sábado, 25 de agosto de 2012

Padrinhos









Eu e minha irmã temos a mesma madrinha e o mesmo padrinho. Até nisso minha mãe não quis fazer diferença... E acertou em cheio! Tivemos os melhores padrinhos que alguém pode ter: participativos, chegados, carinhosos, amigos. Quando minha Dinda e meu Dindo se separaram, pensei logo que seria uma pena perder o contato com meu padrinho já que minha madrinha é que é irmã do meu pai. Mas isso não aconteceu, mesmo sendo uma separação motivada por traição, eles sempre souberam separar as coisas e meu padrinho continuou o mesmo de sempre: um cara carinhoso demais, um babão por suas afilhadas e continuou a frequentar as festas de família como deve ser em toda família civilizada. 

Eu acho mesmo de extrema importância a escolha dos padrinhos. É uma delícia apadrinhar alguém, mas é também uma grande responsabilidade. De acordo com a igreja, o padrinho tem a função de ser um guia para seu afilhado em sua vida religiosa, significa estar ao lado do pai e da mãe na difícil tarefa de educar. Nossa, que responsabilidade! Por isso, não acho legal escolher para padrinho amigos porque sempre tive muito medo de não dar a meu filho um padrinho que, por um motivo ou outro, não estivesse presente em sua vida. 

Sou madrinha das duas filhas da minha irmã e, por termos uma convivência tão próxima, as sinto como minhas filhas também.  Eu não poderia pensar em nenhuma outra pessoa nesse mundo para apadrinhar meu filho que não fosse minha irmã e meu cunhado. E digo mais: se tivesse outro filho, continuaria sem pensar em outras pessoas para apadrinhar meu filho. Minha irmã e o Itallo seriam os padrinhos desse irmão ou irmã imaginário do Miguel. Sem nenhuma dúvida posso afirmar: ninguém nesse mundo, da minha família ou não, poderia desempenhar melhor esse papel dado a esses dois. 

O fato de nos vermos todos os dias, faz da minha irmã e do Itallo um pouco pai e mãe do Miguel também. Confio neles plenamente e na minha falta e na falta do Hugo, gostaria que eles criassem minha delícia. Sei que eles teriam a preocupação de dar a ele a melhor escola possível, que fosse educado, que fosse um homem de bem e, além disso, sei que seriam carinhosos e atentos, que saberiam escutar suas dores e teriam paciência caso ele não estivesse passando bem pela adolescência insana. 

Um padrinho nunca deveria estar presente apenas nas datas comemorativas, um padrinho deveria ser íntimo de seu afilhado, amigo. E intimidade não se consegue de um dia para outro. Intimidade é algo que se conquista no dia-a-dia, com a convivência, é algo que se ganha mesmo aos trancos e barrancos porque conviver não é fácil. Entretanto, é nessa convivência que conhecemos realmente as pessoas, é que aprendemos a conhecer cada carinha dos nossos afilhados, cada gesto, cada torcida de nariz, cada palavra mal dita, cada mau humor. Infelizmente, essa relação tão próxima só tive com minhas afilhadas filhas da minha irmã: Duda e Rafa. Meus outros 3 afilhados não convivem comigo de perto. O Renan já está um homem, lindo por sinal, já tem 19 anos, mas só o vejo em aniversários. A Rafaella, filha da minha grande amiga Deo, mora em SP e fica mesmo difícil conhecer minha afilhada de verdade e ser mais participativa. E o João, filho da minha outra amiga Samira, também mora longe e a própria rotina diária não permite que estejamos juntos o quanto gostaríamos.  

O fato da minha rotina se entrelaçar com a da minha irmã e por sermos amigas, acima de tudo, dessas que se falam mil vezes por dia e dessas que podem falar sobre qualquer assunto idiota que ele vira conversa pra horas, ajuda bastante na minha convivência com as meninas e na deles com o Miguel. 

Quando meu filho está com os padrinhos, o que eles dizem é lei. Confio plenamente que farão por ele o que fariam por suas filhas e me sinto em paz, mesmo quando estou viajando e distante porque sei que Miguel está em companhia do Itallo e da Sis. Com eles, meu filho está em casa. Com eles, meu filho tem amor, aquele amor mais parecido com o amor de um pai e de uma mãe por seu filho: o amor que educa, que briga, que exige, mas também o amor que se delicia, que enche o coração, que faz chorar de alegria. Eu sei que Miguel sente esse amor quando está com seus padrinhos. E isso é prova de que acertei em cheio quando escolhi minha irmã de sangue e meu irmão de coração para padrinhos do meu bebê. 

Fico muito feliz por ver que minha irmã conseguirá ter com meu filho o mesmo tipo de relação que tenho com suas filhas: de amizade verdadeira. Amo quando os olhos do Miguel brilham cada vez que o Itallo chega lá em casa e já vai logo começando uma brincadeira com ele. Amo quando Miguel vem todo feliz me falar: "Mamãe, a Dida chegou!!" Minha irmã e meu cunhado dão banho, dão comida, dão esporro, dão presentes, fazem vontades, brigam, dizem que meu filho é mimado, dizem que ele é um chato, dizem que Miguel é muito engraçado, muito fofo, muito gostoso. Olham pra ele com olhos de admiração e deleite que só os pais têm. Olham pro Miguel com olhos irritados pela pirraça e manha que crianças só fazem com quem tem intimidade. Itallo e Sis olham pro meu filho como se olhassem para uma criança que pertence a eles também. Olham pro Miguel com olhos cheios de carinho. 

Que Deus os ilumine a me ajudar nessa dura tarefa de transformar meu filho em um homem de verdade. 

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