segunda-feira, 15 de março de 2010

Benção




Nunca soube muito bem se queria ter filhos. Sempre questionei o que eu teria que abrir mão e não sabia se, algum dia, estaria preparada para todas as modificações que um filho trás pra vida da gente. Na verdade, eu também tinha medo. Medo de me prender, medo de não ter mais liberdade, medo do desconhecido, dessa pessoinha que cresce dentro da gente mas que pode ter características tão distintas de nós.

Mesmo assim, quando o relógio biológico começou a bater mais forte, pensei que se não fosse naquele momento, talvez não fosse nunca mais. Sou o tipo que prefere se arrepender do que fez que não ter mais a opção de voltar atrás e fazer. Assim, totalmente convencida de que tenho minha vida em minhas mãos, achei que no momento em que decidi a gravidez aconteceria. Não foi bem assim... Louca, achei que no primeiro mês de tentativas minha menstruação atrasaria e pronto! Meu desejo estaria realizado. Como Deus é o mais sábio dos sábios e governa nossa vida, me fez esperar um pouco e desejar muito ser mãe. Durante três meses fiz todos os exames que se pode imaginar! Imagina, tem gente que espera um ano inteiro pra começar a se preocupar, eu, no primeiro mês, já estava enlouquecida!! No terceiro mês a confirmação veio junto com um sangramento. Tive que ficar de repouco em casa, sem trabalhar, sem me esforçar pra nada. O mesmo sangramento voltou a se repetir depois, já no final do segundo mês. E eu, a essa altura, já desejava muito aquela coisinha minúscula que via nas ultras.

Enfim, tudo isso é pra dizer o quanto uma criança é uma benção em uma família, o quanto a família se torna ainda mais feliz e se reune em torno de um nascimento. Nessa foto do post dá pra notar exatamente isso: em uma reunião de família com várias pessoas, basta estar o bebê, a estrela da casa, pra que TODOS os olhares estejam com ele. Meu filho é uma benção em minha vida e na vida dos que o cercam. É um presente de Deus. Veio do jeito que pedi a Deus, nos mínimos detalhes. É risonho e alegre, é careca (amo bebês carecas!), é calmo e carinhoso. Deus me atendeu até no que não deveria: quando eu estava com aquele barrigão eu vivia falando que não via a hora do Miguel nascer logo, que queria entrar em uma calça jeans novamente... Surpresa do destino ou ensinamento: cuidado com o que se fala, com o que se joga pro universo, porque até nisso fui atendida. Miguel nasceu com 33 semanas e me deu um susto enorme!!

Olho pro meu filho e sinto um amor imenso, um orgulho de ter feito um serzinho tão fofo, tão lindo e peço muito a Deus que ele seja um ser agregador, um homem de caráter, honesto, bom filho, bom pai, bom marido. Que saiba reconhecer seus erros e aprender com eles, que saiba distinguir a luz das trevas, que saiba perdoar... E amar muito!

Um comentário:

  1. Paula,
    Parabens pro Miguel. So de olhar pro rostinho dele a gente ja ve que ele e uma crianca superfeliz.
    Sobre a espera e as frustracoes a caminho da maternidade, sempre me lembro daquilo que o Randy Pausch disse na sua palestra: os muros de tijolo so existem para medir o tamanho da nossa vontade. Concordo plenamente com ele.
    Bjs

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