terça-feira, 27 de setembro de 2011

Ataque de Perereca

Sábado tive um sonho horrível. Sabe esses sonhos que parecem reais e que a gente acorda aos prantos? Ou daqueles que alguém faz alguma maldade ou sacanagem com você e você acorda raivosa? E ainda tem aqueles que a gente tenta fugir ou se livrar de alguma situação de perigo e tenta gritar e a voz não sai... Então, de sábado pra domingo sonhei que o Hugo me deixava. Assim, sem choro nem vela, tipo "Tchau, Paula, acabou, estou indo embora." E ele pegou as coisas dele e, sem mais nem menos, sem explicação, foi.

Gente, minha tristeza era tão grande, minha incredulidade era tão imensa, minha dor era tão intensa que acordei ainda meio boba, igual quando uma bola que a gente nem sabe de onde veio bate na gente e a gente só fica sentindo a porrada. Me lembro de, ainda sonhando, eu dizer pra mim mesma que não tinha feito nada de errado, que tinha sido sempre uma esposa fiel e companheira, boa mãe pro filho dele... Como, de repente, ele me vem com essa estória de "estou indo embora"?

Acordei mal. Em pleno domingo de manhã, eu com a boca amarga. Até com raivinha dele. Raivinha não, raivão. Coitado.

Então, eu já estava meio de mal com a vida quando ele saiu pra jogar tenis com um amigo e meu cunhado. Normalmente, ele já está de volta antes do almoço, mais ou menos 11, 11 e meia. Só que nesse domingo, justamente nesse domingo, ele só chegou às 12:45 e não atendia minhas ligações (lógico, estava jogando) e eu fui ficando com uma ira, uma queimação por dentro... Eu, heim... Só sei que quando, finalmente, ele chegou, cheio de carinho e eu com aquela carona bem feia pra ele, dei um ataque de perereca. Falei um monte, disse que ele tinha que atender meus telefonemas ou passar um torpedo pelo menos pra avisar que estava atrasado e tal, falei besteira, me descabelei. Aí, o namorado que já sabe lidar comigo muito bem, engrossou logo a voz e disse pra eu parar com o ataque porque não tinha sentido nenhum tudo o que eu estava falando uma vez que eu sabia muito bem onde ele estava, com quem e que tinha chuviscado e que isso significava que só puderam entrar na quadra quando o tempo melhorou. Enfim, me tirou do transe psicótico e trouxe pra realidade. É... Eu, às vezes, preciso mesmo de uma voz de comando firme, do contrário monto mesmo, meio que enlouqueço.

Aí, louca, louca, comecei a chorar e disse que tinha tido um sonho horrível no qual ele me deixava e que quando ele se atrasou eu só conseguia pensar que queria que ele estivesse perto de mim, pra almoçar comigo... Um perfeito ataque de perereca desses que ninguém entende e que só homem apaixonado aguenta. Ainda bem que eu só tenho esses ataques de vem em quando. Acho que nem eu mesma me aguentaria se minha loucura fosse frequente. No final, pedi desculpas pelo surto - mas mantive a posição de que um torpedo comunicando o atraso seria de bom tom - e fizemos as pazes. Mas eu podia ter resolvido tudo sem o ataque, acho que o abandono que sofri no sonho me deixou meio doidinha, sei lá.

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