenhum. Eu fico com medo de ele ficar com prisão de ventre - o que aconteceu quando comecei a desfraldá-lo - e acabo deixando-o à vontade. Ele ainda pede: "Num olha não, mamãe. Vira pra lá." Enfim, lavar cuecas sujas de coco está virando rotina diária e me pergunto quando isso vai acabar. 

Não é que esteja preocupada com isso, na verdade estou até bem conformada com essa sina de lavar cuecas sujas, mas será que eu não deveria ser mais enfática com relação a este assunto? Simplesmente não estou me estressando com o fato do meu filho estar se recusando a fazer coco no vaso, estou dando o tempo que ele precisa. Mas como mãe é um ser que nunca sabe se está fazendo certo, fico me perguntando se deveria insistir mais e levá-lo pro banheiro na hora em que vejo que ele vai fazer coco. 

Em certas ocasiões, Miguel pede pra fazer coco no banheiro, em algumas realmente é o que acontece, mas na maioria das vezes ele fica sentadinho por um tempo e não faz nada. Logo depois ele faz... Na roupa. E assim vamos indo: ele fazendo coco na roupa e eu limpando e ainda agradecendo a Deus por ele não estar com prisão de ventre. E mãe é resignada, né? Nunca pensei que fosse lavar tanto coco sem ter ânsia de vômito. Deve ser porque coco do filho da gente é diferente... A que ponto chegamos por um filho ... Tem hora que dá vontade de pegar a cueca e jogar no lixo, mas eu respiro fundo e vou pro tanque, afinal, não sei quando essa estória vai acabar e, pelo andar da carruagem, se for jogar todas as cuecas cagadas fora, ainda vou gastar muito dinheiro comprando cuecas pro Miguel.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Parc Omega




O parque fica no caminho para Mont Tremblant e eu e o namorado realmente não sabíamos se deveríamos gastar nosso tempo e dinheiro fazendo esse passeio. O principal motivo é que não sou muito amante de animais, quer dizer, nunca trataria mal um bichinho, mas não gosto da idéia de tê-los. Bicho dá trabalho pra caramba e se é pra ter um bichinho é pra cuidar direito, como não tenho disposição e não quero dispor de mais tempo pra isso, sempre digo que não quero saber de bichos em casa. Enfim, por isso e por morar em um país cheio de animais, não estava vendo muita graça em fazer o tal passeio. 

Acontece que o parque não é um zoológico em que os bichos encontram-se enjaulados, na verdade, a gente passa por eles de carros e eles chegam muito perto, chegam a colocar a cabeça pra dentro se você tiver uma cenourinha pra oferecer. Além disso, as paisagens são bacanas e o parque é muito bem cuidado. E, é claro, vi bichos que nunca veria no Brasil, cervos, alces, búfalos, lobos, guaximins, veados  e o mais esperado de todos:  o urso. 

No final das contas, achei bem legal, foi uma experiência válida ainda mais que fica no caminho entre Ottawa e Montreal e não tivemos que desviar do caminho. Outras pessoas que gostam mais da vida animal estavam maravilhadas, não foi o meu caso, mas é porque, como já falei, não sou amante dos bichos. 









quinta-feira, 10 de maio de 2012

Terceiro Aniversário

Sempre achei fazer aniversário bom demais! E acho que meu filho herdou esse meu gostar. Miguel estava ansiosíssimo desde ontem, porque hoje seria o dia da festinha dele na escola. Já acordou animado, ganhando seu presente. Ficou brincando a manhã inteira e fez questão de levar o presente pra escola. 

De fato, Miguel teve um progresso absurdo nesses 3 meses em que está frequentando a nova escola. No princípio, pensei que fosse ficar bem tímido por mais tempo, mas o que aconteceu é que Miguel está interagindo maravilhosamente bem com os amigos, sua professora, as estagiárias e até com os professores das outras turmas que estão sempre  brincando com ele quando estou chegando na escola para deixá-lo. Miguel está à vontade e, hoje, especialmente feliz por estar completando 3 anos e comemorando junto com os colegas. 

À noite tem mais um "parabéns" lá em casa e sábado a festinha dele mesmo. Estou louca pra chegar logo e fico pensando em todos os preparativos e na alegria do meu filho. No dia de hoje, com tantos amigos meus desejando tudo de bom pro Miguel, pessoas que nem convivem com ele, mas que o conhecem de me ouvir falar, de contar suas estórias e travessuras, lembro do que sempre escutei minha mãe repetindo: "Quem meus filhos beija, minha boca adoça." Estou feliz hoje como se fosse meu aniversário, estou feliz hoje porque vejo o quanto meu filho é querido e isso é tão bom... Deixo aqui registrado minha cartinha pro Miguel, cartinha que um dia, eu sei, ele vai ler e entender um pouco do que sinto hoje. 


"Miguel, meu amor, minha delicinha... 

Não é segredo pra ninguém que eu não sabia se queria ter filhos. Acho que eu tinha medo de não ser uma boa mãe. Só que o tempo passou e vejo que aquele tic-tac no meu peito, aquele barulhinho de  relógio que me mostrava que o tempo estava correndo e que passou a me chatear toda noite quando eu ía dormir, foi um sinal de Deus para que eu acordasse, para que eu visse que precisava viver tudo isso que vivo diariamente com você. 

Quando eu e seu pai olhamos pro seu rostinho hoje de manhã, ainda dormindo, nos abraçamos e nos demos parabéns também. Parabéns por termos passado por esses três anos juntos, ainda mais unidos e fortalecidos por sua presença. Parabéns por termos arriscado formar uma família linda. Abraçados,  nos congratulamos por termos você. Você é nosso presente maior, nosso amor maior, nosso melhor sonho. Eu e seu pai temos muitos planos, muitos objetivos a serem atingidos, muitos projetos pra pôr em prática, muitos sonhos pra sonhar, mas de tudo o que queremos da vida, acredite, o que mais desejamos é que você seja feliz. 

Feliz aniversário, Miguel. Te amo.

Mamãe"

terça-feira, 8 de maio de 2012

Ottawa

Chegamos ao meu lugar favorito da viagem ao Canadá!!! Nunca pensei, quando planejamos nossa viagem, que a cidade que me deixaria realmente encantada seria Ottawa. Mas foi. Simplesmente me apaixonei pelo lugar e, posso dizer, com certeza, que nenhuma das outras cidades que visitamos depois dela foi tão encantadora. Engraçado é que tantas pessoas falam muito de Montreal, Toronto e Quebec e não dão, na minha opinião, o devido valor a esse lugar lindo. Talvez porque Ottawa seja a mais pacata das cidades vizinhas e não tenha mesmo muita badalação. De repente foi por isso que gostei tanto, senti uma paz enorme na cidade e me senti em casa. Sou muito ligada em energia e amei o ritmo de lá.

Ottawa fica às margens do Rio Ottawa, pertinho de Quebec. Lá fica o maior ringue de patinação do mundo porque o canal Rideau congela e pode-se patinar no gelo por 8 quilometros. Estava fazendo um frio danado e, à noite, pegamos uns 2 graus em plena primavera. A arquitetura do lugar é maravilhosa, a cidade parece toda em harmonia e me deu vontade de ficar mais tempo. Lá está o Museu das Civilizaçoes, um dos museus mais legais que já visitei. Há uma parte só pra crianças que é imperdível, totalmente interativo, tem um pouquinho de cada país em miniatura, quer dizer do tamanho ideal da perspectiva de uma criança e elas brincam muito, participando de todas as atividades propostas pelos funcionários do museu. Me deu uma vontade enorme de estar com o Miguel lá porque sei que ele teria amado!

Um professor fofo que trabalha comigo está planejando uma visita ao Canada em suas férias e não havia incluído Ottawa em seus planos, principalmente depois que uma amiga lhe disse que Ottawa era "uma Brasília melhorada". Gente, eu conheço Brasília e, com todo respeito aos moradores da nossa capital, olhem as fotos e tirem suas próprias conclusões... Eu só posso entender que a pessoa que fez esse comentário infeliz nunca esteve em Ottawa ou nunca esteve em Brasília... 


Chegando em Ottawa - cidade ao fundo


Estátua do de um dos melhores pianistas de jazz do mundo: Oscar Peterson


Hotel Chateau Laurier ao fundo


Memorial da guerra








Parlamento




















Museu das Civilizações


Galeria Nacional de Arte


Catedral de Notre Dame