quarta-feira, 6 de abril de 2011

Papo de mãe

Antes de ter filhos eu achava um saco essas conversas de mãe, que só falam o tempo todo dos bebês. Hoje, não raro, me pego falando do Miguel a maior parte do tempo. Mesmo que eu trabalhe, tenha milhões de interesses e objetivos que não estejam vinculados ao Miguel, vira e mexe estou falando nele, nas suas gracinhas, nas pirraças, risos. Falo sobre o que ele come, o que ele gosta, o que não gosta. E o fato é que me sinto muito parecida com as outras mães que eu julgava chatas e sem muitos interesses. O fato é que todas as mães, tirando uma coisa aqui e outra ali, são muito parecidas.

Todas nós sentimos esse amor sem fim, sentimos essa relação intensa que vai do amor extremado ao desespero total. Desespero de cansaço, desespero por sua vida estar de cabeça pra baixo, desespero por um serzinho tão miúdo tomar conta de todo o seu tempo. Todas nós sentimos esse amor descabido, incansável, louco. Amor de mãe é louco. Nada se compara a isso. Não há amor no mundo que seja mais resistente, mais à prova de tudo. E aqui estou eu falando da minha delícia de novo.

Tudo o que diz respeito a nossos filhos nos deixa feliz, insandecida, querendo avançar no pescoço de quem faz sofrer e abraçar quem acarinha os filhos da gente. Minha mãe sempre diz que "quem beija meu filho, minha boca adoça." E é a mais pura verdade. Hoje quando entrei na creche com o Miguel e ele entrou todo contente correndo pra brincar no parquinho, fiquei mais uma vez feliz por ele gostar de estar ali. Fiquei agradecida pelas pessoas que cuidam dele terem tanto carinho. Normalmente ele não quer nem me dar tchau, dá as costas e entra na salinha dele pra brincar com os amigos. Hoje ele saiu correndo em direção a tia Mirian e deu um abraço nela tão gostoso, feliz, e o sorriso da Miriam pra ele foi tão genuíno que fiquei feliz também.

Ao sair da creche o rapaz que trabalha lá abriu a porta pra mim e disse: "Igual ao seu filho, não existe!" E eu perguntei: "Miguel é muito figura, né?" E ele me disse: "Sim, muito engraçado, muito cheio de vida." E eu saí de lá mais feliz ainda por essa minha vida, por todas as escolhas que fiz até aqui porque todas elas, erros e acertos, me trouxeram até o dia de hoje quando me sinto feliz e abençoada de ter o Miguel comigo. Todos os filhos são especiais para suas mães e o meu é especial demais pra mim. Não importa o que vem pela frente hoje. Miguel me fez ganhar o dia.

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