sábado, 10 de janeiro de 2015

É isso mesmo??




Pessoas matam em nome de Deus. Você compra um presente e quando a pessoa vai trocar, é tratada de forma diferente do que você seria tratada, sem dúvida alguma porque a julgaram pela cor da pele ou condição social. Sua tia vai ao mercado com seu primo altista e duas mulheres, descaradamente, resolvem "passar o tempo" da fila rindo dele. Tudo na mesma semana. Na boa? Está puxado viver.

Eu não sou padrão de comportamento ou atitudes. Vivo em luta comigo mesma, em luta com a parte bestial que existe em mim. Luto contra meus preconceitos, principalmente aqueles que acho que não tenho. Esses são os mais difíceis de irem embora. Mas já entendi, e faz um tempinho, que a dor do próximo é também a minha dor. E eu não consigo entender quem mata em nome de seja lá o que for. Eu não consigo entender quem trata diferente pessoas que não tem a mesma condição social, quem tem a cor da pele diferente, quem tem algum problema físico ou mental. Não consigo entender quem ri, quem debocha da dor humana. 

Eu sei, isso acontece todos os dias. Às vezes, descaradamente, na nossa frente, pra todo o mundo ver. Às vezes, pior, de forma velada, sem deixar às claras. Preconceito e ignorância disfarçados de mal entendidos. E parece que o certo vira o errado. O errado vira o esperto. O certo vira o bobinho que segue a vida sem sair dos trilhos e não ri do seu semelhante... E nunca "se dá" bem. Ninguém ridiculariza a bem vestida, de nariz em pé, que entra na loja e rouba e sai andando com cabides na mão como se nada tivesse feito. Ao contrário, ficam com vergonha por não terem visto, por terem sido "otárias". Ninguém ri do cara sem noção que quer furar fila, melhor rir do altista mesmo. Ninguém quer perder tempo ajudando um idoso a atravessar a rua, mas pode perder 20, 30 minutos, olhando uma briga sem nem pensar em fazer alguma coisa pra acabar com a barbárie. Ninguém se revolta ao ver alguém sendo rude com o porteiro do prédio. Quem é ele afinal? Melhor tratar bem o chefe, de quem poderá tirar algum proveito. Ninguém quer ensinar ao filho o que são limites, regras sociais, melhor criá-lo sem se dar o trabalho, afinal de contas, "o mundo é dos espertos" e está cheio de otários por aí. Ninguém quer entender que o outro fez uma coisa errada, que lhe magoou e buscar o entendimento mostrando, no diálogo, civilizadamente, seu diferente ponto de vista. Vamos lá e vamos matar quem é diferente ou pensa diferente de mim. 

E a vida segue e o mundo gira e eu rezo pra isso tudo mudar. Começo por mim mesma. Policiando minhas atitudes e meus pensamentos. Porque não posso interferir na sua atitude, mas posso mudar a minha. 

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