segunda-feira, 28 de abril de 2014

Ele e eu

Algumas pessoas convivem a vida inteira com namorados e namoradas bem parecidos não só nos gostos mas também no jeito de ser e de encarar a vida e as situações cotidianas. Já disse que eu e o Namorado não estamos incluídos nesse caso. Somos muito diferentes. Diferentes mesmo. 

Eu risonha, ele sério. Eu falante, ele calado. Eu bagunça, ele calmaria. Eu nuvem, ele terra. Enfim, as diferenças são grandes, mas temos algumas coisas importantes em comum: o que queremos pra nossa vida, os valores positivos recebidos de nossas famílias e a vontade de fazer o outro feliz. Isso sem contar que hoje temos o Miguel. 

Só que algumas diferenças são tão gritantes, que chegam a ser engraçadas. Então, quando vi essa cena do seriado The Big Bang Theory, me vi totalmente ali. Amy e Sheldon. Ele falando coisas que parecem de outro mundo pra mim, coisas pras quais não dou a menor importância. E ele querendo que eu preste atenção como se fosse algo muito relevante. Coisas que só quem se relaciona com um geek entende. Hugo é fissurado em tudo o que diz respeito a tecnologia, eletrônicos, sistemas. Eu não entendo nada. Mas ele quer me explicar. E aí é que a coisa fica insana. Seria a mesma coisa se eu tentasse explicar pra ele tendências de moda e os termos específicos usados nesse meio. Ele até entenderia, mas... pra quê? Isso é irrelevante pra ele. Assim como saber os vários tipos de video games existentes no mercado ou configurações de computador é pra mim.

A cena da qual estou falando está aí abaixo e me desculpem os que não falam inglês, mas não consegui com legendas. 





quarta-feira, 23 de abril de 2014

Sempre por você

Nossa viagem em família foi maravilhosa. Não poderia, nem em meus melhores sonhos, imaginar o que senti tantas e tantas vezes olhando a carinha do meu filho. 

Brincaram comigo dizendo que só viram fotos do Miguel. Minha amiga disse até que achava que eu havia ido pra outro lugar e mandado apenas o Miguel pra Disney. Mas a verdade é que aproveitei tudo com ele e muitas vezes me pegava não prestando mais atenção àquelas brincadeiras já minhas conhecidas, porque a graça de tudo estava, dessa vez, em ficar olhando pro rostinho do meu menino, registrando todas as reações, fotografando com todas as possíveis cores, cada risada, cada surpresa, cada sinal de sua espontaneidade. 

No dia de Magic Kingdom, vivi uma emoção única assistindo ao Wishes. Miguel no colo do Hugo e eu ao seu lado. Hugo e eu apertando nosso bebê. Grudados. Hugo e eu de mãos dadas. Hugo me perguntando se eu entendia a grandeza daquele momento. Eu derramando lágrimas e lágrimas que respondiam por si que sim, entendia perfeitamente. Nós dois de mãos dadas, agarrando nosso filho, olhando pro céu. Os três felizes e emocionados, cada um a sua maneira, unidos no mesmo sentimento de paz e gratidão. 

Não agradeço apenas por ter realizado esse sonho. Agradeço muito pelo filho que tenho. Um garoto do tipo "topa tudo", que tem um gás inesgotável para viver as coisas boas da vida, que dança, que pula, que reclamou de ficar em fila como todo mundo, mas que abria um enorme sorriso quando me dizia: "Somos os próximos, mamãe!!" E, assim, esquecia toda a espera pra começar tudo de novo em seguida. 

Miguel me toca de tantas maneiras. Ele me ganha no olhar, no carinho de gostar de ficar de mãos dadas comigo, no jeito de me dizer que sou sua gostosinha, sua "tchutchuquinha", quando diz que me ama, quando diz que quer ficar agarradinho comigo o dia todo, quando diz que vai me proteger se eu sentir medo. Miguel me ganha nos olhos puxados, no sorriso que faz covinha, nas caras e bocas, em cada expressão facial, no jeito de falar, na voz rouca que parece ser a de um menino mais velho. Ele me ganha quando está no quarto dele brincando e entra de surpresa no meu quarto só pra me beijar e sair em seguida. 

Miguel me dá a certeza de que mesmo que nossas estradas nos levem pra longe, sempre estaremos perto um do outro, porque esse sentimento que ainda me pega de surpresa, esse amor incondicional que vivo diariamente e que é eterno, vai nos deixar unidos por todos os dias de nossa vida. Porque sei que ele sempre vai me tocar, emocionar, lembrar-me que sou uma pessoa melhor porque ele existe. E, por ele, faria qualquer sacrifício, qualquer coisa pra vê-lo feliz. Porque vê-lo feliz já é meio caminho andado pra minha felicidade. 

Essa música é pra você, filho. 


"You can reach me by railway, you can reach me by trailway
You can reach me by airplane, you can reach me with your mind
You can reach me by caravan, cross the desert like an Arab man
I don´t care how you get here, get here if you can

You can reach me by sailboat, climb a tree and swing rope to rope
Take a sled and slide down slow into these arms of mine
You can jump on a speedy colt, cross the border in a blaze of hope
I don´t care how you get here, get here if you can

There are hills and mountains betweem us
Always something to get over
If I had my way, surely you would be closer
I need you closer

You can windsurf into my life, take me up on a carpet ride
You can make it in a big balloon, but you better make it soon
You can reach me by caravan, cross the desert like an Arab man
I don´t care how you get here, get here if you can

I don´t care, I don´t care, I need you right here right now
Right by my side ..."

I


terça-feira, 15 de abril de 2014

9 anos

Em 16 de abril de 2005, tornei-me sua esposa. E lá se vão 9 anos. Cumplicidade, amizade, amor. 

Namorado, você não é o que imaginei pra mim. Você é muito mais. 

É o amigo que me diz quando estou errando. É o meu amante. É o meu namorado. É o pai do meu filho. E o amo ainda mais por isso. Por todas as noites insones juntos, por todas as preocupações divididas, pela troca de nossos sorrisos de orgulho da criança que fizemos, por todas as nossas risadas sem fim. Amo seu jeito tosco, sua falta de sutileza. Amo o fato de sabermos o milagre que vivemos todos os dias: o de amar e ser amado. Amo quando ri de mim. E amo como fica olhando pra minha cara quando choro por tudo e qualquer coisa. Amo como você cuida de mim. Amo você ainda mais depois de cada momento difícil, depois de cada aprendizado. 

Nove anos de casamento. Parece mais. E também parece pouco. Porque uma vida é pouco quando a gente encontra alguém que aceita dividi-la com a gente. 

Parabéns pra nós! E mesmo que você diga que não sabe se vai me amar pra sempre, que tudo o que temos é o hoje, digo-lhe com todo coração que quero que seja pra sempre. 

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Amor, mil vezes amor.


O amor sempre encontra uma maneira. Sempre dá um jeito de unir quem precisa estar junto. Pra mim, o amor é tudo. Sou eu. Você. É a amizade. A solidariedade. O amor é o que une, o que preenche, o que emociona. É a família. Um beijo. O amor é o cuidado, a preocupação. É a ajuda na hora certa. É o sim. É o não. O amor está em tudo e em todas as coisas. É Deus.

domingo, 6 de abril de 2014

Happy


Nada poderia retratar mais o que estou sentindo hoje. Nada se compara a estarmos juntos, cheios de expectativa e ansiedade, de mãos dadas. Felizes. Nada que estivesse vivendo hoje chegaria perto da emoção dessa viagem tão sonhada, planejada e idealizada para ser uma viagem inesquecível. Não há nenhum outro lugar no qual eu desejaria estar mais a não ser aqui, com o Namorado e com o Miguel. Porque bom é saber o que é felicidade! E melhor é viver isso! Aí vai a trilha sonora do momento:


"Because I’m happy 
Clap along, if you feel like a room without a roof
Because I’m happy
Clap along, if you feel like happiness is the truth
Because I’m happy
Clap along, if you know what happiness is to you
Because I’m happy
Clap along, if you feel like that’s what you wanna do..."

sábado, 5 de abril de 2014

Disney em família



O blog andou largado durante o mês de março. Fiquei totalmente sem tempo pra escrever porque o mês que antecede férias sempre é muito corrido pra mim. Aliás, deve ser corrido pra todo mundo porque há sempre muitas coisas a serem adiantadas de forma que nossa ausência não seja sentida. Ou que seja sentida o mínimo possível, pelo menos no trabalho. Então, março passou em um piscar de olhos, o dia voava e nem dava tempo de fazer tudo o que eu queria e precisava fazer. 

A primeira vez que visitei Orlando eu tinha 15 anos. Depois voltei diversas vezes, muitas a passeio. Algumas a trabalho. Embora a viagem a trabalho tenha um foco diferente e uma responsabilidade enorme, o que impede você de relaxar, minha pele arrepia só por estar lá. Eu amo a energia do lugar, eu amo esquecer tudo o que existe de ruim no mundo, eu amo brincar de ser quem eu quiser. E, desde que Miguel está em minha vida, eu queria apresentar isso a ele. Eu queria viver isso outra vez, com ele ao meu lado.

Essa nossa viagem de férias foi muito pensada e repensada. Todo mundo sabe que viajo com o Namorado todo ano e desde que o Miguel nasceu não alteramos essa rotina. Aliás, nossas férias depois do nascimento do Miguel foram como oásis no deserto. Nossa vida de casal agradece por todos os momentos a sós e sem hora marcada que tivemos. Então, ao começarmos a avaliar se já estava na hora de viajar com o Miguel, resolvemos fazer uns testes antes. Fomos ao Beach Park, em Fortaleza, e ao Beto Carrero, em Santa Catarina, e Miguel passou com louvor pelos testes. Miguel gosta de viajar, não sente falta de casa, além de ser um menino que topa comer na rua sem problemas e se diverte com qualquer coisa.

Miguel está muito ansioso. Fala toda hora: "estou tão animado, mãe! Quantas vezes tenho que dormir e acordar até chegar o dia de ir pra Disney?", ouvi um sem contar de vezes ao longo dos últimos dias. Só que eu não sei se a animação dele se compara à minha. De verdade. Namorado também está muito excitado com essa viagem porque faz 6 anos que não vai a Disney e tem muita novidade pra ver. Por mais que eu saiba que Miguel não vai aproveitar todas as atrações porque ainda tem 4 anos - quase 5, na verdade - não posso nem imaginar minha emoção e a dele ao ver as personagens de que tanto gosta em sua frente. Não posso imaginar a alegria de fazer uma viagem com o Namorado e meu Miguel para um lugar idealizado e realizado para propiciar exatamente isso: a alegria e entretenimento em família. Não posso imaginar a minha emoção ao caminhar pela Main Street de mãos dadas com meu filho...

Aí, vimos logo que era hora de realizar um sonho. Não o do Miguel porque acho que ele ainda não poderia dizer que sonha em conhecer Walt Disney World. Mas, sim, o nosso sonho de mostrar pro nosso filho um lugar cheio de magia e luz, um lugar de puro divertimento e felicidade. Um lugar pensado pelo maravilhoso Walt e que toca direto meu coração. Essa viagem é a realização do sonho de Walt Disney: o de ver a família reunida em um lugar especialmente feito pra ela. Essa viagem é a realização do meu sonho. O sonho de mostrar pro nosso filho um lugar que eu e o pai amamos. E é isso o que vai acontecer a partir de hoje. A única certeza é que vou chorar de emoção muitas e muitas vezes durante esses dias por vir. E que venham muitas lágrimas de felicidade!! 


sexta-feira, 4 de abril de 2014

Na Fila da Pipoca




Muitas vezes fico desconcertada com o jeito do Namorado. Ele é o cara mais carinhoso e cuidadoso comigo, mas também é um sujeito sem meias palavras. E é assim com todo mundo. Ele não deixa ninguém se "fazer de engraçadinho" e tentar tirar vantagem em cima dele. Ao longo desses 11 anos de convivência, já vivemos várias situações de gente querendo bancar o esperto, gente que pára em vaga de idoso, gente que quer furar fila, gente que se aproveita dos outros. E o Namorado sempre é muito curto e grosso com pessoas assim. E ele é tão natural ao fazer isso que muitas vezes acho até engraçado essa naturalidade para dizer "NÃO" pra espertinhos de plantão. 

Ontem era dia dele buscar o Miguel na escola. E na porta da escola tem um pipoqueiro. Céus, por quê? Por que tem sempre que ter um pipoqueiro com filas enormes? Por que as mães, sempre na maior correria, têm que ficar ouvindo seus filhos dizerem que querem pipoca quando tudo o que elas querem é ir pra casa? Enfim, ontem não foi diferente e lá estava o pipoqueiro e lá estava meu filho dizendo pro pai que queria pipoca. A fila estava gigante, devia ter umas 10 pessoas na frente do Hugo. Mas pai é pai e lá foi o Namorado enfrentar a filinha pra satisfazer o desejo do Miguel. 

O pipoqueiro já estava atendendo uma pessoa e o próximo a ser atendido seria o Hugo. Atrás do Namorado já havia mais umas 7 pessoas - o pipoqueiro estava, definitivamente, em um dia de lucratividade. Então, eis que surge uma senhora de mãos dadas com sua netinha e, para surpresa do Namorado, não foi para o final da fila. A senhora postou-se ao lado do Hugo como quem seria a próxima. Hugo lhe lançou aquele olhar que quem convive com ele, sabe bem qual é: um olhar de poucos amigos, um olhar que diz "que porra é essa que você está pretendendo fazer??" Posso afirmar que esse olhar dá um certo medo em quem o recebe pela primeira vez.

Não satisfeita, quando o pipoqueiro entregava a pipoca à pessoa na frente do Hugo e, finalmente, seria chegada a vez do meu filho ter a pipoca pela qual esperou, pacientemente, pelos últimos 15 minutos, a senhora falou:

- Ai... Da licença, dá licença... Deixa eu ser atendida na sua frente? É que essa menina não sabe esperar nada!!

Coitada, a senhora sem noção falou com a pior pessoa que poderia ter falado porque com o Hugo não tem mememê e nem muita explicação. Pra ele, o certo é o certo e ponto. Eu teria dito: "Sinto muito, mas meu filho esperou muito na fila e, além disso, outras pessoas estão atrás de mim, também esperando, e não posso deixar a senhora passar na minha frente." Namorado diz que dou muita explicação. Ele tem toda razão. Tudo meu é muito explicado. Mal de professor, acho. Ou jeito de geminiana. Fato é que o Namorado olhou pra cara dela, mostrando toda sua indignação com a cara de pau da senhora e respondeu a coisa mais certa a ser dita:

- Não! 

Depois desse bom, propício e sonoro não, dirigiu-se ao pipoqueiro pedindo o tamanho da pipoca do Miguel sem olhar mais pra cara da senhora. Ainda perguntei ao Namorado se a tal da senhora foi pro final da fila, se alguém que estava atrás dele deixou que ela furasse a fila, enfim... Detalhes que as mulheres querem saber pra ilustrar a história. Mas o Namorado me disse que o que aconteceu com a senhora e com a menininha que não sabe esperar não lhe interessava. A única coisa que ele tinha certeza é que na frente dele a senhora não entraria. Segundo ele, não quis nem saber de olhar pra cara da senhora que está ajudando a criar uma monstrenga. Onde já se viu, querer furar fila porque a menina "não sabe esperar nada"? E nem vai aprender, se depender de sua família, né? Ela deveria é dar um bom exemplo pra neta. E assim caminha a humanidade. Até quando? Garanto que se essa menina ouvisse mais vezes um "NÃO" como o que ouviu do Namorado, haveria chance pra ela. Porque quando se trata de educar, dizer "não" pode ser tão lindo quanto dizer "sim".


quinta-feira, 3 de abril de 2014

Ainda sobre meninos e meninas

Ainda sobre toda essa polêmica com relação aos abusos sexuais e pra fechar o assunto, achei que deveria colocar aqui o texto de Camila Oliveira Dias. Achei sensacional e o texto retrata que o "buraco é muito mais embaixo". Nós, mães, como sempre digo e repito mil vezes, temos obrigação de mudar esse comportamento machista e permissivo com os meninos e tão rigoroso e chato com as meninas. Já falei disso aqui (http://ameninaeospensamentos.blogspot.com.br/2014/02/menino-e-menina.html). E esse é o lado bom: é possível mudar tudo isso. Só precisamos começar. Cada uma de nós fazendo sua parte em casa.

"Sou homem.

Quando nasci, meu avô parabenizou meu pai por ter tido um filho homem. E agradeceu à minha mãe por ter dado ao meu pai um filho homem. Recebi o nome do meu avô.

Quando eu era criança, eu podia brincar de LEGO, porque "Lego é coisa de menino" e isso fez com que minha criatividade e capacidade de resolver problemas fossem estimuladas. Ganhei lava-jatos e postos de gasolina montáveis da HotWheels. Também ganhei uma caixa de ferramentas de plástico para montar e desmontar carrinhos e caminhões. Isso também estimulava minha criatividade e desenvolvia meu raciocínio, o que é bom para toda criança.

Na minha época de escola, as meninas usavam saias e meus amigos levantavam suas saias. Dava uma confusão! E então elas foram proibidas de usar saias, mas eu nunca vi nenhum menino sendo realmente punido por fazer isso. Afinal de contas, "homem é assim mesmo! Puxou o pai esse danadinho!" - era o que eu ouvia. 

Em casa, com meus primos, eu gostava de brincar de casinha com uma priminha. Nós tínhamos por volta de 8 anos. Eu era o papai, ela era a mamãe e as bonecas eram nossas filhinhas. Na brincadeira, quando eu carregava a boneca no colo, minha mãe não deixava: "Larga a boneca, Juninho. É coisa de menina". E o pai da minha priminha, quando via que estávamos brincando juntos, de casinha, não deixava. Dizia que menino tem que brincar com menino e menina com menina, porque "menino é muito estúpido e, principalmente, pra frente". Eu não me achava estúpido e também não entendia o que ele queria dizer com "pra frente", mas obedecia.

No Natal, minha irmã ganhou uma Barbie e eu um beyblade. Ela chorou um pouco porque o meu brinquedo era muito mais legal que o dela, mas mamãe todo ano repetia a gafe e comprava pra ela uma boneca, um fogãozinho, uma geladeira cor-de-rosa, uma batedeira, um ferro de passar. 

Quando fiz 15 anos e comecei a namorar, meu pai me comprou algumas camisinhas. Na adolescência, ninguém me criticava quando eu ficava com várias meninas. Atualmente, continua assim. Meu pai não briga comigo quando passo a noite fora. Não fica dizendo que tenho que ser um "rapaz de família". Ele nunca me deu um tapa na cara desconfiado de que passei a noite em um motel. Ninguém fica me dando sermão dizendo que eu tenho que ser reservado e me fazer de difícil. Ninguém me julga mal quando quero ficar com uma mulher e tomo a iniciativa.

Ninguém fica regulando minhas roupas, dizendo que eu tenho que me cuidar. Ninguém fica repetindo que eu tenho que me cuidar porque "mulher só pensa em sexo". Ninguém acha que minhas namoradas só estavam comigo para conseguir sexo. Ninguém pensa que, ao transar, estou me submetendo à vontade de minha parceira. Ninguém demoniza meus orgasmos. 

Nunca fui julgado por carregar camisinha na mochila e na carteira. Nunca tive que esconder minhas camisinhas dos meus pais. Nunca me disseram para me casar virgem por ser homem. Nunca ficaram repetindo pra mim que "homem tem que se valorizar" ou "se dar ao respeito". Aparentemente, meu sexo já faz com que eu tenha respeito. 

Quando saio na rua ninguém me chama de "delícia". Nenhuma desconhecida enche a boca e me chama de "gostoso" de forma agressiva. Eu posso andar na rua tomando um sorvete tranquilamente, porque seu que não vou ouvir nada como "larga esse sorvete e vem me chupar". Eu posso até andar na rua comendo uma banana. 

Nunca tive que atravessar a rua, mesmo que lá estivesse batendo um sol infernal, para desviar de um grupo de mulheres num bar, que, provavelmente, vão me cantar quando eu passar, me deixando envergonhado. Nunca tive que fazer caminhada de moletom porque meu short deixa minhas pernas de fora e isso poder ser perigoso. Nunca ouvi alguém me chamando de "desavergonhado" porque saí sem camisa. Ninguém tenta regular minhas roupas de malhar. Ninguém tenta regular minhas roupas. 

Eu nunca fui seguido por uma mulher em um carro enquanto voltava para casa a pé. Eu posso pegar metrô lotado todo os dias com a certeza que nenhuma mulher vai ficar se esfregando em mim, para filmar e lançar depois em algum site de putaria. Nunca precisaram criar vagões exclusivamente para homens em nenhuma cidade que conheço. Nunca ouvi falar que alguém do meu sexo foi estuprado por uma multidão. Eu posso pegar ônibus sozinho de madrugada. Quando não estou carregando nada de valor, não continuo com medo pelo risco de ser estuprado a qualquer momento, em qualquer esquina. Esse risco não existe na cabeça das pessoas do meu sexo. Quando saio à noite, posso usar a roupa que quiser.

Se eu sofrer algum tipo de violência, ninguém me culpa porque eu estava bêbado ou por causa das minhas roupas. Se, algum dia, eu fosse estuprado, ninguém iria dizer que a culpa era minha, que eu estava em um lugar inadequado, que eu estava com a roupa indecente. Ninguém tentaria justificar o ato do estuprador com base no meu comportamento. Eu seri tratado como VÍTIMA e só.

Ninguém me acha vulgar quando faz frio e meu "farol fica aceso". Quando transo com uma mulher logo no primeiro encontro, sou praticamente aplaudido de pé. Ninguém me chama de "vagabundo", "fácil", "puto" ou "vadio" por fazer sexo casual às vezes. 

99% dos sites de pornografia são feitos para agradar a mim aos homens em geral. Ninguém fica chocado quando eu digo que assisto pornôs. Ninguém nunca vai me julgar se eu disser que adoro sexo. Ninguém nunca vai me julgar se me vir lendo literatura erótica. Ninguém fica chocado se eu disser que me masturbo.Nenhuma sogra vai dizer para a filha não se casar comigo porque não sou virgem.

Ninguém me critica por investir na minha vida profissional. Quando ocupo o mesmo cargo que uma mulher em uma empresa, meu salário nunca é menor que o dela. Se sou promovido, ninguém faz fofoca dizendo que dormi com minha chefe. As pessoas acreditam no meu mérito. Se tenho que viajar a trabalho e deixar meus filhos apenas com a mãe por alguns dias, ninguém me chama de irresponsável. Ninguém acha anormal se, aos 30 anos, eu ainda não tiver filhos.

Ninguém palpita sobre minha orientação sexual por causa do tamanho do meu cabelo. Quando meus cabelos começarem a ficar grisalhos, vão achar sexy e ninguém vai me chamar de desleixado. A sociedade não encara minha virgindade como um troféu. 

90% das vagas do serviço militar são destinadas às pessoas do meu sexo. Mesmo quando se trata de cargos de alto escalão, em que o oficial só mexe com papelada e gerência. 

Se eu sair com uma determinada roupa ninguém vai dizer "esse aí tá pedindo". Se eu estiver em um baile funk e uma mulher fizer sexo oral em mim, não sou eu quem sou ofendido. Ninguém me chama de vagabundo e nem diz "depois fica postando frases de amor no facebook". Se vazar um video em que eu esteja transando com uma mulher em público, ninguém vai me xingar, criticar, apedrejar. Não serei o piranha, o vadio, o sem valor, o vagabundo, o cachorro. Estarei apenas sendo homem. Cumprindo meu papel de macho alpha perante a sociedade. Se eu levar uma vida putona, mas depois me apaixonar por uma mulher só, as pessoas acham lindo. Ninguém me julga pelo meu passado.

Ninguém diz que é falta de higiene se eu não me depilar. 

Ninguém me julgaria por ser pai solteiro. Pelo contrário, eu seria visto como um herói. 

Nunca serei proibido de ocupar um cargo alto na Igreja Católica por ser homem. 

Nunca apanhei por ser homem. Nunca fui obrigado a cuidar das tarefas da casa por ser homem. Nunca me obrigaram a aprender a cozinhar por ser homem. Ninguém diz que meu lugar é na cozinha por ser homem. Ninguém diz que não posso falar palavrão por ser homem. Ninguém diz que não posso beber por ser homem. 

Ninguém olha feio para o meu prato se eu colocar muita comida. Ninguém justifica meu mau humor falando dos meus hormônios. Nunca fizeram piadas que subjugam minha inteligência por ser homem. Quando cometo alguma gafe no trânsito ninguém diz "tinha que ser homem mesmo!" Quando sou simpático com uma mulher, ela não deduz que "estou dando mole". Se fizer uma tatuagem, ninguém vai dizer que sou um "puto". Ninguém acha que meu corpo serve exclusivamente para dar prazer ao sexo oposto. Ninguém acha que terei de ser submisso a uma futura esposa.

Nunca fui julgado por beber cerveja em uma roda onde eu era o único homem. Nunca me enxaixo como público-alvo nas propagandas de produtos de limpeza. Sempre me encaixo como público-alvo nas propagandas de cerveja. 

Nunca me perguntaram se minha namorada me deixa cortar o cabelo. Eu corto quando quero e as pessoas entendem isso. Não há um trote na USP que promove minha humilhação e objetificação. A sociedade não separa as pessoas do meu sexo em "para casar" e "para putaria". Quando digo "não" ninguém acha que estou fazendo charme. Não é não. Não preciso regrar minhas roupas para evitar que uma mulher peque ou caia em tentação. 

As pessoas do meu sexo não foram estupradas a cada 40 minutos em SP no ano passado. As pessoas do meu sexo não são estupradas a cada 12 segundos no Brasil. As pessoas do meu sexo não são estupradas por uma multidão nas manifestações do Egito. 

Não sou homem. Mas, se você é, é fundamental admitir que a sociedade INTEIRA precisa do feminismo. Não minimize uma dor que você não conhece."








quarta-feira, 2 de abril de 2014

Estupro

Esse falatório todo sobre homens declarando, entre outras barbaridades, que certas mulheres simplesmente "merecem" ser estupradas de acordo com a roupa que usam ou de acordo com o modo como se comportam é, no mínimo, angustiante. Junto com o estupro vem um sentimento de que a vítima, que muitas vezes não reage por medo de morrer, consente o ato. E, além disso, a mulher sente culpa. Uma culpa totalmente sem propósito ou razão, uma culpa que parece estar no nosso DNA. 

A mulher sente culpa porque acha que a roupa provocou o agressor. A mulher sente culpa porque ainda não nos livramos do pensamento de que uma mulher que teve relação sexual  esteja desonrada. A mulher também se enche de medo de acharem que ela teve culpa. Ainda hoje, não somos tratadas com o devido respeito e, assim, muitos acham normal colocar a mulher em uma posição de subserviência e/ou inferioridade. Para muitos a mulher existe para servir ao homem e aos seus desejos. 

Estou aqui escrevendo tudo isso porque passei por uma situação de abuso e durante muito tempo não falei sobre isso. A terapia me ajudou a trazer isso à tona e a trabalhar tudo isso em mim. Eu tive ajuda. E, na época, tive toda a ajuda dos meus pais que nunca me questionaram ou culparam por nada. Até porque não seria nada bom encarar alguém me culpando por atitudes de outros, além de eu ter que lidar com a culpa que minha mente me impingia. 

Eu tinha 12 anos e fazia aulas de piano. Era um dia de prova. Saí cedo de casa e resolvi desviar-me um pouquinho do caminho pra comprar um sorvete. Devia ser umas 2 horas da tarde. Lembro-me como se fosse hoje a roupa que estava usando: uma calça jeans, tênis e uma camiseta com mangas, larguinha, branca com um desenho de uma menina loura na frente. Carregando minha pasta com as partituras em uma mão e na outra segurando meu sorvete, comecei a fazer o caminho de volta pra, enfim, chegar até o local da prova. Mais abaixo na rua, havia um prédio que estava em obras, havia uns andaimes na frente e muito material de construção perto da portaria. Ao passar em frente, um homem me chamou. 

- Ei, menina!! Você poderia me ajudar?

Um pouco ressabiada, parei. Não andava pra frente e nem saia do lugar. Eu não sabia o que fazer. Quando achei que deveria continuar andando rumo a meu destino, ele repetiu:

- É rapidinho... Pode vir aqui me ajudar, por favor?

Bem, minha mãe sempre dizia pra mim, muitas e muitas vezes, quase como um mantra, que não deveria falar com estranhos, que não deveria abrir a porta de casa quando estivesse sozinha, que não deveria falar ao telefone com pessoas desconhecidas, muito menos responder perguntas e que não deveria aceitar nada de ninguém na rua ou entrar em qualquer carro que me oferecesse carona. Minha mãe trabalhava fora e, com 12 anos, eu ia e voltava das minhas atividades sozinha. Eram outros tempos, não havia tanto medo no ar como há hoje. E eu procurava respeitar todas as orientações de minha mãe, só que minha mãe nunca tinha me dito pra não ajudar as pessoas. Eu tinha 12 anos e havia alguém pedindo a minha ajuda. 

Decidi me aproximar do homem. Era um mulato, com olhos azuis. Devia ter uns 35 anos. Estava limpo e vestia uma calça jeans e blusa polo azul clara. Perguntei a ele como poderia ajudá-lo e ele me explicou que a namorada dele morava naquele prédio e que eles estavam brigados. Disse que gostaria que eu fosse com ele e tocasse a campainha do apartamento, assim ela abriria a porta e ele poderia conversar com ela porque tudo o que ele mais queria era fazer as pazes. Eu acreditei na história. E, contrariando o frio na minha barriga e a dor repentina no meu estômago, entrei no prédio com ele. Subimos o primeiro andar e o segundo de escadas. E aí parei de subir e perguntei a ele, antes de ir para o terceiro andar, qual era o número do apartamento da namorada dele. E, nessa hora, ele me agarrou. 

Durante segundos, ele tentou levantar minha blusa e enfiar as mãos por dentro e apertou minha bunda. E eu o empurrei e gritei. 

- Pára!!!

Acho que ele não esperava que eu gritasse, que tivesse alguma reação, e me soltou, surpreso. Aproveitei essa hora e desci correndo as escadas com ele atrás de mim. Desci um andar com ele vindo atrás e consegui descer e chegar ao térreo quando ele me alcançou e agarrou de novo. Só que eu estava mais perto da rua e gritei outra vez. E ele me deixou ir. Saí de lá tremendo, olhando pra trás, pensando que não deveria ter saído do meu caminho pra comprar o sorvete, que deveria ter ido direto fazer a prova de piano, pensando que nada disso teria acontecido se eu não tivesse inventado de sair da rotina. Eu não entendia direito o que tinha acontecido, mas sabia que não era algo bom. Eu só sentia que tinha feito besteira ao acompanhar o cara. Eu só pensava que tinha culpa.

Fui andando e me acalmando, precisava fazer a prova. A verdade é que eu não sabia o que era estupro, não sabia o que aquele homem poderia ter feito comigo, não tinha a menor noção da gravidade da situação. Só sabia que alguma coisa não estava certa no modo como aquele homem me tocou e que senti nojo. Fiz minha prova e fui pra casa. Calada. Não conseguia dizer uma palavra. 

Minha irmã logo percebeu que havia algo errado comigo assim que entrei em casa. Ficou atrás de mim pelo resto da tarde, perguntando o que eu tinha. Virou minha sombra. Sem me dar trégua ou sossego, dizia que eu estava escondendo alguma coisa. Seguia dizendo que algo não estava certo. E ela não sossegou até eu dizer a ela o que tinha acontecido. Lembro que ela me olhou com aquela cara dela de "Meu Deus..." e "isso não pode ficar assim" e, também, aquela cara que me dizia sempre "você é mesmo uma pamonha!". Continuei quieta. Eu já era quieta mesmo, só estava mais que o habitual. Não queria contar nada pros meus pais porque eu achava que EU tinha feito uma coisa errada. Aliás, eu achava que EU tinha feito várias coisas erradas. Tinha saído do meu caminho pra comprar sorvete. Tinha falado com um estranho. E tinha entrado em um prédio com esse estranho. 

Só que a primeira coisa que minha irmã fez quando minha mãe e meu pai chegaram, foi contar pra eles. Na verdade, eu até fiquei surpresa de ninguém ter brigado comigo. E fiquei mais surpresa ainda ao ver como minha mãe ficou desorientada, desesperada até, e por ver o meu pai ficar andando de um lado pro outro como se fosse um leão enjaulado. Eles me fizeram 500 mil perguntas, tive que contar mil vezes tudo o que tinha acontecido, tive que descrever o homem até não aguentar mais lembrar da cara dele e meu pai me fez entrar no carro e ir até o prédio pra tentar encontrar o "desgraçado". Sem sucesso. 

Uma semana depois, meu pai chegou em casa com um jornal embaixo do braço. Abriu em uma das páginas e me perguntou, apontando pra uma foto:

- Filha, é esse o homem que lhe chamou pra dentro do prédio?

Sim, era ele mesmo. Os olhos azuis não me deixariam confundir.

Meu pai fez cara de alívio. A manchete dizia: "Estuprador da leopoldina encontrado morto". A matéria dizia que o homem já vinha estuprando meninas naquela redondeza há mais de um mês. 

Até hoje não sei porque fui poupada de um trauma maior. Até hoje agradeço a Deus por ter gritado. Por ter tido coragem de correr. Eu, uma garota quieta pacas, tive uma reação totalmente inesperada, até pra mim mesma. E agradeço a Deus por ter feito o homem simplesmente me deixar ir. Sim, porque se ele decidisse que eu seria sua próxima vítima, eu não poderia ter feito muita coisa contra um homem muito maior e mais forte que eu. Só agradeço a Deus por essa graça, pela proteção que tive naquele momento. 

Por tudo isso, que me desculpem os loucos, mas as mulheres não tem culpa de atitudes tomadas com base em caráter destorcido, não temos culpa se um homem escolhe satisfazer seus desejos utilizando a força e a humilhação. Não, não somos culpadas por vocês ainda terem muito o que aprender, por serem seres precisando de tanta oração, luz e aprendizado. Não somos culpadas e não merecemos ser estupradas. 



terça-feira, 1 de abril de 2014

Futebol




É sempre muito bom fazer o que a gente gosta. Unir o que é importante fazer com prazer é a chave pra ser feliz na vida, todos os dias, em coisas pequenas. E isso fica muito evidente desde que somos crianças. Eu, por exemplo, sempre fui incentivada a fazer várias atividades. Minhas mãe, talvez por trabalhar fora, não queria que eu e minha irmã ficássemos ociosas em casa e estimulava que tivéssemos outras atividades além da escola. Assim, pudemos experimentar e escolher, entre tudo o que nos era permitido experimentar, o que nos agradava. Dança era um prazer tanto pra mim quanto pra minha irmã e fizemos vários estilos. Eu também fazia piano e amava, mas antes comecei a estudar flauta e não fiquei mais que 1 ano. Quis trocar de instrumento musical e continuei os estudos de piano por muito tempo.

Tentando repetir o bom exemplo que minha mãe me deu, sempre conversei com o Miguel a respeito de atividade física e sempre disse a ele que exercícios físicos são muito importantes para termos uma vida saudável. Como o Namorado chegou a ser campeão brasileiro juvenil de natação, a piscina foi a primeira coisa que tentamos com o Miguel. Além de ser um esporte maravilhoso, ele não correria o risco de ficar como eu (não sei nadar!). Mas como nem tudo na vida é do jeito que a gente quer ou imagina, Miguel não quis saber da professora, chorava desesperado, não queria acordar, enfim, a cada dia de aula era uma desculpa nova e não rolou. Como ele tinha só 3 anos, achei melhor esperar e deixar pra mais tarde a tal da natação. 

Tentei capoeira e não tive sucesso. Miguel disse que era chato e que queria tentar judô. Eu também perguntei a ele, já que sempre gostou de dançar, ver as primas dançando e até participava das coreografias que elas inventavam, se ele não gostaria de fazer dança. Ele não me deu muita trela, ficou me olhando com cara de quem não está entendendo e eu também fiquei olhando pra ele com cara de quem continua esperando uma resposta. Miguel me perguntou se ballet não era coisa de menina... E eu disse que não, que muitos meninos gostavam de dançar e que, inclusive, meninas adoram meninos que sabem dançar. Miguel pensou um pouco (uns 5 segundos!!) e disse que não, que só dançava com as primas mesmo. 

Naquela hora, cortei a opção da dança da minha listinha e fui tentar o judô. E, para minha felicidade, Miguel está há 1 ano praticando o esporte, muito feliz da vida. Encontrou algo que tinha a ver com ele e vai para as aulas sem reclamar e com gosto. Além disso, como esse ano a escola começou a oferecer futebol, perguntei ao Miguel o que achava e ele disse que gostaria de fazer. Desde a primeira aula de futebol, Miguel saiu todo animado. É apenas uma vez na semana, mas ele gostaria que fosse todos os dias. 

Ontem, depois de uma festinha, chegamos tarde e Miguel estava morto de cansaço. Pensei que hoje eu fosse ter problemas para acordá-lo para o futebol, mas para minha agradável surpresa, mesmo com sono, Miguel levantou e se mostrou animado para ir à aula. Eu que achava que teria o maior trabalhão para convencê-lo a levantar-se da cama, acabei sendo surpreendida por sua disposição. Com cara inchada, cabelo desgrenhado, lá fomos pro futebol.

A verdade é que quando a gente faz o que gosta, faz com prazer, a obrigação vira diversão. Tudo é uma questão de achar o que nos motiva, o que nos move, o que afina com a gente. Lógico que muitas vezes não conseguimos fazer apenas aquilo que nos dá prazer. Mas, mesmo que dê trabalho procurar o que nos faz feliz, acho que vale a pena buscar. A vida nos dá tantas opções, são tantas possibilidades, porque não tentar?