terça-feira, 28 de maio de 2013

Fim de uma saga

Voltamos de viagem com muita saudade do Miguel. Muita mesmo. Engraçado que AMO viajar e a ida, depois que entro no avião, é muito gostosa e cheia de expectativas, mas a volta sempre é muito gostosa também. E não é gostosa só agora que tenho filho e fico louca pra vê-lo, não... Eu sempre gostei de voltar. Nunca tive depressão pós viagem de férias. Gosto da minha vida e voltar pra ela, principalmente depois de ter vivido dias maravilhosos e enriquecida pela experiência, sempre é muito bom. 

Miguel estava e ainda está super carinhoso e nos recebeu cheio de abraços e muitos, muitos beijos. Todo dia, desde que voltei, diz que está muito feliz por eu estar de volta e que sentiu muita saudade com minha ausência. A professora disse que ele ficou um pouco mais agitado do que já é, ansioso por minha volta e os presentes que pediu, é claro. Minha irmã e meu cunhado disseram que ele se comportou muito bem, com saudade, sim, mas nada demais. Disseram que está muito mais fácil ficar com ele. A saudade do Miguel é verbalizada sem muito drama, só com muito carinho mesmo. Ele deixou claro que sentiu minha falta e que me ama muito. Uma delícia.

Eu só não esperava que no meu retorno eu fosse vivenciar o fim de uma saga. O fim da saga do coco do Miguel. Na boa, eu já estava até desesperançada, achando que meu filho faria coco na cueca até 7 anos de idade... Já tinha entregado pra Deus. Eu nem tocava mais nesse assunto com ele. Só que minha sogra disse que no sábado em que ela ficou com ele, ela o levou pro banheiro quando viu que ele estava começando a fazer coco e ele ficou sentado no vaso e fez o coco lá. 

Pensei que fosse uma situação isolada e que ele não fosse repetir o feito tão cedo. Confesso até que pensei que minha sogra estivesse vendo coisas. Mas no domingo, fomos até a casa dela almoçar e Miguel se chegou pra um cantinho e vimos que iria começar a fazer coco na sala. Berê correu pro banheiro e Hugo pegou o Miguel no colo e o colocou sentado na privada, sem adaptador nem nada e .. pluft. Coco caindo vaso abaixo. Mal conseguia acreditar. Conversei com o Miguel e falei que todas as vezes que fosse fazer coco, deveria me avisar pra eu o levar ao banheiro dali por diante, uma vez que estava provado que ele já sabia fazer coco no banheiro. E ainda esperei ele fazer coco mais uma vez no vaso pra ter certeza de que não era sonho. E, de fato, Miguel fez coco no vaso mais uma vez!!!!! Aleluia, bom Senhor!!! Já não era sem tempo!! Festa feita, muitos beijos e congratulações, estou satisfeita demais por estar encerrando esse período longo, diga-se de passagem, de lavar cuecas cagadas. 

Aos 4 anos e 18 dias, está encerrada a saga do coco do Miguel. E, por mais louco que possa parecer, acreditem, isso é felicidade pra mim.

sábado, 18 de maio de 2013

Espetada

Eu amo esse jeito do meu filho de ser. Um menino sem melindres, que sabe se virar quando a coisa aperta. 'E claro, 'e bebe e precisa de mim, mas quando se ve em uma situacao desconfortavel, ele sempre parece dizer pra si mesmo: temos isso pra hoje e vamos la.
 
Fiquei mega feliz quando ele disse pra minha irma que gostaria que ela fosse na festinha de dia das maes da escola. Assim, minha irma poderia gravar tudo e eu poderia ver depois. Nao e a mesma coisa mas eu me sentiria melhor. E assim, foi.
 
Minha irma me ligou assim que saiu da escola e disse que ele participou de tudo e cantou tudo direitinho. Fiquei aliviada. Ao contrario do que possam pensar, nao senti ciume. Fiquei muito feliz por meu filho querer viver suas experiencias sem mim. Fiquei feliz por ele nao fugir da vida.
 
Depois, liguei pra ele e falei que ja sabia que a festinha tinha sido  bacana e que ele fez tudo direitinho conforme o ensaiado pra sua Dida. E, entao, meu gostosinho me surpreende:
 
- Mas a festa era pra mae. A festa era pra voce.
 
Putz. Esse e o Miguel. Vive, se entrega, mas sabe exatamente o que esta acontecendo. Ele nao se engana e deixa claro. Claro pra ele. Claro pra mim. A festa foi linda. Ok. Mas era pra mim e eu nao estava la. Nao falou com raiva, chateacao ou magoa. Falou apenas pra que eu soubesse que ninguem, ninguem me substitui em seu coracao. E que eu fiz falta. Mais: que ele sentiu minha falta. O lugar da mae no coracao de um filho e eterno. Sempre sera.
 
Eu amo esse jeito de ser do meu filho. Ate quando me espeta, ele diz que me ama.
 
 
PS. - Desculpem a falta de acentuacao...

domingo, 12 de maio de 2013

Férias 2013

Todo ano é a mesma coisa. Eu sempre falo pra mim mesma que vai ser melhor a cada vez, que meu coração vai se acostumar com a separação, mas é tudo enganação. 

Sei que Miguel vai ficar bem, minha irmã e meu cunhado são as pessoas com quem quero que meu filho fique caso aconteça alguma coisa comigo, porque sei que seus padrinhos vão sempre cuidar dele como se cuida de um filho e porque sei que seriam capazes de fazer dele um homem correto. Conto com minha mãe, com quem Miguel convive diariamente e que sabe tudo ou quase tudo dele. Conto com minha sogra pra ajudar minha irmã, caso ela precise. E eu fico louca pra tirar férias, sair por aí só com o Namorado e aproveitar e descansar muito. Mas o dia da viagem é muito torturante. Sofro.

Meu coração aperta, eu choro o tempo inteiro e parece até que estou viajando obrigada quando, na verdade, quero muito ir e sei que é quase essencial tirar esses dias OFF de tudo. Até de filho. Só que não consigo evitar esse sentimento estranho que sinto até entrar no avião. 

O que mais queria hoje é que meu filho me desse tchau feliz, que não sentisse minha falta, que eu fosse totalmente dispensável. Talvez chegue esse dia. O dia de eu não ser mais necessário pro Miguel. E, entendam, eu quero mesmo não ser necessária pro meu filho. Quero que a única coisa que nos una seja nosso amor. Não quero que ele precise que eu esteja por perto pra ser feliz. Mas não posso fechar os olhos e achar que isso pode ser hoje. Fato é que hoje ele precisa de mim. Talvez menos do eu imagino, menos do que esse coração de mãe quer supor, pode ser. 

Que Deus proteja meu filho de todo o mal. Que Deus ilumine minha irmã e lhe dê toda a paciência do mundo. Que Deus cubra meu cunhado de bençãos e amor. 

E que minhas férias sejam maravilhosas!! Porque eu mereço.

PS - Na volta, conto tudo! 

quinta-feira, 9 de maio de 2013

4 anos

Miguel, hoje é seu aniversário. Já comemoramos, você já ganhou muitos presentes, já brincou com seus amigos em sua festinha e já recebeu muito carinho por essa data especial. Só que eu quero lhe lembrar que há 4 anos quem recebeu o maior presente fui eu. Um presente cansativo, alegre, doce, desesperador, lindo.

Quero lembrar que há 4 anos, de forma totalmente inesperada, com apenas 7 meses e 1 semana de gestação, você veio. Sem aviso, sem sintoma. Simplesmente veio. Pequeno, frágil, sem conseguir respirar direito. Um menino que já lutou pela vida e agora comemora com ela a dádiva de estar aqui. Um menino que me ensinou o que é o maior amor do mundo. Um menino carinhoso, persistente, meu amigo. Por você, aprendi a ser mãe. Aos trancos e barrancos, tentativa e erro, tentativa e acerto. Com você, aprendi que ser mãe é viver constantemente com lágrimas nos olhos porque tudo que vem de você, até a coisa mais simples pra qualquer outra pessoa, me toca, me emociona.

Filho, eu lhe digo isso todos os dias, eu sei... Parece cansativo ouvir a mesma coisa toda hora, mas eu não me canso de repetir e hoje não poderia ser diferente: você é minha vida, meu presente de Deus,minha delícia, meu gostosinho. Eu amo você. E amo ouvir você responder, do mesmo jeitinho, todos os dias: "E eu te amo muito mais, mamãe!"

Esse foi o vídeo que eu e seu pai preparamos para mostrar no dia de sua festa. Vou deixá-lo aqui porque ele é nossa declaração de amor a você em forma de texto, imagens e música. 

Feliz aniversário, Miguel!!







O Tamanho do Pé




Sou uma pessoa bem organizada. Gosto de planejar tudo, tenho todas as tarefas do dia relacionadas na minha agenda e só me dou por satisfeita quando cumpro tudo ao que tinha me proposto para o dia. E isso vale também pras coisas do meu filho. 

Suas gavetas são arrumadas de forma que a camiseta que combina com o short fiquem juntas, então se o Namorado precisar vestir o Miguel, a camiseta A que combina com o short B já estarão unidos e ele não precisará pensar muito. Roupa de frio separada de roupa de verão, cuecas e meias em outra gaveta, roupas de sair separadas. Enfim, talvez eu pareça louca mas é assim que funciono. 

Então, como eu viajo de uma a duas vezes por ano, desde antes de o Miguel nascer faço uma listinha das coisas que preciso comprar fora, de modo que ele tenha sempre calça, bermuda, camisetas, polos, uma ou outra camisa de botão e sapatos conforme ele vai crescendo. Não é uma questão de comprar marcas. A questão é que eu gasto menos dinheiro fazendo isso e, consequentemente, compro marcas famosas, sim, porque não? Gasto menos dinheiro assim que se fosse comprar as roupas do meu filho em lojas de departamento populares brasileiras como Renner ou CeA. Lá fora é muito mais barato e, como me organizo com relação a tudo o que o Miguel vai precisar, acabo comprando roupas e calçados pra ele apenas quando viajo. 

Então, hoje fui até a Lupo pra comprar uma bermuda de malhar pro namorado e vi as meias que Miguel gosta de usar. No olhômetro, peguei as que vão do tamanho 26 até 30 e fui pagar. A vendedora me perguntou se eu havia pego as meias do tamanho certo e eu disse que achava que sim. Como eu disse que "achava", ela fez a pergunta que eu não esperava que ela fizesse:

- Que número seu filho calça?

Coitadinha, elá só queria me ajudar mas me complicou. Acho que fiquei alguns segundos que pareceram uma vida pra vendedora olhando pra ela com o dedo na boca e cara de idiota sem saber o que responder. Eu tentava lembrar da correlação dos calçados americanos para os brasileiros e cadê que eu me lembrava, assim de sopetão? E nesses segundos em que a vendedora me olhava com cara de "não acredito que essa mulher não sabe o número que o filho calça...", pela minha cabeça girando a 1000 quilômetros por hora passavam algumas opções de resposta:

Opção 1: Responder a pergunta o mais rapidamente possível com o único número que me veio a cabeça, ou seja, o tamanho americano: "Meu filho calça 10". Simples assim, pondo fim a qualquer possibilidade de conversa, fim de papo. E parecer louca. Como assim o filho de 4 anos calça 10?

Opção 2: Responder a pergunta de forma natural e firme: "Meu filho calça 10 e eu não estou conseguindo me lembrar qual é o número correspondente no Brasil porque só compro sapatos pra ele fora do país". E parecer uma metida arrogante. 

Opção 3: Responder a pergunta dizendo que não me lembrava do número do pé do Miguel. E parecer uma mãe relapsa, demente. 

Bom, analisei, dentro desses segundos em que encarei a vendedora com cara de boba com direito a dedo na boca e tudo, minhas opções. Descartei a opção número dois de imediato, não queria parecer arrogante. Sobrou a opção de fazer a louca ou fazer a demente. E, então, optei por fazer a linha mãe relapsa mesmo, escolhendo a opção 3, e respondi de uma forma tão babaca que até eu mesma me surpreendi com o que acabei dizendo:

- Pois é, não sei... Porque os pés crescem tanto nessa idade, né? Toda hora muda o número do calçado... 

A vendedora fez uma cara de "Meu Deus... Que é isso..." e só faltou revirar os olhos pra mim. Acho até que sentiu pena do Miguel. Peguei minha sacola e saí da loja correndo antes que ela me fizesse mais alguma pergunta difícil. 

De volta ao trabalho, fui procurar a porcaria da tabela de conversão na internet e vi que meu filho calça, atualmente, 27 no Brasil. Vou tentar não esquecer mais pra ter o número usado no Brasil sempre na ponta da língua. Assim, não terei que ficar com vergonha de mim.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Perdi a Rafa no Shopping



Não sei se é a proximidade das férias ou o quê mas ando tão atarefada que parece que vai chegar junho mas a hora de entrar no avião não chega. Como se não bastasse a semana de provas aqui no trabalho, ainda tem as mil coisas que tenho que adiantar para os 15 dias em que estarei fora, ainda tenho que deixar o pagamento de contas agendado e comprar os lanchinhos pra merenda do Miguel e as outras coisas que ele gosta de comer pra minha irmã não ter que se preocupar com isso. Afinal, a pobre vai ser mãe de 3 filhos durante 15 dias e não é mole. 

Bom, domingo, no final de tarde, fui ao shopping com o Namorado, Miguel e a Rafa pra trocar uns presentinhos: ou porque as roupinhas que ganhou não eram do tamanho adequado ou porque eram brinquedos que ele já tinha. Bem, fomos na loja de brinquedos logo e quando acabamos de fazer as trocas alí, Namorado seguiu para o carro pra guardar as bolsas e eu fui a outra loja com a Rafa e o Miguel. Aí a Rafa viu a livraria Nobel e perguntou se poderia ir até lá pra ver se eles tinham o livro que ela estava querendo. Disse que sim e que eu ficaria na Só socks. Acabei o que eu tinha que fazer na Só socks e resolvi ir pra outra loja, bem em frente, pra já ir adiantando as coisas. Eu tenho essa mania feia de sair de uma loja onde o Namorado ou qualquer outra pessoa me deixou e mudar pra outra loja em frente ou ao lado e achar que a pessoa vai me ver pelo fato de estar tão próxima. Resultado: quando o Hugo entrou na Alphabeto, perguntou logo pela Rafa. Eu disse que ela estava na Nobel e ele perguntou se eu tinha avisado pra ela que tinha saído da Só Socks... Opa. Com cara de cahorro que virou a lata de lixo, disse que não... 

Bom, o Namorado já ficou transtornado porque se tem uma coisa que ele odeia em mim é essa mania escrota de sair de um lugar e ir pra outro sem avisar. E eu tenho que concordar com ele que isso não existe mesmo. Preciso me consertar. Ele rapidamente foi até a Nobel e constatou que a Rafa não estava mais lá. Voltou pra Alphabeto mais enfurecido comigo que antes. Ele estava muito nervoso mesmo... Imagina, perder um filho já é terrível, imagina perder o filho dos outros!!! 

Falei pra ele ter calma e ficar parado em frente a loja onde eu disse que estaria pra Rafa, e comecei a dar voltas naquele andar pra ver se encontrava minha afilhada. Justamente nessa hora minha irmã, a mãe da criança perdida, telefona. 
- "Paula, pode falar?"
Eu, com voz de quem está em desespero total, fui curta e grossa:
- "Não!" Plaft, desliguei o telefone. Imagina se eu explicasse pra pobre mãe que a filhinha dela estava desaparecida? Minha irmã ia ter um treco. 

Continuei minha segunda volta pelo shopping com o Miguel. Eu andava tão rápido que o coitado pra acompanhar meu ritmo estava correndo ao meu lado. Graças a Deus, entendendo a situação, nem me questionou o porquê de tanta correria. 

Ao final da segunda volta, Hugo já estava REALMENTE nervoso e começou a falar alto pelos corredores do shopping que eu era uma irresponsável, que não era a primeira vez que eu fazia um absurdo desses de mudar de loja sem avisar aos que comigo estão e que ele já havia me advertido várias vezes a respeito do perigo e transtorno que isso causa. Enfim, o cara estava apavorado e com toda a razão. Todas as outras pessoas do shopping já estavam olhando pra nós, porque o volume da voz do Namorado estava bem elevado. Não bastasse meu nervosismo, que eu estava mantendo sob controle porque alguém tem que ficar calmo nessa hora, ainda estava morrendo de vergonha do sermão que estava sendo obrigada a ouvir.

Quando não aguentei mais as broncas do Namorado, falei pra ele que tinhamos que ir ao Espaço Família e pedir pra anunciar no alto falante do shopping, que não adiantaria nada ele ficar me dando bronca e falando sem parar no meu ouvido. Eu já sabia que era a culpada daquela infeliz confusão. Quando chegamos ao Espaço Família, a Rafa estava sentadinha, ao lado de um casal que a resgatou, com a cara quase roxa de tanto chorar!!! Nossa, que alívio. Abracei minha afilhada feliz por tê-la de volta perto de mim e porque agora eu poderia ligar pra minha irmã que não devia ter entendido nada quando praticamente desliguei o telefone na cada dela. 

Depois de muitos abraços, beijos e pedidos de desculpas, perguntei pra Rafa:
- Ah, Rafa... Você nunca mais vai querer vir ao shopping com sua Nina né? 
E ela respondeu:
- Venho, sim, Nina. 
E com aquela carinha de sapeca que tem ainda acrescentou:
- Minha mãe já me perdeu no Barra Shopping uma vez... 

Bem tranquilizador. Se a mãe já perdeu a filha no Barra Shopping, o que tem a madrinha perder a afilhada em um shopping bem menor feito o Ilha Plaza? 

Depois disso, todos mais calmos e ânimos abrandados, Miguel se virou pra mim após ficar quase uma eternidade sem dar um pio - o que devemos considerar quase um milagre - e disparou: "Mãe, vamos fazer um lanchinho? Esse dia está muito agitado, né? Estou com muuuuuiiita fome." E, então, fomos comer porque, depois de um susto desse, o apetite veio com tudo!

terça-feira, 7 de maio de 2013

Vejo enfim a luz brilhar




Já postei aqui uma vez que amei o filme Enrolados. E Miguel também gosta muito, até porque o filme é muito engraçado mesmo. Comprei o DVD pra ele e, como toda criança quando cisma com um filme, ele o assiste milhões de vezes.

Só que o filme acabou ganhando um sabor especial pra nós dois porque sempre que vai começar essa cena linda na qual Flynn Rider e Rapunzel cantam juntos em um barco, Miguel grita por mim pra que eu a assista junto com ele. Ele sabe o quanto gosto da cena e da música porque sempre digo a ele quando a cena começa. E ele, invariavelmente, mesmo que eu esteja em outro cômodo da casa, grita: "Mamãe, vem ver comigo!!! Canta, mãe!" E aí cantamos juntos e me emociono. TODAS as vezes. Coisas que a Disney proporciona... Que música linda pra cantar ao lado de quem se ama... Ai, essa vida às vezes doce de ser mãe...

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Carta da Duda pro Miguel




Miguel é paparicado pela família toda. É a criança mais nova e, tirando a Rafa que tinha 5 anos quando ele nasceu, os outros 3 primos já eram mais velhos. Por parte de pai, tem o Lucas que já tem 17 anos e a Natália que tem 14. Os dois são um amor só com o primo mais novo e o mimam demais. Tudo o que o Miguel faz acham engraçado. De minha parte, tem a Rafa que ainda é a única competição que Miguel conhece. Ela ainda brinca muito com ele de igual pra igual apesar de ter 9 anos porque é muito moleca ainda. Rafa e Miguel tem uma relação mais próxima de ser uma relação de irmãos que de primos. E tem a Duda, que já tem 13 anos e sempre se comportou em relação ao Miguel como se fosse uma mini mãe. Ela sempre adorou cuidar dele!

Ontem, após a festinha do seu aniversário, ela me enviou a cartinha que fez pro Miguel... Achei tão linda que resolvi postar aqui pra que um dia meu filho possa ver essa declaração de amor da prima pra ele.

"Parece que foi ontem... Final do dia das mães, escuto a seguinte frase: "a bolsa estourou!" Uma das frases que mais me deixou feliz na vida! Sabia que Miguel estava por vir! Acho que eu era uma das mais animadas, esperava a chegada do meu bebê há meses. Só não sabia de duas coisas: que ele me faria tão feliz e que eu o amaria tanto! Achei que ia gostar dele e tal, mas não, eu o amo tanto, não sei viver sem as gracinhas dele, sem os apelidos carinhosos dele (às vezes carinhosos...).

Não acredito que aquele pequenininho está fazendo 4 anos, virando um menino. Pra mim, você será sempre meu bebê, pode ter 20, 30, 40 anos e ainda vai ser meu bebê! Mesmo sendo pequeno e não entendendo muito bem as coisas, os problemas, quando vê que estou triste chega do meu lado, pergunta o que está acontecendo, tenta me ajudar, e é claro que consegue, tira aquele meu sorriso mais verdadeiro. Sei que você não pode ler isso agora, pois ainda é um pouquinho pequeno, mas quando crescer quero que você leia isso e saiba que pode contar comigo pra tudo! Vou com você até o "infinito e além", te ajudando a vencer todos os medos e você me ajudando a vencer os meus. Aos poucos vamos evoluindo juntos. Cada um ajudando o outro, ensinando um ao outro. 

Eu lembro de tudo desde o início, do seu primeiro riso, do seu primeiro corte de cabelo, da sua primeira palavra! Olho pra você e penso: "como ele cresceu". Você é único, seu abraço, seu beijo, seu riso, quando me vê e grita "Duduuuuuu"... São pequenas coisas que me fazem ganhar o dia! Você é a pessoa que traz meus mais verdadeiros sorrisos! E é por isso e por outros motivos que você é o menino que mais amo! Parabéns pelo seu dia! Te amo pequeno!"

Dudu... Muito obrigada por essa cartinha tão linda pro seu primo. Sei que, quando ele já souber ler, vai ficar muito feliz por ver o quanto é amado por você. Na verdade, ele vai ver apenas o registro desse amor que ele já sente.

PS. - Acho que tem um menino chamado João que não vai gostar de ler a parte do "você é o menino que mais amo..." rs...

sábado, 4 de maio de 2013

A festinha do Miguel

Pode haver no mundo pessoa que goste de estar cercada de amigos tanto quanto eu, mas gostar mais acho difícil. Em um dia como o de hoje, quando vejo meu filho feliz, cercado por seus amigos, brincando, sorrindo, correndo feito louco por todo lado, uma felicidade me invade e me toma inteiramente. Assistir isso e ainda estar rodeada de tantas pessoas que amo, umas com quem  convivo quase que diariamente, outras que vejo ocasionalmente e outras que vejo raramente, mas todas unidas por um sentimento de amizade, de "querer bem" muito forte, é especial. Tão especial que se a gente fechar os olhos, talvez consiga sentir a energia desse sentimento esbarrando na pele.

Minha família é uma família linda, muito unida mesmo, muito cheia de amor. Dispensa qualquer comentário. Sou afortunada por ter vindo ao mundo cercada por essas pessoas que só me ajudam e me fazem crescer. 

Meus amigos são pessoas lindas e, como todos os amigos, discutem, pensam diferente, não concordam em tudo, mas são pessoas que vibram um pelo outro, que ficam felizes quando o outro está feliz. 

E o que dizer da turminha do meu filho da escola? Gente, não dá pra explicar porque eu sei que o que aconteceu com a turminha da escola do Miguel não acontece sempre. Ao contrário, é raro o universo reunir numa mesma sintonia tantas crianças com pais tão bacanas. Que pessoas bem amadas, criando filhos bem amados e amigos! Que pessoas parceiras, simpáticas e unidas são essas que Deus reuniu na turma do meu filho? Não tem uma mãe, um pai metido. Não tem uma cara feia, um entojado. Somos pessoas do bem e um vibra pela conquista do filho do outro. Nós rimos das gracinhas dos "nossos filhos", nós nos ajudamos, nos deleitamos com cada carinha fofa, com cada gracinha de cada uma dessas 20 crianças da turma. Isso é único. 

Hoje, depois da festinha de 4 anos do Miguel, só tenho a agradecer a essas pessoas que estavam lá na festinha comigo, com quem pude compartilhar esse momento importante pra qualquer pai e mãe: mais um ano de vida de um filho. E até aqueles que não puderam ir, mas que estiveram com o coração ou o pensamento por lá em algum momento: muito obrigada.

Felicidade, guardada pra si, é felicidade. Mas felicidade compartilhada, é benção, é amor em dobro. 


quinta-feira, 2 de maio de 2013

Religião



Religião, seja ela qual for, faz muita diferença na vida de qualquer pessoa. Ter fé, acreditar que devemos amar nosso semelhante como a nós mesmos, ajuda muito. Quando temos respeito por nossos irmãos, o mundo torna-se mais bonito, um lugar mais legal pra se viver. Acredito que religião seja um caminho pra nos encontrarmos, nos sentirmos melhor dentro de nossas inseguranças e fraquezas. A única coisa que abomino dentro de qualquer religião é quando a pessoa praticante da tal religião que escolheu realmente acredita que "sua" religião é o que há de melhor e, por isso, é detentor da verdade do universo. 

Pra mim, não existe uma religião melhor que a outra até porque todos os caminhos que levarem a Deus só podem ser iluminados. A verdade é que não deveriam existir essas divisões, essa coisa segregadora que vejo alguns religiosos pregarem. Convivo com uma pessoa que melhorou - e muito - depois que começou a frequentar determinada igreja. Ficou menos briguenta, mais tolerante. Em compensação, sua filha só pode namorar alguém que seja "da igreja". Quer dizer, igreja dela, da religião dela. Isso é ou não é segregação? 

Eu poderia ficar aqui citando milhões de exemplos desse tipo, de gente que se esconde nos preceitos de "sua" religião pra ter uma desculpa pra seu preconceito e ignorância. Porque quando achamos que fazemos parte de um seleto grupo afortunado que Deus abençoou de forma singular e, por isso, somos da religião A, B ou C, começamos a cair em uma armadilha: a armadilha de achar que sabemos tudo, que encontramos a verdade do mundo, das leis do universo e do que é certo e errado. E aí, nos achamos no direito de julgar nosso próximo. E de condená-lo também.

Religião, pra mim, é busca. É a busca por nos tornamos seres humanos melhores. É saber que nada sabemos e que precisamos melhorar a cada dia. Respeito quem acredita em coisas nas quais não creio, mas também gostaria de ser respeitada. Não acho que eu deva ser considerada tola por usar uma medalha de São Jorge em meu cordão, por achar a imagem de Nossa Senhora linda. É a minha crença. Se quando rezo e peço com toda minha fé que Nossa Senhora cubra meu filho com seu manto azul, se quando rezo peço a São Francisco de Assis que ajude meu filho a ser instrumento da paz, faço com todo o meu coração e não mereço ser trucidada por acreditar nisso. Eu acredito no poder das minhas palavras quando ditas com toda fé e só por repetir essas palavras de amor meu coração já se acalma. Assim como respeito aqueles que acreditam que um filho à beira da morte não deva receber uma transfusão de sangue. Se a fé em uma imagem me tranquiliza, que assim seja. 

Só sei que não sei nada e, entre as milhões de dúvidas que tenho, as únicas certezas que carrego comigo são a de que Jesus não fundou igreja nenhuma e só pregou o amor e a de que, como disse Alan Kardec, tomo pra mim a frase "só aceite aquilo que sua razão aceitar." E assim sigo minha vida, desejando muito que, independente de cada religião, a gente se ame e se respeite. O mundo seria tão mais simples se encarássemos a vida assim.