segunda-feira, 28 de outubro de 2013

O mundo é redondo



Recebi esse video de uma amiga e fiquei tocada. Chorei. Tudo bem que não é difícil me fazer chorar... E também não sinto a menor vontade de tentar prender minhas lágrimas quando elas surgem, não sinto a menor vontade de ficar com aquele nó na garganta que acontece quando o choro vem e não queremos chorar. Se me emociono, é praticamente natural ver as lágrimas pulando dos meus olhos. Não consigo controlar, nem esconder. E já não tento mais. 

Acho que o video resume um pouco o que eu acredito: que devemos fazer o bem não importando a quem. Acredito em fazer a minha parte. Mesmo que muitas vezes acabe me achando idiota, otária mesmo por agir de um jeito diferente de tanta gente. Muitas vezes fico cansada também e achando que o mundo não tem mais jeito, que a humanidade está perdida. São tantas atrocidades, tanta coisa feia, tantas atitudes bestiais, que fica difícil, por mais positiva que eu tente ser, acreditar que haverá solução. 

Porém, se tem uma coisa na qual boto fé é no fato de o mundo ser redondo. E isso me faz acreditar que o que se planta, colhe. Acredito no poder das boas ações e dos bons pensamentos. Acredito em jogar bondade pro universo, porque é exatamente isso que vai voltar pra mim depois. Gentileza gera gentileza. Tenho muita fé nisso. Por mais difícil que seja viver no meio de um mundo tão louco e carente de boas ações, eu acredito no amor. 

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Karaokê



Se alguém me dissesse 10 anos atrás que eu seria essa mãe que sou hoje, com certeza, não acreditaria. Primeiro porque você paga pela lingua muita coisa depois que tem filhos. Segundo porque esse lance de maternidade era uma coisa tão distante pra mim, que nem que eu tentasse imaginar da forma mais fidedigna, eu conseguiria chegar perto da realidade, em todos os sentidos: o lado bom e o lado ruim. Verdade é que mãe paga mico sem nem pensar duas vezes pra ver um filho feliz.  

Nós tínhamos acabado de chegar ao resort do Beach Park e, depois de deixar nossas coisas no quarto e descer pra jantar, começamos a ouvir uma música e resolvemos ver o que era. Nós tínhamos recebido a programação de todas as atividades do hotel mas acabamos deixando no quarto. Fomos chegando perto do som e vimos que havia uma banda tocando e muitos hóspedes assistindo porque era um karaokê. Nas mesas estava o cardápio com as músicas a serem escolhidas e a galera estava se divertindo. Sentamos por lá. 

Quando já eram umas 10 horas, falei pro Miguel pra gente ir pro quarto porque já estava tarde e precisávamos descansar. Como diz minha sogra, "Miguel adora uma fofoca!!". E o que ela quer dizer quando diz isso é que o meu filho não pode ouvir uma musiquinha, ver uma galera dançando que já gosta e quer ficar por perto. Mesmo que ele não se junte de imediato, vai gostar de ficar ali observando. Miguel estava com carinha de sono mas disse que queria ficar mais um pouco. Esperei mais 15 minutos e falei que já estava na hora. Miguel virou-se pra mim e falou:

-"Mas está todo mundo cantando e a gente ainda não cantou!" 

Eu pensei que ele quisesse cantar, falei pra ele que iria ajudá-lo a escolher uma música. Quem sabe alguma da Galinha Pintadinha ou do homem-aranha que ele tanto gosta? Poderia até mesmo ser a do AC/DC que toca no Filme do Homem de Ferro. O garoto enrola a lingua toda e sai cantando todo prosa, achando que está cantando no melhor inglês!! Ou quem sabe ele não cantaria a música do Bochecha que ele gosta de cantar pro pai ("Sou eu assim sem você")? Enfim, enchi de sugestões pra acabar logo com a novela do karaokê. 

Miguel ficou olhando pra minha cara como se eu estivesse sugerindo uma coisa de outro mundo pra ele e disse que ele não iria cantar. Nós, eu e o pai, é que iríamos cantar. Olhei pra cara do Namorado tentando o milagre dele pagar o mico junto comigo, buscando um apoio e tal, mas como a gente já se conhece só no olhar, o Hugo já foi logo falando:

- "Nem inventa, Namorada! Eu não levanto minha bunda daqui nem que Jesus venha falar comigo... Tá com você."

HA HA HA. Eu já sabia que sobraria pra mim. Pura ilusão mesmo a minha. Quem conhece o Namorado sabe que sóbrio não rola esse tipo de exposição. Resolvi tentar convencer o Miguel de que eu cantaria outro dia, mas criança é bicho esperto e não se engana, não. O garoto disse que queria que eu cantasse e que depois iria pro quarto dormir. 

Respirei fundo, peguei o "cardápio musical" e escolhi a música que eu iria assassinar. Chamei uma das meninas e falei que iria cantar e passei o nome da música. Ainda tive que aguentar a menina me olhando com os olhos arregalados como se eu fosse de outro planeta. Não entendi. Não satisfeita, ela me perguntou se eu estava certa de que queria cantar uma música em inglês. Não dei muita trela e respondi que sim. Afinal, se era inevitável a vergonha, que fosse breve. 

Fui lá e cantei, como o video mostra.

A carinha do Miguel todo feliz por ver a mãe alí, corajosa (pelo menos parecendo corajosa), cantando na frente de todo mundo, foi impagável. E, no fim, vê-lo me aplaudindo cheio de orgulho de mim e com um sorriso de orelha a orelha me proporcionou uma sensação maravilhosa. Quando cheguei perto dele, recebi beijos e um abraço apertado. Logo depois, pra encerrar o assunto e a noite, Miguel disse:

-"Agora, sim, mamãe, podemos ir pro quarto dormir. Vamos?"

Miguel, definitivamente, é um menino de palavra. 






quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Sabonete Líquido



Eu já sei que não sou muito certa da cabeça mesmo. Do nada, começo a pensar em coisas que, pra quem olha de fora, devem parecer algo de mulher que não tem o que fazer da vida. Só que eu sempre tenho muito o que fazer na minha vida, muito mesmo. E, ainda assim, minha mente é bombardeada por pensamentos que tomam um pouco desse meu tempo tão curto. 

Estava eu tomando banho ontem de manhã quando meus olhos se prenderam no sabonete infantil proteína do leite da Johnson que o Miguel usa. Peguei o sabonete e cheirei. Imediatamente senti o cheirinho do meu filho. E me dei conta de que Miguel está com 4 anos e que não precisa mais usar um sabonete diferente do sabonete que eu e o pai usamos. Miguel não é mais um bebê. E fui invadida pelo mesmo sentimento que tomou conta de mim quando tirei o berço dele do quarto e coloquei a cama. Um sentimento de perda. 

Pessoa analisada que sou, comecei a racionalizar a coisa toda porque sou louca mas ainda não rasgo dinheiro. Meu filho está crescendo e é natural que passe a não usar mais sabonete liquido de bebês. Assim como não há nada demais em continuar usando até a idade adulta, se ele desejar. Racionalizando um pouco mais, acho que o que incomoda é ver o tempo passando e, mais além, saber que essa idade tão gostosa, tão mágica, está passando com o tempo. Eu não tenho saudade do meu filho bebezinho de colo. Fato e não vou mentir pra parecer bonito. Nem tenho saudade do meu filho com 1 ano, começando a andar, de um lado pro outro, metendo a mão em tudo o que encontra pela frente. Não tenho saudade mesmo das noites sem dormir, do choro chatinho de bebê. Mas tenho a certeza, assim como sei que o dia vai clarear todas as manhãs, de que sentirei saudade desse Miguel de 3, 4 anos: engraçado, falante, ganhando certa independência, que pede o que quer e diz o que não quer, que acha graça de coisas que eu não acho, que manifesta opiniões e que já me dá umas respostinhas atravessadas e que me faz muito carinho. Dessa fase eu vou sentir, sim, muita saudade. 

Na minha cabeça maluca, essas pequenas decisões como trocar o berço pela cama, ou parar de comprar sabonete especial pro meu filho, significam muito. São os sinais de que meu filho está crescendo e por mais que isso seja maravilhoso, me dá um arzinho de melancolia. Não sei se fico me ligando nessas coisas porque decidi ter apenas um filho e, por isso, tento aproveitar tudo ao máximo, não deixando ou pelo menos tentando não deixar passar nada despercebido por mim. Ou talvez seja apenas porque sou uma pessoa que se liga em sinais. 

Meu filho me ensina tanto e, ontem a noite, enquanto estávamos na cozinha jantando, foi dele que veio o desfecho simples pra essa melancolia. Estava olhando pra ele daquele jeito que só as mães olham pros seus filhos, com aquele olhar perdido em tantos pensamentos, e falei:

-"Filho, mamãe vai sentir tanta saudade de você quando você ficar grande que nem o papai..."

E aí o Miguel perguntou:

-" Por que, mãe? Eu vou ficar grande que nem o meu pai logo?"

Eu respondi que não, que ainda iria demorar um pouco, mas que um dia ele não seria mais o meu bebê. E aí Miguel, daquele jeito de falar comigo olhando bem dentro dos meus olhos, como se sentisse que fosse me dizer algo importante, falou:

-" Mamãe, eu vou sempre ser o seu bebê. Vou ser o seu bebê, só que grande."

E assim foi encerrada a melancolia repentina por causa de um pote de sabonete líquido. Meu filho disse o que todos sabem: que o elo entre mãe e filho não se rompe com a maturidade, com o tempo, nem com a distância, se o relacionamento foi construído com base no amor e na verdade. 

Pode o mundo girar mil vezes, pode haver guerra ou paz. Miguel será do mundo, mas sempre será um pedaço de mim. E eu sempre serei dele. 


sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Desperdício




Se tem uma coisa que me deixa triste é ver uma  pessoa colocar comida no prato e não comer. Isso me incomoda, de fato. Quando é uma criança que está fazendo o seu prato, acho perdoável porque a criança ainda não se conhece direito e se nós, adultos, às vezes erramos na mão, imagina uma criança. Mas adultos desperdiçando comida todo santo dia, me dá muita pena. Pena de quem não tem o que comer, pena do nosso meio ambiente que sofre com o uso de produtos químicos, fertilizantes e pesticidas para cultivarmos nossos alimentos. Fora o aumento do tamanho dos "lixões" o que contribui ainda mais pro nosso planeta se deteriorar.

Não sou nenhuma estudiosa do assunto, mas estava lendo no jornal dia desses que 1/3 da comida produzida mundialmente é desperdiçada. Li também que os consumidores de países ricos jogam fora a mesma quantidade de alimentos que a Africa produz. E isso precisa parar. E pra começarmos a fazer uma mudança não precisamos fazer nada grandioso, precisamos começar na nossa casa. 

Todas as vezes que viajo e fico em algum hotel ou resort com sistema all inclusive, o que vejo é um festival de exageros. Não sei o que acontece com a cabeça das pessoas mas acredito que seja mais ou menos isso: "já paguei mesmo, então vou colocar de tudo no prato". Até aí tudo bem, se a pessoa comesse mesmo o pratinho estilo montanha que faz. Cada um sabe a fome que tem. E cada um que arque com as consequências de comer demais depois. Entretanto o problema é que as pessoas colocam a comida no prato e a maior parte delas não aguenta nem a metade e deixa a comida ali, no prato deixado de lado, pra ir direto pro lixo. Acho muito feio, acho falta de educação, deselegante até. Quantas vezes vi pessoas pegarem um pedaço de cada tipo de bolo disponível para café da manhã em hotel, dar uma garfada em cada um e deixar todo o resto no prato. Eu não entendo. E isso acontece em todas as camadas sociais. É uma questão de educação. Sempre ela... Parece que todos os caminhos nos levam pra educação...

O lema lá em casa sempre foi: "Colocou no prato, coma." Meu pai virava uma fera se desperdiçássemos comida. Coisa de quem passou dificuldades e conheceu o que é dureza. E assim procuro criar meu filho porque acho que meu pai e minha mãe estavam muito certos. Eu podia abrir a panela e colocar comida mil vezes, se assim quisesse, mas não podia deixar comida no prato. Fui ensinada a colocar comida aos poucos e hoje, raramente, erro na mão. Além disso, lá em casa sempre teve o "dia do restolho" onde o que se tinha pra comer era o restinho da comida que havia sobrado dos outros dias da semana. Sei lá se isso é coisa de pobre ou de suburbana, mas fui criada assim e não morri por comer sobra de comida. E se tem uma coisa que nunca faltou na minha casa foi comida. É só que essa cultura do não desperdício sempre esteve presente na minha vida. Por isso, procuro não encher o prato do Miguel. Coloco o que sei que ele normalmente come e se ele, por acaso, quiser mais, coloco mais um pouquinho. Ele também deve aprender que nossas atitudes afetam o planeta. E, vivendo em um país onde tanta gente passa fome, me dá vergonha esse desperdício, essa falta de consciência. Se cada um pensasse nisso, economizaríamos muito. E teríamos um mundo um pouco melhor.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Beach Park






O Beach Park foi uma surpresa muito agradável pra mim. Estou muito acostumada com parques aquáticos e não sou muito fã deles porque esse negócio de sobe e desce escada sem parar me enlouquece um pouco, mas dentre todos os parques aquáticos que conheço, o Beach Park é um dos melhores, principalmente para crianças pequenas. O parque é limpo e organizado e nunca vi em nenhum parque desse tipo uma preocupação tão grande, em cada atração, com a altura e idade das crianças. Eles realmente respeitam a altura mínima para cada brinquedo e isso mostra o cuidado que têm.

Bom, Miguel não pôde andar na maior parte dos brinquedos maiores, que pedem altura mínima de 1.20m, mas as opções pra idade dele são muitas. Há como se fossem ilhas temáticas e em cada uma delas há muitas espreguiçadeiras, quer dizer, a criança fica brincando bastante tempo em cada uma das ilhas em vários mini tobogãs, escorregas, túneis, etc. enquanto os pais ficam tranquilos tomando seu sol. Em cada uma dessas áreas temáticas, ficam 2 ou 3 monitores, dependendo do tamanho, e eles organizam a fila e ensinam com a maior paciência o modo de a criança sentar ou deitar e também o posicionamento dos braços na descida. Miguel aproveitou muito. E nós também.






Agora creio que minha experiência durante esses dias em que estive lá não teria sido tão boa se não tivesse ficado em um dos resorts do parque. Ficar em um deles, no meu caso escolhi o Acqua Resort, tornou a vida ainda mais fácil porque tínhamos acesso livre ao parque - inclusive há um rio que liga o hotel ao parque, com entrada independente e exclusiva para os hóspedes, e podíamos entrar e sair quantas vezes quiséssemos além de poder aproveitar a programação noturna do parque (teatrinho, karaokê com banda ao vivo, forró). O resort é extremamente organizado e logo na chegada recebemos toda a programação pras crianças (mini club) e pra adultos.

Miguel, quando não estava no parque conosco, estava brincando no "clubinho", como ele gostava de chamar,  sempre acompanhado de monitores e as demais crianças. Muitas vezes, fui pro quarto cansada de esperar por ele e quando as atividades terminavam (10 da noite) interfonavam para nosso quarto para que o buscássemos. As crianças são divididas em dois tipos pelo resort: as que recebem pulseira amarela são aquelas que podem se movimentar sozinhas, não necessitando dos pais ou monitores. E as que recebem a pulseira vermelha: aquelas que, como o Miguel, só podem sair do clubinho se acompanhadas ou por monitores ou pelos pais.





A comida também é maravilhosa. Muitos pratos variados, tanto no café da manhã como no jantar. E não é aquela comida de carregação, sabe? Quando tudo tem o mesmo gosto? Não. Tempero delicioso e cada comida com seu sabor. E pra completar, todos os dias há um buffet especial só pras crianças, onde tem sempre feijão, arroz, carne, nugget, batata frita, estrogonofe, purê, macarrão, enfim, as comidinhas que os pequenos mais gostam. Miguel comeu muito bem. Os quartos são amplos e tem geladeira e microondas, uma pequena cozinha. Miguel não me dá trabalho com isso porque come de tudo e não preciso fazer nada de especial pra ele se alimentar, mas é legal saber que tem essa estrutura. A suite Junior tem uma saleta com um sofá que vira uma cama de casal, onde o Miguel dormiu. Tanto o quarto quanto essa sala tem TV e isso foi ótimo porque Miguel pôde ver o que queria enquanto eu e Namorado víamos um programa do nosso interesse.  

A praia em frente ao resort é excelente, a grande faixa de areia é bem branquinha. A água é gostosa e mansa. Sempre há piscinas naturais formadas mais pro rasinho e Miguel brincou muito. Hora queria ficar na piscina, hora pedia pra ir pra praia catar conchinhas.




Bom, eu não esperava gostar tanto e amei. Não só por ver o Miguel feliz, se divertindo horrores, mas porque também fui surpreendida pelo tempo que tive a sós com o Namorado. Como Miguel se entrega mesmo pras atividades, mesmo que a princípio sejam desconhecidos que estejam comandando e que não conheça as outras crianças, realmente pude ficar sem fazer nada, pude namorar, pude ler. Li tanto que consegui ler um livro inteiro e começar outro em 3 dias. Tanto o Beach Park quanto o Acqua Resort foram uma feliz surpresa e acho que vale muito a pena ficar nesse resort coladinho ao parque. 

sábado, 12 de outubro de 2013

Preciso dizer que te amo



Quando a gente é amigo de quem, sem que a gente saiba, vai ser nosso marido, é complicado. Muitas coisas são ditas pra um amigo que não se diz pra um marido. Amigo pode ver coisas que um marido não deve ver. Marido não tem que ver você se interessar por outros caras, beijar outras bocas, falar de outras pessoas. Não. Não mesmo. 

Só que a vida reserva tantas surpresas, vai por caminhos tão inesperados, que não dá pra perder tempo se perguntando porque teve que ser assim e não de outro jeito. Porque temos que passar por certas situações? Será que é mesmo imprescindível experimentar certas dores, certos conflitos? Acredito que a resposta seja sempre sim. Tudo é crescimento. E Deus sempre sabe o caminho certo, mesmo que pareça tão errado.

Se eu pudesse escolher, não teria demorado tanto pra perceber que um amigo seria meu amor. Muitas vezes a gente separa amizade de amor e isso é uma besteira porque aniquila muitas possibilidades. Afinal de contas, maridos e esposas não são melhores amigos? A diferença é que nos acostumamos a conhecer o amor primeiro pra depois ser amigo. Comigo foi o caminho inverso e eu tive muita dificuldade de entender esse processo. 

Meu Namorado é de uma sensibilidade que vi em poucas pessoas. Eu não percebia nossas tantas possibilidades, não conseguia enxergar uma vida pra gente juntos, não conseguia ou não queria, apesar de todos os sinais indicando que meu caminho estava cruzando com o dele e que assim ficaria. Até o dia em que ele me disse que essa música era tudo o que ele queria me dizer, era tudo o que ele sentia, era tudo o que ele pensava. Era uma música que poderia ter sido escrita por ele pra mim. 

E, nesse dia, meus olhos se abriram. E meu coração também. 

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Nordeste







Toda vez que viajo pro nordeste do Brasil, fico maravilhada. Eu, simplesmente, amo. Ceará, Pernambuco e Alagoas então... Nem se fala!!! É beleza demais, astral demais. A primeira vez que fui ao nordeste, eu devia ter uns 14 anos. E conheci vários lugares, várias praias. Depois, adulta, fui repetindo as viagens, conhecendo um lugar de cada vez, indo mais a fundo. E a paixão só aumenta.

Sei que quem é carioca não se deslumbra com coisa pouca. Acho que só Fernando de Noronha é capaz de embasbacar o carioca, afinal a gente mora em uma das cidades mais lindas do mundo e o carioca tem consciência disso, dessa beleza, dessa energia diferente que só o Rio de Janeiro tem, dessa coisa "carpe diem" tão típica dessa nossa cidade maravilhosa. Mas há algo no nordeste todo que é muito gostoso, muito solto, muito livre. A começar pelo clima.





No nordeste é quase sempre sol e quando chove é muito rapidamente. Um céu azul divino, um sol delicioso, o ano todo. E, olha, que eu não sou muito de calor, não... Adoro um friozinho. Mas no nordeste tem um vento que não pára, um vento que faz você achar que não está queimando, um vento que engana. Você fica tostado e nem sente. Não dá pra se iludir: haja protetor solar! O ventinho leva embora a sensação de calor e você fica crente, crente, que está abafando e quando vê está torrada. Lá eu aguento ficar o dia todo na praia, sem me queixar do calor. E a temperatura da água? É uma delícia. Diferente do sul e sudeste, onde a água é gelada, a água lá de cima é de uma temperatura convidativa: nem gelada, nem morna. É água no ponto, água convite, água que dá vontade de ficar brincando de ser pato pra sempre. 
O povo é outro ponto marcante. É um jeito de falar engraçado, um jeito de tratar os turistas tão carinhoso, tão acolhedor, que leva pra longe a saudade de casa. Gosto da comida, dos temperos, das rendas. O litoral brasileiro é rico demais, é um exagero de bonito. E Deus foi especialmente cuidadoso com a parte lá de cima. Salve o nordeste!!!