terça-feira, 4 de novembro de 2014

Livros



Esse final de semana minha amiga Ana Portela me fez um desafio no facebook no qual a pessoa deve relacionar os 15 livros que marcaram sua vida de alguma forma. Sem pensar muito, eu devia relacionar os livros citando o título e o autor. E então comecei a lembrar deles, um a um. E como foi delicioso fazer isso porque lembrar de livros que foram importantes pra você, é como escutar uma música: você é remetido a uma situação, a um momento da sua vida, as lembranças vêm tão fortes que é quase como se pudéssemos viver de novo o passado. 

A leitura chegou pra mim muito cedo. Eu amo ler desde muito nova. E acho que nesse ponto, não ser hiperativa como minha irmã, me ajudou. Ler era uma "atividade" excelente pra mim e que combinava perfeitamente com meu jeito de ser. Eu podia ficar quieta, na minha cama ou sentada confortavelmente em uma cadeira e passar horas vivendo outras vidas e outras situações, conhecendo outros lugares, sem sair do meu lugar, sem me mexer. Era perfeito pra mim. Assim, enquanto meus amigos da escola reclamavam e muito de ter que ler os livros recomendados pela professora, eu agradecia. É claro que alguns títulos não eram tão legais, mas a verdade é que através da escola eu conheci o prazer de ler e, depois, de escolher outros livros, de acordo com meus interesses e crescente gosto literário.

Então, vamos aos livros dos quais me lembro assim, de supetão. 

O primeiro livro do qual não me esqueço foi "A Casa da Madrinha", de Lygia Nunes. Não é o nome completo da autora mas não estou me lembrando dele todo... Ganhei o livro da minha madrinha e lembro que era a história de um menino pobre que tinha que trabalhar pra ajudar nas despesas da casa e que encontrava na professora da escola - que usava métodos nem um pouco tradicionais de ensino - uma caminho pra ser mais feliz. 

Livro 2: O Menino do Dedo Verde, de Maurice Druon. Devo ter lido com uns 12 anos e me tocou profundamente. Acho que foi a primeira vez que entendi o amor como um caminho pras coisas erradas do mundo. Lembro de ter chorado muito no final da história. Engraçado que mês passado ao levar minha afilhada na "Esteira Cultural" da escola, havia vários livros pra cada família escolher pra ler e deixar depois em um lugar público pra que outra pessoa pudesse ler e bati os olhos nesse mesmo livro. Não pensei duas vezes e trouxe o livro pra casa. Li novamente pra tentar entender o que me tocou tanto. É um livro muito maior que uma menina de 12 anos poderia entender.

Aliás, existe isso: um livro pode ser considerado chato em determinada fase da vida. Entretanto, quando o lemos novamente mais tarde, podemos mudar totalmente de ideia a respeito daquela leitura porque muitas vezes um livro cai nas nossas mãos sem que estejamos prontos pra ele. É preciso estar aberto pra certos livros e em um momento de vida que lhe permita o entendimento. Além disso, muitas vezes o que nos marca em um livro quando o lemos com 15 anos é totalmente diferente do que nos marcará ao lê-lo com 25 ou 40. Nossa perspectiva vai mudando e esse é outro encanto que amo na leitura.

Livro 3: O Escaravelho do Diabo, de Lucia Machado de Almeida. Quem nasceu nos anos 70, com certeza leu pelo menos um livro dessa coleção que acho que se chamava "Vagalume". Nossa, eu li muitos livros dessa coleção!! Eu ADORAVA. Mas desse eu não me esqueço porque foi a primeira vez que li um livro de mistério. 

Livro 4: As Brumas de Avalon, Marion Zimmer Bradley. Tinha uns 13 anos e não foi recomendação da escola. Não esqueço dele porque foi o primeiro livro que pedi pra minha mãe comprar pra mim. Eram 4 volumes e li os quatro. Amei porque contava a história do rei Arthur sob a perspectiva feminina.

Livro 5: O Grande Mentecapto, Fernando Sabino. Achei divertidíssimo e muito inteligente. Lembro de ter parado pra pensar que tudo na vida tem uma consequência enquanto estava lendo esse livro. 

Bom, aí eu comecei a conhecer os clássicos da literatura brasileira. Minha mãe trabalhava no Banco Central e lá havia uma biblioteca maravilhosa! Eu virei rato de biblioteca. Que paraíso era aquele onde eu poderia pegar os livros que quisesse pra ler sem pagar? Meu Deus! Foi a descoberta do ano pra mim! Minha primeira tentativa foi logo com Machado de Assis e preciso dizer que foi um fracasso! Machado não é pra qualquer um, principalmente se esse "qualquer um" for novo. Eu tinha uns 15 anos e ainda não estava preparada pra tanto detalhe. Mas não me rendi. Voltei ao Machado depois de uns anos. 

Livro 6: O Tempo e o Vento, Erico Veríssimo. Sete volumes lidos vorazmente tamanha minha paixão pelo Capitão Rodrigo. 

Livro 7: A  Moreninha, Joaquim Manuel de Macedo. Estava numa fase romântica e o livro veio bem a calhar. 

Livro 8: Vidas Secas, Graciliano Ramos. Foi uma chamada de despertar pra mim. Lembro que ainda estava na fase romântica quando ela foi interrompida por Vidas Secas. Sim, porque esse foi um dos livros que li por conta da escola. E eu não estava muito a fim. Mas o livro me encantou. 

Livro 9: O Cortiço, Aluísio Azevedo. Gente, que livro divertido!! Eu gargalhava. 

Livro 10: Olhai os Lírios do Campo, Érico Veríssimo. Voltei pro romance em grande estilo.

Livro 11: Violetas na Janela, psicografado por Vera Lucia de Carvalho. Foi meu primeiro livro espírita e foi dividor de águas pra mim. Por causa desse livro, li Nosso Lar, logo depois. 

Ai, meu Deus... Já está acabando e ainda tem tanto livro pra relacionar... Deixa eu colocar logo um do mestre Sidney Sheldon!!! Poderia dizer todos porque sou apaixonada por seus livros, mas vou escolher um.

Livro 12: A Ira dos Anjos, Sidney Sheldon.

Livro 13: Helena, Machado de Assis.

Livro 14: Senhora, José de Alencar.

E não posso deixar de citar porque amo MUITO:

Livro 15: Harry Potter, J. K. Rolings Todos os livros, do primeiro ao sétimo. Já li duas vezes e lerei mais algumas, de certo. 

Aaaahhhhh Já acabaram os 15... Como assim?? Ainda tenho tantos pra livros maravilhosos pra relacionar... Nossa, faltou "O Caçador de Pipas", Khaled Rosseini. Livro que me fez chorar baldes. Meu Deus, faltou "O Velho e o Mar", Hemingway. Esse deveria ter colocado entre os 15, sem dúvida. Que livro maravilhoso... O Nome da Rosa, Umberto Eco, também deveria estar entre os 15, além de Razão e Sensibilidade, Jane Austin; A Revolução dos Bichos, George Orwell; Perdas e Ganhos, Lya Luft; Ensaio sobre a Cegueira, José Saramago; Crônica de uma Namorada, Zélia Gattai; Capitães de Areia, Jorge Amado; O Diário de um Mago, Paulo Coelho; A Distância entre Nós, Thrity Umrigar; e por aí vai... 

Querida Ana Portela, desafio cumprido. Mas, olha, poderia citar tantos, mas tantos livros... Esse foi um desafio maravilhoso. E só me deu mais vontade de ter muito tempo pra ler todos os livros que ainda quero ler!! 

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