sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Ciúme

Sentimento mais chato é esse tal de ciúme. É ruim para quem sente e ruim pra quem é alvo. Nunca fui ciumenta, nem de coisas materiais e nem de pessoas. Não que seja totalmente desprovida desse sentimento, isso não é verdade. Sinto ciúme, sim. Mas sinto ciúme quando tenho alguma situação concreta pra sentí-lo. Detesto controlar a vida dos outros com a mesma intensidade que detesto que controlem - ou tentem - controlar a minha. Não gosto de me sentir presa, podada. Não gosto de presenciar situações em que pessoas riem e abraçam amigos quando estão sozinhas e não se sentem confortáveis pra agir do mesmo modo quando estão com seus namorados ou maridos. Enfim, acho muito chato ter que dar satisfação de tudo o que faço ou deixo de fazer durante o dia e não peço satisfação ao Namorado também. Nós somos casados, mas não somos donos um do outro. Somos duas pessoas diferentes, com vida e interesses distintos, que se gostam. 

Por isso é que fico um pouco surpresa quando Miguel mostra um pouco de ciúme ou desconforto em certas situações vividas comigo. Outro dia eu tinha que ir até a escola dele por alguma razão que não lembro agora. Estava com roupa de ginástica ainda, mas estava conversando com ele que naquele dia entraria na escola pra resolver o que tinha que fazer lá. Ele estava me olhando muito sério e falou: "mas não vai com essa roupa de malhar, né?" Lógico que eu não iria até a escola com roupa de academia, não acho legal, não me sinto bem nem acho apropriado. Estranhei a frase dele mas deixei pra lá. Nessas férias, estávamos a noite em um bar na rua, no centro de Curaçao, com música ao vivo e levantei pra dançar. Hugo não foi dançar comigo mas estava lá, por perto, todo feliz. Ele não se importa mesmo. Acho até que fica contente por me ver contente. 

Voltei pra perto do Namorado e do Miguel e encontrei meu filho com a cara fechada, como se estivesse zangado. Perguntei a ele o que tinha acontecido e ele me disse que não gostou "nem um pouco" de eu ter ido dançar sozinha! E ainda repetiu: "não gostei mesmo, nem um pouco disso". Hugo riu e falou pra ele que estava sendo bobo e que eu era livre pra fazer o que me fizesse bem. Ainda disse que ele não tinha motivo nenhum pra ficar chateado. Enfim, estamos tentando que nosso filho não leve esse comportamento idiota pra frente.

Bom, estou vendo desde já que Miguel tem essa tendência a ser controlador. Pode ser que isso passe e seja apenas uma fase. Mas vou ficar atenta. Seria um sofrimento pra ele e pra quem estivesse por perto conviver com esse sentimento de ciúme que ainda se mistura com posse. Terrível. Muitas pessoas acham que podem medir o nível de amor que o parceiro sente de acordo com o tanto de ciúme que ele ou ela mostra. Nossa... Duas coisas tão dissonantes pra mim. Muitas vezes escuto pessoas dizerem: "Olha, mas ele morre de ciúme de mim!" como se isso indicasse o quanto são amadas. Tenho vontade de rir por ver tanta inocência na minha frente. Ciúme nunca foi e nunca será sinal de amor. É sinal de insegurança, de imaturidade. Em alguns momentos, sinto ciúme. Sou humana e se pegar o Namorado olhando muito pra uma outra mulher, ficarei enciumada. E falo "olhando muito" porque também acho natural que ele olhe pra mulheres bonitas. O belo atrai. O belo é gostoso de se admirar. Então se por nós cruza uma mulher bonita e Hugo lança um olhar pra ela, dá aquela conferida com o canto do olho, acho normal. Não vou gostar é que ele vire o pescoço pra olhar mais. Aí ficarei triste. Nem sei se de ciúme ou se pela falta de respeito.

Tem gente que acha que quando estamos comprometidos (namorando ou casados) é como se isso excluísse qualquer possibilidade de acharmos outras pessoas interessantes. Só que pessoas charmosas, atraentes, belas, tesudas, inteligentes e cheirosas vão cruzar nossa vida o tempo todo. Elas estão aí, passam ao nosso lado e acho normal, sim, que pessoas assim atraiam nossa atenção, nosso olhar. Isso acontece comigo. E, é óbvio, acontece com o Namorado. Ele está casado mas não está cego. E o fato de ele achar outra mulher linda, atraente, charmosa, não quer dizer que ele vai transar com ela. 

O mundo já está muito louco pra gente ficar dando espaço pra sentimentos desnecessários. É preciso que sejamos racionais e que busquemos tranquilidade pra vida da gente. Poxa, sente muito ciúme? É bom analisar se é porque você é doente mesmo e precisa de tratamento, se você não confia no seu taco, tem a autoestime baixa, se o outro não lhe dá segurança e faz com que você seja inseguro ou se é tudo isso junto né? Tem relacionamentos que só sobrevivem porque um alimenta a doença do outro. 

Já estive em relacionamentos com muito ciúme e foram um inferno. Ciúme tem o dom de estragar o entorno de onde chega. Meu pensamento é: ninguém está ao meu lado amarrado. Ninguém está com uma faca no peito que o obrigue a ficar comigo. Se alguém está comigo é porque quer, se sente bem, gosta da minha companhia, do sexo, de como a vida fica boa quando estou nela. E o contrário também. Portanto, se for a hora de quem está ao meu lado achar que não vale mais a pena, não há NADA que eu possa fazer pra mudar isso. E não adianta nada sofrer antecipando algo ruim. Eu prefiro deixar meu coração livre pra viver outros sentimentos que me fazem mais feliz agora, não fico dando espaço pra ciúme besta. Eu não sou dona do Hugo. E se ele mudar de ideia com relação a nós dois, só posso sofrer e chorar. Chorar mais um pouco. Ficar arrasada por um tempo. Um bom tempo, talvez. Depois levantar minha cabeça e ficar pronta pra próxima. E vou amar de novo se for o caso. E de novo sem ciúme. Porque cada estória é uma estória e cada recomeço merece uma chance real.

A vida é muito curta pra viver atormentada por algo que não depende só da gente. 

A vida é muito curta pra gente deixar de viver o amor e ser feliz com quem se ama. 

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Casamento



Amo casamentos. E desde que casei, vivo querendo casar de novo. Sim, com o mesmo marido. Muitas vezes já pensamos em renovar os votos e juntar todo mundo que estava no primeiro casório há 11 anos, depois o lado romântico é deixado de lado e o financeiro fala mais alto. Casar é caro. 

Quando algumas pessoas conversam comigo se questionando se devem guardar o dinheiro pra viajar ou comprar um imóvel e não gastar tudo em uma festa de casamento, eu compreendo perfeitamente o questionamento. E acho que elas tem muita razão em pensar assim. Só que o dia do casamento é tão mágico, tão feliz, que não posso nem imaginar não ter gasto o dinheiro que gastei pra fazer meu casamento, do jeitinho que eu queria, dentro da minha realidade, é claro. Eu sempre acho que a celebração vale a pena. Amo festa, fazer o quê?

Eu e Namorado entramos juntos na onda de fazermos o melhor casamento que a gente pudesse, dentro daquilo que nossas possibilidades da época permitissem. Fizemos festa pra 400 pessoas, no lugar que eu escolhi e com o qual sonhava, com o padre que eu queria, com as músicas escolhidas por nós e com a nossa cara, com o fotógrafo com quem nos identificamos - e que foi um presente que entrou pra nossas vidas, rodeados dos amigos que selecionamos pra testemunharem esse momento importante pra gente. Dançamos a festa inteira e não perdemos tempo, o tempo era pouco pra gente ser feliz. Nós queríamos viver o ritual. Queríamos marcar esse momento de nossas vidas. Viajamos em lua de mel com POUQUÍSSIMO dinheiro no bolso, mas o coração cheio de felicidade. 

Quando falo pras pessoas que a energia do dia 16 de abril de 2005 nos alimenta até hoje, muitos dão risada. E eu sei que a mesma fórmula não funciona pra todos. Só que eu casei com a certeza de que queríamos muito que fosse pra sempre. O Namorado também. Pode até não durar pra sempre, mas no dia do casamento os noivos tem que ter certeza de que querem que seja pra sempre. Foi assim com a gente.

Gosto de festas e, em especial, as de casamento porque quando a gente está feliz, é bom demais dividir com quem a gente gosta. Uns não gostam de dividir nada, nem tristeza e nem felicidade. Eu já acho que felicidade compartilhada se multiplica. E tristeza compartilhada diminui. Enfim, foi com esse pensamento que nos casamos e mesmo que dissessem que era uma desperdício de dinheiro e que dessem mil outras formas de gastar o que gastamos com coisas mais "duráveis" ou "rentáveis", nada nos demoveria da ideia do casamento com festa. Tudo é muito relativo nessa vida né? Eu acho que aquela noite de 16 de abril dura até hoje. Ela nos abastece, ela dá impulso todas as vezes em que a vida está pesada. Aquele sábado de abril de 2005 é até hoje um dos lugares onde encontramos uma energia que não pára de render pro nosso relacionamento. Foram momentos inesquecíveis pra nós dois e em cima deles e do nosso sentimento é que estamos construindo tudo o que somos desde então. 

Sim, eu casaria de novo. Sim, eu faria uma festa. Eu me vestiria de noiva novamente. De branco com rendas e brilhos. Sim! Sim! Sim! Ou casaria em uma praia pra fazer diferente, com o sol se pondo no céu e o vento embaraçando meus cabelos. Do jeitinho que seria o casamento que estava prestes a acontecer em Aruba, na praia, pertinho do mar, enquanto estávamos lá. Como olhar essa foto e não querer casar de novo? No dia em que tiramos essa foto do post, eu e Namorado conversamos muito sobre toda essa história de casamento. Lembramos de tudo o que fizemos pra realizar nossa festa, das contas bancárias limpinhas, sem nenhum tostão pra contar a estória, mas lembramos também de todos os presentes que ganhamos, de todo o carinho, de cada abraço e voto de felicidade. Lembramos do nosso amor, um amor lá em seu início e que ainda viveria tanta coisa. Juntos. Tudo isso está sendo pra sempre. E esperamos que assim continue. 

Olhando a praia sendo arrumada pra mais um casamento ao pôr do sol, eu pedi o Namorado em casamento. E ele disse SIM! Que bom saber que mesmo depois de 11 anos, eu ainda seria sua escolha. Ele continua sendo a minha. 


terça-feira, 13 de outubro de 2015

Benção

Tem uma cena que vejo, seja onde for: novela, filme ou qualquer programa sobre maternidade, que me faz feliz e triste ao mesmo tempo. Sabe quando o bebê nasce e o pai leva o filho até aquele vidro do berçário pra toda família conhecer seu novo membro? Pois é. Eu choro. 

Eu choro de felicidade por aquela família que está tendo a chance de viver essa emoção. Choro porque é muito lindo assistir a chegada de uma nova pessoa no mundo, alguém esperado, desejado e que nasceu com saúde. Mas não posso deixar de admitir que choro por mim também. Por alguns poucos minutos, entro em um processo de autopiedade e choro mesmo. Choro por não ter vivido isso com o Miguel, choro pela angústia que me invade quando lembro do nascimento dele de forma tão inesperada, tão antes do tempo. Choro porque não pude mostrar meu filho pra ninguém quando ele nasceu porque ele foi direto pra UTI neonatal. E choro porque saí do hospital sem carregar meu filho comigo.





Depois de me dar o direito de chorar, olho pro meu filho hoje e paro. As coisas são do jeito que devem ser. Eu precisava de tudo o que vivi, com certeza. Deus sabia que seria um importante aprendizado pra mim e me deu a chance de começar a valorizar a maternidade naqueles dias de angústia em que vi meu filho na UTI, lutando pra se fortalecer. Naqueles dias em que passei horas no lactário tentando arrancar dos meus peitos algum leite pra ele. Naqueles dias em que passei dentro da UTI com meu filho observando o sobe e desce de seu peito, um sobe e desce cheio de esforço, pra se manter comigo. Naqueles dias em que ver o Miguel sugar 10 ml em 45 minutos era uma vitória enorme. Naqueles dias em que tínhamos medo que o telefone tocasse durante a noite porque poderia ser alguma notícia ruim. Naqueles dias em que acordávamos bem cedo e a primeira coisa que fazíamos era ligar pro hospital, tremendo por dentro, pra saber como o Miguel estava. A cada sonda retirada, a cada movimento mais firme, a cada mamada mais forte e rápida, a cada grama que ganhava, a cada respiração sem tanto esforço, a cada aparelho sendo desligado, eu o amei mais. Eu senti a presença de Deus. Eu tornei-me mãe em meio ao meu sofrimento, meu e o de tantas outras mães.  

Por isso tudo é que quando vejo cenas assim ou reportagens como a do Fantástico, sobre bebês prematuros, de domingo passado, eu choro. É que isso me leva de volta àqueles dias e a todas as emoções que senti. Tanto amor e tanta dor e medo, tudo misturado. Na reportagem, eles estavam mostrando um trabalho muito lindo de um fotógrafo registrando a criança quando nasceu prematura e como está hoje. E enquanto eu assistia, foi passando esse filme todo pela minha cabeça. Foi passando tudo o que eu e o Hugo vivemos juntos, sempre de mãos dadas, nos tornando mais fortes a cada vitória do nosso bebê. Naquele domingo, com a televisão ligada, recebi uma mensagem de uma amiga querida que acompanhou meu desespero naqueles dias de UTI, assim como as demais pessoas que viveram minha gestação junto comigo sempre me dando incentivo e força. Ana Maria Sales escreveu assim:

"Estou vendo a reportagem do Fantástico sobre crianças prematuras vencedoras e outras que ainda não conseguiram e lembrei de você, de sua luta e o quanto você foi abençoada com esse menino lindo, saudável, que faz vocês tão felizes. Lembrei de você, mulher vitoriosa e fiquei feliz por isso. Bençãos divinas."

Através da Sales, percebi o que meu coração já sabia: que sou abençoada por ter vivido o que vivi. Hoje, aquele pequenininho que nasceu antes do tempo, com 32 semanas e 6 dias, sem respirar direito, é um menino lindo, forte, alegre, gentil, carinhoso. Miguel é inquieto, é vivo e é minha paz. É sensível, solidário, nunca está alheio ao mundo, ao sentimento do próximo. É cheio de saúde, raramente fica gripadinho! Meu filho é um touro! Olhar pra ele hoje faz com que eu agradeça a Deus por sua vida e pela oportunidade de ser sua mãe. Olhar pro Miguel me faz agradecer a Deus pela oportunidade de ter sido eu a escolhida pra viver tudo o que vivi com ele. 

Você está certíssima, Sales... Bençãos divinas!!





sábado, 10 de outubro de 2015

Curaçao




 


Chegar em Curaçao não foi tão fácil porque eu estava deixando Aruba pra trás. Como se apaixonar se você ainda está apaixonado? Aruba dificultou muito as coisas pra ilha seguinte. Muito mesmo. Mas não dá pra dizer que é ruim sair de um paraíso e chegar em outro né? É até pecado!

Colocando meu coração de lado, não dá pra ser injusto com Curaçao. Qualquer pessoa em sã consciência cai de amores por essa ilha em questão de segundos. O povo é muito simpático e, meu Deus, as praias são maravilhosas também! Só que é uma ilha bem maior e muitas vezes é necessário gastar um pouco mais de tempo pra chegar naquela praia que você quer visitar. Por isso, se em Aruba você ainda fica em dúvida se vai alugar um carro ou não, nem pense em ficar na dependência de taxi ou ônibus em Curaçao. As distâncias são maiores e não vale o custo. O carro nos deu a liberdade que queríamos. Dificilmente se consegue um GPS, mas fomos na base do mapinha mesmo e deu tudo certo. Curaçao parece mais selvagem também. É mais simples, mais rústico.




O cartão postal de Curaçao são aquelas casinhas coloridas que ficam no centro. É muito bonitinho mesmo, mas é só isso. Perto do pôr do sol, as únicas coisas que ficam abertas são alguns poucos restaurantes. As lojas são de rua e feias e as ruas onde elas ficam pareceram bem perigosas conforme a noite foi chegando. Fica tudo muito deserto e escuro. Vale sentar em um dos bares e assistir o pôr do sol, justamente onde chegam os navios dos cruzeiros. Dali dá pra ver as casinhas coloridas sendo iluminadas e é bem bonito mesmo. Nós deixamos o carro estacionado um pouquinho afastado, perto do mercado de peixes e deu medo na hora de voltar porque, apesar de não ser tarde - deviam ser umas 8 e meia - estava tudo muito vazio ao redor e muito pouco iluminado.




Mas o melhor de Curaçao são as praias e se Aruba é azul céu, Curaçao é turquesa. Uma coisa de louco! Adotamos o mesmo esquema de Aruba: escolhemos as praias consideradas as melhores e mais bonitas e aproveitamos os nossos dias. Nossas escolhidas fora Kenepa Grandi ou Playa Abao, Cas Abao Beach e Playa Porto Mari. Todas lindas de cair o queixo e de fazer a pessoa não querer sair dali nunca mais. De novo, como em Aruba, são praias sem estrutura com a diferença que algumas são praias pagas (3 dólares por pessoa). Não é nada absurdo, mas não dá pra se iludir: se você paga e pensa que terá aquela estrutura bacana, está redondamente enganado. Mas, quem se importa? Com tanta beleza, com tanto azul ao redor, a gente deixa essas besteiras pra lá e corre em direção às águas frescas e cristalinas sem medo de ser feliz.






Fico pensando em razões pra eu ter gostado mais de Aruba que de Curaçao... Aí começo a buscar razões em umas coisas bobas como o fato de as praias de Aruba serem de areia branquinha e fina e as de Curaçao terem a areia um pouco mais grossa e com seixos no fundo do mar. Será que foi a falta de vento que me fez sentir mais calor? Enfim, posso pensar em outras mil coisas idiotas e nenhuma delas fará sentido porque Curaçao é lindo, exuberante. É um lugar delicioso, inesquecível.








quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Aruba










Eu não esperava muito de Aruba. Por alguns motivos. Acho que o primeiro motivo é ter alguns amigos que foram pra lá e que só me falavam do vento que não dá trégua. Outra razão é ter alguns outros amigos que conheceram Aruba e Curaçao, inevitavelmente fizeram uma comparação entre os dois lugares, e concluiram que Curaçao é mais bonito. Daí, eu fiz o roteiro de viagem e deixei pra visitar Curaçao depois de Aruba no melhor estilo "the best is yet to come". E acho que o último motivo de eu achar que Aruba não seria nada demais é um preconceito idiota com esse país já que, das três ilhas chamadas ilhas ABC do Caribe (Aruba, Bonaire e Curaçao), Aruba é a mais conhecida e visitada. Daí que você espera que o desconhecido seja sempre mais interessante que o que é mais conhecido e popular e isso é uma bobagem sem fim que, muitas vezes, a gente leva pra nossa vida diária. Essa coisa de amar o mistério do desconhecido e deixar em segundo plano o que é mais confortável por ser mais conhecido é uma bobeira. Enfim, isso é assunto pra outra hora.

Fato é que cheguei em Aruba muito despretensiosamente, como se Aruba fosse um aquecimento pra enfrentar a beleza de Curaçao. E aí eu caí de amores loucamente. Aruba me ganhou de um jeito absurdo, totalmente inesperado pra mim. A ilha é pequena, mas embora muitos dissessem que não havia necessidade de alugar um carro, foi a melhor coisa que fizemos. O carro nos deu liberdade pra conhecer as praias mais distantes e ficar o tempo que queríamos. Decidimos passar pela maior quantidade de praias possível, mas escolher uma praia por dia pra ficar e aproveitar. Definitivamente, a gente não queria enfiar o pé na areia, tirar foto, dar um mergulho e entrar no carro de novo seguindo pra praia seguinte só pra dizer que mergulhamos em todas as praias da ilha. Por isso, escolhemos as praias que julgamos imperdíveis e mais encantadoras, mas tínhamos a consciência de que qualquer praia que escolhêssemos estaria bem escolhido. A ilha toda é linda e cheia de praias maravilhosas, de águas tranquilas e claras feito um cristal azul. A temperatura da água é incrível! Não é morna como a temperatura das nossas praias nordestinas e nem gelada como as daqui do Rio. A água é fresca. A gente entra, já se sente livre do calor mas tem vontade de ficar pra sempre, porque a temperatura é sempre um convite.

A praia da área onde ficam os hotéis é Palm Beach. Se você não estiver a fim de conhecer a ilha e quiser só ficar por ali, curtindo a mordomia do hotel, estará muito bem parado porque Palm Beach é uma das melhores praias da ilha. Nosso último mergulho do dia era sempre nessa praia, quando voltávamos pro hotel. Durante os dias que estivemos em Aruba, escolhemos aproveitar Arashi Beach, Malmok Beach, Eagle Beach e Baby Beach. Todas inacreditavelmente lindas e tranquilas, com uma água azul de céu claro. São praias de areias brancas e finas, o que eu amo!

Miguel aproveitou muito e esse é um destino excelente pra ir com crianças, apesar de a maioria das praias não ter muita estrutura (banheiros, venda de água, cadeiras pra alugar). A gente ia preparado pra isso, carregávamos nossas cangas e toalhas e vimos muitas pessoas chegarem nas praias com seu isopor com cerveja, água e refrigerante normalmente e passamos a fazer isso depois! Aruba me arrebatou e a impressão que tenho é que meu corpo saiu de lá, passou por Curaçao, foi pra Orlando e retornou ao Brasil, mas meu coração.... Nossa! Acho que o deixei por lá!