terça-feira, 11 de novembro de 2014

Mãe Leoa



Já falei várias vezes, sem me orgulhar disso, que sou uma mãe que grita. E sei que gritar talvez seja o mesmo que bater, mas que atire a primeira pedra quem nunca perdeu a cabeça. Muitas vezes condenei quem bate em filho e hoje vejo que filho tira mesmo os pais do sério e minha vontade é dar uma palmada, sim, quando o Miguel está passando dos limites. Felizmente, como sempre fui péssima de briga desde a época da escola e como bater nos outros nunca foi meu forte, Miguel nunca levou uma porrada mas achei um caminho pra estabelecer limites com ele. 

Quando estou normal (entenda: dentro do que pode se chamar de sanidade), falo baixo e engrosso o tom de voz e já basta. Agora quando estou anormal (entenda: nível de estresse elevado ao máximo e criança tirando o restinho de paz que ainda lhe resta), algo se apodera da minha pessoa e grito ferozmente. Daí, outro dia, depois de passada uma crise animalesca da minha parte e de estar tudo em perfeita calma novamente, ouço meu filho falando pra prima:

- Sabe, Rafa, minha mãe é que nem um leão! Quando ela está "nervosinha" (estaria ouvindo direito Miguel usar um certo ar de deboche ao falar a palavra "nervosinha"??), ela começa a gritar que nem um leão!

Rafa desatou a rir quando Miguel começou imitar meus urros e volume quando estou "raivosa".

Gente, tem como manter a raiva com um garoto gaiato desses na minha vida? Ele sempre arranca de mim um sorriso, sempre me faz esquecer rápido as besteiras que faz, sempre me pede desculpas quando vê que fechei a cara e vem logo pra perto de mim cheio de "eu te amo, mamãe", "você é minha lindinha", "não fica com essa carinha de brava não..." e "minha gostosinha da minha vida!". 

Ah... Se sou mãe ou sou leão, não sei. A única coisa que tenho certeza nessa vida é que Miguel foi a mais bela benção que já recebi. Miguel é a maior responsabilidade a mim confiada por Deus e eu amo ser a mãe do Miguel. Meu filhote de leoa.  Meu leãozinho.

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