segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Amigas de infância

Já disse aqui que a internet me aproximou de várias pessoas que, de um jeito ou outro, passaram pela minha vida e depois seguiram outros caminhos. Muitos colegas de escola foram reencontrados e muitos conhecidos viraram amigos, o que me fez muito feliz. No entanto, nem o orkut ou facebook conseguiu fazer o que esse blog fez: trazer minha melhor amiga de infância de volta!!!

Quem não tem uma amiga com quem tenha estudado junto desde o jardim? Eu tive e ela me acompanhou até a faculdade. Estudamos juntas, fazíamos ballet juntas, inglês juntas e nos falávamos mil vezes ao dia ao telefone. Enfim, todas essas coisas que qualquer menina pré-adolescente/adolescente faz. Fomos juntas, unha e carne, até o início da vida adulta quando, sem mais nem menos, nos distanciamos.

Na época foi difícil compreender o motivo que levou ao afastamento, eu sentia a falta dela e achava uma falta de sentido estarmos afastadas. No entanto, vejo que o distanciamento foi necessário para que hoje pudéssemos nos reencontrar e ter entendimento do que ocorreu então. Olho pra trás e consigo compreendê-la. Ela se distanciou de mim depois de começar a namorar um cara que eu tinha namorado. Imagino que mil coisas devem ter passado pela cabeça dela e, depois de avaliar, achou, para o bem do seu recente namoro, se distanciar. Hoje, com a maturidade que tenho, compreendo perfeitamente. Há 18 anos, apenas lamentei muito e sofri com a falta que ela fez.

A Jô fez parte de toda a minha infância. Não há uma só lembrança de escola em que ela não estivesse ao meu lado. Sentávamos juntas, normalmente, nas coreografias da academia éramos posicionadas lado a lado, andávamos até o curso de inglês, dávamos muitas gargalhadas, viajávamos juntas. Nem quando ela foi fazer Educação Física e eu Relações Públicas nos afastamos. Então, quando esse afastamento veio por causa de um namoro, eu senti muito. Não pelo namoro dela ou pelo cara que ela estava namorando, eu senti a falta dela. Sabe quando uma coisa fica mal resolvida? Quando fica faltando uma conversa? Eu sentia isso, mesmo com o tempo passando, mesmo que a gente nunca mais tenha se falado nesses 18 anos, um ponto de interrogação ficava martelando dentro de mim e, de vez em quando, esse assunto voltava aos meus pensamentos.

Eu namorei muito nesses 18 anos, fiquei sozinha, fiz muita loucura e, pra minha surpresa, a Jô estava lá, com o mesmo cara. Legal, sinal que era de verdade o sentimento deles. E, mais bacana, foi através do blog, de um post que escrevi, ter tido a chance de reencontrá-la. Mais contente ainda foi ver que passamos uma tarde inteira juntas e que não faltou assunto, nem intimidade. Continuamos as mesmas!! Mas velhas, mais enrugadas, mais calejadas, experientes, mais leves também. Sim, mais leves. A maturidade trás essa leveza, essa capacidade de olhar pro que passou e tirar o melhor sem tanta ansiedade. Trocamos várias confidências, tanta coisa também não foi dita, afinal, não dá pra resumir 18 anos em 3 horas. Mas o encontro teve sabor de quero mais e de redenção pra mim. Nosso sentimento de carinho uma pela outra continuou intacto, mesmo com a distância e eu me despedi com a certeza de que tenho uma amiga resgatada do passado e que nem a distância, relacionamentos ou caminhos da vida foram capazes de destruir o que vivemos.

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