quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Pra quem gosta




Em tempos em que todos só falam de 50 tons de Cinza e todas parecem estar apaixonadinhas por Mr. Gray, é claro que muitos pegaram carona nos romances com pinceladas sadomasoquistas, aproveitando, assim, o sucesso de vendas. Muito por acaso acabei com um desses livros na mão. Há uns dois meses o Namorado me ligou me perguntando se eu não queria algum livro porque ele estava fechando um pedido com uma editora e precisava atingir um valor mínimo. Pensei cá comigo, "ele está perguntando se macaco quer banana..." É lógico que queria! Sempre quero ganhar livro, sempre estou lendo algum livro. Não me lembro de nenhuma ocasião nos últimos 20 anos em que não estivesse lendo algum livro. Então, sem pensar duas vezes, já que estava de frente pro computador e nenhum nome me ocorreu assim na hora, procurei a parte dos lançamentos e lá estava ele: Luxúria. 

Falei pro Namorado o nome, autor e três dias depois estava o livro lá em casa. Eu tenho muitos livros esperando pra serem lidos, é uma fila mesmo. Quando alguém me empresta algum, esse passa na frente dos outros porque livro emprestado tem que ser devolvido e não gosto de ficar muito tempo com o livro de outra pessoa. Então, normalmente, o livro novo que o Hugo comprou ainda iria esperar muito tempo pra ser lido. No entanto, por preguiça, como não havia guardado o danadinho quando acabei o livro que estava lendo antes (Arroz de Palma, do Chico Azevedo), acabei olhando pra ele, ele olhou pra mim e eu pensei: "Vai ser esse mesmo, vai passar a frente dos outros!" 

Comecei e pronto, questão de poucas páginas, o livro me pegou. Fui ver, só depois de ter começado a leitura, que ele também faz parte de uma trilogia, coisa que me desagrada um pouco. Mas aí já era tarde. Diferente da protagonista da trilogia "50 tons", a mulher de Luxúria já tem seus 35 anos, é estável financeiramente, tem uma carreira sólida como escritora e é bem resolvida sexualmente e já teve várias experiências descompromissadas, tipo "é sexo mesmo o que eu quero e só". Beleza, já gostei mais porque em "50 tons" a protagonista é uma virgem ainda novinha, quer dizer, ainda falta um pouco de chão pra ela. É claro, o protagonista de Luxúria, Alec Walker, segue a mesma fórmula do lindo, Deus, gostoso. Com um "a mais", pelo menos pra mim: o cara ainda tem um cavanhaque... E eu adoro!! Enfim, a coisa fica quente mesmo entre eles. Quando digo quente, eu, que nada tenho de puritana e acho que sexo pode ser muito bom mesmo sem amor, quero que entendam que o livro é picante em nível elevado, sem insinuações, a coisa  toda ali, preto no branco. 

Já ouvi gente dizer que achou muito pesado. Pra mim, foi na medida. 

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Mais uma que não mente...

Cara, chorei de rir lendo esse post da Giuliana, do blog "Lulu não dorme" (http://lulunaodorme.blogspot.com.br). E não posso deixar de compartilhar o texto com vocês porque tem tudo a ver comigo e com minha vida. Todo mundo sabe que não sou de mentiras sobre a maternidade e me sinto na obrigação de falar tudo o que acontece na real, porque eu achava que estava preparadíssima pro meu bebê e, vou te contar, não é mole mesmo essa vida de mãe! É bom saber pra depois não dizer que a cigana te enganou, viu? Então, estou compartilhando o texto dela com vocês, espero que gostem. Talvez se identifiquem como eu, talvez achem que ela está sendo radical demais e isso sirva pra vocês acharem o bebê de vocês um santo e se acharem umas sortudas agraciadas com um dos raros bebês tipo "anjo". Vamos lá:


Maternidade, o Lado B. Ou a vida como ela é não como deveria ser. Ou por que caralhos ninguém nunca me contou isso?

"Me deu um ataque sincericida. E  de tanto ver mãezinhas falando 
oh- como- a- vida- é- boa-como- filho- é- mágico, que resolvi falar a verdade. Segurem.

O que nunca ninguém me contou: (Por que meu deus? Por que?)

Que aquelas fotos de book gravídico são tudo uma farsa. Mães sorrindo 
placidamente segurando a barriga e olhando o mar é photoshop emocional. 
Tudo atriz. A verdade é que na gravidez a gente incha, vira uma orca com elefantíase.
 Não acha posição na cama, se sufoca com a própria barriga, vive num mundo paralelo. 
Um mundo regido por hormônios. Que ora estão de bom humor, ora não. 

E ora não ora não ora não....... 

Que passamos 9 meses numa montanha russa emocional com direito a vômitos.
 Muitos vômitos. Além de diarréias e gases em profusão. Sem contar as hemorróida.

Que quando vamos fazer ultrassom ou exames de sangue quase temos um
 ataque cardíaco de medo. Que acendemos velas, invocamos orixás, jogamos
 pipoca pra cima e sal grosso pra baixo. Fazemos promessas pra que no temido
 morfológico apareça o osso nasal, vinte dedos e um coração que bate. 

Que vamos todas corajosas levantar a bandeira do parto normal.
 Porque é o natural, é assim que deve ser. Sou forte. Sou índia. Vamo lá ficar 
de cóccix e botar uma vida pra fora. Só que atrás dessa bandeira estamos 
si-ca-gando de medo de aquela alcatra arregaçar nossas partes pudendas para
 todo sempre. Optamos então pela cesárea. SIM OPTAMOS, porque vivemos no Brasél 
e aqui pode se optar por. Mas claro que nas rodas  matérnicas vou dizer que
 não foi opção, que minha filha tava com cabeça pra cima, que não 
tive contração e muito menos dilatação (na verdade, meu corpo usou esse mecanismo
 de  defesa contra o medo) e dá-lhe cesárea. 

Mas quem disse que esse tipo de parto é simples, lindo, pimpão? Um corte de ponta
 a ponta na sua  barriga do tipo ligue os pontos, formam um ‘smile’, aquela carinha
 sorridente, e que quando você  olha no espelho, tem vontade de chorar e pensa:
 putaquepariu, me cortaram de cabo a rabo, nunca mais vão me amar.

Mas isso não é nada perto do que esta por vir. O neném. Sim, o neném.

Dizem os livros, revistas, amigos e parentes que você deve se sentir, (veja bem DEVE 
no sentido de dever, não de probabilidade), arrebatado por uma amor incondicional
 assim que pega seu filho nos braços. An.  E é nessa hora que você tem que 
dizer: meu deus que coisa  linda! E foi nessa hora que eu disse: 
meu  deus é um joelho?

É amor?  Explosão de felicidade? Na hora do parto? Cheia de agulhas enfiadas
 nas veias? Com um corte de 10 cm da sua barriga, com oito camadas 
suas expostas à uma equipe que conta piadas de judeu enquanto cavoca o seu 
útero e joga  uma gaze suja na sua coxa? O que chamam de amor eu chamo 
de me tirem daqui. 

Aflição. Só Madre Teresa, se não fosse Madre, sentiria essa amor
 imediato pulsante, incondicional, acredito eu. Ou Dalai Lama. Tenho uma amiga que 
foi  um pouco mais além, mas cada um sabe de si,
 né? “Tirem esse verme daqui” foi o que ela proferiu quando viu seu bebê. 
Acontece, gente.

Quem é mãe sabe que acontece, mesmo que vocês abafem isso e
 guardem num baú a 18 palmos da terra esse tipo de emoção. Isso volta hein? 
Hora ou outra isso volta pra você. É melhor jogar pra fora. E não precisa ser 
taxada de psicopata por isso , os hormônios estão ai pra isso, 
pra culpar-mo-lhos. Assim como a depressão pós parto. Lindo. Uma criança 
saudável, faminta, com cabelinhos até! mas que chora pra caralho.
Uma criança  que é capaz de chorar  por 10 horas seguidas.
 Não há amor incondicional  que suporte o Baby Blues  sem sucumbir.

Nesse momento você olha para a janela do hospital. Confere se é alta. É alta. Sim!!!
Pensamentos suicidas ou homicidas (que inclui todos aqueles parentes 
distantes que vão te ver pelada no hospital), passam a todo instante na cabeça 
das pobres mães.  É, pobres mães, porque a gente não tem culpa de 
ser nardoni nessas horas. É uma coisa de deus, ou do diabo sei la. 
Mas não é da gente. É do universo, porra.

Daí ce leva o verminho pra casa, já sentindo alguma afeição entre um 
bocejo e outro, entre uma regurgitação e outra, entre um putaquepariu e outro. 
 Ele ri, você ri, ele chora, você chora, ele ri, você chora, você chora e ele chora,
 choramos. Choramos muito. Choramos por cansaço, por não saber lidar
e por solidão. Sim solidão. Sentimos uma solidão intrínseca-visceral. 
Mesmo com alguenzinho grudado em seu peito, nos sentimos sozinhas. 
Adultas sozinhas, adultas crianças. Somos crianças e mais uma vez choramos. 
Desamparadas pela vida e por todos os nossos entes queridos mesmo que eles 
estejam no mesmo cômodo que nós. Não dá pra explicar. Só quem já foi mãe de um 
bebê de 1 mês sabe. SABE SIM do que tô falando. Não dissimulem.

Daí ele cresce um tico, já levanta aquela cabeça balançante tipo 
cachorrinho- de- porta- mala- de- carro-de-pobre e você pensa WOW, tomara 
que comece a andar logo, minhas costas não aguentam mais esse peso.
 Quem ele pensa que eu sou? Um burro de carga? E lá vai você fritar bife com
 o pingente no colo; fazer cocô com ele te sorrindo no bebê- conforto posicionado
 estrategicamente a frente do vaso sanitário, tomar banho enquanto ele cochila 
escorado por almofadas na sua cama  “e se ele virar e cair?”  daí ce corre do 
banho enrolada precariamente numa toalha, pingando sangue. Ahhh sim,
 ninguém me disse que eu hemorragiria por quase 90 dias após
 o parto. E que gastaria em modess o equivalente a um Sandero 2012. 
Fora as vezes que você tem que almoçar com com ele penduradinho nas suas tetas. 
Quem nunca?

Tetas. Tetas sim. Seios não pra quem nunca amamentou. Porque a gente se 
sente uma vaca. Uma vaca esperando a hora do abate, que nunca chega.

Quantas vezes esqueci, ou não deu tempo de jantar, de tomar banho, adiar 
o xixi ate sua bexiga implorar por um Pyridium na veia?

Fora a vaidade. Que vaidade? Passamos a evitar colares, pulseiras, brincos
 e anéis,  porque machucam os bebês e eles podem arrancam e se você tiver
 um milésimo de segundo distraída eles enfiam na boca e engolem felizes o 
seu anel de ouro rosa da Vivara, aquele que você que tá pagando a quinta
 parcela ainda. Corremos pro hospital preocupadas com a saúde deles, em prantos, e depois 
que o anel sai esquecemos  eles no canto e vamos lá limpar  toda a bosta da
 nossa jóia, amaldiçoando a nossa criança.

Daí começam a andar, ahhhh que legal o andar! Essa fase é mágica, se você mãe,
 for maratonista. Por que só assim pra dar conta de correr atrás de 80 centímentros
 hiperativos all day long.  Você cansa. Cansa demais e pensa... porque ele foi andar
 tão rápido meu deus?! Na verdade eles não aprendem a andar e sim a correr.
 Já nascem Robson Caetano.

Começa aí a aparecer alguma independência. Ufa! Você já pode ir pra cozinha cortar 
meia cebola enquanto ele fica na sala enfiando o controle remoto na boca, e você
 pede pra tirar,  e ele põe e você pede e ele põe, ad infinitum. Daí ce desiste e
 aproveita pra chorar botando a culpa na maldita cebola. Mas leitora, não é a cebola
 que te faz chorar, é o seu filho, não se enganem.

Ter um bebê exaure, suga, chupa sua força. Ter uma criança exaure, suga chupa,
 engole, extingue suas forças. Dizem que na adolescência essa progressão aritmética piora. 
Oremos.

Falando em orar, eu até rezava antes de dormir, quando grávida. Depois n-u-n-c-a 
mais lembrei. Esqueci o Pai Nosso, o Salve Rainha, a Ave Maria. Só lembro do Credo. 
Credo que canseira, credo que feia que eu tô, credo que gorda, credo que vida!!!!

Vida social, esquece. Vida social de mãe de bebê é ir no supermercado e compartilhar
os benefícios do Prebio1 no corredor de leite em pó. É saber que a Pampers absorve
bem menos xixi que a Huggies, mas pra cocô é excelente. E o cocô hein? 
Milho inteiro e confundir beterraba com sangue é motivo recorrente de pânico pra 
mães desavisadas. Dá-lhe pediatra. 

Pobre médico de mãe de primeira viagem; esse ser é o que mais sofre. É cada 
pergunta, que hoje, quando lembro que liguei as 5 da manhã pra perguntar o que
fazia com uma picada de pernilongo, me faz querer morrer. Mentira. Foda-se o médico.
 Ninguém mandou ser pediatra.

Aí chega o momento de os pimpolhos frequentarem a escolinha. 

Você começa a vislumbrar a sua independência. Seus braços ficam livres por
 meio período  e você pode dormir. Pode? Não, não pode. Você tem que lavar louça,
 roupa, chorar, fazer comida, chorar, trabalhar, chorar, tomar banho-se der- e 
ir buscar ele na escola. O que você fez nessas quatros horas? Viveu? Não. 
Sobreviveu a mais um dia. Tipo AA – mais um dia.

Se você for casada, chega a noite, entre um acordar e outro de seu filho, vem
maridão encostar o pé gelado no seu. Se ele tiver sorte, você nem acerta o saco dele. 
Mas a intenção é essa.  E quando você não tem marido, você se sente uma miserável 
por nem ter um pé gelado pra se enroscar com o seu.

E quando calha de além de ingressarem na escola, os filhotes desmamarem? 
Ohhhhh independência master. E se adicionar o desfralde? Isso é vida!! 

Engano ledo (mais um). Xixi por toda a parte, xixi de noite, xixi de dia, xixi na calça,
 xixi na cadeirinha do carro, xixi no shopping. Fora o cocô. Vida de cão. Nessas horas
 seus peitos  já estão no chão, junto com sua auto estima. Peitos no chão,
 perna mijada, feijão no dente,  cabelo bicolor. Reze pra estar na onda do ombrè hair
 na época que seu filho nascer.  Ou melhor antes de nascer, porque na gravidez é
 expressamente proibido tingir o cabelo (mas isso burlamos, viu ginecos? 
Temos técnicas transcendentais para isso)

Fora isso tudo aí supracitado, tem as birras em locais públicos e não públicos,
 tem os pesadelos, tem o terror noturno, tem o vamos brincar quando você chegar
 do trabalho, tem o não quero brócolis só chocolate, tem o posso dormir 
aqui com você, tem o..........

A lista é infinita e minha filha não tem nem 3 anos.

Mas sou a favor da sinceridade para com as outras mães. Conto. Conto tudo mesmo,
 para que pensem 2, 3, 4, 8 vezes antes de abrirem as pernas sem camisinha.

Ser mãe é padecer. O paraíso é história pra boi dormir. – eu podia ter tido um filho boi. 
Pelo menos dormia. (apagar)

PS1: Claro que tem o lado A, mas esse todo mundo conta.
 Quando sarar minha TPM eu conto.

PS pra mim: excluir esse post do blog assim que Lulu for alfabetizada."

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Cenas de uma Educação Falida




Quanto mais ando por aí,  mais sem esperança vou ficando de que o mundo melhore, de que as pessoas comecem a se preocupar não apenas com seu umbigo e olhem pro lado, olhem pro próximo. Não é pessimismo não... É a constatação da realidade, de que as coisas andam muito do avesso, de que o errado está virando normal e de que pessoas certas são tomadas, a cada dia mais, como idiotas.

Semana passada três acontecimentos me levaram a questionar até quando vamos negligenciar a importância da educação. Tanto a educação que damos a nossos filhos, quanto a formal propriamente dita, recebida na escola. A primeira cena que me marcou foi quando li no jornal a notícia de que um aluno de uma renomada e tradicional escola da zona sul do Rio de Janeiro - a matéria não citava o nome da escola - tacou uma pedra em um ônibus. A pedra quebrou uma das janelas do veículo e feriu a passageira que sentava ao lado dela. Pessoas que testemunharam o fato, foram até a escola (por causa do uniforme que o menino usava) e a direção identificou o aluno e telefonou para os pais. A mãe, ao ouvir o relato a respeito da atitude de seu filho, perguntou: "E o que vocês querem que eu faça? Curativo?"

Cena 2: Sábado, minha mãe foi ao Rio Design Barra com minha irmã. Lá há o sistema de sensores  que ficam vermelhos ou verdes em cima das vagas indicando quais estão livres, assim como em cada corredor é informado quantas vagas estão disponíveis. Bom, em um desses corredores a placa eletrônica dizia haver 6 vagas. Acontece que três motoristas, donos de carros grandes, resolveram, simplesmente, ocupar duas vagas cada um, estacionando exatamente em cima da linha amarela que limita as vagas de forma que o sensor não acusava a presença de automóvel em nenhuma das vagas ocupadas pelo dito carro. Simples assim: a pessoa resolveu ocupar duas vagas e pronto. Minha mãe resolveu falar com o segurança do estacionamento e ele lhe respondeu que as placas dos três carros já tinham sido chamadas milhões de vezes nos auto falantes do shopping mas nenhum dos três motoristas apareceu pra ajeitar o carro e liberar as vagas. 

Cena 3: Domingo, Downtown, também na Barra. Eu e Namorado compramos nossos ingressos para o cinema e estávamos esperando o elevador pra descer e dar uma volta antes da hora do início do filme. Apertamos o botão do elevador e ficamos esperando. Não havia ninguém na nossa frente aguardando também. Entretanto, pra nossa surpresa, assim que a porta do elevador abriu, uma família de mais ou menos 5 ou 6 pessoas, entrou no elevador quase nos atropelando sem nem se preocupar se havia uma ordem de entrada. Essas pessoas talvez vivam sob o lema de que "o mundo é dos espertos." Um homem, que foi o último a entrar no elevador, ainda riu, sem graça, pelo fato de sua família ter entrado antes de nós, mas em nenhum momento falou pra que saíssem do elevador pra que a gente entrasse. 

Agora me responda você: é possível acreditar que o ser humano está evoluindo? É possível acreditar que estamos caminhando rumo a um mundo mais justo? Será que existe mesmo uma luz no fim do túnel? Ai, desculpa, mas estou meio sem ânimo pra acreditar nisso. A única certeza que eu tenho é que eu não sou como eles. Não quero ser. Vou continuar fazendo a minha parte, sem medo de ser considerada idiota ou otária. Custe o que custar.


quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Exposição

Quando uma pessoa resolve ter um blog, ela sabe que vai se expor. E eu não sou diferente. Sabia que estaria me expondo, me mostrando. É lógico que tem coisas que a gente não confessa nem pro travesseiro, mas na maior parte das vezes escrevo o que penso, escrevo a respeito do que gosto ou não gosto, sobre alguma coisa que chamou minha atenção, sobre meus sentimentos. Meu blog não tem cunho jornalístico, é algo como um diário mesmo, feito por mim e com minhas ideias e, portanto, mostra um pouco de mim pro mundo. Por mais que eu soubesse disso, soubesse do alcance do mundo virtual e do poder da internet, só não passou pela minha cabeça que meus pensamentos e opiniões pudessem incomodar tanto alguns. 

Parando pra pensar, é claro que o que escrevo aqui pode ser lido no mundo todo e pode ser bacana pra alguns, relevante ou totalmente fora de propósito pra outros. Eu respeito isso. Nunca foi minha intenção ser unanimidade. Imagina... Que pretensão mais besta. Eu só queria, quando comecei a escrever o blog, retornar a um velho hábito meu: o de escrever sobre o que passa na minha cabeça e no meu coração. Só que quando estamos conversando com alguém no ambiente de trabalho, em família  ou em uma festa, mesmo que não concordemos com o que é dito por terceiros, educadamente nos posicionamos e defendemos nosso ponto de vista criteriosamente. Quando escondidos pela distância do mundo virtual, vejo que algumas pessoas surtam mesmo e colocam, quase sempre anonimamente, seu modo de enxergar a vida de forma muito agressiva, sem respeitar qualquer regra de convivência e educação. É como se as pessoas pensassem: "vou mostrar o meu pior porque ninguém vai saber quem sou e, além do mais, pra quê me preocupar com regra de convivência se não convivo com a criatura que escreve o blog?"

Enfim, alguns posts são mais polêmicos que outros, mas um post bobinho no qual pedi opinião a respeito de deixar ou não meu funcionário usar cabelos longos, no qual fiz comparações entre homens famosos com cabelos longos e curtos e no qual deixei claro o meu desgosto por homens de cabelos compridos, gerou tanta indignação que vocês não podem nem imaginar. As pessoas fizeram muitos comentários feios como se o que eu escrevi fosse lei. Como se eu não tivesse o direito de dar minha opinião sobre isso. 'Peraí', gente, eu sou uma pessoa com opiniões como qualquer outra e isso não quer dizer que minhas opiniões ou as coisas nas quais acredito ou defendo sejam verdades absolutas. Publiquei a maioria dos comentários e deletei alguns que, acho eu, são impublicáveis. Comentários onde fui xingada, não vou nem repetir aqui os palavrões, mas pensem em algo de vagabunda pra baixo. Também fui mandada pra´quele lugar! Alguns chegam a ser engraçados: dizem que eu devo namorar um homem careca e, portanto, sou uma recalcada. Um dizia que sou mal amada. Ai, meu Deus... E por aí vai... 

Quero apenas deixar claro aqui que amo receber comentários e publico todos, até mesmo aqueles das pessoas que não concordam comigo. Não poderia ser diferente. Fiz amizades através desse blog, pessoas por quem tenho muito carinho. Amo ler os comentários fofos que recebo. Mas insisto em dizer que críticas são bem vindas sempre. Uma crítica bem escrita, defendendo um ponto de vista diferente do meu com coerência me fará pensar e refletir e, acreditem, poderá me fazer até mesmo mudar de ideia. É um jeito de crescer e aprender também. A prova disso é que meu funcionário está aí, trabalhando com seus cabelos cada vez mais compridos até hoje. Continuo achando o Caio mais bonito de cabelos curtos, entretanto respeitei seu gosto. Então, pra concluir, comentários bobos, sem conteúdo que buscam única e exclusivamente me ofender, não valem não. Esses, eu deleto. Por respeito a mim e a quem visita esse blog.

sábado, 5 de janeiro de 2013

Burro Falante









Eu tenho achado as mulheres grávidas lindas ultimamente. Eu não fui dessas grávidas que se acham maravilhosas, eu sentia uma saudade grande de usar roupas menos largas, calças jeans mais justas e tal, mas é um período muito mágico na vida de uma mulher, isso é verdade. Todo mundo tem um cuidado muito fofo com as gravidinhas e é muito lindo ver que todos zelam pelo bem estar da mulher que está preparando uma outra pessoinha pra este mundo. Mas não sinto saudade da minha barriga e nem do meu peitão, se querem saber. E essas fotos que aparecem no início deste post são dessa época de barrigão, estávamos de férias nas Bahamas e meu burro falante nasceu com 7 meses e 1 semana exatamente 10 dias depois de chegarmos ao Brasil. Só de pensar nisso me dá um frio na espinha...

Eu dei praticamente todas as roupas que usei enquanto estava esperando o Miguel. Não comprei nenhuma roupa especial de grávida, mas tomei ojeriza das blusas, dos vestidos e das calças que usei enquanto estava nesse período. Não podia nem olhar pra elas depois de ele nascer. Só queria usar roupas que não me lembrassem aquele barrigão. Eu chegava a enjoar, enjoo de verdade, acreditem, quando tentava vestir algo que tinha usado muito durante a gravidez. Por isso, dei tudo mesmo, sem dó nem piedade. 

A gente passa por tanta mudança durante a gestação e depois que o bebê nasce, que é impossível tentar explicar pra quem não vive ou viveu essa experiência o que se dá. Eu não entendia embora tivesse mil amigas com filhos, já que tive filho mais tarde que todas elas. Eu ouvi muita história, muita coisa baseada na prática de cada uma e mais perto de mim ainda: vi minha irmã ter duas filhas e cada uma ser totalmente diferente da outra de modo que o que deu super certo pra uma, passou longe de funcionar pra outra. Enfim, essas criaturinhas são coisas muito loucas e olhar uma mulher grávida é o mesmo que olhar pro início de uma aventura inédita. Aquela barriga vai ser diferente, e muito, de qualquer experiência vivida, mesmo que aquela mulher já tenha tido uns 10 filhos. 

Eu aproveito muito essa minha experiência que começou quando soube que tinha recebido a benção de estar grávida do Miguel em outubro de 2008 e que continua até hoje e que, acho, não vai ter fim. Então, hoje, quando encontrei um casal de amigos grávidos de seu primeiro filho, só pude desejar muita saúde pro bebê e rezar pra que eles tenham muita saúde também, porque é muito pesada essa vida de pai e mãe. Doce também, eu sei. Mas pesada pra caramba, vamos admitir.

Miguel está com três anos e está numa fase linda. Cheio de gracinhas, de caras e bocas e cheio de tiradas engraçadíssimas. O moleque está muito esperto (sei que toda mãe acha seu filho o máximo) mas, de verdade, o carinha está muito inteligente e perspicaz. Além disso, é um menino MUITO carinhoso, me faz muito carinho, me diz "eu te amo" sem que eu peça e me elogia quando me vê bonita ou com um batom de cor diferente da habitual. Só tem um porém... O menino virou um burro falante!! Meu Deus, o Miguel não cala a boca. Ele pergunta tudo, conta o mesmo caso mil vezes, brinca falando com seus bonecos,  quer saber porque isso e porque aquilo e, pra piorar, ao final das histórias ou frases dele, busca a concordância dos pais, tipo: "hoje não está chovendo, não é, mãe?" " Papai foi  tabralhar, né, mãe?" "vai demorar muito pra chegar na festa, pai?" "A gente vai pra casa da vó Berê, hoje, né, pai?" "Mãe, tem mosquito aqui no quarto!" Gente, ele me chama até pra avisar que está indo fazer xixi ou pra perguntar se pode fazer bagunça no quarto dele... Agora, vê...

A gente se preocupa tanto em determinado momento se o filho ou filha vai falar, se pergunta se a criança não está com a fala atrasada, observa se já não era pra ele ou ela estar falando algumas palavrinhas a mais e, do nada, a criança começa a falar tudo. Fala tudo e tanto que a gente chega a sonhar com um minuto de silêncio. Às vezes, tenho vontade de contar quantas vezes por minuto o Miguel chama "mãe". Ainda não entrei na loucura de contar, mas, com certeza, são muitas e muitas vezes. Enfim, estou na fase em que a criança, de repente, vira um burro falante. E quer falar sobre tudo o que acontece a sua volta e é pra mim que ele gosta de contar as histórias, me chamando o tempo todo. Portanto, Paulinha, agora é hora de exercitar a paciência mais uma vez e escutar o seu burro falante. Tá bom, então. É isso aí.