segunda-feira, 11 de abril de 2011

Zoológico







Esse final de semana ficamos sem a ajudante para o domingo e logo comecei a pensar no que faríamos com o Miguel nesse dia. Parece coisa de gente louca, mas sem ficar brincando com o Miguel o tempo todo, correndo que nem louca de cá pra lá, jogando bola ou brincadeiras afins, o domingo vira uma loucura. Ou será loucura andar atrás dele o tempo todo? Sei lá. A essa altura já não sei de mais nada... Só sei que meu filho é rueiro pra caramba, adora "assiáááá" como ele mesmo diz e é só falar as palavrinhas mágicas "rua", "carro" ou "passear" que o garoto sai correndo pro quarto procurando a roupa, segurando os sapatos (normalmente agarra os Crocs) e senta pra tentar calçá-los. Enfim, eu e Hugo precisamos pensar sempre em um jeito de gastar a energia do moleque e ela parece interminável.

Primeiro veio a idéia de irmos até a Fazendinha, mas como choveu no sábado concluí que além de aguentar cheiro de bosta de vaca e cavalos, ainda teria que ficar com os pés sujos de lama e acabei deixando essa idéia para outro dia. Aí pensei no jardim zoológico. E lá fomos nós. Miguel gostou muito. Na verdade, Miguel gosta de qualquer lugar onde possa correr, pegar uns matinhos no chão, olhar coisas novas. Gostou muito dos "cacacos" (macacos...) e chamou urso, onça e hipopótamo de "au au". Não me lembro que bicho foi, mas foi chamado de "peixe" erroneamente. "Peixe" ele fala a toda hora, já que peixe ele conhece bem por causa da decoração do quartinho dele. Todos os pássaros eram chamados de "piu piu". Já era tempo mesmo de apresentar outros bichos pro meu filho ao vivo e em cores.

Perto das girafas, resolvemos parar pra fazer um lanchinho. Eu tinha levado o suquinho do bebezão, Pringles e biscoito. Ao nosso lado estava uma família bem simples, o pai era deficiente e andava com dificuldade mas estava no controle de 4 meninos. A mãe ia segurando uma menininha de colo que devia ter, no máximo, uns 6 meses. Miguel já tinha comido, bebido e estava sentado no carrinho olhando tudo quando, de repente, escutamos o barulho de um pacote desses biscoitos salgadinhos sendo abertos. Miguel pulou do carrinho dele e já saiu andando na direção da família.

Eu já imaginava o que Miguel faria, "conheço o meu gado", diria minha mãe,  mas a gente não quer acreditar... Miguel já tinha comido e bebido o que quis, a família de 7 pessoas estava dividindo um pacote de biscoito genérico, desses que a gente não sabe a marca nem a procedência, e meu filho caminhava lentamente em direção ao pai que segurava o tal do biscoito, olhando fixamente para o pacote aberto com aquele olhar de gato olhando pro peixe dentro do aquário. Rapidamente fui atrás e ao chegar já vi o pai oferecendo o biscoito ao Miguel que, sem a menor cerimônia, enfiou a mão no pacote não para pegar um biscoitinho, mas para encher a mão mesmo. Pedi desculpas pela intromissão do meu filho, agradeci muito a gentileza dele e me despedi sob os olhares desconfiados dos quatro meninos. Miguel ainda virou e disse "tchau" com a boca cheia!!

Assim que chegamos ao nosso banquinho, falei pro Hugo: "Vamos sair logo daqui porque tenho certeza de que quando Miguel acabar de comer esses biscoitos, ele vai ter a cara de pau de ir até lá novamente pra pedir mais. E, assim, continuamos nosso dia feliz no zoo, com a sensação de que, por menos que se tenha, sempre é possível repartir.

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