sábado, 15 de maio de 2010

Feijão com arroz

Muitas vezes me pergunto porque existem pessoas no trabalho que acham que fazem muito quando estão fazendo apenas o feijão com arroz. É uma situação complexa, principalmente quando se trata de professor.

A profissão não é bem remunerada e algumas pessoas se escoram nisso para justificarem o fato de entrarem em sala de aula, darem suas aulas nem sempre bem preparadas e pronto. Eu só sei que quando você escolhe essa profissão tem que estar ciente que é uma das mais nobres e, portanto, carrega um peso enorme, inclusive de trabalho. O professor não pode apenas achar que vai passar conhecimento a alguém, ele tem que entender que existem mil questões que envolvem o aprendizado (família, temperamento, aptidão, gosto). è preciso saber que pra ensinar precisamos entender melhor nossos alunos, nos aproximarmos dele e isso dá trabalho.

Não é fazendo o feijão com arroz, o normal, o que todos fazem, que a gente chega nesse aluno problemático. Sim, é esse que me interessa porque dar aulas para aluno inteligente ou interessado e calmo não me torna melhor. Dar aula pra esse é moleza. Não há mérito nenhum em ver esse aluno tirando notas boas. Quero ver dar aula pra alunos com dificuldades, pra alunos bagunceiros, para aqueles que, pelo menos aparentemente, são rebeldes sem causa. Ver esses alunos conseguindo, chegando lá, é a maior recompensa que um professor pode ter. E, pra isso, há que se sair do normal, há que se pensar em alternativas, em como tocar esse aluno, em como fazê-lo entender. É preciso sair da zona de conforto e se misturar com a vida do aluno. Isso dá trabalho e muito. Sei disso, não vou nem tentar negar. E nem todos querem ter trabalho. Querem entrar na escola, dar sua aula, colocar sua pasta do escaninho e ir pra casa sem levar nada consigo. E querem o salário no final do mês.

Não consigo ser assim. Em tudo que faço procuro me colocar por inteiro, fazer bem feito, me destacar. Salário baixo nunca me desmotivou. Falta de reconhecimento sim. Acredito que a partir do momento que você topa trbalhar em algum lugar e sabe quanto vão lhe pagar, um acordo foi feito. E, sendo assim, temos que dar nosso melhor. Creio que nem que eu quisesse fazer meu trabalho pela metade, eu conseguiria. Então, não entendo quem não busca fazer mais no mundo de hoje. Não entendo e não aceito. Não serve pra trabalhar comigo.

8 comentários:

  1. Excelente texto! Falou tudo! Bjs...

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  2. Falar é sempre fácil. Dizer que se esforça, mais fácil ainda.

    Quero ver ir lá e colocar a mão na massa sem se esconder por trás de uma cadeira de diretora, fazendo criticas aparentemente construtivas, de alguém que se escora na simpatia inata para fingir que é uma boa profissional.

    Abraços,
    H. Fall

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  3. Estive em sala de aula e apenas em sala de aula por 7 anos e sempre procurei fazer a diferença na vida dos meus alunos.

    Sei a profissional que sou, não a que penso ser. E aceito críticas porque elas me ajudam a ser ainda melhor. Eu não apenas DIGO que me esforço, faço de verdade. Reflito em cima de tudo que me dizem e busco aprender.

    Pena que nem todos tomem as críticas - que são mesmo construtivas - como forma de crescimento pessoal e profissional. Estou aberta sempre ao diálogo. É só mostrar a cara.

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  4. Não entendo o comentário de uma pessoa que se esconde. Postar como anônimo é muito fácil. Trabalhei com a Paula por muitos anos e sei a profissional que ela é. Cobra do professor mais que o feijão com arroz, sim. O feijão com arroz não é mais que nossa obrigação de professores. Fazer algo mais é que nos desafia e nos faz ser diferentes perante os diretores e principalmente os alunos. Adoro feijão com arroz mas prefiro botar o meu tempero e fazer a aula ficar agradável para mim e para os alunos. E quando encontramos profissionais que reconhecem isso, é melhor ainda. A Paula sabe reconhecer isso muito bem. Sempre tive meu trabalho reconhecido e recebi toques excelentes quando comecei. As críticas, mesmo que não me agradassem, sempre me fizeram refletir e me tornar um profissional melhor.

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  5. É uma pena que existam pessoas, principalmente no nosso meio, que, além de não aceitarem seus defeitos e erros, encaram as críticas apenas de uma forma negativa. Pior ainda, não têm a dignidade de se identificar, no momento em que elas também estão criticando.
    Falar é fácil, sim. Criticar, muito mais. Ter coragem para assumir suas opiniões é que é muito difícil. Precisa ser uma pessoa forte como nós, que não nos escondemos atrás de um monitor nem de um teclado de computador. Essas pessoas são pessoas pobres de espíritos e não merecem nossa consideração.
    Eu e Paula já nos conhecemos há muitos anos e já estivemos até em situação oposta à atual. Sei que sempre teve alguém para duvidar do seu trabalho, mas ela, como excelente profissional que é e sempre foi, nunca se deixou abater pelas críticas, mas ao contrário, cresceu muito com elas. Tenho certeza de que isso sempre continuará acontecendo.

    Marisa.

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  6. Quem é a invejosa ou invejoso que não se identifica? Acho muito fácil criticar sem colocar a cara pra bater. Mas o mais bacana é sempre estar abertos a críticas sejam elas de qualquer natureza, pois elas, infundadas ou não, nos fazem refletir. O mais bacana da profissão é você ser reconhecida pelo bom trabalho que fez, pelo sementinha que plantou dentro de cada aluno. Saber que não passou na vida de ninguem em vão. Como disse meu amigo Mansilha, adoro feijão com arroz, mas o meu tempero é quem faz a diferença. Outra coisa legal é saber que nós professores não estamos em competição, e sim, união. Acho muito legal lá na Ilha a troca de experiencia que temos. Poder trocar informações com professores "dinossauors" e com novatos não tem preço.

    Na boa, H. Fall, se a Paula se escondesse atrás de uma simpatia inata como diz no intuito de ser uma boa profissional, haveria tantos comentários a seu favor? Think about it.

    Beijos

    Katia

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  7. Faço minhas as palavras acima, e ainda acrescento que uma pessoa tão inescrupulosa como H Fall não merece estar numa staff como a da Ilha.

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  8. H FALL, EM PRIMEIRO LUGAR, SEM COMPETÊNCIA NÃO SE OCUPA UMA CADEIRA DE DIRETORIA, E A FILIAL DA ILHA ARREBENTA!

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