segunda-feira, 16 de julho de 2012

Culpa nível máximo






Por que minha culpa não diminui, mesmo com tanta análise? Mesmo depois de quase 10 anos, vejo que ainda preciso do divã por mais 10. Talvez 20 anos. Quando viajo tirando férias, só eu e o namorado, tenho culpa porque estou deixando o Miguel. Ok. É compreensível que tenha culpa, afinal viagem de férias é algo que se faz por puro prazer, é uma escolha minha. Escolho e sinto culpa. Aí, quando a  viagem é a trabalho a cabeça me diz que não deveria me sentir culpada, já que se trata de trabalho e não de descanso, mas cadê?

Cadê que meu coração me deixa em paz? Fica aqui no meu peito, apertando, apertando, me dizendo que o Miguel está de férias e que eu não estarei aqui pra levá-lo pra sair de vez em quando, pra passear. Eu falo pro danado do meu coração que mesmo que não fosse viajar a trabalho, teria que trabalhar, ora bolas, e não poderia, da mesma forma, levar o Miguel pra passear. Enfim, fato é que lá vou eu ficar longe 15 dias dos meus amores: Miguelito e Namorado. Lá vou eu sentir um caminhão de saudade, uma falta enorme desses dois perto de mim...

São escolhas, cada um faz as suas. Eu gosto das escolhas que faço. Acho que é uma coisa do ser humano isso de querer ter tudo. Quero viajar a trabalho, quero ser bem sucedida, quero ganhar dinheiro e quero não sentir saudade, quero passear com meu filho várias vezes durante suas férias e quero dormir com meu marido todo dia, mesmo que esteja longe. É possível?  Ai, que pena que não... E fico eu aqui pensando e pensando, sabendo que depois de amanhã viajo, sabendo que vou morrer de saudade. Vou querendo ir, mas querendo ficar também. Quem entende? Será que alguém me entende? Ou será que sou eu a mais louca de todas as mães loucas? Vai entender... Quem sabe algum voluntário decifra esse sentimento maluco de querer ser livre de culpa. Será que existe alguma mãe livre de culpa? A julgar por mim, acho muito difícil. Mas seria bom conversar com uma mãe não culpada, sem culpa por nada. Eita, mas será que é normal não ter culpa por nada? Nem uma culpinha que seja? Ai, isso fica pro próximo encontro com minha terapeuta. Já estou me complicando demais.

Peço a Deus que Miguel fique bem e que eu também fique. Que a culpa me deixe trabalhar direito, que eu seja profissional o bastante pra saber organizar meus sentimentos conflitantes. Peço que o Namorado continue sendo esse companheiro maravilhoso que cuida do nosso bebê sem minha ajuda nesses dias em que estou longe. E que Deus guie meu caminho e minhas atitudes, que Ele tenha piedade dessa pobre mãe culpada.

2 comentários:

  1. Olha, eu acho que não tem jeito: se você ficasse totalmente livre do sentimento de culpa ficaria culpada por não sentir culpa(!). Espero que desde o dia que em que escreveu esse post você tenha conseguido aliviar seu coraçãozinho... E então, como foi a viagem? Beijos

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  2. Ana, correu tudo bem na viagem, cheguei há 3 dias e foi bem cansativo, como sempre... Agora estou de volta!! Beijos!!

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