quinta-feira, 29 de abril de 2010

Pai

Não é segredo pra ninguém o quanto sou chorona. Chorona ou emotiva? Ah, não sei. Só sei que se algo me emociona, toca meu coração, as lágrimas pulam dos meus olhos e é mais forte que eu, não consigo, mesmo, me conter.

Hoje, na hora do almoço, estava assistindo televisão e vi um comercial da chevrolet, acho que é do novo corsa sedan. Nele o pai está dirigindo a filha para a igreja, é o dia do casamento dela. Nossa, só de lembrar do comercial me dá vontade de chorar de novo. Sim, porque todo o diálogo entre pai e filha no decorrer do trajeto até a igreja me toca muito.

Meu pai desencarnou em 99. E me deu uma saudade enorme dele ver a cena, a cena que talvez tivesse acontecido comigo se meu pai estivesse fisicamente aqui no dia do meu casamento. Casei em 2005 e desde que soube que esse dia realmente chegaria pra mim, tive a certeza de que ninguém me conduziria ao altar. O lugar ao meu lado, da porta da igreja até o altar, era do meu pai. Esse lugar era do homem que aprendi a amar com o passar do tempo, com o amadurecimento que chegou para que eu pudesse entender tantas coisas... Sim, porque minha relação com meu pai não foi fácil. Ao contrário, e talvez por isso, tenha sido de tanto aprendizado pra mim. Amá-lo me fez aprender a lidar com ele, com seu jeito distante muitas vezes e tão próximo em outras. Mas o lugar ao meu lado em um dos dias mais felizes da minha vida era do seu Mariano e ninguém mais estaria a altura de substituí-lo.

Fiz a caminhada até o altar sozinha, aparentemente, porque sei que meu pai estava ali comigo o tempo todo. Senti sua presença, sei que estava me abençoando, ele sabia que eu estava indo na direção de um homem íntegro, honesto, correto. Senti que estava sendo abençoada por ele, que minha decisão de casar com o Hugo era um ato aceito. Mas não vou deixar de dizer que queria demais, com todas as minhas forças, ter sentido seu cheiro, queria ter sentido sua mão grande na minha e queria ter sentido o seu beijinho no meu rosto antes de me entregar ao Hugo.

Ai, esse comercial me matou. Que saudade.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Mãe velha

Muito se fala sobre qual é a época mais adequada para se ter filhos. Uns dizem que ser mãe mais nova é melhor, outros defendem a maternidade tardia. É fato que, como tudo nessa vida, em qualquer das duas situações vão existir vantagens e desvantagens.


Tenho amigas que foram mães muito cedo, a maioria no susto, pegas de surpresa por sua inconsequência de quase crianças que eram ou porque casaram cedo e resolveram partir logo pra essa experiência. Hoje, elas estão inteiras, com filhos adultos, criados. Estão livres para aproveitar a vida e são novas para acompanhar as modificações que chegam de geração pra geração. Sim, elas também se queixam que tiveram que deixar pra trás oportunidades na carreira, que o lado profissional ficou pra escanteio e que tiveram que aprender na marra a como lidar com um bebê, sendo ainda tão novas. Mesmo que eu tenha convivido muito mais com essas pessoas que foram mães novinhas, posso falar apenas da experiência de ser mãe mais tardiamente.

Os tempos mudaram muito e uma mulher de 38 anos de hoje está longe de ser a coroa de cabelos brancos de 50 anos atrás. Somos muito mais ativas e estamos com força total no mercado de trabalho. Não me sinto com 38. Tenho muita energia, me cuido, faço minha ginástica diariamente, tenho minhas vaidades, e, modestia a parte, me sinto muito melhor, fisicamente mesmo, que muita menina de 18. Mentalmente então, nem se fala! A experiência só agrega. Acalma o que tem que ser domado mesmo, e faz ter força pra mover céus e terras quando realmente vale a pena, sem gastar energia com coisas inúteis.

Ser mãe depois dos 35 é barra pesada. Sim, o Miguel veio na hora em que eu achava que estava pronta, que minha carreira estava estabilizada, estava e estou satisfeita. Eu já tinha viajado muito, aproveitado minhas tardes de pernas pro ar vendo meus filmes comendo pipoca ou lendo meus livros. Já tinha comprado milhares de vezes sem pressa, experimentando mais de duas vezes a mesma roupa até me decidir qual comprar. Então, pensei que seria fácil abrir mão de tudo isso. O problema é que quando você decide ser mãe mais velha você ficou com o tempo de sua vida só pra você durante MUITO tempo. Daí quando você se vê impossibilitada de ler os livros que tanto gosta sem se preocupar em acabar o capítulo antes que seu bebê chore ou de tomar seu banho sem hora pra terminar, fazendo aquela hidratação nos cabelos, sem a neura de estar ouvindo seu filho chorar, dá um desespero. Me desculpem as mais românticas, mas é de amargar. Sim, eu sei que é temporário, que tudo tem seu preço nessa vida, mas não venha me dizer que deixar a tranquilidade de uma vida inteira de lado é fácil. Não, meus amiguinhos, não é. Parece que algo está fora da ordem, que está faltando algumas horas no seu dia.

Comer em restaurante com seu bebê, por exemplo, já faz a comida não ser tão gostosa como antes. Porque a gente vai ao restaurante pra comer, matar nossa fome, conhecer um lugar legal, enfim, comer fora é uma experiência. Com bebês pequenos vira uma maratona. Se o pequeno está dormindo, ufa! Beleza! Podemos comer relativamente em paz. Sim, relativamente, porque o olho está nele o tempo todo e o pensamente é algo assim: "será que vai dar tempo de eu comer a sobremesa ou ele acordará antes?". Se o bebê já chega acordado, mas está quietinho no carrinho, ok. Você pensa: "Até quando ele vai ficar quieto nesse carrinho?" A resposta é que ele ficará no carrinho pouco, tipo 5 minutos. E aí, papai come primeiro e depois come a mãe ou vice-versa. Não estou dizendo aqui que preferia não ter a minha delícia na minha vida. NÃO! Mas vamos combinar que não dá pra ser Poliana o tempo todo e achar que tudo é lindo e maravilhoso só porque temos um bebê nos braços!

O que quero dizer é que ser mãe mais velha significa que você ficou acostumada durante muito tempo com uma vida só pra você e o marido e desacostumar de tudo isso fica mais difícil que quando você é mais nova. Não dizem que velho é cheio de manias? É verdade. E tem o cansaço também. Gente, quando eu tinha 20 anos, saía na sexta, no sábado, virava noites e no dia seguinte estava pronta pra outra! Hoje? Meu Deus! Se eu virar uma noite dançando acho que levo uns três dias pra me recuperar! E filho requer muita energia! Agora que o Miguel está na fase de andar e meter a mão em tudo que é lugar e em qualquer canto, é de amargar. Cansa. E muito. Tem que ter disposição. E pessoas mais novas, normalmente, tem muita disposição.

Só tem uma grande vantagem de se ter filhos mais velha: não tem como ficar gordinha depois do parto, porque como temos que nos esforçar muito mais que gente mais nova pra acompanhar o ritmo das nossas delícias, o peso extra vai embora rapidinho. No meu caso, foi embora até o que não era extra. Peso menos 3 quilos hoje que quando engravidei. Pois é, alguma vantagem há de ter!

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Amizade

Ontem estive com amigas de infância. Estudamos juntas há 15, 20 anos atrás e o orkut ajudou a nos reunirmos de novo. Não foi nosso primeiro encontro: desde que nos reencontramos pela primeira vez, a amizade foi sendo reconquistada e podemos dizer até que começamos a nos conhecer de novo. Graças a Deus, não somos mais aquelas meninas de 13 anos. A Deborah não anda mais por aí mostrando as popinhas do bum bum bonito que já tinha naquela época e que agradava em cheio aos meninos na aula de educação física. A Patrícia já não é tão magrela, nem tem mais os cabelos cacheados embora continue espivitada. A Raquel já não é metida, embora continue linda e inteligente. E eu... Ah, eu, com certeza, sou a que mudei mais. Não sou mais aquela menina quieta, que usava óculos e quase não falava. Nossa, como eu falo hoje em dia!! Por isso, acho certo dizer que nossa amizade recebeu uma oportunidade de nascer de novo, uma chance para nos conhecermos verdadeiramente e não nos separarmos mais.

Hoje, todas as vezes em que nos encontramos, tenho uma sensação muito boa de que lá atrás, em nossa infância, fomos abençoadas com um bom colégio, bons professores e, porque não, com a convivência com pessoas que Deus coloca em nossa vida em dado momento e que, nesse caso, felizmente, trouxe de volta.

Somos mulheres, mães, profissionais, temos uma vida muito mais atribulada e não temos mais tempo para passarmos horas ao telefone - coisa típica da adolescência - nem se quer, para falarmos ao telefone com a frequencia desejada. Mas crescemos e amadurecemos felizes, bem amadas, ensinadas pelas lambadas da vida, pela alegria que existe em viver, em amar. Somos maduras para rirmos das nossas fraquezas, defeitos. Não, não somos as mesmas. Mas somos muito melhores e muito mais amigas.

sábado, 24 de abril de 2010

Mulheres

Semana passada eu estava conversando com minha afilhada Duda e, em dado momento, reparei que suas pernas estão cheias de marquinhas. Típico de menina moleca que, ainda por cima, adora ficar tirando as casquinhas das feridas antes que cicatrizem. Falei pra ela parar de fazer isso porque estava ficando cheia de marcas em suas pernocas lindas. A resposta dela me deixou pasma e, lógico, foi o motivo de tanta reflexão no decorrer da semana. Vira-se a Duda e diz: "Deixa, Nina, ninguém vai me querer mesmo... Já sou gorda e então não vou me preocupar com as marcas nas pernas. É só mais um defeito..."

Gente do céu!! Pára tudo!!! Será que está no código genético das mulheres essa tendência à doença de querer ser belo pra agradar aos outros, pra arranjar namorado, casamento?? Em primeiro lugar, a Duda está longe, bem longe, de ser gorda. E se fosse gorda? Isso seria impeditivo de alguém bacana se interessar por ela? De onde essa menina de 10 anos tirou essas idéias de que só as dotadas de beleza física são merecedoras de amor? Ai, preocupante.

Sei que minha irmã, mãe das meninas, é muito ligada em aparência física, é extremamente vaidosa, será que é por isso que ela entendeu em seu subconsciente que isso é o que mais importa? Que droga!

Quem nunca sofreu por amor? Quem nunca pensou que se fosse mais bonita ou perdesse aqueles quilinhos conquistaria o objeto de desejo que - muitas vezes - nem é merecedor de tanto esforço? Quem nunca procurou a roupa mais sexy, mais decotada ou curta, pra chamar mais atenção da night? A verdade é que só com as pancadas da vida e ajuda de muita terapia é que a gente aprende na prática que temos muito mais a oferecer que corpos perfeitos e pernas sem marcas. E esses sapos disfarçados de príncipes que só pensam em ter ao lado esse tipo de mulher perfeita que saiam de perto da gente. Prefiro os príncipes que chegam disfarçados de sapos e que olham pra gente além da casca. Eu não sou só o que vêem. Sou muito, muito mais. E a Duda também. E ela ainda vai aprender isso. Se Deus quiser.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Festinha do Miguel

Coloquei nas mãos de Deus e disse que não iria mais me preocupar com isso. Durante um dia inteiro fiquei repetindo pra mim mesma que se a obra acabasse em junho a festa sairia em 03 de julho. Caso contrário, que pena, a festa iria melar. Mas acho que Deus não gostou de eu ter posto nas mãos dele uma decisão dessas e ficava falando no meu ouvido pra eu fazer alguma coisa...rs...

Pra resumir, continuei procurando que nem louca, outra casa de festas que não fosse tão mais cara que o valor que paguei em janeiro, que tivesse a data próxima ao aniversário da minha delicinha e que eu gostasse. Finalmente, na sexta-feira uma amiga indicou uma casa de festas no Recreio - longe, mas tudo bem. Tinha uma data próxima ao dia anteriormente escolhido por nós, apenas uma semana depois. O preço também não era tão mais caro assim. Ok. Faltava eu gostar da casa. Fui até lá no sábado e, graças a Deus, gostei de tudo: do espaço, do astral, da simpatia das pessoas que trabalham lá e da comida. Enfim, tudo resolvido e meu filho vai ter a festinha de aniversário apenas 15 dias depois do dia do seu aniversário mesmo. Agora vai!

Vestido - Capítulo Final II

Eu achei que a estória do vestido estava de fato terminada, mas durante o final de semana várias pessoas comentaram que também acharam estranho a dona da lavanderia não ter devolvido o meu vestido. No sábado, até a manicure falou que fui uma idiota e que deveria ter pego meu vestido e me deu a idéia de ligar pra ela hoje dizendo que precisava do vestido pra levar para uma costureira fazer um modelo igual.

Assim fiz. Pedi que a Deca ligasse pra lá para saber em qual horário eu poderia ir buscar o vestido. A dona da lavanderia falou pra ela que eu poderia ir hoje mesmo. Disse que me "emprestaria" o vestido e que eu o devolveria depois. Como assim, cara pálida??? Eu devolvo o vestido que é meu? Bem, ela desligou dizendo que eu iria sim.

Cheguei lá e expliquei que queria o vestido pra fazer outro igual. A senhora pegou uma sacola e enquanto estava abrindo e desamarrando disse que me daria e que eu deveria levá-lo de volta. Fiquei calada até ela colocar o vestido no balcão quando eu, rapidamente, peguei o vestido. Ela disse que eu deveria assinar um papel dizendo que estava levando o vestido e que me comprometia em trazâ-lo de volta. Gente, não aguentei. Como assim?

Meu sangue, que não é de barata, ferveu. Disse a ela que não pretendia devolver o vestido, afinal, ele me pertencia. Ela disse que não, que havia pago por ele e queria levá-lo a uma costureira para tentar consertá-lo. Meu Deus, a mulher me dá 1/3do valor do vestido e achou que o estava comprando. Disse, já meio alteradinha, que ela não me deu o dinheiro em forma de pagamento pelo vestido e sim como uma forma de ressarcimento pelo prejuízo causado pelo péssimo serviço prestado e porque ela estava me impedindo de usar o vestido outras vezes. Meu vestido não estava à venda. E, pra finalizar, a senhora dispara que devolveu ATÉ os 22 reais pagos pela lavagem como se estivesse me fazendo um favor. Ora bolas, é claro que ela teria que devolver também os R$22,00 já que a lavagem não foi bem sucedida. Por fim, falei que não ficaria batendo boca com ela e que estava indo embora com o vestido e que não iria devolvê-lo mesmo. Fim de papo. Tchau.

Quando cheguei em casa, olhei pro pobre vestido e vi o coitado todo manchadinho, todo amarelado. A seda está imprestável, opaca. Um vestido que eu quero jogar no lixo de tão horroroso que está. A pergunta é: porque me alterei tanto se era pra jogar o vestido no lixo? ... Acho que estou ficando louca.

sábado, 17 de abril de 2010

No glamour

Ontem fiz 5 anos de casada. Passa tão rápido... Parece que foi ontem que era chegado o grande dia e eu não estava cabendo em mim de tanta felicidade!! Faz 5 anos que eu e namorado estamos casados e, muitas vezes, parece bem mais quando penso em tantas coisas que já aconteceram, momentos lindos, momentos difíceis, que só serviram pra vermos o quanto é bom estarmos juntos e o quanto aprendemos um com o outro.

Trabalhamos o dia inteiro e é claro que eu gostaria de ter feito algo especial. Todos os anos, desde que casamos, deixamos para tirar férias em abril e planejamos uma viagem nessa data para celebrarmos o momento e sentirmos o clima de lua-de-mel de novo. Esse ano, por causa da festinha de 1 ano do Miguel, resolvemos adiar nossa viagem pra setembro. Sem problemas, a vida com filho exige tanta coisa, tanta renúncia, que o fato de termos que adiar férias é nada se comparado com todo o resto. O fato é que tivemos um dia normal, trabalhamos e Hugo me pegou em casa para irmos juntos buscar Miguelito na creche. Lá pelas 11 da noite, Miguel aceso e sem querer dormir pra gente poder namorar, descansar, enfim, ficar juntos, vira-se o Hugo pra mim: "Você poderia imaginar que no seu aniversário de 5 anos de casada, você estaria em um quarto de bebê, cheia de sono, catando as chupetas que seu filho insiste em jogar pra fora do berço??"

Realmente, a resposta é não. Até porque, como atores principais da nossa existência, sempre imaginamos algo glamouroso para nossa vida como voltar ao mesmo lugar onde passamos a lua-de-mel, comemorar com um jantar em um restaurante bacana, uma noite no mesmo hotel em que passamos a noite de núpcias ou, já diminuindo a grandiosidade dos sonhos, um cineminha e uma pizza. De verdade, não, nunca imaginei que seria mãe, nem que estaria nessa data importante e bonita pra mim e pro namorado, dentro de casa, esperando meu bebê dormir pra ... dormir também! Totalmente sem glamour.

Mas olhar pra trás e ver que estamos construindo uma estória legal, com respeito, acreditando no nosso amor e que Deus nos deu a benção de ter um bebê forte, lindo, saudável, e que é o fruto desse amor, é nossa maior celebração. Hoje, ele precisa de nós. E nos sentimos gratos por tê-lo por perto e por termos essa importante missão que é educar. Amanhã, Miguel será um homem de bem, honesto e amigo, bom filho, bom marido e bom pai. E teremos muitos outros aniversários de casamento pra comemorar, com ou sem glamour.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

O vestido - Capítulo final

Acabei de chegar da lavanderia onde coloquei o meu querido vestido para lavar pensando evitar uma tragédia se eu mesma fosse fazê-lo. Enfim, chegando lá a dona da lavanderia, uma senhora, veio conversar comigo. Muito nervosa, foi logo me implorando desculpas.

"Ai...", pensei eu, "já vou me ferrar". É, quem me conhece sabe que por mais errada que a pessoa esteja, se vier me pedindo desculpas e dizendo que reconhece que fez besteira, que errou, já me derruba. E assim foi. De tão nervosa, ela chegava a não articular as palavras direito e eu já comecei a ficar com pena.

No final, não recebi dela o que paguei pelo vestido há 2 anos, mas chegamos perto em um acordo. Já estou no prejuízo mesmo. Um dinheirinho a mais ou a menos não me deixará nem mais rica e nem mais pobre. Prefiro continuar seguindo o meu coração.

Já de saída, perguntei pelo vestido, queria vê-lo. Ela disse que era melhor nem me mostrar, que doeria mais ainda ver um vestido tão lindo todo estragado. Assim, fui embora sem ver o vestido e agora tenho que aguentar a Dedeca, Nanda (aqui do trabalho) e mais a minha irmã dizendo que isso está muito esquisito e que a senhora deveria ter me dado o vestido mesmo estragado. Sou uma molóide! Elas dizem que talvez meu vestido nem manchado esteja, talvez tenha acontecido algo pior que a lavanderia não quer me dizer... Bem, como tenho o lema de que o que não tem solução não é problema, melhor esquecer o tal do vestido e sonhar com as próximas liquidações.

Fotos



Ontem recebi, finalmente, as fotos que tirei com o Miguel para o catálogo do dia das mães da Enjoy. Nossa, meu filho ficou tão lindo!!!! Como é fofo e gostoso...rs...

Sinceramente, de todas as fotos que tiramos a escolhida por eles para ser publicada no catálogo nem é a minha favorita. A minha favorita são essas que aparecem no post. Eu e Miguel, Miguel e eu.

O bom de ter sido convidada pra fazer as fotos é que mãe, normalmente, tem poucas fotos com os filhos. É ela quem anda pra cima e pra baixo com a câmera tentando flagrar os melhores momentos da cria. Por isso, amei ter essas fotos lindas com meu filho. Será uma recordação pra sempre. Aliás, sempre digo que em qualquer ocasião, festa ou evento, é preciso ter cuidado com as fotos, com a escolha da pessoa que as fará. No final de tudo, quando o tempo passa, é o que fica. E esse dia ficará sempre guardado na minha memória como o dia em que eu e meu filhote fomos modelos pela primeira vez!!

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Maré


Ando em uma maré baixa danada... Se não bastasse a quantidade enorme de trabalho e compromissos que me fazem desejar que meu dia tenha 50 horas, as coisas não andam correndo às mil maravilhas. Toda vez que o telefone toca e o número é desconhecido já fico nervosa. Primeiro, no sábado, o telefone tocou e era a dona da casa de festas me chamando pra devolver o dinheiro pago em janeiro. Hoje, no caminho pra levar o Miguel ao pediatra para a consulta de 11 meses, toca o telefone novamente. Número desconhecido mais uma vez. Dessa vez, era da lavanderia. De novo, más notícias pra mim.

O vestido da foto acima, não será mais usado... Bonito, né? Eu adorava!! Só usei três vezes e me sentia linda nele... Resumindo, a lavanderia manchou meu vestido!!! Dá pra acreditar? Um vestido que comprei há 2 anos e que, na liquidação, já beirava os quatro dígitos!!!

A dona da lavanderia disse que era pra eu ir até a loja e comprar outro que ela pagaria por ele. Ok. Se a loja tivesse outro depois de 2 anos. Vou conversar com ela no sábado, quando irei até lá pegar outras coisas que deixei. Espero que ela, pelo menos, pague o que eu paguei na época e, mesmo assim, sei que hoje não compraria o mesmo vestido com o dinheiro que espero receber.

Pra terminar o dia, assim que cheguei até a creche para buscar o Miguel, outra notícia escabrosa: uma mãe havia acabado de ser assaltada na porta da creche, minutos antes de eu chegar. Levaram carro e bolsa. Dessa vez escapei. O que me consola é que a maré agora só pode subir. E que venha a maré alta!!

terça-feira, 13 de abril de 2010

Planos

Estou de volta ao Rio depois de um final de semana maravilhoso!! Parecia lua-de-mel, diferente da que tive porque durante minha lua-de-mel eu e namorado saímos muito, conhecemos muitos lugares lindos e ficávamos no quarto só a noite. Dessa vez, cidade feia - os gaúchos que me perdoem - o quarto era o maior atrativo!!!

Bem, como nem tudo pode ser perfeito, no sábado, quando estávamos almoçando, recebo um telefonema do Rio. Era a dona da casa de festas na qual faremos a festinha de 1 ano do Miguel. Nem passou pela minha cabeça que a notícia não seria boa já que me encontrava cheia de alegria... Mas o fato é que a casa de festas sofreu com o deslizamento do terreno de trás que pertence a Shell. Teve uma das paredes tombadas pelas árvores que deslizaram e precisará entrar em obras... Enfim, o telefonema era para que eu fosse buscar meu dinheiro de volta... Como assim? Fiquei atordoada. De novo a vida me pregando peças. Eu totalmente organizada, já estou com os convites que mandei confeccionar especialmente para a festa, decorado com o tema, prontos. Com data, horário e local! Mas, como desde o nascimento do Miguel, já estou ficando acostumada com os altos e baixos da vida, procurei me acalmar para enxergar todas as possibilidades.

Poderia procurar como louca uma outra casa de festas. Ok. Fiz isso. Não encontrei data, é lógico. Está hiper em cima da hora. A festa seria em 16 de maio. Poderia tentar sair da Ilha, fazer em uma casa mais distante. Procurei, até achei datas, mas o preço - que fechei em janeiro - já não mais o mesmo. E não vou gastar mais da metade que paguei. É uma insanidade. Não tenho dinheiro pra jogar fora ainda. Sendo assim, pensei que a melhor saída seria fazer lá mesmo, depois das obras ficarem prontas. A previsão é que levará 1 mês. Nunca leva. Quem já teve obra em casa, sabe que o prazo dado nunca é cumprido. Calculo, então, que a casa estará pronta, no máximo, em início de junho. Mas, pra garantir, marquei dia 03 de julho.

A dona da casa de festas nem quis continuar com meu dinheiro. Preferiu deixar comigo porque e se a obra não ficar pronta nem em 3 meses?? Ai, meu Deus. Resolvi relaxar e deixar nas mãos no Senhor. Se a casa de festas estiver pronta, a festa sai. Com 2 meses de atraso, mas sai. Se não ficar, deixa pra lá. Sei que meu filho não fará 1 aninho outra vez... Mas não posso me lamentar por algo que está além do meu controle. Espero que tudo dê certo. E, novamente, me deparo com uma situação na qual paro pra me perguntar se algum dia vou conseguir não fazer planos... Sinceramente, acho que não. Mas vou conseguir lidar melhor com o fato de que, algumas vezes, os planos não dão certo.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Rumo a Porto Alegre

Estava querendo muito que esse final de semana chegasse! E chegou. Hoje já tenho que arrumar as malas pra amanhã de manhã ir pra Porto Alegre com o namorado. Ele será padrinho de casamento no sábado, de um amigo que mora lá e resolvemos, com todo apoio da minha irmã, ir na sexta para descansarmos mais.

Confesso que não estou animada para o casamento em si... Estou animada por poder ficar 3 dias inteiros só eu e ele. Estou animada porque essa será a segunda vez desde que o Miguel nasceu em que eu poderei dormir até acordar!! A primeira vez foi no meu aniversário, quando minha irmã se ofereceu para ficar com o Miguelito pra eu e Hugo podermos passar a noite fora. Foi ótimo. Mas agora será melhor ainda, até porque estamos precisando mais.

Vou ficar com saudade da meu bebê, ainda mais agora que já faz tantas gracinhas e que interage tanto. Mas tenho certeza de que ele gostará de ter a mamãe de volta no domingo bem mais feliz e leve. E que venha o fim de semana!!

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Morte e vida

Como é difícil entender os caminhos de Deus. Como somos pequenos diante de tanta sabedoria... Só que na hora em que estamos no furacão é quase impossível não questionar porquê. Por que as coisas são do jeito que são e pronto?

Hoje um professor muito querido da academia morreu depois de estar 1 semana na UTI em virtude de um acidente de moto. Um acidente bobo que o fez cair da moto e ser atropelado por uma kombi. Lembro de ter lhe perguntado porque não parava de usar a moto logo depois de ter perdido meu cunhado em um acidente, também de moto. Ele me disse o que todos os motociclistas e apaixonados por esse meio de locomoção dizem: que é seguro, que ele é mega cuidadoso - e era mesmo - e sempre andava com todos os aparatos de segurança necessários e obrigatórios. Enfim, nada disso adiantou. Chegou a hora.

O mais triste disso tudo é que a esposa dele está grávida, já de 9 meses. O bebê, chamado Bruno, nascerá dentro dos próximos dias. Não posso e nem gosto de imaginar essa jovem mulher, a espera do primeiro filho do casal, cheia de planos e sonhos, vendo tudo desbotar de repente. Vida e morte tão perto. E só Deus pra saber a razão. Tenho muita fé, uma fé inabalável que me faz crer que há um propósito para tudo nessa vida louca. Acredito em Deus e em sua infinda bondade. Mas sou humana e tenho minhas fraquezas.

O que mais me machuca é imaginar o tudo de que essa mulher e esse filho serão privados. Tantos momentos, tantos desejos. A pior saudade não é a saudade daquilo que já passou. Essa, muitas vezes, até acalenta, alegra o coração. A pior saudade é a do futuro, é a de tudo que não se viveu. Essa sim, machuca demais. Como já disse meu querido Renato Russo,
"... meu vício de insistir nessa saudade que eu sinto de tudo que eu ainda não vi."