sábado, 21 de dezembro de 2013

Bichos










Nunca fui amante de bichos. Nunca quis tê-los quando criança. Esse querer sempre foi o da minha irmã, que sempre adorou bichos e, por causa dela, sempre os tivemos em casa.

Nosso primeiro bichinho foi um cachorrinho muito fofo, todo pretinho, a quem batizamos de Veludo. E ele era o cão mais gostosinho ever! E talvez seja ele o responsável por eu nunca mais ter me apegado a bicho algum depois que ele morreu, quando eu devia ter uns 8 anos. Depois dele, tivemos papagaios, canários, rato branco (eca!!) e até micos. E voltamos a ter cachorros também. Kika e Sofia eram nossas poodles e tivemos uma Sheepdog, a Amine. Ainda tivemos a Godiva, que passou por quase todas as casas da família e veio pra ficar aqui com a gente. Godiva era muito esperta, também poodle, mas ao contrário de todos os cães dessa raça, não latia, era calma e não perturbava ninguém. Parecia até que sabia que não podia incomodar, porque estava sempre correndo um sério risco de ser mandada pra outra casa de repente. Tem vezes que acho que cachorro só não fala pra não ter que trabalhar, como já dizia meu pai.

Todas essas cadelinhas morreram de velhas e jurei que nunca mais queria bichos em casa. Não é nem por mim porque nunca cuidei de nenhum desses bichos mesmo. É pela minha mãe que se apega e sofre, o que é perfeitamente natural quando se convive com esses seres tão carinhosos. Sofia era apaixonada por minha mãe. De um jeito que quando minha mãe tinha crises de coluna e passava as noites em claro, Sofia também não dormia e ficava ao lado dela o tempo todo sem pregar os olhos. A Amine gostava de tirar um soninho da tarde no quarto com meu pai. Mal meu pai acabava de almoçar, ela já olhava pra ele e começava a andar a caminho do quarto. Chegando no quarto olhava pro meu pai e pro ar condicionado e seguia fazendo isso até meu pai ligar o aparelho. E dormia feliz com o fresquinho.

A Kika dormia na cama com meus pais e gostava de ficar colada às costas do meu pai. Não importava o quanto meu pai chegasse pra beirada da cama, a Kika sempre chegaria pra perto dele. Quando meu pai morreu, Kika cansou de ir até a garagem verificar se, de fato, meu pai não tinha vindo. Era como se esperasse pela volta dele a qualquer momento. E, desde o dia de sua morte, Kika não subiu mais na cama dele. Nunca mais a Kika dormiu na cama com a minha mãe. 

Por essas e outras é que sei o quanto um bichinho é amigo da gente e o quanto é gostoso ter um por perto. Só que não tenho tempo e nem paciência pra cuidar. E, se não vou cuidar direito, prefiro não ter. Nunca maltratei um bicho, mas se não posso tratá-los do jeito que merecem, prefiro não tê-los. Por sorte, minha irmã e meu cunhado - loucos!! - decidiram ter em seu apartamento uma cadela muito fofa demais, uma American Staffordshire Terrier, que é grande. E o Miguel ama essa cachorrinha demais. Enquanto ele se diverte com a Leda, não insiste muito em ter seu próprio cão. Ele já me pede um cachorro e diz que "adora cachorro grandão!". Mas isso não está, definitivamente, em discussão. Não terei mais bichos em minha casa e isso é certo. 

Miguel gosta muito de bichos e convive com os cães desde bebê porque a Godiva ainda era viva quando Miguel nasceu. A bichinha sofreu na mão dele e, por isso, Miguel nunca teve medo. Ele se enrosca com a Leda, persegue a bichinha o dia inteiro quando minha irmã a deixa aqui em casa e se diverte muito. Uma coisa é certa, bichos são como crianças: alegram uma casa, enchem de vida. E também dão trabalho. Mas dão muito amor, muito carinho em retorno. Dá gosto ver a carinha do meu filho enquanto brinca com a Leda. Dá gosto de ver essa amizade entre gente e bicho. E isso está claro até pra mim.

2 comentários:

  1. Paula.

    Comovente e meus parabéns!

    tenho sentido sua ausência nos meus blogues e jamais pensei que eles fossem tão ruins assim. (rs)

    Espero por você.

    Combinado?

    Feliz tudo e muita saúde, saúde e ...saúde!!!

    Um abração carioca.

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    1. Claro que não, Paulo!! kkkkkkkkkkkkkkkkk Feliz Natal pra você e sua família!!

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