segunda-feira, 16 de março de 2015

10 anos



Hoje de manhã cedinho perguntei durante a aula na academia que dia era. E me disseram que era dia 16. E, de repente, me dei conta de como o tempo passa rápido, de como a vida é curta, principalmente quando se é feliz. Mês que vem, nesse dia - 16, só que de abril - eu e Namorado faremos 10 anos de casados. Deus não poderia ter unido duas pessoas tão diferentes. E também não poderia ter sido mais perfeito.

Nesses 10 anos já passamos momentos difíceis, mas não tenho como contar os momentos de felicidade sem fim. Já disse mil vezes o quanto me sinto presenteada pela benção de ter um marido amigo, companheiro. Um homem que me ama, que me tomou como sou. O Namorado me aceita louca, chata, repetitiva, intensa. Tudo meu é muito, é pra ontem, é pra já. Mergulho fundo em qualquer ideia e vou atrás dela, mas também posso mudar no momento seguinte pra outro plano igualmente mirabolante. Eu sei que é difícil acompanhar meu ritmo. Mas ele consegue. Ele me deixa voar. Ele me deixa enlouquecer. 

Eu falo rápido e mesmo assim minha boca não consegue acompanhar meus pensamentos. Mas, antes de me chamar de louca e me deixar pra lá, o Namorado me faz parar, me pede pra ir com calma, pra explicar melhor. Não raro me pergunta: 

- Mas do que você está falando agora, Namorada?? Até 1 segundo atrás você estava falando do sofá, agora já mudou o assunto pra escola do Miguel?

Sim. Eu sei. É atordoante. Eu falo a mesma coisa mil vezes. Não sei se é mal de professor, sabe? Quero sempre fazer um trabalho de fixação pra quem está do outro lado não esquecer de nada, nunca. Ou pra garantir que tudo vai sair exatamente do jeito que eu quero. E ele ri de mim toda vez que sou repetitiva e me deixa falar, pela milionésima vez, o que já ouviu tantas vezes. E faz cara de quem acha graça. Faz cara de alguém que me pergunta com os olhos como eu consigo ser assim. 

Quando ele me pergunta qual a programação do final de semana e eu respondo enumerando as mil coisas que temos pra fazer ou as muitas coisas que eu gostaria de fazer, ele me diz:

- Sim, Namorada... Mas quantas horas vai ter esse dia mesmo, heim?

E eu caio na gargalhada porque me dou conta de que terei que escolher, quando queria fazer tudo se pudesse. Eu SEMPRE acho que vai dar tempo de fazer tudo, de ter tudo, de conseguir tudo. Hugo é o pé no chão do nosso relacionamento. Ele é a terra e eu sou o ar. Ele é a realidade, eu sou o lúdico, a fé. Ele é filme, eu sou novela. Ele é palavra, eu sou texto. 

O Namorado é muito engraçado, só que tem um humor ácido, sarcástico e muitas vezes eu não entendo, devo confessar. Mas ele sempre me explica. E eu sempre posso ser sincera dizendo quando não entendi. Ele ri disso ou de mim, nem me importo, porque sinto-me à vontade pra ser quem sou, sem fingir. E é muito bom poder ser eu. E saber que ele gosta de mim desse jeito. 

Nesses últimos 10 anos - que eu espero que sejam apenas os primeiros - eu aprendi muito e só me ocorre agora agradecer a Deus e pedir que ele nos abençoe com paciência e tolerância. E que a gente possa continuar a se divertir. A rir juntos. Que não nos falte assunto, que não nos falte vontade de estar um com o outro. Quando decidimos nos casar, eu pensei exatamente o que diz a letra de Belchior e aqui coloco pra ele, meu Namorado, o meu pensamento da época em forma de música e, asseguro que tenho a certeza de que ele é o cara pra mim...

"Meu bem, talvez você possa compreender minha solidão, o meu som, 
a minha fúria e essa pressa de viver. 
E esse jeito de deixar sempre de lado a certeza e arriscar tudo de novo com paixão.
Andar caminho errado pela simples alegria de ser.
Vem viver comigo...
Vem correr perigo...
Vem morrer comigo, meu bem..."

Te amo, Namorado. 




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