terça-feira, 24 de abril de 2012

Viajar sem o bebê II





Desde que o Miguel nasceu reservo 15 dias de férias pra mim e pro Namorado. Já fui chamada de louca, de corajosa, de malvada. Também já encontrei pessoas que me apoiaram e incentivaram nesse objetivo difícil que é o de ter um tempo única e exclusivamente pra estar com seu marido e voltar, nem que seja por 3 dias, 1 semana, 15 dias, a ser só a namorada do meu marido. 

Muitas mães sentem medo de deixar o seu bebê. Perfeitamente natural, eu sinto medo sempre, choro, meu coração aperta, fico triste até. É muito louco querer tanto descansar, fugir da rotina, estar livre com quem se ama pra fazer sexo quando quiser, conhecer lugares novos sem pensar em fraldas ou mamadas, andar de mãos dadas e, ao mesmo tempo, sentir que um pedaço lindo e tão precioso de você fica. Mas não me arrependo de nenhuma das vezes em que tirei férias! 

Tento ser racional, pensar em todas as possibilidades antes de viajar, e pra isso conto com a ajuda da melhor das babás: a minha irmã. Minha irmã é madrinha do Miguel e ele gosta muito dela. Dela, do meu cunhado e das meninas, suas primas. Sei que ele fica bem na presença deles e, principalmente, sei que ninguém nesse mundo se desdobraria mais pra fazer tudo o que estiver ao seu alcance pra que o Miguel fique bem e feliz. Isso acalma meu coração. 

Acho importante esse tempo não só pros pais, mas pros filhos também. Não podemos subestimar a capacidade de superação de nossos filhos, achando que não viverão bem sem nós. Acredite: eles vivem bem sem nós. Miguel dormiu bem todos os dias, se alimentou normalmente e frequentou a escola e participou de todas as atividades, segundo conversei hoje com sua professora. Sentiu saudades minhas? Sim. Natural que sinta. Estranho se não tivesse sentido minha falta. Eu senti a dele! Temos uma relação fofa, somos muito carinhosos um com o outro e não poderia esperar que ele não fosse sentir saudade. Só que saudade faz parte da vida. Temos que aprender a lidar com isso e não é estando ao lado do meu filho o tempo todo que ele vai sofrer menos. Eles sobrevivem. 

Miguel me recebeu muito bem de volta, com aquela carinha de sapeca gostoso que ele tem. Me abraçou forte, disse: "Que sodade, mamãe!" E me deu muitos beijos e foi coberto pelos meus beijos. Que delícia voltar pra ele, pra minha casa, pra minha vida! A distância, quebrar a rotina, também serve pra isso: pra gente ver o quanto é feliz levando a vida que a gente leva. Pra gente ganhar consciência que, por mais doida que seja a vida de mãe, voltar pra ela, pro Miguel, é maravilhoso. Enxergar que meu filho vive sem mim e se adapta às circunstâncias também me faz muito feliz. Por mais que hoje ele seja o meu bebê, o gostoso da mamãe, o que quero mesmo é que Miguel seja um homem do mundo. Acho que estou no caminho certo. 

2 comentários:

  1. Teu bebê tá lindo e grande, parabéns!Que maravilha que vc o acostumou já desde sempre com a ausência temporária de vcs.Fui a uma atualização profissional na semana passada, fiquei 48h longe do meu lindão e, adivinha? Me senti ótima! Fiquei com muita saudade,olhava as fotos dele no celular a cada 2h, mas aproveitamos, eu e o marido.
    Também vou a NY na minha semaninha de folga, se tiveres sugestões...
    Li "Questões de Coração" em 10 dias,amei,não conseguia largar(10 dias com bebê pequeno=bem rápido!)
    Um beijo!!

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  2. Ana, vou fazer um post sobre NY e fico muito feliz que você vá pra lá, não tem lugar melhor pra reciclar culturalmente, fazer programas de "gente grande", né?

    Realmente, ler um livro em 10 dias quando se tem um bebê é quase um recorde!!! kkkkkkk

    Um beijo, Ana!!!!

    PS. - Como pode a gente não se conhecer pessoalmente e eu sentir uma energia tão bacana vindo de você? Coisas que só a internet faz!!

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