quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Imagina quando tiver 16...






Sempre tive como objetivo criar meu filho pro mundo. Sempre quis que se virasse bem sem mim e que fosse feliz independente da minha presença. Nunca imaginei ter um filho agarrado comigo, que fosse minha sombra, sabe? Eu mesma sempre fui muito independente, adorava e adoro rua, festa, comemoração. Miguel é muito parecido comigo, apenas é muito mais carinhoso que eu. Definitivamente, uma edição de riso aberto como o meu melhorada.

Há 2 semanas ele foi pra Salvador com a avó, tia e primos. E, algumas vezes, supreendo-me observando como ele é desprendido e safo. Miguel viajou em uma sexta feira de manhã bem cedo e eu vinha falando com ele diariamente mas no domingo eu disse a ele que estava morrendo de saudade. Sabe o que ele me respondeu?

- Mãe, você sabe que depois desse dia (não sei porque ele não fala "amanhã") já é dia de eu voltar né?

Nossa. Tão sutil esse meu filho. Disse, em outras palavras, que eu não precisava ficar com tanta saudade uma vez que logo estaria de volta. Então, tá. Na segunda-feira, finalmente de volta, estava agarradinha com ele e cobrindo meu filho de beijos quando mais uma vez disse a ele:

- Poxa, filho, eu estava com TAAAANTA saudade de você!! 
E Miguel respondeu:
- Tá bom, tá bom, mãe. Mas, olha, eu já estou aqui! Pertinho de você!

Tradução: pára de frescura que você não precisa mais falar desse assunto de saudade porque estou aqui abraçado a você, ok?

Ok. Falar o quê?

O final de semana seguinte à sua viagem à Bahia, foi o final de semana passado. Já estava pensando em um cineminha com ele e tínhamos uma festinha no domingo e ele sabia dos nossos planos. Só que Hugo foi com ele na casa da tia pra consertar alguma coisa por lá e voltou sozinho. Miguel não quis voltar pra casa. Ficou com os primos, brincando com os gatos. (Miguel ama bichos e eu não os tenho. Nem terei.) À noite, voltou pra casa e eu pensando que ele fosse ficar, enganei-me redondamente. Na verdade, o maroto veio apenas pedir pra dormir na casa da tia pra no domingo ir à praia com eles. Gabriela disse que estava tudo certo, dando o aval pra que ele passasse o resto do fim de semana com ela. E, assim, meu filho correu pro quarto pra gente preparar sua bolsa e ... tchau. 

Dois finais de semana seguidos sem filho. Não me entendam mal, não estou reclamando não. Foi até muito legal! Mas... Isso não era pra estar acontecendo um pouquinho mais tarde? Coloquei no mundo um cara do mundo mesmo! Imagina esse moleque com 16 anos? Vou ter que acorrentar ao pé da mesa. 

Ontem foi a festa de formatura da Rafa. Crianças com 11 anos na festa. Quase nenhuma criança da idade dele. Você pensa que ele ficou perto de mim, sentadinho, quietinho por não estar ambientado? Ha ha ha. Miguel só vinha à mesa pra comer, porque disso meu filho nunca esquece. É bom de boca o danadinho. Miguel brincava no meio das crianças de 11 anos, com a maior desenvoltura. Lá pela meia noite eu já estava caindo pelas tabelas e falei pra ele que precisava ir pra casa. Aí ele me perguntou:

- Minha Dida vai ficar? 

Respondi que sim, que ela ainda ficaria mais um pouco. Pronto, seu "problema" estava resolvido:

- Então vai pra casa descansar, mãe. Mas me deixa aqui com ela, pode ir embora com meu pai. Eu estou numa festa! Quero aproveitar! Vai lá... Não fica andando atrás de mim, não, tá, gostosinha? Pode ir pra casa sossegada!

Como é? Ele me disse pra "não ficar andando atrás dele?" Foi isso mesmo? Sei lá. Nem sei.

O que eu sei é que só recebo elogios a respeito do comportamento do meu filho quando não está comigo. Todos dizem que é educado e que obedece. A tia diz que ele não dá trabalho algum e que é uma criança que topa tudo e não tem frescura. Fico orgulhosa e feliz por ver que meu filho é bem feliz longe de mim. Bom ver que ele aproveita a vida e os momentos que ela vem lhe proporcionando. 

Confesso que talvez não estivesse preparada pra um filho tão independente quanto ele. Mas acho que é melhor assim. Deus me presenteou com o filho perfeito pra mim. Pra que reclamar? Deixa eu pensar nos 16 anos quando eles chegarem, né? 





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