quinta-feira, 6 de setembro de 2012

As Pontes de Madison



Eu amo cinema. Minha vida seria menos feliz se não fizesse parte dela essa arte pela qual sou tão apaixonada. Cinema e música são duas coisas que são quase essenciais pra mim. Meu programa predileto é ir ao cinema com o Namorado e já procurei iniciar o Miguel nessa paixão. Pelo que vejo, Miguel também será um apaixonado, ele já curte muito ir ao cinema. 

Muitos filmes são inesquecíveis pra mim. Muitos marcaram época em minha vida, muitos têm cheiro de flashback, uns marcaram pela sensação que deixaram registrada na minha alma ao deixar a sala de projeção: medo, angustia, felicidade, amor. Mas tem um filme, em especial, que me marcou muito pela sensibilidade,  pela grandeza do sentimento que me atingiu quando o vi a primeira vez, por sua história de amor linda. Engraçado que não vi "As Pontes de Madison" no cinema. E esse filme merecia ter sido visto em uma tela enorme, no escuro, sem interrupções. Ainda assim, mesmo tendo assistido o filme em minha casa, fiquei tão tocada, tão mexida, que após o término do filme, ainda me vi chorando por uns bons 15 minutos. 

A primeira vez que vi "As Pontes de Madison" foi há alguns anos, depois disso já o assisti de novo algumas vezes. Meu sentimento é sempre o mesmo, minha emoção também. Choro a mesma quantidade de vezes, nas mesmas cenas, só que toda vez que estou tranquila e preparada pra carga emocional que sinto ao ver o filme de novo, consigo achar mais e mais poesia e beleza nessa obra de arte.

Pra variar, Meryl Streep foi indicada ao Oscar por sua atuação nesse filme e Clint Eastwood estava maravilhoso. Excelentes atores, nos levam, através de uma história linda, a refletir sobre amor verdadeiro, sobre a importância da família, sobre do quanto podemos abrir mão em nossa vida e se devemos ou não abrir mão de um grande amor, faz refletir sobre escolhas. Mais ainda, faz pensar a respeito da intensidade com que certas coisas acontecem em nossas vidas e, de tão intensas, mesmo que durem apenas 4 dias, deixam marcas eternas. 

Nos quatro dias em que o amor aconteceu pra Francesca e Robert, ela redescobre a mulher que ficou escondida por suas escolhas. Escolhas pelas quais ela é responsável. Somos nossas escolhas e não podemos nos livrar disso onde quer que a gente vá. Há certas coisas que, hoje, uma mulher casada, não posso viver. Tenho responsabilidade com minha família, com a vida que escolhi levar. Não digo isso com um quê de arrependimento ou com uma pontinha de quem acha que está perdendo alguma coisa. De jeito nenhum: escolhi estar casada com esse homem, construindo essa vida que estamos levando. Mas é preciso ter plena consciência de que escolher é não poder ter tudo. Não se pode ter tudo. Fato. E a personagem do filme sabe disso. No caso da Francesca, uma mulher que parecia invisível para o marido e filhos, seu encontro com esse grande amor, foi um encontro com ela mesma, foi como se se tornasse visível novamente. E é lindo observar isso tudo acontecendo. 

Em determinado momento do filme, quando Robert e Francesca estão em seu último dia juntos, ela fala pra ele:  "Ninguém entende que quando uma mulher resolve casar e ter filhos, por um lado sua vida se inicia, por outro termina. Ela constrói uma vida de detalhes e simplesmente pára, fica imóvel para que seus filhos se movimentem. E quando eles se vão, levam sua vida de detalhes com eles. Espera-se que você retome sua vida. Mas do que era mesmo que você gostava? Ninguém perguntou nesse meio tempo. Nem eles. Nem o marido. Nem você mesma."  

Essa parte me marcou muito. É muito importante que a gente nunca perca quem realmente somos, independente de nossos filhos, de nosso marido ou da vida que a gente leva com nossa família. Não quero olhar pro Hugo um belo dia e me perguntar porque ainda estou casada com ele. Não quero, quando meu filho tiver sua própria vida, seus amigos, sua vida social, olhar pro Hugo e perguntar: "E agora? O que a gente vai fazer? Do que a gente gosta mesmo, além de cuidar do Miguel?" É por isso que não deixo de sair a sós com ele, não deixo de viajar. Mesmo que doa um pouquinho. 

Enfim, esse filme é lindo demais e dá tema pra muitas e muitas reflexões. Todo mundo deveria assistir. É mais tocante pra alguns que pra outros, é claro. Mas, mesmo que a história não seja tão comovente pra você quanto é pra mim, só a atuação desses dois monstros do cinema já vale o tempo dedicado ao filme.  Pra mim, é imperdível. Está na minha listinha dos 10 melhores ever










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