terça-feira, 14 de janeiro de 2014

É de pequeno que se torce o pepino



Esse período de férias é complicado pro Miguel. O pai trabalha mais que em qualquer época do ano. Eu também tenho bastante trabalho e sempre obras na escola nesse período e o Miguel? Bem, o Miguel deveria ter pais que tirassem férias com ele pra poder levá-lo pra passear ou fazer algo diferente, mas tem que se acostumar a brincar em casa mesmo. Miguel terá que se acostumar que durante suas férias, os pais nunca estarão de férias com ele e que se quiser viajar, deverá ser um aluno que corre atrás do prejuízo porque sempre precisará faltar aulas pra poder conhecer outros lugares. Não tem jeito. 

Bem, o caso é que na semana passada consegui sair mais cedo do trabalho. Corri com minhas coisas e estava em casa mais ou menos 1 e meia da tarde no intuito de levar meu filho pra piscina. Lá fomos nós, felizes da vida, nesse calorão monstro. Chegando lá, Miguel começou a brincar e eu até pude abrir meu livro pra ler. Um olho no livro, o outro no meu gostosinho, porque não sou besta nem nada. Daqui a pouco, vejo ao meu lado uma família: os pais e seus dois filhos. O menino da idade do Miguel, e a menina mais nova, devia ter quase dois anos. E o que me chamou a atenção era o jeito do garoto falar com os pais, cheio de agressividade ou melindre. Não tinha meio termo: ou ele gritava ou se fazia de bebezinho. E esse comportamento começou a me irritar. 

A menina quase não falava e nem brincava, ficava no colo da mãe o tempo todo enquanto o garoto tirava toda e qualquer energia dos pais. Era uma demanda sem fim. No final das contas, o garoto cismou que queria pão de queijo e, como tinha acabado no bar do clube, o pai foi oferecendo milhões de outras coisas: salsichão, biscoito, picolé, sanduíche e ... nada. O garoto, a cada oferta, começava a berrar mais alto ainda. A mãe decretou: todos iriam embora pra casa, já estava na hora. Aí é que os berros aumentaram mesmo de volume. Pra piorar, a menina que até então estava calada, resolveu chorar também. E pra culminar, o garoto achou que podia bater na mãe. Não deu um tapinha na mãe, não... Deu vários. O pai olhava segurando seu copo de cerveja e, se teve vontade de dizer alguma coisa, não o fez. 

E eu, do meu canto olhando a cena, lembrei do primeiro e único ataque que Miguel fez nessa mesma piscina do clube quando devia ter uns 2 anos. Eu até escrevi esse post sobre isso. (http://ameninaeospensamentos.blogspot.com.br/2012/04/maes-doidas.html). Na época, fiquei rouca de tanto gritar com o garoto, de tanto brigar. Coloquei de castigo, falei um monte pra ele. Mas valeu a pena. Hoje meu filho tem 4 anos, provavelmente a mesma idade do menino dando ataque na piscina do clube, mas já entende um olhar de mãe puta, beirando um ataque de nervos. Miguel já entende quando passa do limite e está em vias de perder o ipad ou de ir pro quarto "pensar em suas atitudes". E Miguel nem ousa abrir a boca quando vê que estou nervosa ou chateada com alguma coisa que ele fez. 

Sei que não estou livre de que meu filho me envergonhe ou apronte das suas. Como toda criança, faz mal criação, dá respostinhas atravessadas que me dão vontade de jogar meu filho pela janela, e recebo queixas quando chego em casa do trabalho a respeito de seu comportamento ou por não ter obedecido à avó ou a Taninha. Normal, educar é um processo lento e diário. Ele tem apenas 4 anos e ainda vou ter muita história pra contar, mas sigo firme em meu propósito de criar um cara bacana, que teve limites na infância. Ninguém me tira da cabeça que criança precisa ouvir "não". E precisa ser tratada sem muitos melindres, sem muito "tatibitati". Falo com meu filho uma linguagem clara e mostro pra ele que me enervo, sim. E acho muito bom, como minha sábia irmã diz, que meu filho saiba exatamente do que sou capaz. Ele não vai querer me envergonhar porque sabe que o buraco vai ser muito fundo se o fizer. E isso não tem idade pra começar. A idade é sempre. Toda hora. E isso dá uma canseira danada. Pobre de mim, mãe velha... 

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