terça-feira, 1 de abril de 2014

Futebol




É sempre muito bom fazer o que a gente gosta. Unir o que é importante fazer com prazer é a chave pra ser feliz na vida, todos os dias, em coisas pequenas. E isso fica muito evidente desde que somos crianças. Eu, por exemplo, sempre fui incentivada a fazer várias atividades. Minhas mãe, talvez por trabalhar fora, não queria que eu e minha irmã ficássemos ociosas em casa e estimulava que tivéssemos outras atividades além da escola. Assim, pudemos experimentar e escolher, entre tudo o que nos era permitido experimentar, o que nos agradava. Dança era um prazer tanto pra mim quanto pra minha irmã e fizemos vários estilos. Eu também fazia piano e amava, mas antes comecei a estudar flauta e não fiquei mais que 1 ano. Quis trocar de instrumento musical e continuei os estudos de piano por muito tempo.

Tentando repetir o bom exemplo que minha mãe me deu, sempre conversei com o Miguel a respeito de atividade física e sempre disse a ele que exercícios físicos são muito importantes para termos uma vida saudável. Como o Namorado chegou a ser campeão brasileiro juvenil de natação, a piscina foi a primeira coisa que tentamos com o Miguel. Além de ser um esporte maravilhoso, ele não correria o risco de ficar como eu (não sei nadar!). Mas como nem tudo na vida é do jeito que a gente quer ou imagina, Miguel não quis saber da professora, chorava desesperado, não queria acordar, enfim, a cada dia de aula era uma desculpa nova e não rolou. Como ele tinha só 3 anos, achei melhor esperar e deixar pra mais tarde a tal da natação. 

Tentei capoeira e não tive sucesso. Miguel disse que era chato e que queria tentar judô. Eu também perguntei a ele, já que sempre gostou de dançar, ver as primas dançando e até participava das coreografias que elas inventavam, se ele não gostaria de fazer dança. Ele não me deu muita trela, ficou me olhando com cara de quem não está entendendo e eu também fiquei olhando pra ele com cara de quem continua esperando uma resposta. Miguel me perguntou se ballet não era coisa de menina... E eu disse que não, que muitos meninos gostavam de dançar e que, inclusive, meninas adoram meninos que sabem dançar. Miguel pensou um pouco (uns 5 segundos!!) e disse que não, que só dançava com as primas mesmo. 

Naquela hora, cortei a opção da dança da minha listinha e fui tentar o judô. E, para minha felicidade, Miguel está há 1 ano praticando o esporte, muito feliz da vida. Encontrou algo que tinha a ver com ele e vai para as aulas sem reclamar e com gosto. Além disso, como esse ano a escola começou a oferecer futebol, perguntei ao Miguel o que achava e ele disse que gostaria de fazer. Desde a primeira aula de futebol, Miguel saiu todo animado. É apenas uma vez na semana, mas ele gostaria que fosse todos os dias. 

Ontem, depois de uma festinha, chegamos tarde e Miguel estava morto de cansaço. Pensei que hoje eu fosse ter problemas para acordá-lo para o futebol, mas para minha agradável surpresa, mesmo com sono, Miguel levantou e se mostrou animado para ir à aula. Eu que achava que teria o maior trabalhão para convencê-lo a levantar-se da cama, acabei sendo surpreendida por sua disposição. Com cara inchada, cabelo desgrenhado, lá fomos pro futebol.

A verdade é que quando a gente faz o que gosta, faz com prazer, a obrigação vira diversão. Tudo é uma questão de achar o que nos motiva, o que nos move, o que afina com a gente. Lógico que muitas vezes não conseguimos fazer apenas aquilo que nos dá prazer. Mas, mesmo que dê trabalho procurar o que nos faz feliz, acho que vale a pena buscar. A vida nos dá tantas opções, são tantas possibilidades, porque não tentar? 



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