segunda-feira, 10 de maio de 2010

Mães

Ontem foi o meu primeiro dia das mães com o Miguelito fora da minha barriga. No ano passado, ele nasceu prematuramente exatamente no dia das mães, às 23:33, então nem posso considerar aquele dia.

Hoje é aniversário dele. Quando ele acordou, me deu uma sensação de vitória muito grande, uma paz imensa. Olhar pra ele de manhã e vê-lo batendo palminhas enquanto escutava a mãe louca cantando "parabéns pra você", foi, simplesmente, adorável. Vê-lo forte e cheio de saúde é meu maior presente.

Ser mãe é algo tão grandioso que não dá pra explicar. Só sei que é algo tão maior que tudo que até as menos românticas com relação a maternidade como eu, são capazes de sentir a enormidade desse sentimento.

Quando penso em mães, vejo que sempre tive em minha família exemplos maravilhosos de mães. Minha vó materna, é logo a primeira da lista. Casada com um cara bronco, português desses bem tacanhos - o meu avô - era analfabeta. A vida não lhe deu a oportunidade de aprender a ler e escrever embora ela tivesse muita vontade de aprender. Desde cedo, teve que trabalhar em casas de família e lavar roupa pra fora para ajudar o marido a sustentar os quatro filhos (três meninos e uma única menina, minha mãe). Minha avó foi uma mãe exemplar, lutadora, que sempre encorajou os filhos a estudarem para conseguir mais que ela na vida. Analfabeta sim, mas era esperta, inteligente. Nunca foi burra. E tinha muita classe. Classe não tem nada a ver com nível social. Minha mãe é hoje o que minha avó fez dela: uma mulher honesta, batalhadora, pé no chão.

Pronto chegamos no meu segundo exemplo de mãe maravilha. A minha. Incansável na educação das filhas, sempre se fez presente mesmo trabalhando muito. Poucas vezes pode buscar na escola, fazer dever de casa junto com a gente, mas nunca deixou de mostrar o quanto somos importantes pra ela, que éramos e somos até hoje sua prioridade. Minha mãe é muito amiga, muito companheira mesmo. E, como fez minha avó, sempre nos disse que precisávamos ir atrás do nosso lugar ao sol, que não devíamos depender de ninguém e que somos responsáveis por nossas escolhas.

Ainda na minha família, tenho outro exemplo de mãe. Minha tia Sandra. Casada com o irmão da minha mãe, meu tio Luis, é uma mulher de fibra como poucas. Tem dois filhos (meus primos queridos) e o mais velho é autista. Desde quando meu primo era muito novinho, minha tia anda com ele, pra cima e pra baixo, buscando os melhores tratamentos, as terapias alternativas, as escolas especiais. Já passou maus momentos por causa de preconceito, gente sem noção e sem sensibilidade, mas nunca, nunca mesmo a vi reclamar. Nunca está de saco cheio, nunca deixa a peteca cair. É incansável!! Admirável mesmo. Mesmo com a trabalheira toda que um filho especial dá, conseguiu manter o casamento e tornar meu primo mais novo um homem bacana, totalmente do bem.

Por essas e outras, quero ver se consigo chegar ao menos perto de ser uma mãe assim. Tomara que seja fibra familiar, que esteja entranhado em meu código genético. Esforço meu não vai faltar.

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